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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Análise de livro

30.06.22 | asal

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Acabo de ler o livro do meu amigo João Pires Antunes, intitulado “Tradição e Paisagem – Penha Garcia”, edição de autor de outubro de 2021.

Conheço razoavelmente o João por leitura de textos anteriores e, por isso, sabia à partida o estilo de escrita, a visão geral sobre o mundo e mesmo o seu envolvimento pessoal nas boas causas. E depois desta leitura, que vou dizer?

Fiquei agradavelmente surpreendido com os seus largos conhecimentos sobre a tradição e ainda mais sobre a paisagem de Penha Garcia. Ao reconstituir os modos de vida no seu tempo de criança, as vivências familiares que ele descreve como “narrador participante” (assim se dizia há uns anos atrás!), numa linguagem original, usando termos regionalistas, ele não fala de cor… Os trabalhos agrícolas, a ocupação do tempo de uma família, que vive da terra e dela extrai o sustento numa luta sem fim, são memórias vivas do autor. Como tu sabes tanto de lavoura! Falas das estações do ano e relacionas cada uma delas com os variados ciclos agrícolas – sementeiras, mondas, apanha da azeitona, o forno… Eu transportei-me para a minha meninice… E imaginei-me na tua casa simples, com o asado na cantareira e o copo de latão emborcado para se beber água! Ou a família à volta da mesa com a colher na mão a tirar o alimento do barranhão. Também na minha casa não havia pratos em 1945…

Depois, o João enche de vida o ambiente, trazendo para o dia a dia os animais domésticos, a Navarra, a égua Safira ou a gata Xica, para já não falar dos que enriquecem a alimentação – galinhas, coelhos, aves… E fala dos cheiros!

Impressionou-me a quantidade de nomes de ervas que foste buscar para dar sabor, ou o sem-número de animais que povoam aqueles campos, ou ainda a imensidão de aves que enchem os ares e que tu sabes escutar, num sentir irmanado com a natureza, cujo silêncio te enche de emoção poética – “retiros de prazeres puros” (p. 107).

Sobre a paisagem, se o autor privilegia a sua Manga do Gabão – “o meu berço” (108), ele sabe olhar para o longe e apreciar cada recanto. Se se delicia com os “campos policromáticos” (36), ele tem razões: «A paisagem…parecia outra, pois a policromia matizada do matagal em flor, onde sobressaíam as papoilas brancas das estevas, a urze rosada e rasteira, a giesta com os seus cachos de flor amarela e ainda o tojo florido e agressivo, contribuíam para esta paisagem distinta» (80/81).

E se o enlevo é muito – “é um deleite para os nossos olhos e um lavar da alma” (100), lá onde “a vida rebenta por todos os sítios” (36) -, também se entristece ao ver o “arvoredo que cresce desgovernado” (108), “terras que mais parecem selvagens, entregues a si próprias” (94). Faltam as famílias de outros tempos, que arroteiem e domestiquem os campos. Por isso, até os javalis «já perderam a vergonha» (92) (rica personificação!). Num grito de alma, clama: «aguardamos serenamente por mentes iluminadas que encontrem soluções que minimizem este drama. Porque a desertificação avança»… (115) E parece que nem o grande amendoal a plantar nos concelhos de Fundão e Idanha-a-Nova o deixam repousado (124), mas ele sabe que acabou o trabalho braçal e só as máquinas podem amanhar aquelas terras para novas culturas. Oxalá!

Só mais duas considerações:

1 – Noto às vezes que o texto se apresenta um pouco a saber a linguagem oral e com discordâncias entre elementos ou algumas vírgulas em lugares que eu acho errados. Talvez seja exigente!  

Ex.: -“Grande variedade são utilizadas em chás e tisanas”(52); - “as noites escureciam como breu que arrepiavam os mais afoitos” (18) seria melhor dizer: “as noites escureciam como breu e arrepiavam os mais afoitos” ou “as noites escureciam como breu que arrepiava os mais afoitos”; - “Penha Garcia … sabe bem receber as visitas” devia ser “Penha Garcia … sabe receber bem as visitas”.

2 – Os regionalismos são ricos em palavras com sentidos muito próprios, que escapam ao comum dos leitores. Deixo uma lista do livro para os leitores se entreterem: malhadas (9), cinchos (13), relheiros (15), furda (15), surripanços (17), barranhão (18), gorroal (85), brama (93), acarrar (117).

Parabéns, João! Escreve, que te dá vida… E nós aprendemos e deleitamo-nos!

