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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

COISAS DA LÍNGUA

25.04.22 | asal
O Zé Maria Lopes continua a trazer novidades e interesse ao blogue. Obrigadinho, amigo! AH
 

 

Li há dias (atrás, nunca) num jornal diário esta simples notícia:

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 "Na edição de ontem imputámos, erradamente, a responsabilidade de falta de médicos no concelho de Peniche à ARS de Lisboa. Apresentamos as nossas desculpas a Rosa Marques e aos leitores".
Este comunicado, saído da redacção dum jornal, naturalmente com revisores ao seu serviço, vejam bem, tem um erro crasso que aos olhos de muitos de nós não se consegue detectar.
Antes de o  revelar, peço aos nossos leitores que párem aqui a leitura e pensem para ver se o conseguem encontrar.
Agora que já pensaram e releram o comunicado, retomando-se a leitura, sou eu, então, a explicar o erro àqueles que o não detectaram.
Diz assim o comunicado quase na parte final: ."...apresentamos as nossas desculpas".
Como todos sabemos, as pessoas não podem tirar, a si mesmas, as culpas dum determinado acto que praticaram, senão não seria preciso haver tribunais e juízes, isto é, a pessoa desculpava-se a si mesma e o assunto ficava arrumado. Nem havia nunca a necessidade de tirar um atestado de registo criminal porque não havia registo de crimes praticados.
Sendo assim, os comunicados ou notícias deste ou doutro teor parecido têm de ter, impreterivelmente, as palavras "PEDIDO" ou tempos do verbo "PEDIR":
    - apresentamos o nosso PEDIDO de desculpa/as;
    - PEDIMOS desculpa/as;
    - PEÇO desculpa/as.
Podem  os eruditos dizer que se subentendem as palavras PEDIDO, PEDIMOS, PEÇO, mas em português não há regra gramatical, que eu saiba, que o admita.
Quanto a este tema, fico-me por aqui.

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Agora, um segundo tema que sempre me deu que pensar, já que acima falei de palavra subentende. Perguntei a um dos meus mestres de Língua Portuguesa se os cartazes que, habitualmente, vemos afixados nas paredes dos prédios "ALUGA-SE QUARTOS" estavam correctos, gramaticalmente.
Respondeu-me que estariam correctos se subentendêssemos o advérbio de lugar "AQUI" no princípio da frase e seria, então, "AQUI aluga-se quartos", dado que o AQUI servia de sujeito no singular, mas, creiam, sempre fiquei com muitas dúvidas até hoje.
Se estes dois temas que aqui apresento constituírem um mote para melhor esclarecimento, podem os nossos muito estimados leitores dar a sua opinião no nosso ANIMUS. É uma ideia que fica.
ZÉ Maria Lopes

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