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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Almoços

30.04.22 | asal

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Caro António Henriques, aqui tens o recomeço dos almoços/convívio das sextas-feiras na Parreirinha de Carnide.
Como vês, só falharam aqueles que, por força maior, não puderam comparecer. E assim irá acontecer daqui em frente.  Não nos esqueçamos de que a pandemia ainda não desapareceu e todas as cautelas são necessárias.
Até à próxima sexta-feira, se Deus quiser.

MPiresAntunes

NOTA: Não há por aí outros almoços ou lanches que vocês queiram publicitar também?

NOTA 2 - O irmão, Manuel, enviou-me a foto do lançamento do livro do João Pires Antunes, que saíu no site do Município de Idanha-a-Nova.

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Aniversários

30.04.22 | asal

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Hoje é o dia do Manuel Pires Marques, um octogenário a fazer anos neste 30 de Abril e que há alguns anos passou de Tomar para a Parede. Andei à procura de uma foto, e lá descobri esta, do Encontro do Restelo, onde ele aparece com a esposa, Etelvina (uma das que ainda se atirou à Internet e navega pelo Facebook). 

Caro amigo, os PARABÉNS deste grupo no teu aniversário. E que a vida te continue a sorrir. E Castelo Branco, vamos lá ou não?

 

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Também hoje chega aos 81 anos o P. Joaquim da Mata Matias, Pároco de Castelo, concelho da Sertã.Lembro-me dele no seminário, sempre de sorriso humilde e simpático. E tive a alegria de almoçar ao seu lado no nosso encontro da Sertã.

Aqui está ele em foto da altura, no meio de dois grandes amigos. Contou-me por alto o que foi aquele episódio das bombas que rebentaram nas suas mãos quando ele queria livrar-se delas para nenhuma criança sofrer. E assim continua humilde e alegre, servindo o nosso Deus.

Aqui ficam os PARABÉNS do grupo dos antigos alunos, com votos de saúde e satisfação pessoal no serviço da Igreja.

Notável homenagem

29.04.22 | asal

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Numa muito bela e extensa reportagem de Paula Mourato em "https://mediotejo.net",  alegrámo-nos com a homenagem que o Rotary Clube de Abrantes prestou ao nosso amigo e colega José Alves Jana, como Profissional do Ano. Figura notável no meio abrantino em várias atividades e há muitos anos, professor, dirigente associativo e muito mais, o Alves Jana prima pelo dinamismo que imprime em tudo o que põe a mão.

Alegramo-nos e trazemos para aqui esta reportagem para que conste e melhor saibamos com quem convivemos. Basta abrir o link. AH

https://mediotejo.net/abrantes-rotary-homenageou-jose-alves-jana-o-professor-que-gosta-de-ajudar-as-pessoas-a-serem-capazes/ 

Palavra do Sr. Bispo

29.04.22 | asal
'BOFETADAS' LEAIS OU 'BEIJOS' ADULADORES?...