António Henriques

Dinheiro entregue

30.06.22 | asal

Ora aqui está mais um assunto totalmente arrumado. Podemos ir de férias, mas antes estamos a confirmar como andam os nossos CTT, que demoraram 9 dias para entregar esta carta do António Patrocínio. Abraço, amigo! Podes dormir descansado... AH

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Amigo Patrocínio, é muito provável que ainda vá à Consolação, mas estamos dependentes das férias dos filhos, que para nós têm prioridade, já que férias temos nós todo o ano! E com eles ainda há dúvidas... António

Aniversários

30.06.22 | asal

São dois os aniversariantes de hoje:

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Primeiro é o Rui Lourenço, da Sertã, a celebrar mais um aniversário. É da sua página do Facebook que retiro informação, pois ainda nada constava nas nossas listas... Nascido em 1978, é um jovem Técnico superior de Desporto na Câmara da Sertã, onde vive. 

Caro amigo, PARABÉNS deste grupo dos antigos alunos dos seminários de Portalegre e Castelo Branco, e votos de longa vida com saúde, sucesso e felicidade.

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Vem depois o caro amigo Alexandre Ramos Rodrigues Pires. Natural de Penha Garcia, vive em Carnaxide a sua aposentação do ensino público e era assíduo frequentador dos nossos encontros. 

Aqui se registam os PARABÉNS DO GRUPO, com votos de uma vida longa e feliz. E aqui está ele todo sorridente, com a esposa.

 

Aniversários

29.06.22 | asal

Mais dois aniversariantes!

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- É o Nuno Santos Silva, de Cardigos, com quem tivemos o prazer de conviver no Encontro da Sertã. Nasceu em 1956  e é do mesmo ano do Carlos Tavares...  Trabalha como professor numa das escolas de Santarém, onde se esforça por alargar os gostos dos gaiatos, atirando-lhes remos para as mãos e não só!

Caro amigo, com muita alegria te abraçamos, te damos PARABÉNS e te desejamos uma vida cheia de saúde e felicidade. 

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- Também hoje faz anos o Pedro Machado, de quem temos poucas informações. É de Alcaravela, ainda andou em Portalegre, formou-se em Engenharia Civil e o resto não sabemos. Com o tempo, vamo-nos conhecendo melhor. 

PARABÉNS, amigo, e votos de muita felicidade.

Falecimento

28.06.22 | asal
IN MEMORIAM

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AGOSTINHO JANELA BARBEIRO
O funeral será amanhã pelas 10 horas, no Castelo.
Um abraço solidário a toda a familia.
Sabia - me tão bem, no final das Missas de Domingo, dar-te um abraço. Acho que agora já sabes a estima que todos tinhamos por ti.
Fazias parte daquele lote dos mais velhos de nós, à sombra dos quais procurávamos algum conforto.
Afortunadamente, reencontramo-nos e os Domingos tinham esse sabor de te saber ali.
Já nem sei como foi a ultima vez que te procurei pela abalada saúde.
Mais um que parte. Em que parte estás, não nos dirás?
Seguramente a tomar Parte, nunca aparte.
Até um destes dias, Agostinho.
António Colaço
 
NOTA: Foto do Agostinho com o António Colaço nos tempos de Natal. 

GAVIÃO - AQUI HOUVE SEMINÁRIO

27.06.22 | asal
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Ou, de como em Maio de dois mil e vinte e três, VAMOS TER QUE ESTAR TODOS EM GAVIÃO, OUTRA VEZ!
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Estando em preparação a edição de um livro para o próximo Maio, que assentará, em grande medida, para além da sua história, nos TESTEMUNHOS DE TODOS NÓS, os protagonistas, ainda vivos, das DIVERSAS GERAÇÕES, que ao longo dos anos ali deram os primeiros passos, aqui fica esta breve e condicionada visita ao estado da obra.
Possa servir para inspirar, quer os mais renitentes, quer os mais militantes que entendem que, entre o passado vivido e o futuro ainda não acontecido, sobra todo o tempo para celebrarnos o presente que nos é ainda oferecido.
Tens a palavra, editor reconhecido, Joaquim Mendeiros Pedro!
Ah, claro que a Câmara Municipal do meu Gavião natal, está convocada para, pela mão do meu querido amigo José Pio, seu dinâmico presidente, não faltar no apoio à rapaziada que durante anos ajudou (e ajuda!) a levar bem longe o nome de Gavião!
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Até lá, fiquem com os últimos dias do "nosso" Gavião, CLICANDO NO LINK. Uma viagem ofegante! Talvez a última viagem que antigos alunos fizeram às ruinas do velh Seminário Menor.
GAVIAO 2011.A FALA DAS RUÍNAS.

