FASES DA VIDA - SEGUNDA PARTE
ENVELHECIMENTO
FASES DA VIDA - SEGUNDA PARTE
No final da primeira parte deste texto, escrevi que me propunha, numa segunda parte, “desenvolver as caraterísticas da juventude e da idade adulta ”, o que vou fazer, acrescentando velhice e quarta idade.
C1 – FASE ADULTA – JUVENTUDE
Como já escrevi na 1ª parte, a juventude ocorre, normalmente, entre os 16 e os 30 anos. É nesta fase que cresce a expetativa de vida e a possibilidade de alcançar melhores condições de existência, resultantes do avanço da economia e da medicina.
É, também, nesta fase, que são tomadas as decisões mais importantes, como seja o caminho de vida a seguir. Para tomar as decisões, o indivíduo socorre-se de meios adequados, como sejam os testes psicotécnicos e, principalmente, o conselho avisado dos pais e educadores. Antes de mais, os pais e educadores não devem admirar-se do período de desencanto que os jovens têm com as gerações anteriores.
Costuma associar-se este período da vida à rebeldia e a movimentos detratores do passado, sobretudo quando, como agora, a organização política está em crise, designadamente, com o desemprego principalmente dos jovens, com a melhor preparação de sempre, que são obrigados a procurar um modo de vida noutras paragens. O que nem é mau, porquanto está a dar-se um intercâmbio de culturas e de ideias, que são saudáveis e aproveitam a todos. Dou como exemplo o programa ERASMUS, de que os jovens tanto gostam e que tantos benefícios traz aos países.
Entendo que os estados, no sentido de orientar e proteger os jovens, devem garantir a criação de planos e programas para facilitar o desenvolvimento da juventude, de forma a equilibrar a rebeldia própria da idade e a orientá-la, contrabalançando-a e sublimando-a com políticas sociais adequadas. A sociologia e a psicologia são ciências que devem ter um papel determinante no acompanhamento individual e coletivo.
C - FASE ADULTA - CONTINUAÇÃO
Na 1ª parte deste texto, seguindo os ensinamentos de Mosquera, escrevi que “a fase da vida adulta se subdivide em jovem, média e final. “Tratei, naquela parte, da fase adulta jovem”. Vou, agora, “tratar” da fase adulta média, começando pela
- Fase adulta média INICIAL – faixa etária dos 40 aos 50 anos – em que o adulto já alcançou os seus objetivos particulares, nomeadamente constituiu família, tem casa própria ou arrendada, nasceram os filhos, enfim o adulto considera-se realizado. E, até por isso, preocupa-se mais com os outros, esquecendo-se, por vezes, dos seus desejos e perspetivas. É nesta fase da vida que o indivíduo se mostra mais solidário e se dedica a obras sociais ou outras atividades para bem da comunidade.
Infelizmente, é, também nesta fase que surgem fracassos afetivos, sexuais, medos, ansiedade e angústia. Com as consequências inerentes, sendo o divórcio muito vulgar, o que provoca danos psicológicos, quer nos cônjuges, quer, principalmente, nos filhos que são quem mais sofre.
- Fase adulta média PLENA – faixa etária dos 50 aos 60 anos – em que o adulto começa a pensar que a vida não é eterna e passa a uma fase mais calma no seu “modus vivendi”, tornando-se, ainda, mais disponível para com os outros.
- Fase adulta média FINAL – faixa etária dos 60 aos 65 anos – em que se acentuam os factos vividos nas fases anteriores. O indivíduo preocupa-se com a REFORMA ou APOSENTAÇÃO, fazendo planos para o tempo pós-reforma, de forma a compensar-se do que de útil realizou e das agruras e sacrifícios passados na vida de trabalho que está a chegar ao fim.
D - VELHICE
Passada a fase da vida adulta, entra-se no processo de envelhecimento, ou seja no processo de desgaste das células ou do corpo. A VELHICE caracteriza-se: BIOLOGICAMENTE pela diminuição progressiva da eficiência das funções orgânicas; SOCIAL E CULTURALMENTE pela criação de novo papel social – positivo ou negativo – de acordo com os valores sociais e culturais do grupo ao qual o idoso pertence; e PSICOLOGICAMENTE pelos aspetos psíquicos do individuo, observados pela sociedade.
