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Cumprindo a tradição, lá fomos a Carnide almoçar na Parreirinha. Como somos amigos, tratou-se de um almoço normal, com os rituais conhecidos, partilhando as doses e as bebidas.
Hoje alguns já experimentaram as sardinhas, que, por sinal, estavam bem saborosas. Adivinha-se um verão rico de apetitosas sardinhas assadas.
Éramos sete e a foto do costume aí está. Os preços é que estão a subir na fatura e nos bolsos.
Bom fim de semana a todos. AH
NOTA: Vou já acrescentar o nome do António Patrocínio à lista de inscrições para o Encontro de Castelo Branco. Ele acabou de me telefonar.
E também o P. Eusébio Firmino da Silva se inscreveu hoje. Isto vai!... AH
Para o João Delgado, que nasceu em 13 de Maio de 1972, vão hoje os nossos pensamentos e nossas felicitações. Trabalhou no Agrupamento de Escolas da Sertã e deduzo dos dados do seu Facebook que hoje se dedica especialmente à fotografia. Em Fátima não estará hoje, mas festa deve haver em casa...
De qualquer modo, aqui te damos os nossos sinceros PARABÉNS, com votos de longa vida cheia de saúde e felicidade. Vem connosco a Castelo Branco!
Hoje, dia 12, inscreveu-se para o Encontro do dia 28 de Maio, o José Alves Jana, passando a 53 o número de participantes.
Continuo com a esperança de ter muitos mais colegas no Encontro. E os nomes de uns podem arrastar outros. Vamos dar vida aos nossos dias, amigos!
Abílio Cruz Martins (2)
Alexandre Nunes (2)
(D.) Antonino Dias (1)
António Colaço (1)
António Henriques (2)
António Lopes Luís (2)
António Manuel Alves Martins (1)
António Martins da Silva (2)
António Patrocínio (1)
António Rodrigues Lopes (2)
Armindo Luís (2)
Augusto Rei (2)
Carlos Diogo (2)
Carlos Filipe Marques (1)
Carlos Tavares (1)
Eusébio Firmino da Silva P. (1)
Florentino Beirão (1)
Francisco Simão (2)
Ilídio Mendonça P. (1)
João Mendonça (1)
João Oliveira Lopes (2)
Joaquim Mendeiros (2)
José Alberto dos Santos Martins (1)
José Alves Jana (1)
José Caldeira (1)
José Figueira (1)
José de Jesus André (2)
José Maria Lopes (1)
José Maria Martins (1)
José Maria Santos Esteves (1)
José Ribeiro Andrade (2)
José Ventura (1)
Manuel Bugalho (2)
Manuel Domingues (1)
(Pe) Manuel Lopes Mendonça (1)
Manuel Pereira (1)
Mário Pissarra (1)
Saúl Nunes Valente (1)
Vitorino Barata Reis (1)
Fotos de 2016P. Eusébio Firmino da Silva, é hoje o teu dia de anos. Assim, meu caro amigo de coração, nascido em 1942 na Aldeia de S. Francisco de Assis, de onde um dia fugimos para não sermos aprisionados por um grande nevão, colega de profissão como professores no Colégio de S. António em Portalegre, aqui estou eu a dar-te os PARABÉNS de aniversário em nome do grupo e a desejar-te muita saúde para continuares a servir a Igreja com devoção e realização pessoal.
Com mais de 30 anos de sacerdócio numa diocese dos Estados Unidos, ainda paroquiou uma comunidade de língua inglesa em Bruxelas por alguns anos.
Agora, vive em Alcains e ajuda os colegas nas paróquias vizinhas. A foto é de um magusto na Senhora da Rocha, em Carnaxide. Viva a Vida! E continua a aparecer, que nós gostamos de ti. Foi na Sertã que nos abraçámos pela última vez. E será agora em Castelo Branco, a 28/05, que nos voltamos a encontrar?