António Colaço

Aniversário

27.06.22 | asal

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Nascido em 27-06-68, faz anos o P. José António da Cruz Afonso, que em 2013 foi nomeado Pároco de Álvaro, Madeirã, Pedrógão Pequeno, Sobral e Carvalhal, Arciprestado da Sertã. Com a chegada do malvado Covid-19, o nosso amigo tornou-se presente diariamente nas nossas casas com as celebrações pela Internet a partir das suas paróquias. Uma nova forma de evangelizar...

Aqui deixamos os PARABÉNS do grupo a este amigo, desejando-lhe muito sucesso no seu trabalho, muita saúde e alegria no serviço.

Aniversário

26.06.22 | asal

Mais um aniversariante bem conhecido!

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É o teu dia, José Ventura Fernandes Domingos!  Com 73 anitos, tens muita vida para viver.

Assim, damos-te os PARABÉNS por mais uma primavera e alegramo-nos com a tua alegria e por seres um de nós, não te cansando de estares a enriquecer o grupo com o teu trabalho, ora fotografando as nossas caras, ora convivendo com a malta nas mesas de repasto que se armam à nossa frente, ora ainda dedilhando as teclas do órgão quando é necessário.

Aqui estás tu nesta foto com amigos e família, quando há quinze dias atrás visitávamos a Torre de vigia na Serra das Talhadas.  Sim, que tu gostas muito da nossa terra!

Comunicado da Comissão

25.06.22 | asal

Caro António,

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Aproxima-se mais um aniversário do Blogue "Animus Semper", o que quer dizer, por estranho que pareça, que não vai ser um dia feliz, pois não lhe vamos poder desejar muitos e bons anos de vida...
Bem me lembro do dia em que decidimos avançar com a ideia de um blogue e de uma página do Facebook e de como decidiste abraçar esta aventura, cheio de boa vontade, a bem da Associação e de todo o grupo dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre-Castelo Branco.. .e como valeu a pena!
É a vida, dizes tu! E digo eu que a Associação é o que é, e não o que cada um de nós gostaria que ela fosse! E, assim, pacientemente, vamos continuar, com a tua ajuda que, estou certo, nunca nos faltará.
Bem precisaremos dela, agora que decidimos avançar para a edição de um livro sobre o Seminário de Gavião, com Testemunhos, à semelhança do anterior sobre o Seminário de Alcains. Mas, enfim, é a vida, pois!
Enquanto o aniversário não chega, e o Blogue continua ativo, envio-te um Comunicado da Comissão, com pedido de publicação, ao teu cuidado.
Um grande abraço e saudações associativas.
Joaquim Mendeiros
 

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS DA DIOCESE DE

PORTALEGRE - CASTELO BRANCO

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COMUNICADO

ENCONTRO DE GAVIÃO - MAIO DE 2023

LIVRO SOBRE O SEMINÁRIO DE GAVIÃO COM TESTEMUNHOS - CONVITE

 

Caros Amigos,

A Comissão anunciou em Castelo Branco, no passado dia 28 de maio, que irá promover o Encontro anual na diocese, no próximo ano de 2023, no Gavião, e que iremos editar um livro sobre o Seminário de Gavião, com Testemunhos dos antigos alunos, à semelhança do que fizemos com o Seminário de Alcains.

Será mais uma oportunidade para rememorar um pouco a vivência dos tempos que ali passámos, e perpetuar, por escrito, alguns dos episódios que ainda recordamos, culminando o ciclo editorial que iniciámos em 2016 com os livrinhos de homenagem aos nossos professores.

O êxito do livro “Seminário de Alcains – História e Memórias” com os Testemunhos de 27 antigos alunos e o patrocínio financeiro de 84 doadores, também antigos alunos, criou-nos a convicção de que será igualmente possível repetir a experiência com o Seminário do Gavião, em 2023, por ocasião da inauguração do Museu que a Câmara Municipal de Gavião vai instalar no edifício, cujas obras de reconstrução já estão a decorrer, prevendo-se que estejam ultimadas por alturas do nosso Encontro. A ideia será conjugar as datas – da inauguração do Museu, do nosso Encontro e do lançamento do livro – de modo a que tudo se possa conciliar, fazendo, naturalmente, os ajustamentos que forem necessários. Como é evidente, importará que o livro seja editado com a devida antecedência.

Vamos tentar arranjar um patrocinador financeiro para o projeto, na totalidade ou em parte, e, caso não seja possível, recorreremos, de novo, à boa vontade dos antigos alunos para a angariação dos fundos necessários para o efeito. A seu tempo, daremos notícias sobre este assunto.

Quanto aos Testemunhos, deixamos aqui o CONVITE a todos os antigos alunos e professores do Seminário que nos enviem os textos que entendam escrever, o mais urgentemente possível, para que os possamos tratar e identificar os seus autores com a respetiva foto. Pedimos também que nos façam chegar fotos do tempo do Seminário do Gavião para serem incluídas no final do livro.

