A CASA
COMO PREPARAR O GRANDE ENCONTRO EM MAIO DE 2020 EM ALCAINS
Na Reunião Geral da nossa Associação, na Sertã, decidimos voltar a Alcains para o nosso ENCONTRO, com a razão acrescida de comemorar um aniversário especial da vida do Seminário de 1929-2019, noventa anos precisamente. Ou seja, das suas “Bodas de Álamo”, expressão vulgarmente utilizada para designar o tempo de existência de uma pessoa ou instituição. E de álamo, porquê? Procurei nos Dicionários, e nada! O DR Google, para explicar a origem da expressão, refere-se ao facto de a madeira desta árvore ser muito resistente! J. Pedro Machado identifica “álamo” com o choupo branco, (populus alba).
Bom, temos já aqui um princípio de semântico entendimento: uma formidável resiliência contra a erosão do tempo dá a qualquer pessoa ou instituição o aspeto venerando de um ramalhete de barbas floridas e alvinitentes. Assim, a robustez branca e elegante do nosso Seminário, perfilando-se no horizonte, em cima do “Cabeço do Joaninho”, domina, com justa altivez, o casario e campos adjacentes, que, enrolando-se na ondulação dos cabeços, chegam a beijar os pés da Gardunha, aquífera e fecunda serra do nosso distrito.
Feito o “intróito”, vamos ao essencial! Foi decidido, então, publicarmos um livro sobre a história do Seminário, desta feita de uma forma muito especial: com os testemunhos dos antigos alunos, pequenos relatos, em 1ª, 2ª ou 3ª pessoas, monólogo ou diálogo, à escolha de cada um. Qual de nós não tem um facto, uma aventura, uma peripécia, aninhadas no nicho da memória, e que não queira resgatar e partilhar através de um escrito? Basta um pouco de boa vontade, pois qualidades literárias não são para aqui chamadas!
O nosso Florentino assumiria a coordenação da obra, que terá o tamanho do número de colaboradores, oferecendo-se também o António Henriques e o Joaquim Mendeiros para receberem os textos, dando-lhes o devido encaminhamento.
Ora, parece-me chegado o momento de começar a dar corpo a este nobre e generoso projeto. Seria até uma forma de oferecermos esta rica prenda ao nosso querido Seminário na festa de homenagem dos seus ricos e fecundos noventa anos, sendo que uma pequena fração foi recortada das nossas juvenis e loucas vidas, durante os 3 ou 4 anos ali passados.
Para um devido enquadramento dessas micro-narrativas, proponho-me aqui recorrer ao que já foi escrito sobre a história do Seminário de Alcains, recorrendo ao Mons. Félix, o erudito e sábio escritor, que, interessado por esta temática, deu à estampa duas obras fundamentais: Os Nossos Seminários, Famalicão, 1970, 528pp; O Seminário de S. José em Alcains, nas ”Bodas de Ouro” da sua fundação, Alcains, 1979, 239 pp. O Senhor Dr. Félix, que tinha a consciência de ter deixado a sua obra ferida de algumas lacunas, mau grado a cópia exaustiva de pormenores, desejou que outros cronistas a completassem. Pois bem! Deve-se a Florentino Vicente Beirão a atualização de novos dados, em boa hora introduzidos nas suas obras: Restauração da Diocese de Castelo Branco, Castelo Branco, Tip. Semedo, 2006, 211 pp, e o mais recente Canteiros e Pedreiros de Alcains, Castelo Branco. RVJ, Editores,2019, pp189. E já, no 2º volume da sua História de Alcains, dedica ao Seminário algumas páginas muito elucidativas. Nesta ordem de ideias, é justo mencionar o livro de Memórias de José Alves Jana, O meu Seminário, (1963-1974) Abrantes, 2019, 159pp.
( Continua)
Com votos de um Santo Natal, João Lopes