Hoje, dia 11, inscreveram-se para o Encontro do dia 28 de Maio, o João Mendonça e o irmão, P. Ilídio Mendonça, e ainda o Manuel Domingues, passando a 52 o número de "encontristas".
Continuo com a esperança de ter muitos mais colegas no Encontro. E os nomes de uns podem arrastar outros. Vamos dar vida aos nossos dias, amigos!
A foto de hoje é de 2016. Nela está o João Mendonça a orientar o coro da missa na Igreja do Valongo.
Belas recordações! Éramos 125...
AH
Hoje são só testemunhos!
Primeiro
António! Como me sinto amargurado por não me poder inscrever no próximo encontro de companheiros mais novos... Até porque com a minha presença, dada a idade, quereria apregoar que a aposta nestes convívios tem de ser ganha, com mais adesão, por todos aqueles que, um dia, entraram no Seminário.
Faz hoje 70 anos o Diamantino Ribeiro! Vive na Austrália e aparece por vezes a comentar os acontecimentos no nosso Facebook. Contactamos pelas redes sociais e tivemos a alegria de conviver com ele e sua família no Festival do plangaio e maranho de Sobreira Formosa há dois anos.
Para ti, que estás tão longe e tão perto, aqui ficam os sinceros PARABÉNS DESTE GRUPO, com votos de muita saúde e felicidade.
Também hoje celebra o seu aniversário o João Luís Quinto, natural do Brasil e a viver em Abrantes. Frequentou o Seminário de Gavião durante um ano e vive em Abrantes. Profissão? Ele responde: «Cá continuo a brincar com os meus bonequinhos amigos e espero que os mais novos cá cheguem com a alegria, saúde e tudo o mais que eu julgo ter.»
Amigo, aqui ficam os nossos parabéns e votos de muita saúde e alegria por muitos anos. Viva a vida!
Caro António Henriques
A pandemia isolou-nos, empurrou-nos para casa e de lá custa a sair. Talvez seja por isso e ainda com medo do vírus covídico que estamos com pouca vontade de irmos até Castelo Branco em 28/05.
A guerra está a perturbar muitas famílias e muitos de nós convivem com casos de gente que fugiu da Ucrânia e ficou sem nada, tentando agora sobreviver em Portugal, com a convicção de que enquanto há vida há esperança!
Estou a escrever agora a pensar em vários colegas que nos deixaram para sempre (na foto, o João Heitor e o Joaquim Nogueira) e alguns outros que passam por momentos mui complicados e não estão em condições de marcar presença no nosso Encontro. Dói muito a vida quando nos vemos limitados... Mas temos de reagir, mesmo quando os médicos começam a fazer parte do nosso quotidiano.
Os que têm saúde é que se podem interrogar: vou ou não abraçar antigos colegas e amigos?
Quem, por exemplo, não vai é o Pequito Cravo, que continua a debater-se com um estrondoso AVC que o derrotou e vai evoluindo muito lentamente. Ou o António Reis, que está em convalescença de problemas pulmonares graves.
E quem também não vai marcar presença é o amigo Francisco Cristóvão, que ainda em Marvão dissertou com muito gosto sobre a universidade do calhau naquele "ninho de águias", onde alguns de nós - os mais velhos - estudaram, antes de haver Seminário de Portalegre. Neste momento, o Chico está no hospital com um choque séptico perigoso, lutando entre a vida e a morte. As últimas notícias recebidas dizem: «Olá, família e amigos. O estado do Francisco continua muito, muito crítico. Hoje fizeram-lhe uma TAC crânio encefálica e ainda fazem na 4ª feira um EEG pois há a suspeita de que tenha tido um AVC muito forte. Acresce a total dependência da máquina que lhe fornece oxigénio». Vamos lembrá-lo ao Pai...