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Nem uma coisa nem outra, faiscará de imediato o sótão do leitor. E, convenhamos, não é para menos. Mas prossigamos a discorrer sobre a frase em título que nos introduz o tema da correção fraterna entre os crentes, cuja fonte é a comunhão da Trindade. Como sabemos, é um bom princípio não fazer nada por desejo de receber elogios. Agir com humildade, considerar os outros superiores a nós mesmos, procurar não o próprio interesse mas o interesse dos outros são desafios permanentes (cf. Fil 2, 1-5). No entanto, não podemos fazer da nossa indignidade pessoal um impedimento para não agir, mesmo junto de quem é ou pensamos que é mais idóneo ou superior. Dizer que não somos capazes de o fazer porque também temos telhados de vidro, que não vale apena, que não nos vai ouvir, que não vai mudar, que até nos vai aceitar mal, que nos vai mandar tirar a tranca do nosso olho e pedir que o deixemos em paz com o seu argueiro, são argumentos recorrentes e que levam a não agir. Pois que sejam, mas por detrás deste modo de pensar está, não raro, o respeito humano, o comodismo, o medo de ficar mal, a fuga ao cumprimento do mandamento do Senhor que nos manda amar uns aos outros como Ele nos amou. Também pode acontecer que, alguém, em vez do gesto saudável da correção fraterna, opte mais depressa pela crítica e fofoquice a esfolar tal pessoa, ou, então, opte por apoiar e elogiar tal comportamento. O Livro dos Provérbios, porém, se percebe as bofetadas dos amigos sinceros, insurge-se contra o beijo destes fofoqueiros e aduladores (cf. Pr 27,6).
Haverá com certeza muita gente que entrou pelos caminhos da sua destruição, estragando a sua vida e a de outros, porque nunca teve a seu lado um amigo que o ajudasse a ser coerente no testemunho que é chamado a dar, quer no ambiente familiar, quer entre vizinhos, amigos, colegas de trabalho, ambientes lúdicos, etc. Não se trata de repreender, de apontar o erro, de causar sofrimento ou dano. Se o resumo de toda a Lei está em amar o próximo, este amor ao próximo implica empenho em conseguir que a pessoa reconheça o erro e se emende. Trata-se de apontar caminhos que façam sentido, de rasgar horizontes de vida, com humildade, delicadeza e carinho, mesmo que o resultado, apesar das diligências, venha a ser nulo. Trata-se de agir como Jesus agiria nessa situação, com muito amor e estima, com sentido de Igreja e a inspiração do Espírito que se deve pedir. A missão que nos cabe não a podemos calar, até porque “pior és tu ao calar do que ele ao pecar”.
A Igreja fala da importância da correção fraterna. E se este apelo já está presente em muitos textos do Antigo Testamento, a correção fraterna também tem fundamento evangélico. Em Ezequiel, por exemplo, Deus lembra aos profetas essa obrigação de ajudar a mudar comportamentos: “Criatura humana, Eu coloquei-te como vigia da casa de Israel. Quando ouvires a Minha mensagem, tens de os avisar. Se ao injusto Eu digo: “Injusto, é certo que vais morrer”, se tu não avisares o injusto para que mude de comportamento, o injusto morrerá por causa da sua própria culpa, mas é a ti que Eu pedirei contas do seu sangue. Mas se avisares o injusto para que mude de comportamento, e ele não mudar, ele morrerá por causa da sua própria culpa, mas tu terás salva a tua vida” (Ez 33, 7-9).
São Tiago insiste no mesmo ponto: “Se algum de vós se afastar da verdade e alguém o converter, fique sabendo que a pessoa que reconduz um pecador do caminho errado salvar-se-á a si mesmo da morte e apagará uma multidão de pecados” (Tg 5, 19- 20). O Catecismo da Igreja Católica afirma que a caridade exige aos cristãos a prática do bem e da correção fraterna (CIgC1829). É uma exigência do amor e da justiça, é uma expressão de amizade verdadeira e de responsabilidade mútua pela santidade de todos. Jesus até nos apresentou os passos a seguir nestas situações. Disse-nos que se algum pecasse, fossemos ter com ele e lhe mostrássemos o erro, em particular, só conversa entre os dois. Se ele nos desse ouvidos, teriamos ganho o nosso irmão. Se ele não aceitasse, seria preciso ajudá-lo a perceber a situação, com duas ou três testemunhas. Se, apesar disso, rejeitasse a correção, deveria dizer-se à comunidade. Se também não aceitasse a comunidade, seria preciso fazê-lo entender que ele mesmo se separou da comunhão da Igreja (cf. Mt 18, 15). São Paulo, por sua vez, aconselha os coríntios a se “encorajaram mutuamente” (2 Cor 13,11). E Santo Ambrósio lembra que “as correções fazem bem e são de maior proveito que uma amizade muda. Se o amigo se sentir ofendido, corrige-o mesmo assim; insiste sem medo, mesmo que o sabor amargo da correção o desgoste”.
No entanto, sabemos que nem sempre é fácil, mesmo quando feita com todos os quês e prudência. Já Séneca, na antiguidade, dava a entender que aceitar a correção fraterna é um sinal de maturidade. Dizia que “o homem bom alegra-se ao ser corrigido; o malvado suporta com impaciência o conselheiro”. E o Livro dos Provérbios afirma que “Quem aceita a disciplina caminha para a vida; quem despreza a correção extravia-se” (Pr 10, 17).
Também se esconde “uma grande comodidade – e às vezes uma grande falta de responsabilidade – naqueles que, constituídos em autoridade, fogem da dor de corrigir com a desculpa de evitar o sofrimento alheio. Talvez poupem desgostos nesta vida, mas põem em jogo a felicidade eterna – a sua e a dos outros – pelas suas omissões que são verdadeiros pecados”, ensinava São José Maria Escrivã. E acrescentava que “a prática da correção fraterna – que tem raiz evangélica – é uma prova sobrenatural de carinho e de confiança” que não se deve deixar de agradecer quando se recebe nem de a praticar com aqueles com quem se convive, devendo ser feita com toda a delicadeza, com caridade, na forma e no fundo, pois, naquele momento quem a faz está a ser um instrumento de Deus.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-04-2022.

