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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Alterações climáticas

24.08.21 | asal
Meu caro Henriques
Com as mãos e a testa a escorrer em suor...A CALINA É DEMASIADA... aí te envio umas letrinhas suadas, sobre o maior problema do futuro da nossa Humanidade, condenada ao suicídio. Se não mudarmos de rumo, a Mãe terra dolorosa vai vingar-se e devorar muitos dos seus próprios filhos. A Natureza não perdoa. Só Deus Misericordioso o sabe fazer.
Um abraço para o nosso timoneiro do ANIMUS e para todos os que comungam connosco da mesma Alegria de estar juntos. Abraços quentes.
Florentino Beirão

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O planeta a sufocar

Enquanto o Japão se tornava o palco do mundo com os seus Jogos Olímpicos (2020) a preencherem a atenção dos meios de comunicação, os fogos devastadores proliferaram por vários pontos do planeta, acompanhados de cheias diluvianas. Estes problemas do planeta iam ficando para segundo lugar na agenda noticiosa. A prioridade ia sendo dada aos atletas vencedores, medalhados pelos seus heroicos feitos atléticos. A partir de agora, o seu sonho já se vira para Paris, cidade onde irão decorrer os próximos jogos olímpicos em 2023.

Com o mesmo entusiasmo, gostaríamos de ver agora os países a zelarem pelo nosso planeta, devastado e sufocado, com o mesmo grau de preocupação com que os países se desvelaram pelas vitórias dos seus ídolos que se guiam pelo lema olímpico: “mais rápido, mais alto, mais forte – juntos”. O mesmo sonho e utopia deveria ser aplicado igualmente às questões ambientais, hoje o problema mais urgente da Humanidade.

Os maléficos sinais que nos alertam para uma realidade, a degradar-se todos os dias, já se encontram à vista de todos aqueles que se preocupam com este fenómeno, o qual nos últimos meses tem atingido muitos países. As televisões têm-nos oferecido dantescas imagens que nos deviam advertir. Recordemos apenas algumas que mais nos chocaram.

Iniciemos pela América do Norte onde os fogos, devido às altas temperaturas, têm devastado florestas na Califórnia onde proliferaram 107 grandes incêndios, devastando 187 mil hectares em quatro condados. As ondas de calor e uma prolongada seca, ligadas às alterações climáticas, tornaram os fogos mais difíceis de controlar.

Se dermos um salto até à Rússia, na zona da Sibéria até ao início do mês passado, já tinham ardido 4,2 milhões de hectares, com a agravante do calor ali produzido estar a interferir no solo congelado. Daqui poderá resultar o lançamento para a atmosfera de grandes quantidades de metano, um gás com efeito de estufa.

Dando outro pulo até à Grécia, que nas últimas semanas se debate, ingloriamente e sem grandes meios, com 500 fogos florestais nas redondezas de Atenas e na ilha de Ibeia, tem havido imensas dificuldades em controlar tantos incêndios. Com a pior vaga de calor em três décadas, o ambiente propício aos fogos acabou por consumiu 65 mil hectares de floresta.

O mesmo fenómeno destruidor, provocado pela mesma causa, não tem poupado países situados junto ao mar Mediterrâneo, nomeadamente Turquia, Argélia, Itália, Macedónia do Norte e as ilhas da Sicília e Sardenha. Nestes fogos há a lamentar alguns mortos que não resistiram ao calor dos escaldantes fogos.

Juntemos a todas estas calamidades as numerosas cheias descontroladas que devastaram sobretudo algumas cidades do centro da Europa, onde os seus meios se tornaram incapazes de deter as avalanches de água e lodo que lavraram algumas avenidas.

Relativamente a estes fenómenos, cada vez mais comuns e mais explosivos, a ONU, através dos seus estudos climatéricos, já há muito que vem alertando os países para a inevitabilidade destas anomalias da natureza, como consequência das alterações climáticas, há muito diagnosticadas. A última mensagem divulgada este mês pelo painel científico da ONU em Genebra, após o mais recente diagnóstico global por ele realizado, referia que o “aquecimento global é inequivocamente culpa dos cidadãos de todo o mundo”. As atividades humanas são as grandes responsáveis pela subida do termómetro, seja na atmosfera, nos mares ou nas superfícies terrestres. As atividades industriais que libertam gases com efeito de estufa não param de aumentar, referem os mesmos cientistas. Se não forem diminuídas emissões de carbono, rematam, a tendência será para piorar ainda mais o estado já tão degradado do nosso planeta.

A estes alertas se tem juntado o Papa Francisco, sobretudo com a publicação da sua magnífica e atualíssima encíclica Laudato Si (2015) onde, logo no início, lançou um veemente desafio à Humanidade para que saiba zelar “ pela nossa irmã, a mãe terra que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”. E logo a seguir refere ainda que esta irmã terra clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e abuso dos bens que Deus nela colocou”. Na mesma linha nos alertou António Guterres, Secretário-Geral da ONU que nos avisou que “as emissões de gases com efeito de estufa estão a sufocar o nosso planeta”.

florentinobeirão@hotmail.com

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