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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

ANIMUS SEMPER, acorda!

29.06.19 | asal

As pessoas já começam a achar que é demais!

Eu com muletas.jpg

Há oito dias que este bicho hiberna, parece que morreu. Vá lá, ainda abre a boca para anunciar aniversários graças à tecnologia que permite com antecedência dar ordens para publicar mensagens... E até publicou sozinho a entrevista ao Patrocínio, não sei se viram... E mais nada! 

Pois é, as máquinas também param, como os seus donos. Não sofrem dos mesmos males, mas sozinhas não avançam com as tarefas: «patrão fora, dia santo na loja!».

E aqui estou eu agora a reativar os circuitos parados, com os cuidados necessários para não voltar atrás e desconjuntar o que tanto custa a reanimar.     

                

Quarto do doente.jpg

Incapacitado fisica e psiquicamente por uma operação ao joelho, ando há oito dias a lutar para recuperar esta parte de mim que tanto me faz falta. Até agora, tem sido cama, cadeirão, sofá, tempo de perna levantada a defender-me dos inchaços que nem os comprimidos e o gelo resolvem satisfatoriamente. Por isso, saio à fisioterapia, que é como a argila - só a longo prazo se nota o progresso. Aquelas mãos de oiro, que me envolvem o edema e se esforçam por o debelar, bem querem fazer milagres, mas também sabem que só com o tempo se melhora...

Assim, não sei o que se passa: mal por estar no sofá, mal por estar na cama, mal por estar no cadeirão, ver TV não me agrada nada, ler é o mesmo... E passaram-se assim oito dias! Olho para esta perna trombuda e não gosto das dores e desta pele inchada a rebentar. E tudo tem sido evolução normal, dizem, nada perturba a quase-certeza que vou ser novamente um peão sem achaques. Mas eu é que as sofro! 

E hoje, pela primeira vez, arranjei forças para abrir o computador... Graças a Deus!

Não desejo a ninguém esta sensação de incapacidade. As canadianas roubam-me as duas mãos! Então trabalho com quê? Quem me traz o copo, o livro, o caderno? Pior: quem me ajuda a lavar-me, a calçar meias e sapatos, quem me prepara refeições, quem me transporta? Isto é demais! A minha "escrava Isaura" é uma santa... E ainda por cima se ri e nunca diz "não" a um pedido. Grande mulher, já o disse muitas vezes, o que não tira de mim a sensação de que estou dependente...

Daqui a um mês, estará  tudo melhor! Eu confio!

António Henriques 

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