Aniversário

29.04.22 | asal

PARABÉNS, JOÃO!

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Natural da Ameixoeira, concelho de Oleiros, onde em 1954 viu pela primeira vez a luz do dia, o João Mateus vive em Vialonga, bem perto de Lisboa. Como profissional, foi técnico de manutenção na empresa Central de Cervejas.

Deixamos aqui os PARABÉNS do grupo, com votos de muita saúde, longa vida e felicidade junto da família e amigos.

Atenção: ENCONTRO em 28/05 em Castelo Branco.

Aniversários

28.04.22 | asal

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Celebra hoje o seu aniversário o ERNESTO DELGADO JANA, que vive em Abrantes e nasceu em 36. Já por aqui apareceu com alguns textos, mas eu espero mais. Trabalhou no Gabinete da Área de Sines, passou pelas cadeias (mas como Diretor!) e dedicou-se ao Escutismo.

Grande amigo, PARABÉNS e votos de muita felicidade. Queremos ver-te e ABRAÇAR-TE, assim como a muitos outros. Em 28 de Maio em Castelo Branco.

 

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Vinte anos depois, nasce outro amigo, o Elísio, este mais novinho!

PARABÉNS, ELÍSIO FRADE nos teus 66 anos!

Aqui ficam os nossos parabéns e votos de longa vida em felicidade e na companhia de família e amigos.

Não esqueças, em 28 de Maio, encontro em Castelo Branco.

 

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Finalmente, saudamos o António Poças Cruz, de Monfortinho, concelho de Idanha-a-Nova, que está aposentado do seu trabalho como Secretário Judicial no Tribunal do Trabalho e vive em Lisboa. 

Saudamos este amigo no seu 76.º aniversário, damos-lhe PARABÉNS e desejamos muitos anos de vida com saúde e alegria.

António, é no hotel Meliá, Colina do Castelo, que nos encontramos no sábado 28 de Maio. Não faltes.

Almoços na sexta

27.04.22 | asal

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O Manel Pires Antunes não se esqueceu de me enviar uma foto a lembrar os elementos do grupo dos Antigos Alunos que os almoços das sextas na "Parreirinha de Carnide" vão começar já esta semana, no próximo dia 29 de Abril.

A mensagem era curta mas convidativa: «Já marquei mesa para sexta-feira!».

Mas não apareçam sem comunicar ao Manel (tel. 919414179) para saber quantas mesas são necessárias.

Passados os tempos mais difíceis da pandemia, vamos tentar viver dias mais normais. AH

Um português lá fora

27.04.22 | asal

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A pedido de alguns amigos, publico o link abaixo. Ainda hoje dizia ao Zé Pedro que na minha idade as alegrias maiores têm mais a ver com os nossos filhos, a quem desejamos o melhor em muitos sentidos - realização pessoal, riqueza cultural, bens suficientes, sensação positiva de autoestima, etc.

Um português no estrangeiro, desenvolvendo o trabalho para que foi contratado, é descoberto pelos naturais e pedem-lhe uma entrevista. 

É com muito orgulho que partilho estes 23 minutos que uma TV saudita dedica ao nosso filho. E ele fala, fala e encanta. No final, tem mensagem em português para os portugueses. E as paisagens também merecem ser vistas...