Como elemento que estou a fazer alguma coisa para "reunir a malta", também é doloroso sentir a ausência de amigos, que andam por aí a viver a sua vida, muitos a viver quase ao lado do hotel. Mas que posso eu fazer? E esta incapacidade de fazer melhor também me perturba o sono e os dias, ainda hoje o disse ao Mendeiros. É a dor da ausência...
Mas eu desejo a todos o melhor, o dobro do que me desejam a mim.
António Henriques
José Caldeira (1)
José Figueira (1)
Meu Caro António Henriques, amanhã, o meu computador vai estar ocupado com aulas à distância. Aproveito hoje para te enviar o meu texto. Um pouco extenso, peço desculpa, mas a sua unidade de tratamento assim o exige. Se algum dos leitores quiser colocar alguma objeção ou fazer uma crítica, não há problema. Responderei como puder.
2ª Parte e conclusão
“ Volta-te, volta-te, Sulamita!
Volta-te, volta-te, para te vermos!" (7,1)
Não custa admitir que o Cântico tenha sido aplicado, de forma eminente, à Virgem Maria. Algumas referências do poema a Maria têm sido feitas desde o séc. IV na Liturgia e nos Sermões, sendo que é no séc. XII que, em chave alegórica, se desenvolve a interpretação mariana deste poema de amor, grandioso e resistente, a um tempo lírico e épico.
Em três passagens se fundamenta esta releitura: Vv. 4,7; 6,4 e 6, 10.
“ Toda bela és tu, ó minha amada, / e em ti defeito não há. ( 4,7)
Este verso faz parte do 1º elogio da formosura da amada, num discurso superlativo ao jeito da retórica oriental, um colar de metáforas e comparações, de singular beleza.
A propósito do verso citado, a Santa Bíblia de Jerusalém esclarece: “ a Liturgia Católica aplica este verso à Imaculada Conceição.” E ao fazê-lo, a hermenêutica cristã alarga o âmbito da sua significação para o momento da conceção de Maria, pura e incontaminada pela mancha do pecado, em atenção à Incarnação do Filho de Deus.
Obviamente, a intenção original do poeta final do séc. V a. C. não vai tão longe. E nós também, com um simples olhar, não compreendemos o alcance desta “ referência” que, mesmo em registo alegórico e acomodatício, nos coloca no limiar do Mistério.
Por mim, não desligo este verso do contexto verbal em que se insere. Na verdade, todas as qualidades cantadas podem ornar o retrato de Maria: o falar doce e encantador (v. 4, 3); as faces de romã, (4, 3); a fragrância dos perfumes ( 4, 10), a altivez e frontalidade da “ torre de David,” resplandecente de troféus de vitória ( 4, 4). Em 6,4. no 2º elogio, “ Tu és bela, minha amada, como Tirça; / esplêndida como Jerusalém. / És terrível como as coisas grandiosas.” De novo, a sugestão da fortaleza inexpugnável que ressalta na tradução latina: “terribilis ut castrorum acies ordinata”.
Toda esta cornucópia de predicados e excelências físicas e morais podem, com toda a verosimilhança, passar da beleza da heroína do Cântico, uma epopeia de amor de fidelidade e resistência, do séc. V. a.C. para Maria, casada com um construtor do séc.I ( tekton) e que, naturalmente, gostava de se apresentar com todos os adereços de beleza de uma mulher oriental do povo ou da classe média.
Quanto à sua resistência física, só uma jovem, com perfil de atleta, seria capaz de vencer, por altas montanhas, uma distância de Nazaré a Ain-Karim, a 6km a sul de Jerusalém. Divulga-se por aí uma imagem de fragilidade e delicadeza que em nada condiz com a mulher forte do Apocalipse e com o seu papel de matriarca, atarefada em trabalhar para o seu clã familiar de Nazaré, um clã davídico, como nos explica o abade Pixner nos seus escritos sobre o Quinto Evangelho. Ou a paisagem e geografia das terras percorridas por Jesus. Por isso, tanto aprecio a estátua de Maria com o Menino, ao lado do altar-mor da Basílica de S. Pedro!
