Alerta
Os perigos da Net
Certo dia, ao entregar um trabalho a uma aluna de nariz empinado e arisca, filha de um novo rico, olhou para o trabalho e as correcções que eu havia efectuado e perguntou:
— Quem é o senhor para corrigir o que está na Net?
Lembrei-lhe que já lhes havia explicado que um trabalho de filosofia não era uma cópia e que a questão das fontes era importante. Estas tinham de ser credíveis e que as boas fontes são um suporte importante para as teses que se defendem. Tinham de ter em conta que havia fontes manhosas, desacreditadas e referência a estudos que nunca haviam sido feitos, por autoridades que não existiam e publicados em revistas que também não existiam. Mas não estive para me alongar em alertas já anteriormente dados e perguntei-lhe:
— Quem pode escrever na Net?
— Qualquer um, respondeu.
Esta tarde vou escrever sobre ti. Direi tudo o que me vier à cabeça sobre ti, a tua vida e a tua família e amigos. Publico-o. Alguém mais tarde lerá o texto. Tudo o que lá esta escrito é verdade. Ela calou-se. Muitos alunos cochicharam. E eu, nada mais acrescentei.
Mário Pissarra