Desculpem-me esta vaidadezinha! Mas são as vidas dos nossos filhos que agora enchem a nossa vida. AH

https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fwww.aloula.sa%2Fepisode%2F11049%3Fcontinue%3D52%26fbclid%3DIwAR3rsYJrfUZyz7bRz2Im1-3DjqIC5dafFi4H69ysbXchfBYqKXxEjIo2faM&h=AT0vss3AsQBpxfidx2yWusNBVDxnHDW-wXLkWqHFN152XEY5bZnyatMVMe_8YXEICxtIdQON0VWLNMJJWDLF7OduT2HL-sIbEM1JFgC1JdulCWRuvgtFJI1Jt8jw440mEg__&__tn__=H-R&c[0]=AT1zgxldv7fWfl1kxcVX6uLrS5pOcx_-JF5mFzzgnWs9T8eP2czxfsatrU9cU3i2zJiSB6H1F83SehgI6lOYXOyUBsp1gphpjXTYYlI8TWuGo3Kfn_XIwO4kwmj5NAtI3FnHlW6DXBCUzetYYqci9JWXTeE 

CONVITE de novo

27.04.22 | asal

CIRCULAR - COMUNICADO

 

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ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS DA DIOCESE DE PORTALEGRE - CASTELO BRANCO

COMISSÃO ANTIGOS ALUNOS SPCB

(comasalpcb@gmail.com)

(asal.mail@sapo.pt)

 

CIRCULAR - COMUNICADO

 ENCONTRO ANUAL DE 28 DE MAIO DE 2022, EM CASTELO BRANCO

Caros Amigos, 

A Comissão Administrativa tem vindo a difundir algumas iniciativas do encontro que terá lugar no dia 28 de maio deste ano, em Castelo Branco, sem prejuízo de posteriores ajustamentos no caso de haver alguma modificação nos planos inicialmente traçados.

Podemos informar que já é possível apresentar com mais detalhe as atividades previstas, ressalvando, naturalmente, eventuais indicações/alterações de última hora, pelo que apresentamos o seguinte

PROGRAMA

1.º - CONCENTRAÇÃO: 10H30/11H00

           - Receção, Inscrições (25,00 € per capita) e convívio;

           - Local da receção: Instalações da igreja do Valongo, na Rua Cónego Anacleto Pires da

             Silva Martins (entrada sul da cidade);

2.º. – MISSA : 12H00

         - Eucaristia na Igreja do Valongo presidida pelo Senhor Bispo e concelebrada pelos sacerdotes presentes

         - No ato de inscrição será facultado um envelope para quem quiser entregar, no ofertório, uma dádiva para a Diocese.

 .3.º. – ALMOÇO: 13H30

        - Local: Hotel Meliá -Colina do Castelo, Rua da Piscina, 6000-776 Castelo Branco

4.º. – SESSÃO -15H00, com a seguinte

 ORDEM DE TRABALHOS

1.- Apreciação e votação do Relatório de Atividades e Contas da Associação dos anos de 2019/20/21

2.- Apresentação do livro “Seminário de Alcains-História e Memórias”, pelo seu autor, Florentino Beirão, seguido de Debate sobre o livro/Testemunhos/Episódios, de Alcains

3.- Eleição da Comissão Administrativa para o triénio 2022/2024

4.- Encerramento/Momento Musical pelas 17H30, com a inesquecível “ Sol-sol.mi-mi-fá-fá-ré” e a saudosa “Canção do Adeus” (Chegou a hora do Adeus, irmãos/Vamos partir/Num abraço dado em Deus, irmãos/ Vamo-nos despedir/ Partimos com a esperança, irmãos/ De um dia aqui voltar/Com fé e confiança, irmãos/Partimos a cantar…)

 5.º - Chá, café, bolos, ou outros, no bar do hotel, a expensas próprias

 Inscrições, até 18-05-2022 (com posteriores ajustes), por e-mail, facebook ou para qualquer dos seguintes elementos da comissão: António Henriques - 917 831 904; Martins da Silva - 965 026 324 - Joaquim Mendeiros - 969 015 114.

Saudações Associativas

Em 11 de Abril de 2022

A Comissão Administrativa

Os testamentos

26.04.22 | asal

Meu Bom António

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Só hoje fiquei disponível para responder às dúvidas do nosso amigo Alcino. Aí vão... Espero ter respondido com clareza. Se não, tentarei melhor! Mas isto é o básico! O próximo sobre o Cântico dos Cânticos seguirá em breve. Um grande abraço, João Lopes
 

Tentativa de resposta às questões de Alcino Alves

    O nosso colega e amigo coloca algumas questões bíblicas a propósito das inscrições nos caixotões do teto da bela Igreja Matriz de Oleiros. Diz ele não perceber que sobre a Virgem Maria se tenham feito citações dos textos do AT, obviamente anteriores  à data do seu nascimento, que, segundo uma antiga tradição, terá nascido no ano 25 a. C, em Jerusalém,  no seio de uma família abastada, na parte nordeste da cidade, junto à piscina da Béthesda.