O Florentino encarregar-se-á da parte histórica, da coordenação dos trabalhos e da edição do livro juntamente com o João Oliveira Lopes, pelo que os textos e as fotos devem ser enviados para o seu e-mail (florentinobeirao@hotmail.com)

Contamos convosco, mais uma vez, como sempre.

Saudações Associativas.

Pela Comissão

Joaquim Mendeiros

Palavra do Sr. Bispo

24.06.22 | asal
QUARENTÕES CINQUENTÕES SESSENTÕES etc. e tal

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Pessoas há que nos fazem esbarrar com perspetivas diferentes de ler e olhar a realidade envolvente. Sabem abrir janelas para sacudir tapetes e oferecer a oportunidade para varrer o pó de debaixo deles, o pó que, voluntária ou distraidamente, aí se vai acumulando. Mas não só: também sacodem e provocam quem, julgando-se imune das maleitas sociais e eclesiais, se têm como impermeáveis, mui limpos e asseados no cumprimento ‘exemplar’ do seu dever, ‘como sempre o fizeram’. Mas será esse o caminho certo?
Armando Matteo, italiano de Catanzaro, presenteou-nos com mais um livro a que deu o título “Converter Peter Pan – o destino da fé na sociedade da eterna juventude”. Está traduzido e editado pela Paulinas Editora. Saco daí, mesmo de forma avulsa, algumas ideias para provocar à leitura completa deste livro, no qual, o Autor, na “ausência de uma relação adulta e madura da fé”, pergunta: “que espaço resta para o Evangelho na época do triunfo de Peter Pan?”. Por amor à Igreja e na linha do Papa Francisco, ele denuncia, provoca, sugere coisas que podem fazer mossa em muita gente, seduz ao debate, coloca pistas nos caminhos duma nova, necessária e corajosa ação pastoral que só a fé em Jesus Cristo, o amor à sua Igreja e a força do Espírito podem fazer discernir e despoletar.
Como sabemos, Peter Pan é um personagem criado pelo escocês James Mattheu Barrie. Trata-se de um menino que se recusa a crescer e vive na Terra do Nunca, uma terra mágica, de fantasias. Essa criança, escreve Matteo, tem hoje “alojamento confortável e alimento abundante no coração dos adultos”: vivem num mundo de fantasias, não querem crescer e dificultam que alguém o faça. Com outras fadas Sininho e outros piratas liderados por temíveis Capitães Gancho, o autor chama-nos a atenção para aqueles adultos que hoje procuram sentido no mito da eterna juventude, como se, para voar, a imaginação bastasse. Um mito “alimentado de forma descomedida pelas alavancas económicas e financeiras contemporâneas, graças, sobretudo, ao sistema publicitário e à cultura televisiva”. Com a agravante, diz ele, “de essa máquina económica-cultural estar nas mãos dos próprios adultos!”. Assim, com o único objetivo de movimentar dinheiro, se degradam e esvaziam os adultos e os jovens. O lema é preciso: “Somos livres, somos únicos, para ser e permanecer sempre jovens. Apenas jovens. Nada mais do que jovens. E estamos aqui para beber até à última gota possível esta vida que hoje tão generosamente se encontra nas nossas mãos”. Esta determinação faz com que tenhamos diante de nós “uma massa de quarentões, cinquentões e sessentões que fazem tudo para não envelhecer, chegando assim à idade da velhice sem nunca terem sido adultos, estando, aliás, demasiado ocupados a manter-se jovens, ativando desse modo as condições para liquidar os verdadeiros jovens”.
O Papa Francisco, na Exortação Cristo Vive, alerta para essa “adoração da juventude, como se tudo o que não é jovem aparecesse detestável e caduco”. Diz ele: “O corpo jovem torna-se o símbolo deste novo culto e, consequentemente, tudo o que tenha a ver com este corpo é idolatrado e desejado sem limites, enquanto o que não for jovem é olhado com desprezo. Mas é uma arma que acaba por degradar os jovens, esvaziando-os de valores reais e utilizando-os para obter benefícios individuais, económicos ou políticos”.
E pedindo aos jovens que não se deixem usar para promover esse falso culto da juventude que confunde beleza com aparência e promove uma espiritualidade sem Deus e uma afetividade sem comunidade nem compromisso, a fazer acreditar num futuro paradisíaco que nunca o será, Francisco propõe-lhes “outro caminho, feito de liberdade, entusiasmo, criatividade, horizontes novos, mas cultivando ao mesmo tempo as raízes que nutrem e sustentam” e que saibam “descobrir que há beleza no trabalhador que regressa a casa surrado e desalinhado, mas com a alegria de ter ganho o pão para os seus filhos. Há uma beleza estupenda na comunhão da família reunida ao redor da mesa e no pão partilhado com generosidade, ainda que a mesa seja muito pobre. Há beleza na esposa mal penteada e já um pouco idosa, que continua a cuidar do seu marido doente, para além das suas forças e da própria saúde. Embora já esteja distante a lua de mel, há beleza na fidelidade dos casais que se amam no outono da vida, naqueles velhinhos que caminham de mãos dadas. Há beleza, para além da aparência ou da estética imposta pela moda, em cada homem e cada mulher que vive com amor a sua vocação pessoal, no serviço desinteressado à comunidade, à pátria, no trabalho generoso a bem da felicidade da família, comprometidos no árduo trabalho, anónimo e gratuito, de restabelecer a amizade social. Descobrir, mostrar e realçar esta beleza, que lembra a de Cristo na cruz, é colocar as bases da verdadeira solidariedade social e da cultura do encontro” (cf. CV180-184).
De facto, esta acelerada mudança de época com a sua educação 4.0, tanto para as gerações da transição do mundo analógico para o digital, como para a geração Z, a formada por aqueles que nasceram dentro da era digital e são considerados nativos digitais, se é uma resposta necessária à quarta revolução industrial, também não se cansa de dinamizar e potenciar o mito da eterna juventude com produtos e serviços pressionados pelos mídia e não só. Quem não mantiver os atributos da juventude, é velho, é cota. Por isso, rejeita-se a idade que se tem para não se assumir o que já se é. Altera-se o aspeto físico, endivida-se a carteira, veste-se à jovem e cuida-se a maquilhagem mesmo que roce o ridículo. E só porque se despreza o envelhecimento natural, se quer competir ou agrupar com quem é jovem e se entende que isso traz beleza e sucesso na vida social, profissional e afetiva.
Matteo explica que este adulto 4.0, o adulto pós-moderno, ‘sem’ mais nada acima e além de si próprio, é o “adulto sem transcendência, sem verdades, sem limites, sem moral e sem política” que “experimenta uma emoção e um sentimento de liberdade e de unicidade que só o pode deixar inebriado”. Para ele, fora da juventude não há possibilidade de salvação. Além disso, se descarta totalmente a cristandade, também obriga a entender, definitivamente, que hoje em dia a fé já não é um pressuposto óbvio da vida, mas é, muitas vezes, marginalizada e até desprezada”. Isto traz desafios não só de ordem antropológica mas sobretudo de ordem profundamente religiosa cujas formas de transmissão da fé não podem ser as da época da cristandade. Tampouco as de mudar isto e aquilo para que tudo fique na mesma. Ao jeito de Cristo, com Ele e a sua mansidão, há que sair ao encontro do Peter Pan, não para que ele nos fascine e converta, mas para que possa ser esclarecido sobre quão nobre é ser adulto e quão bela é a verdadeira plenitude da vida.
E Matteo escreve: “O sinal das igrejas semivazias é-nos oferecido para confessarmos a nós mesmos a verdade: os adultos não-praticantes estão a tornar-se crentes de uma forma diferente. Estão a tornar-se crentes no Deus da juventude e correm cada vez mais o risco de ficar emalhados na grande rede de um sistema económico-financeiro que descobriu que ganha muito dinheiro com esta história do ‘antiage’, com esta promessa ilusória de serem sempre sexy, sempre jovens, sempre em forma, esplendorosos, sexualmente ativos, saudáveis e alegres, sob quaisquer condições meteorológicas. E a este sistema é completamente indiferente que esses lucros consistentes se obtenham ao preço elevadíssimo de um individualismo desenfreado que imbeciliza os adultos, deprime os jovens, descarta os idosos, enlouquece os mais pequenos”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 24-06-2022.