O processo de envelhecimento é irreversível e inexorável, refletindo as mudanças biológicas e as convenções sociais e culturais. Apesar disso, gastam-se energias e muito tempo e dinheiro para esconder os seus efeitos, como seja pintando os cabelos, fazendo cirurgias plásticas, etc. Neste capítulo, as mulheres “levam a palma”, cuidando do seu aspeto físico, de uma forma especial do rosto e dos seios que tentam que se mantenham firmes, contrariando a natureza, muitas vezes, infelizmente, com efeitos nefastos. Diga-se de passagem que o sexo masculino começa a utilizar métodos semelhantes para esconder a idade. Sendo certo que, quando se é adolescente, os jovens tentam parecer mais velhos para agradar às ou aos jovens e para poderem, por exemplo, ir a espetáculos para adultos, comprar bebidas alcoólicas, tirar a carta de condução, etc.
Além de refletir mudanças biológicas, como antes escrito, também o estresse das doenças, principalmente quando crónicas, os maus hábitos de vida, como o tabagismo, o alcoolismo, o sedentarismo, a obesidade e outros contribuem para afetar a saúde do idoso. Acresce que os processos biológicos da modificação da vida humana são lentos e progressivos, sendo certo que as idades referidas para as várias fases da vida são apenas indicativas, podendo variar de acordo com os genes de cada um. Ainda, agora, se debatem as causas do envelhecimento humano, dando para acreditar que o mesmo pode ser manipulado. A dieta mediterrânica, com a consequente redução das calorias, é fundamental para aumentar a longevidade. Assim como o são o exercício físico e mental. Aliás,
Com o envelhecimento verifica-se um declínio progressivo, em diferentes tipos de memória, sendo frequente o idoso, num determinado momento, não se recordar de um nome ou facto, mas, momentos depois, recordar-se. Diz-se que o cérebro tem os factos catalogados e que, assim, o “computador” leva tempo a coordená-los.
D1 - VELHICE NATURAL
Para mim, considero como natural o envelhecimento que acontece, naturalmente, com o decurso do tempo, a partir dos 65 anos, em que o indivíduo nada faz para tornar essa etapa menos dolorosa e menos aborrecida.
Não é nada simpático passar o tempo sentado num café ou num banco de jardim, aguardando a “sua hora”. Melhor é o idoso ocupar-se, com exercícios físicos ou atividades intelectuais, transformando a velhica de natural em ACTIVA.
D2 - VELHICE ACTIVA
Estamos em plena TERCEIRA IDADE. Os cabelos embranqueceram, as rugas apareceram e outras funções declinaram. Em contrapartida, o idoso apresenta mais experiência de vida, podendo ensinar o que aprendeu ao longo da vida.
Como ensina a OMS afirmando que “os velhos de hoje continuam ativos no mercado de trabalho e com boa qualidade e expetativa de vida. Basta querer, mexer-se e procurar atividades físicas e intelectuais. A sociedade tem que perceber que os idosos ainda têm muito para dar e, em vez de os entregar à sua solidão, deviam aproveitar a sua experiência, como, finalmente, está a começar a acontecer. Contratando-os e não esquecendo que, como diz o outro, amanhã é a vez dos jovens se tornarem velhos. Não esquecer, porque é inelutável.
E - QUARTA IDADE
Começa, hoje, a falar-se de QUARTA IDADE, que, posso afirmar, se inicia aos OITENTA ANOS. É bom que não se fale deste período de vida depreciativamente, pois se a terceira idade ativa tem muito para dar, também a quarta idade o tem. Desde que os jovens, velhos ou menos velhos, não se esqueçam, como antes escrevi, que amanhã (não muito distante, acreditem) também os mais novos se tornarão velhos. Acreditem e meditem nisso! Não se vão arrepender! Um abraço e a amizade do
J. NOGUEIRA
(23-03-2017)
NOTA: Esta é uma brilhante prova de que a "quarta idade" aqui está a dizer que vale a pena, que tem qualidade e continua a ser presença activa no meio de nós. Obrigado, Joaquim Nogueira! Nós também queremos lá chegar... AH