  Ora bem!  Parece-me que a dúvida do nosso Amigo deriva do pressuposto de que entre os dois testamentos (etimologicamente, Aliança), o Antigo e o Novo, ou, como preferem hoje os biblistas, o Primeiro e o Segundo,  haverá uma rutura ou desconexão, senão mesmo oposição, quando, na realidade, existe uma coerência temática e uma continuidade histórica e teológica.

   Com efeito, entre os textos sagrados dos dois Testamentos (73 ao todo, sendo 46 do Antigo e 27 do Novo), subsiste um vínculo intertextual, uma conetividade íntima e dialógica que  nos permite ler uns à luz dos outros. A Revelação de Deus ao Seu Povo, Israel, e, através deste, à humanidade, não se fez uma vez por todas. Foi-se fazendo gradual e progressivamente pela mensagem enviada aos patriarcas, reis, profetas, sábios, narradores e poetas, em circunstâncias históricas e culturais bem concretas, até culminar na manifestação plena de Jesus de Nazaré pelo ano 6 a 7 a.C., ou, na expressão bíblica da Carta aos Hebreus, “Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho…”1,2.

    Repare-se na diferença: No 1º Testamento,  a revelação divina dispersou-se por vários protagonistas, acontecimentos, discursos e ações; no 2º,  concentrou-se toda na pessoa de Jesus  Cristo, o Verbo incarnado de Deus, o vértice  das  Escrituras Sagradas, que se apresenta como “Promessa” no Antigo e como realização da mesma “Promessa” no Novo.  De facto, a Pessoa de Jesus, revelação do Pai, domina soberana e exclusivamente os 27 escritos do NT, quer como sujeito de ação e discurso, quer como objeto de adoração e reflexão. O Ressuscitado vive entre nós, na sua Igreja que anseia pela sua nova vinda:  “Amen. Vem, Senhor Jesus”, final do Apocalipse.

   Fica, assim, estabelecida a ideia de que os dois testamentos são inseparáveis; por eles corre a manifestação multiforme do rosto de Deus; e que o mesmo Espírito do Senhor unifica os textos numa totalidade semântica, plena de sentido, que exprime, de forma sublime, através de géneros literários diversos, o plano salvífico de Deus.

    Decorre daqui a evidência de que, na Bíblia, ex natura sua, não devemos procurar verdades do foro da  Ciência, mas da Religião.  Esta lamentável confusão, entre a cúpula da Igreja do Séc.  XVII, levou Galileu à morte e a outros desentendimentos com a modernidade.

 Daqui fluem duas conclusões práticas:

 1ª O verdadeiro sentido dos textos descortina-se não numa leitura liberalista, básica e primária, mas numa leitura intertextual, contextualizada e dialógica;

2ª  A Bíblia, um plural coletivo,  deve ser lida do princípio ao fim, na sua ordem textual e cronológica (leitura diacrónica), tendo sempre o cuidado de  ler as notas de rodapé e reler os textos para os quais remetem (leitura sincrónica). Desiludam-se os que julgam conhecer a Palavra de Deus, na totalidade da sua revelação, só pelos extractos das Missas!

  Perdoe-me o Alcino esta longa introdução, mas agora já está em condições de compreender como é que as “citações” inscritas na sua Igreja, referentes ao AT, ganham uma nova atualização, uma vez aplicadas a personagens predominantes do NT. Veja só o caso do Evangelho de Mateus. Ele apresenta Jesus às luz dos textos do AT, como  a realização plena da Promessa feita por Deus ao nosso pai Abraão, dois mil anos antes. Isaías, 7 a 8 séculos antes de Cristo, nos seus oráculos messiânicos, de cariz oralizante, antecipa a vinda do Messias, o Emanuel , o Príncipe da Paz.