Calar é ser cúmplice

23.06.22 | asal
Caro Henriques, espero que ainda possas publicar este texto no Animus. Por me teres aturado tantos dias, o meu muito obrigado.
Até sempre.
F. Beirão
NOTA: Caro Florentino, foi um privilégio ter-te como colaborador habitual durante estes anos. O blogue vai fechar quando se perfizerem os seis anos, mas os textos aqui publicados ficarão à disposição de quem usar o "PESQUISAR" para acessar aos mesmos. Obrigado por me facilitares a tarefa. Abraço do António Henriques
 

Idosos descartáveis

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Ocorreu, no passado dia quinze, o Dia Mundial de consciencialização contra a pessoa idosa com o lema “calar é ser cúmplice”“. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um em cada seis idosos é vítima de algum tipo de violência. Face a esta brutal realidade, todos nos devemos interrogar a respeito deste fenómeno, muito conhecido no nosso país. Muitas vezes ficarmos calados é consentir e fechar os olhos às vítimas de agressões. Quantas vezes estas ocorrem ao nosso lado sem darmos por isso, muitas vezes por familiares dos mesmos idosos. É altura de nos interrogarmos sobre a questão premente de “Como envelhecem os portugueses (2020)”, título do livro da docente Maria João Guardado Moreira, professora do Politécnico de Castelo Branco que escreveu esta obra para a Fundação Manuel dos Santos, a qual nos vai ajudar a tratar este vasto tema, de tão grande importância. Segundo a ONU, é um assunto a não olvidar, mas deve-se encarar de frente, com medidas atempadas e eficazes que podem ajudar a evitar comportamentos desviantes, face ao cuidar dos idosos.

