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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Os nossos dias

10.04.22 | asal

Cada um tem a sua vida. Mais ocupada ou mais livre. Mas quando chega a Páscoa, há um incitamento mais forte para o recolhimento, para a reflexão sobre o significado da morte e ressurreição de Jesus nas nossas vidas. Eu também sou convidado a refletir...

E porque o blogue está à minha responsabilidade, também eu devo encher estas páginas, sem estar à espera do trabalho dos outros. E aqui estou eu, um tanto vazio de temas e de eventos, agarrado a casa com medo do vírus, que nos últimos dias tem ceifado a saúde a várias pessoas muito próximas, sem saber o que dizer...

Olhem, vou refletir sobre os nossos dias! E vou dizer da alegria de ter um filho e nora em casa por alguns dias, o que só por si enche os nossos tempos pascais. Entretanto, é a amizade que nos tem aproximado de alguns amigos que passam por dificuldades e com quem temos partilhado algumas horas.

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Também vivemos ontem a festa das bodas de ouro de um casal muito amigo, um e outro muito ligados à nossa vida associativa dos últimos vinte anos. Pessoas que muito admiramos pelo modo como eles se apresentam, servindo com simplicidade e alegria as causas comuns. De modo especial, lembro o jeito que eles têm para publicitar o que se vai passando na Casa do Educador do Seixal e na Unisseixal. Ele tira fotos (e que artista!), ela escreve como repórter e juntam as suas habilidades para nos sites e blogues anunciarem o que vai acontecendo. Assim vivem o seu casamento, atendendo à família e aos amigos. A cerimónia religiosa foi na mesma igreja de há 50 anos, a paroquial de Almada, que perturba no ambiente escuro que a caracteriza. Mas o sacerdote, vindo há pouco de África, conduziu com muita energia toda a liturgia, só exagerando no tempo da homilia (tive vontade de lhe dizer «esto brevis et placebis!»). Insistiu no exemplo destes noivos de há cinquenta anos e deu-lhes preponderância na oração, chamando-os mesmo ao altar para a comunhão sob as duas espécies. Agora é assim: são os padres africanos que vêm apoiar as nossas paróquias... Será para nos devolver a catequese que os europeus lá levaram? Alegria foi a tónica daquela hora e meia, mesmo ao abordar o misto de exaltação e sofrimento que a liturgia de Ramos envolve...

E começa a semana MAIOR, com o convite à oração, à reflexão sobre o que por aqui andamos a fazer. Decerto, todos irão virar-se mais para o seu íntimo, à procura de soluções que melhorem nossos comportamentos, nossa visão da vida, nossa relação com os outros e com o Deus que cada um imagina...

O mistério da morte e da Ressurreição de Jesus, um mistério com muita história à mistura, dá-nos alguma certeza e muita fé no prolongar da nossa vida. E com os anos que já passaram, a próxima vida estará perto... 

 Boa Páscoa em Jesus Ressuscitado!

António Henriques