  O mesmo acontece com a apresentação da Mãe de Jesus de Nazaré. Ela faz parte daquela plêiade de mulheres bíblicas como Sarah, Agar, Rebeca, Maria, irmã de Moisés, Séphora, sua esposa, Jael, mulher de Héber, Débora e Ana, Ester e  Judite, essas mulheres fortes que desempenharam um papel primacial na História de Israel. E Maria de Nazaré suplanta-as a todas, porquanto, pela sua Maternidade, ela faculta a Jesus, o filho de Deus, a substância de si própria, corpo e alma, a fim de que uma nova vida se possa modelar nas suas próprias vísceras.

  O MAGNIFICAT é um auto-retrato de si própria e um magnífico mosaico de citações bíblicas do AT, soberbamente actualizadas na pessoa e missão da Mãe do Salvador. Uma ressonância épica dos grandes feitos e maravilhas do Senhor chega ainda até nós quando dele fazemos uma leitura adequada, respeitando o ritmo bem marcado e a força e contraste das imagens. Veja-se o tecido colorido e brilhante de versículos: Sl. 110,9; 102,17; 88,11; 106,9;  Is. 41, 8-9;  1Sam. 2, 1-10;Ez. 17,24; 1Sam. 16,10…

 Por fim, devo acrescentar que este era o modo de escrever na antiguidade semita: justapondo fragmentos textuais, colando, cortando, sem demasiada preocupação pela harmonização das diferenças, deixando mesmo repetições e duplicados. S. Lucas, o compositor, era profundo conhecedor do ofício.  E se, por acaso, o leitor ou o ouvinte não o compreendia, tinha naquele como noutro tempo mais antigo, o diácono, o levita, o escriba ou rabino, disponíveis para o esclarecer. (Neemias, 8,7-9) . E sempre havia, ali perto, um conhecedor das Escrituras, que um bom judeu ou cristão se prezava de ser. Ficar às escuras é que não!

     Quanto ao livro erótico da Bíblia, em que a sexualidade desponta em toda a sua beleza, sem a sombra do preconceito ou ataque da misoginia, falarei da próxima vez. Entretanto,  sugiro a leitura  da última crónica de Frei Bento Domingues “ A Páscoa das mulheres!

João Lopes

COISAS DA LÍNGUA

25.04.22 | asal
O Zé Maria Lopes continua a trazer novidades e interesse ao blogue. Obrigadinho, amigo! AH
 

 

Li há dias (atrás, nunca) num jornal diário esta simples notícia:

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 "Na edição de ontem imputámos, erradamente, a responsabilidade de falta de médicos no concelho de Peniche à ARS de Lisboa. Apresentamos as nossas desculpas a Rosa Marques e aos leitores".
Este comunicado, saído da redacção dum jornal, naturalmente com revisores ao seu serviço, vejam bem, tem um erro crasso que aos olhos de muitos de nós não se consegue detectar.
Antes de o  revelar, peço aos nossos leitores que párem aqui a leitura e pensem para ver se o conseguem encontrar.
Agora que já pensaram e releram o comunicado, retomando-se a leitura, sou eu, então, a explicar o erro àqueles que o não detectaram.
Diz assim o comunicado quase na parte final: ."...apresentamos as nossas desculpas".
Como todos sabemos, as pessoas não podem tirar, a si mesmas, as culpas dum determinado acto que praticaram, senão não seria preciso haver tribunais e juízes, isto é, a pessoa desculpava-se a si mesma e o assunto ficava arrumado. Nem havia nunca a necessidade de tirar um atestado de registo criminal porque não havia registo de crimes praticados.
Sendo assim, os comunicados ou notícias deste ou doutro teor parecido têm de ter, impreterivelmente, as palavras "PEDIDO" ou tempos do verbo "PEDIR":
    - apresentamos o nosso PEDIDO de desculpa/as;
    - PEDIMOS desculpa/as;
    - PEÇO desculpa/as.
Podem  os eruditos dizer que se subentendem as palavras PEDIDO, PEDIMOS, PEÇO, mas em português não há regra gramatical, que eu saiba, que o admita.
Quanto a este tema, fico-me por aqui.