Humanizemos, pois, a imagem desta grande Mulher, Senhora e Mãe carinhosa, que tanto se preocupa com esta tropa de filhos, rebeldes e zaragateiros “ A mulher que em tudo se mete” como a define soberbamente o dramaturgo brasileiro Ariano Suassuna, no seu Auto da Compadecida. E, apesar de tantas preocupações, em nada perde do brilho da beleza e dedicação, como ressoa no elogio coletivo das mulheres de Jerusalém. “Quem é essa que desponta como a aurora, /bela como a Lua, / fulgurante como o Sol,/ terrível como as coisas grandiosas?” ( 6, 10)
A Bíblia apresenta-nos um Poema composto de 8 cps, dotado de alguma unidade literária e coesão textual. Porém, os exegetas identificaram 5 a 20 pequenos cantos, que, antes da sua compilação, haviam gozado de alguma autonomia no florescente folclore de Israel. Seriam cantados nas reuniões das tribos, nas festas e nos casamentos. Nos costumes orientais, celebrava-se a festa do casamento em sete dias festivos. O núcleo central é constituído pela coroação dos esposos. Num dos dias, os convidados entoavam cantos vários em honra dos noivos que, sentados num trono, eram elogiados com epítetos reais de “príncipe e princesa".
Quanto ao género literário, trata-se naturalmente de poesia lírica, estruturada segundo o modelo estilístico e teatral de um epitalâmio, como nos esclarece T. Mendonça na Introdução j da ed. da Bíblia da Difusora Bíblica.
No séc. V, Neemias, um regressado do cativeiro e nomeado pela corte persa como governador da província da Judeia, vendo a cidade profanada por povos estrangeiros, empreendeu uma reforma dos costumes, tendendo a defender o casamento monogâmico entre os judeus puros, que haviam feito a experiência do exílio.
É neste contexto sociológico que um grupo de poetas de ofício, de alto gabarito, homens e mulheres, decidiram reunir esses cantos soltos, fragmentos amorosos, transmitidos pela tradição oral e colectiva, e, inventando uma linguagem rica, sensorial e sugestiva, subtil e requintada, empreenderam um trabalho de construção verbal de alto nível poético, em que as palavras, cuidadosamente escolhidas e combinadas, pela ressonância que entre si produzem, formam também uma espécie de música de fundo de todo o Cântico. Poesia, música e dança, três artes em sintonia!
Uma obra de excelência de um ou uma poeta desconhecidos. Desse trabalho minucioso sobre a textura verbal, que implicou também um trabalho de colagem dos tais cantos menores, resultou o Cântico dos Cânticos, uma forma semita de traduzir o superlativo relativo de superioridade, isto é o Cântico mais perfeito para celebrar o amor entre um homem e uma mulher. Os refrães que se repetem, servem de elos de ligação.
Os hagiógrafos atribuem a autoria do Poema a Salomão (séc. X, 972-931 a. C.), expoente máximo da sabedoria em todo o Israel e povos vizinhos. Não é que o afamado Rei seja o seu autor, mas, ao colocar o Poema sob a autoridade real, (pseudo-epigrafia, muito usada na Bíblia) havia a intenção de garantir a aceitação de uma obra cujos verdadeiros autores se desconheciam.
A mulher, personagem de 1º plano, vinda de um lugar desconhecido, do deserto, terra de sede e solidão, irrompe pelo texto, ex abrupto, repentina e desesperadamente, ao amado solicitando beijos, muitos beijos, que lhe matem a sede de amor. Há que afastar as concorrentes. Por isso, arranca-o dali para, numa corrida infrene, alcançarem o bosque das delícias.
