30.04.21 | asal
Mais uma surpresa do José Maria Lopes... AH
ROSA DE COR ISABEL
Aquele rosa linda, amarela ocre de camurça
Nascida em jardim de terra cor de lava
Doce, suave, em jeito de aguarela
Com gotas de geada da noite fria
Caídas nas pétalas adormecidas
Que ao acordar vi da minha janela.
Ao espreitar no dia seguinte,
Olhei, olhei e perguntei à brisa que passava
Onde está ela?
Aquela rosa ISABEL de flor incandescente?
Foi de certeza, pensei, colhida com requinte
Mas por quem?
Pela Cinderela?
Que ao sair do baile reparou nela?
Duvidoso questionei o vento
E a aurora omnipresente.
Respondeu-me o vento calmo e lento:
Está no regaço da Virgem, na vossa Capela...
No Céu os anjos dançaram,
Na Terra as abelhas choraram,
Eu deixei as minhas lágrimas correr
De tanto olhar e não a ver...
Para o ano estarei ansioso e atento
Porque voltará a aparecer.
É assim que a Natureza procede!
Logo, deixei o meu coração inquieto adormecer.
José Maria Lopes