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Agora, um segundo tema que sempre me deu que pensar, já que acima falei de palavra subentende. Perguntei a um dos meus mestres de Língua Portuguesa se os cartazes que, habitualmente, vemos afixados nas paredes dos prédios "ALUGA-SE QUARTOS" estavam correctos, gramaticalmente.
Respondeu-me que estariam correctos se subentendêssemos o advérbio de lugar "AQUI" no princípio da frase e seria, então, "AQUI aluga-se quartos", dado que o AQUI servia de sujeito no singular, mas, creiam, sempre fiquei com muitas dúvidas até hoje.
Se estes dois temas que aqui apresento constituírem um mote para melhor esclarecimento, podem os nossos muito estimados leitores dar a sua opinião no nosso ANIMUS. É uma ideia que fica.
ZÉ Maria Lopes

Aniversário

25.04.22 | asal

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Parabéns,  Joaquim Ribeiro Filipe!   

Natural do Freixoeiro, vive em França há muitos anos, onde esteve ligado à actividade bancária.

Daqui lhe enviamos as nossas saudações amigas e os nossos PARABÉNS no dia do seu 79.º aniversário. Que sejas muito feliz, amigo Joaquim! Mesmo em França, não te esqueces de nós. Também és um dos 84 que fizeram transferência de dinheiro para a publicação do livro sobre o Seminário de Alcains.

25 de Abril

24.04.22 | asal

Olá, caro Henriques!

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Antes de mais, embora avesso a celebrações, quero agradecer-te e a quantos, mesmo silenciosamente, como acontece comigo em tais circunstâncias, se lembram de mim neste aniversário.
Depois, como gosto de ser solicitado, e porque estamos a viver tempos um tanto similares na Europa aos que invoco num texto que escrevi para o Jornal Escolar, a propósito dos 25 anos do 25 de Abril, aí te o envio para o que achares por bem, e, como sempre, sem compromissos.
Um abraço!
Gil
NOTA: E aqui está a tua colaboração, com muito gosto. AH
 

GESTAÇÕES DE ABRIL

Bombas cravadas no coração dos Balcãs...

Abril de espinhos,

Abril de escravos;

Vidas destroçadas nas bermas dos caminhos...

Tiranos eslavos fazem leituras vãs,

Ignoraram a lição

De uma Revolução de flamas

E de cravos floridos

Nas fendas dos “tapa-chamas”:

Em tempos ainda não escurecidos,

Houve tiranos apeados

Por capitães arvorados

Em libertadores sentidos

Vinte e cinco anos de gozos e dores...

Vinte e Cinco de Abril

De cantigas e flores...

Alguns feitos amos,

A outros feitos danos...

Rasgámos fronteiras

Pusemos o país “com dono”

E temos campos ao abandono!...

Mas ainda erguemos bandeiras,

Ainda corre uma aragem,

Ainda há gente sem sono

Que vai passando a mensagem:

Desfez-se a ditadura

E cumpriu-se a liberdade;

Ainda é a mesma, a saudade;

Falta cumprir-se a cultura!

Mas se vivem de recordações

Nossos pais, nossos avós;

Cantamos nós suas canções,

Quem vibra já somos nós!

Abril sobrevive às gerações!..

        ( Gil  --  Abril de 1999)

Aniversário

24.04.22 | asal

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Faz anos neste dia o João Henriques Ribeiroque reside há alguns anos na "Ericeira Domus", onde já estive.

Se não me engano, são 87 primaveras de quem nasceu nos Carregais - Montes da Senhora, andou no Seminário até ao 10.º ano e depois fez a sua vida profissional como professor em Angola, vindo a residir em Castelo Branco depois do 25/04, onde se empenhou na cultura e na vivência cristã muito ativa.

Aqui lhe damos os nossos PARABÉNS, sabendo que ele já não frequenta estas páginas. E ainda lhe desejamos vida longa com saúde e gosto de viver. É a filha que mais se aproxima dele agora.