Podem detectar-se, pelo menos, cinco quadros ou cenas, no desenrolar de um diálogo apaixonado entre um par amoroso, simples e anónimo, impregnado de um lirismo bucólico e pastoril, que se expande em movimentos de fuga e aproximação entre “ELA” e “ELE”. Talvez mais do que encenar ou” representar”, ou também isso, dado o potencial teatral do Poema, como observou E. Renan, interessa-lhes viver, sinceramente, a paixão que os consome, num cenário que varia entre o deserto de Judeia e o oásis de En-Guédi, a oeste do Mar Morto. (Lembro-me bem: ao passar por ali, vi uma imponente cascata vinda deste oásis fecundo!)
Ela começa por se apresentar à comunidade. “ Sou morena, mas formosa, ó filhas de Jerusalém” Na alta sociedade, valorizava-se a cor branca, sinal de nobreza. Perante o preconceito de cor, não se acanha, justificando-se com a sua condição de camponesa: “Não estranheis eu ser morena: foi o sol que me queimou.”
(Onde é que já ouvimos isto no Cancioneiro da Beira?)
E desabrocha a 1ª declaração de amor: “ O meu amado é para mim e eu para ele” v. 16
Ou seja: ela deseja o desejo dele e ele deseja o desejo dela. A constelação semântica das palavras que gravitam em torno do “Desejo”, o pivot temático do discurso, são inúmeras e repetidas: “ desejar” 2,3; “beijar” 1,2; 8,1) “abraçar” 2,6; 8,3; “ roubar o coração”4,9; “ desejo e prazer” 7,7; desejável e apetecível, 7,7)
Diante da realidade do amor, não há conflitos morais. Apenas a ambivalência da paixão, tecida de contenção/ satisfação, ausência/ presença, perda e reencontro, fala e silêncio, imobilidade e ação.
Apalpa-se o avanço progressivo do discurso até explodir no clímax dos versos 4,16-5,2.
Ela: “ Levanta-te, vento norte (…) Vem soprar no meu jardim (metáfora do corpo)
O meu amado entrará no seu jardim/ e comerá os seus frutos deliciosos”.4,16
Promessa ou anúncio que ele cumpre, sem mais delongas: “Entrei no meu jardim, minha irmã e minha noiva. (…) Colhi do meu favo de mel/ bebi o meu vinho e o meu leite”
Tratar a amada como irmã é comum na poesia oriental. É uma forma de realçar os laços de ternura e convívio que traz a coabitação desde a infância.
Na textura simbólica e poética dos elementos comestíveis, mel, vinho, leite ou maçãs e figos, recorrentes na literatura egípcia e em toda a imagética mediterrânica da Bíblia, reafirma-se a intenção autoral de exaltar o amor feliz, a sexualidade saudável, embelezada pela fidelidade, unicidade, exclusividade e respeito mútuo que, de forma singular e bem marcante, adornam a expressão erótica do discurso.
A REVELAÇÂO DA BELEZA MASCULINA
O retrato do amado, único retrato desenhado por ela, além de um ou outro apontamento, responde à curiosidade do coro das filhas de Jerusalém. O corpo do amado, percorrido de alto a baixo pelo seu olhar, naturalmente interessado e envolvido, distingue-o entre dez mil, pela tez rosada do rosto, pela farta cabeleira, negra como as asas de um corvo, olhos de pomba, reflectidos num lago de leite – enfim, um quadro perfeito pintado com as tintas da terra, da bela terra de Israel. Antes, já ele se autocaraterizara como um narciso de Sharon , a planície da costa do Mediterrâneo e um lírio do vale. Há quem veja, em parte do retrato, uma comparação do corpo do jovem com o Templo, o monumento mais precioso de Jerusalém, o centro luminoso da presença divina. E, assim, indiretamente, se insinua a imagem do Autor da vida e do amor.
Mais dois retratos da beleza da amada, numa sequência quase contínua: 6,4 -6-10 e 7,1-7,10
Canta-se a unicidade da relação amorosa, em contraponto com a poligamia salomónica que levou o Reino à ruína. (1Rs, 11)
“ Mas ela é única, minha pomba, minha perfeita… 6,9
De facto, ela é única, inteira e completa; indestrutível é o seu amor como Tirça e Jerusalém, as duas capitais da Samaria e da Judeia, capaz de saciar plenamente o desejo de um homem e de o cativar no vigor dos seus braços. ( 7. 6-8) Por isso, avisado não seria trocá-la por outra.