Segundo a professora, a probabilidade de podermos sofrer algum tipo de discriminação, por causa da idade, é uma realidade. Porque, de um modo geral, felizmente, todos vamos envelhecendo e podemos, em qualquer altura da nossa vida, virmos a sofrer alguma discriminação ou mesmo qualquer tipo de violência, física ou moral. As estatísticas são bem elucidativas. Revelam-nos que 1,2 milhões de pessoas em 2025 vão ter mais de 60 anos. E, em Portugal, segundo as mesmas, mais de 80% dos crimes contra idosos são referentes a violência doméstica. E dizem-nos ainda que a maioria é cometida pelos filhos das próprias vítimas. Podem ser abusos de vários tipos ou simplesmente fruto de negligência. Esta realidade não é uma atitude muito longínqua, mas pode bem encontrar-se à nossa porta sem que dela tenhamos conhecimento. Por vezes, somos cidadãos distraídos com o que se passa à nossa volta. Não é raro lermos nos jornais e ouvirmos nas televisões que nos hospitais acontecem casos em que há pessoas idosas que não podem ou não querem de lá sair, porque lhes falta o conforto de uma família que os receba.

Nos últimos anos, a violência contra os idosos em Portugal, revelam as estatísticas, mais do que duplicou. Estes números podem não nos revelar toda a realidade, mas são já um sintoma de que algo está mal. Mitos dos crimes ficam no segredo dos deuses.

E como percepciona a sociedade portuguesa este problema? Em 2008, 61% da população portuguesa, inquirida num inquérito europeu, referiu que a discriminação pela idade era um problema muito ou bastante sério e só cerca de 5% disseram ser um problema que não existe no nosso país. Portugal era aliás o quarto país onde a percepção da gravidade da discriminação era maior depois da França, Inglaterra e Roménia. Por outro lado, 17% dos portugueses indicavam que já tinham sentido alguma forma de discriminação por causa da idade, maltratados, insultados, vítimas de vários abusos. Mas era entre os mais velhos que mais se fazia sentir a discriminação: quase 21% das pessoas, entre os 65 e 70 anos e perto de 32% dos que tinham mais de 80 anos, já sentiram que tinham sido discriminados por causa da idade. Esta discriminação passava pelos maus tratos, insultos, abuso ou recusa de serem atendidos em determinados serviços. Uma das formas extremas de discriminação é o abuso que pode assumir contornos de violência física, psicológica/emocional, abuso sexual, violência económica, negligência e abandono.

Segundo um recente relatório da APAV, cerca de 28% das pessoas idosas vítimas de crime e de violência, sinalizadas por esta associação, tinham entre 65 e 69 anos, maioritariamente mulheres. Os agressores foram, predominantemente, do sexo masculino.

Segundo o último senso, por cada cem jovens, existem 182 idosos que representam mais de um quarto da população residente no nosso país. Não devemos deixar de ter em conta esta realidade se quisermos implementar medidas urgentes e eficazes para fazer frente a esta realidade que nos deve interrogar. Ignorar os problemas que daqui decorrem nunca poderá ser uma maneira razoável de enfrentarmos esta cruel realidade. Se a violência é sempre inaceitável, seja em qualquer idade que for praticada, nos idosos torna-se mais chocante e injusto para tantos que deram ao país uma vida inteira de trabalho. Não os devemos descartar, mas tratá-los como pessoas.

florentinobeirao@hotmail.com

O XICO da Carapalha

23.06.22 | asal

As nossas estórias e memórias: O saudoso Francisco Cristóvão, o XICO da Carapalha!

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Quem o conheceu ficou seguramente com um vazio que não mais poderá preencher.

O XICO era único. Uma personalidade impagável. Todos os nossos amigos, e quem o conheceu e lidou com ele, lhe reconheciam as suas qualidades humanas e intelectuais que atraíam no sentido de uma convivência alegre e saudável, em que sempre sobressaía a sua boa disposição.

Com ele não havia zangas, mesmo quando acontecia qualquer situação que daria motivo a isso, fazia aquela cara de sério, mas logo a seguir escangalhava-se a rir. E, de imediato, saía-lhe uma máxima, ao jeito de conselho.

Foram mais de quatro anos de convivência em Portalegre para onde fomos em Outubro de 1955, ano da inauguração do Seminário Maior. Ele no 2.º Ano de Teologia (10.º) e eu no 2º. de Filosofia (7.º).

Bastaram os quinze dias de Outubro de 1955 em que nos juntámos em Alcains, do 7.º ao 12.º ano, aguardando pelas as condições mínimas de habitabilidade do novo edifício em Portalegre, para se perder o acanhamento e criarmos uma relação mais fortalecida e de cumplicidade, tendo em conta que não havia aulas e utilizávamos o tempo em diversas actividades.

 Já conhecia o XICO, sim, mas em Alcains a distância entre nós era grande. Ele estava no 6.º ano (filósofo!) e eu tinha entrado lá no 3.º Naquelas idades, os caloiros sentiam uma grande diferença.

Na nova casa de Portalegre, filósofos e teólogos, consolidaram um ambiente extraordinário, completamente diferente, proveniente de uma maior liberdade de movimentos, mas responsável, já usufruída pelos que passaram por Marvão.

Embora o novo seminário se localizasse na periferia, era constante ouvir-se o apelo no sentido de se fazer uma aproximação entre o seminário e a cidade. E muitas foram as iniciativas culturais, religiosas e desportivas que contribuíram para esse objectivo. Logo de início, muita gente, grupos e instituições colaboraram na preparação da festa da inauguração.

Como tínhamos um salão de festas novo, várias sessões, peças de teatro e actuações de grupos corais ali tiveram lugar, além dos acontecimentos desportivos também realizados.

O que parecia um isolamento, depressa se tornou num hábito de convivência alargada, o que nos estimulou para mais e mais actividades no plano interno, a fim de tornar o dia a dia mais alegre e divertido para além dos estudos. Havia sempre pretexto para comemorar ou festejar qualquer coisa.

Ora, foi aqui que o nosso querido XICO sobressaiu de uma maneira particular através do seu espírito criativo e dinâmico, empenhando-se e estimulando realizações que muito marcaram aqueles saudáveis anos passados em Portalegre. Nada se fazia sem ele. Era essencial. Estava em todas.

Criou os célebres “Decretos da Academia” que anunciavam e mobilizavam o “pessoal da casa” para as ocorrências próximas, seja a chegada do inverno, rigoroso em Portalegre, que merecia um julgamento, seja a “queima das faixas”, um “doutoramento”, a “ceia de finalistas”, um concerto do “Rytm´boys” (grupo de música ligeira - parodiado - ao estilo do que se via no país) ou da “orquestra Vint’óit’ma” que o XICO dirigia. Todos eles escritos em latim macarrónico, latinório ou latim aportuguesado.

Foram momentos únicos, vividos por uma comunidade participativa, alegre e saudável, que exteriorizava tudo aquilo que lhe vinha à alma.

A amizade com o XICO continuou cimentada para todos os anos posteriores em que nos encontrámos vezes sem conta, cujos cumprimentos eram sempre especiais.

As peripécias da vida, que ele tão bem parodiava com ênfase, encanto e boa disposição, predispunham-nos a todos para um alegre convívio. Não mais esquecerei o “Xico soldado de infantaria”, que “andou nos carros de combate, mas nunca guiou nenhum”, que “fugia sempre à frente do inimigo” ou que “estava sempre ao lado do povo, dos soldados e marinheiros pobres”, tais eram as suas brincadeiras. E era assim o espírito humorístico do nosso XICO.

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Encontrei nas recordações desse tempo uns tantos papéis, que junto, e que serviram naquela altura para anunciar/decretar as acções a levar a cabo, todos eles da inspiração do nosso querido XICO Cristóvão, dois deles por si escritos.

Como diz a canção popular: “ …… o tempo passa e não volta mais, mas há quem diga que a vida foi sempre assim ….”.

A minha homenagem e admiração por este grande amigo.

Lisboa, 21 de Junho de 2022

Manuel C. Pires Antunes

António, pedias-me uma foto minha. Ela aqui vai com a minha companheira de há mais de cinquenta e cinco anos. A vida é a mesma.

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Aniversário

23.06.22 | asal

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Celebra hoje o seu aniversário o Manuel Roque Lourenço, nascido em 23-06-1950 e a viver hoje em Lisboa. Está reformado das tarefas bancárias e dedica o tempo à família.

PARABÉNS e que seja muito feliz. Nunca mais nos encontramos, caramba!