Emerge aqui a lembrança da Sulamita, a jovem mais bonita de Israel ( 1Rs 2, 17-20) escolhida para suavizar as agruras da velhice de David e , com passos de dança e carinhos, o entretinha. Então, a amada, qual Sulamita, ensaia aqui uma dança oriental, mostrando habilidade, talento e capacidade de sedução.
Com um olhar latejante de desejo, o amante despe-a, de baixo para cima, dos pés aos cabelos de púrpura. A elegância do andar, o bamboleio das ancas e outras intimidades como a tacinha do umbigo e o monte de Vénus exibem-se com a mesma candura e naturalidade de quem cheira uma flor ou tira água da fonte. Um quadro realista de uma nudez, mais imaginada do que exposta, com uma floresta de palmeiras ao fundo.
Perante elogio tão arrebatado, a nossa “Sulamita” responde com um verso emblemático sobre a dignidade da mulher: “Eu pertenço ao meu amado e o seu desejo impele-o para mim” (7,11) Muitos exegetas vêem aqui uma resposta a Gn. 3,16, em que a atração sexual se realiza num movimento contrário. “ Procurarás apaixonadamente o teu marido, mas ele te dominará” ameaça Javé, dirigindo-se à mulher. Ora, no Cântico, é o homem que não resiste ao poder de sedução que sobre ele exerce a mulher que ama. E nesta pertença mútua se restabelece a equidade, a paridade e a simetria na relação. Ou seja, no plano do amor, a mulher recupera a dignidade que a sociedade lhe sonegava. Pelo menos, neste Poema, as coisas passam-se assim. Basta ler as palavras no sentido imediato e natural.
3.DESENLACE (8. 5-7) O MISTÉRIO DO AMOR
Esclarece-nos o autor da BÍBLIA PASTORAL, ilustrada por Gustave Doré, que o epílogo ou desenlace é o cume do livro. “O amor é mistério insondável e indestrutível que une duas pessoas, superando mesmo a barreira da morte.” Daí a metáfora do selo, conotando uma amor eterno e fiel. “ Grava-me como um selo em teu coração, como selo no teu braço. “ 8,6 Imagem da amada, tatuada para sempre no corpo do amado?
Não encontro palavras mais apropriadas para pôr um termo provisório a este estudo que as palavras de S. Bernardo, quer optemos pela leitura natural ou alegórica ou por ambas. “Se quisermos atingir uma compreensão do que no Cântico se pode ler, é preciso amar. Senão, será em vão que se escuta ou lê este poema de amor; sem amor não se chega a parte nenhuma; um coração frio nada captará destas palavras de fogo.”( Sermão 79)
Incompleta ficaria esta leitura, onde cinco poemas curtos e soltos se constituíram em quadros de uma composição final, de caráter antológico, ( e aqui, ligeiramente analisados) incompleta ficaria se não referisse, mesmo ao de leve, as relações com outros cânticos amorosos e epitalâmicos do Egito e do Próximo Médio Oriente.
Diz ELE: Amada, és única, de ti não se fez duplicado. (…)/ Os teus lábios são encantamento./ O teu pescoço tem o tamanho certo / E os seios uma maravilha.” (…) Os teus braços de mais esplendor que o oiro… ( Poemas de amor do antigo Egito. Ed, Assírio Alvim , p.15.
Diz ELA: A tua voz perturba o meu coração, / Por tua culpa é que eu sofro.
Ou este: “Diz ela: Tens sede? / Toma o meu seio, / Exuberante. / O teu amor infiltra-se no meu corpo, / Tal como o vinho se infiltra na água… ( p. 31)
“A única, a amada, a incomparável/ a mais bela do mundo, / olha-a bem, é como uma estrela brilhante/ no limiar de uma ano novo! (…) De graça cintilante e tez fulgente/ ela possui olhos de brilho incandescente. (…) O seu ar é altivo ao caminhar./ Ela prende-me o coração em seu andar". ( Anne Pelletier, ib, p.13)
A especialista em Estudos Bíblicos realça os paralelos entre estes poemas de amor e admiração e o Cântico dos Cânticos. No fundo, pertencem todos à mesma área cultural. A vida simples e alegre da pastorícia, o trabalho na vinha ou no pomar, ou até o ambiente da corte, é fonte de imagens poéticas, parábolas ou metáforas, usadas, com mais ou menos requinte, na literatura profana (ou sagrada) sobre o amor humano, comum aos povos vizinhos da Palestina.
João Lopes, Maio, mês de rosas e de Maria.
Ainda há pouco, este colega pediu para entrar no nosso convívio. E é a primeira vez que anunciamos o seu aniversário. Esta é a foto do José Eusébio, que hoje festeja os seus 48 anos, um jovem a olhar para o futuro. Natural de Tinalhas, segundo consigo inferir, é profissional do ramo da segurança.
Pois, aqui ficam os nossos Parabéns e votos de muita saúde e sucesso pessoal e familiar.
Castelo Branco é ponto de encontro em 28 de Maio e o teu nome ainda não consta da lista. Não queres aparecer?
Atualizando a lista, juntámos mais 2 convivas. Somos 43. E amanhã quantos virão?
INSCRIÇÕES PROVISÓRIAS
Abílio Cruz Martins (2)
Alexandre Nunes (2)
António Colaço (1)
António Eduardo Oliveira (2)
António Henriques (2)
António Manuel Lopes Alves Martins (1)
António Martins da Silva (2)
António Rodrigues Lopes (2)
Armindo Luís (2)
Augusto de Matos Rei (2)
Carlos Filipe Marques (1)
(D.) Antonino Dias (1)
Florentino Beirão (1)
Francisco Simão (2)
João Oliveira Lopes (2)
Joaquim Mendeiros (2)
José Caldeira (1)
José Figueira (1)
José de Jesus André (2)
José Maria Lopes (1)
José Maria Martins (1)
José Maria Santos Esteves (1)
José Ribeiro Andrade (2)
José Ventura (1)
Manuel Bugalho (2)
(Pe) Manuel Lopes Mendonça (1)
Manuel Pereira (1)
Saúl Nunes Valente (1)
Vitorino Barata Reis (1)
Ao todo, temos hoje 43 participantes.
Hoje é o dia do José de Jesus André, de Alcains. Aposentado há poucos anos, dirigia uma agência do BCP em Estrasburgo e, no seu aniversário de 2019, prometeu estar connosco na Sertã. E esteve! Já depois, atirou-se a novo projecto, pedindo aos colegas que o ajudassem a levar a obra artística do António Colaço ao Centro Cultural Português em Estrarburgo, o que também se fez com sucesso - juntámos 2.040 euros para a viagem se fazer em Junho.
Entretanto, veio o Covid e o Zeca foi apanhado por este inimigo invisível, destruindo-lhe a saúde e fazendo adiar os seus projetos. Depois de uma longa recuperação, feita com muita persistência, hoje o Zeca voltou a ser o que era... E o sonho de levar o Colaço e sua obra artística a Estrasburgo vai realizar-se no próximo mês, com a Exposição marcada para o primeiro fim de semana de junho. O Zeca estará no Encontro de Castelo Branco e depois desanda para Estrasburgo com a Exposição do Colaço. Grandes apostas de gente corajosa!
Nos teus 69 anos, damos-te sinceros PARABÉNS, com votos de muita saúde e longa vida junto de família e amigos. Já nos encontrámos em Albufeira e espero repetir a visita.