A LUZ em poema

22.06.22 | asal

Meu Caro, António Henriques

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Tenho por opinião de que tudo na vida tem coisas positivas e negativas, mas nada é totalmente negativo, como nada é totalmente positivo. Como exemplo, poder-se-ia dizer que a morte é totalmente negativa, mas não é porque quando o sofrimento é insuportável, a morte leva a alegria com quem parte.
 Vem isto a propósito para te dizer que com o isolamento da pandemia (negativo) houve tempo para ler e reler livros que foram ficando para trás (positivo).
É, então, na leitura, que encontro o mote para, bem ou mal, ir alinhavando as minhas poesias.
Hoje, aqui te mando esta, como que um hino meu à LUZ, e tenho alguns esboços para a próxima que terá como título "FAMÍLIA".
Um abraço para ti e para todos os nossos amigos que tiverem a pachorra de perder um pouco do seu precioso tempo.
 
                    L  U  Z
 
Deus disse: faça-se a LUZ
E a LUZ era boa, 
E separou a LUZ das trevas
Sem quaisquer reservas.
Deus de Deus, LUZ da LUZ
Diz o Credo da Igreja de Jesus.
Crianças, pequenos seres de vida,
São poderes da LUZ em corrida.
Na LUZ não lhe tocamos
Nas suas vazias claridades
Repousa tudo o que vemos e tocamos.
Quando a LUZ se extingue atrás da montanha
Abate-se nos vales a cinza da tristeza, 
Sombras suaves com subtileza.
Lisboa tem muita LUZ,
Não é aí que ela mora
Vai-se com as águas do Tejo por aí fora.
As Artes, como a Música, são LUZ
A LUZ do sol que está sobre nós
É amor que nos aquece
Grande dádiva que não esquece.
Escreveu Stephen Zweig:
A esperança, este pequeno ponto de LUZ,
Brilha sobre os homens oprimidos, 
Sejam lembrados ou esquecidos.
 A LUZ é lúdica e ingénua
Quando as crianças brincam com focos de LUZ
No Universo um buraco sem LUZ não pode esperar
Engole tudo sem parar.
A LUZ das cidades não deixa ver as estrelas
Ficamos tristes por não vermos coisas tão belas.
A LUZ convida-nos a dar nomes a tudo o que se vê,
E a soma de todos os nomes é a canção da LUZ.
As estrelas de brilho intenso levam vida frenética
Como que saídas da caixa de Pandora, hermética.
Com sombras traçamos o Mundo
Ouvimos palpitar a LUZ do outro lado,
Do lado moribundo.
As estrelas morrem porque a sua LUZ ficou aprisionada no tempo,
Provoca, assim, um contratempo.
A penumbra da noite é partícula de LUZ
Que a LUZ deixa passar
Sempre, sempre, sem acabar.
A imagem de Cristo crucificado contém a LUZ
Que nos faz contemplar, 
Tristes, sem parar,
As trevas de Caravagio
São um jogo cénico de LUZ
Sem usura nem plágio.
Parafraseando Rubens,
Mil LUZES se acendem no céu com ou sem nuvens.
Na pintura de Greco
A LUZ torna-se como que uma metáfora de Deus
Dando ao homem uma presença imaterial
Sem perda de LUZ original.
A LUZ, tal como a cor,
São elementos essenciais do pintor.
A Luz do sol elimina a tristeza,
O stress e a morbideza.
Paradoxalmente, uma LUZ apaga
O que uma outra LUZ dá a ver,
Não dá para contradizer.
Fechamos os olhos, vemos na LUZ o sorriso
Das nossas Mães, tão terno, tão alegre, tão preciso.
Sonha-se com uma faixa de LUZ vazia
Perguntamos onde está e ninguém sabia.
LUZ nascente de noite escura
Mostra suaves arvoredos e bruma,
de vento e de espuma,
Um túnel sem LUZ ao fundo é desespero completo
Deixa-nos prisioneiro
O túnel torna-se carniceiro.
Diz o poema de Jorge de Sena:
Uma pequenina LUZ
Bruxelante e muda
Como a exactidão
Como a firmeza
Como a justiça
Apenas como elas
Mas brilha. Não na distância. Aqui
No meio de nós,
Brilha.
A Luz tira a neblina das nossas vidas
E ...
o fim do tempo é o fim da LUZ.
 
Zé Maria Lopes

Aniversário

22.06.22 | asal

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Mais um jovem a fazer anos hoje... Trata-se do Bruno Cordeiro, de 41 anos, casado, a viver em Coimbra e a trabalhar e estudar arduamente no Doutoramento em Gestão de Empresas, ele que trabalha no Instituto Miguel Torga. 

Nascido em 22 de Junho de 1981, aqui lhe deixamos os PARABÉNS do grupo e desejamos muito sucesso na realização dos seus propósitos, o que inclui boa saúde, muita alegria e amizade.

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