ESPERAR O INESPERADO

23.04.22 | asal

Pela pertinência desta reflexão, apoiada em Edgar Morin, sobre o risco de aniquilação da própria Humanidade, copio do António Colaço o texto de Anselmo Borges. AH

ESPERAR O INESPERADO

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Edgar Morin, o pensador da complexidade, que fez 100 anos em Julho de 2021, continua a ser um dos filósofos e sociólogos mais atentos e merecedores de atenção. Acabou de publicar um novo livro, reflectindo sobre o mundo actual - Réveillons-nous (Despertemos). Sobre ele deu uma entrevista a Jules de Kiss, publicada em Março deste ano em "Franceinfo". As reflexões que se seguem acompanham a entrevista.
A primeira é um apelo à urgência de pensar séria e profundamente sobre o que está a acontecer. Com Réveillons-nous, Edgar Morin não quer simplesmente fazer eco, doze anos depois, ao livro de Stéphane Hessel, Indignez-vous (Indignai-vos): "Hessel dizia: Indignai-vos. Ele dirigia-se a pessoas já despertas. Eu, eu tenho a impressão de que vivenciamos os acontecimentos um pouco como sonâmbulos. Aliás, o que eu vivi, na minha juventude, nos dez anos que precederam a Guerra. Eu peço que se tente ver e compreender o que se passa. Caso contrário, sofreremos os acontecimentos como, infelizmente, sofremos a última Guerra mundial." (Pessoalmente, chamo permanentemente a atenção para a necessidade de pensar. Pensar vem do latim, pensare, que significa pesar razões; daí vem também o penso sanitário, pois pensar cura.
Como vê esta nova guerra na Europa, com a invasão da Ucrânia? Certamente, há "uma surpresa, mas não total". De facto, num artigo no Le Monde em 2014, por ocasião da crise ucraniana, concretamente na Crimeia, escreveu: "Atenção, é um foco de infecção com o risco de ter consequências desastrosas. Durante anos, fechou-se os olhos a esta infecção..." O problema agora é que há "um desequilíbrio": "estamos numa espécie de contradição, porque, por um lado, pensamos que a resistência ucraniana é justa - é uma guerra patriótica -, mas ao mesmo tempo pensamos que, se entrarmos no conflito, corremos o risco do que Dominique de Villepin chamava um "tsunami mundial": passo a passo, chegar à explosão." Não nos podemos enredar na lógica da guerra e "intervir militarmente. Por isso, sinto esta contradição que vivemos todos e que é preciso assumir". "Por um lado, queremos apoiar um país que resiste e, por outro, não podemos fazê-lo de modo integral, isto é, entrar na guerra. Estamos no meio: fornecemos armas e reabastecimento".
Os seus três escritores russos preferidos são: Dostoiévski, Tolstói, Tchekhov. "Eles ajudam-no a compreender a guerra hoje?" "Não, eles ajudam-me sobretudo porque transportam com eles um humanismo russo que, diferentemente do humanismo ocidental, que é sobretudo abstracto, é concreto. Está cheio de compaixão pelo sofrimento e a miséria humana. E o que estes autores me ensinaram de modo profundo foi este humanismo da compaixão pelo sofrimento." Aqui, pessoalmente, pensei no meu íntimo: Nem Putin nem Kirill leram Dostoiévski, Tolstói, Tchekov, ou não entenderam... ou não querem entender.
E voltamos à necessidade urgente de pensar. Estamos mergulhados em crises gravíssimas, que podem colocar a Humanidade perante a possibilidade do seu fim. "Em todo o mundo há crise das democracias, uma crise do progresso. Acreditámos durante muito tempo que o progresso era certo, uma lei da História; ora, hoje percebemos que o futuro é cada vez mais incerto e inquietante. Há a crise do futuro, a angústia, as crises que aconteceram: a económica em 2008, depois a pandemia. As angústias que isso gera provocam um retraimento, um fechar-se sobre si mesmo." E nota-se uma espécie de derrota dos intelectuais e políticos, que não conseguem fazer-se ouvir. Há uma questão que é "muito importante hoje. Porque estamos num mundo de experts (peritos) e especialistas em que cada um vê apenas uma pequena parte dos problemas, isolados uns dos outros. Existe hoje de facto essa deficiência."
De novo o jornalista: "Conversámos sobre a guerra na Ucrânia, tendo como pano de fundo a ameaça nuclear. Também dedica um dos quatro capítulos do seu livro ao aquecimento global. Mestas condições, é possível pensar o futuro com serenidade?" Resposta: "Não podemos ficar serenos perante perspectivas tão preocupantes. O que eu quereria mostrar, mesmo antes da guerra na Ucrânia, é que, desde Hiroshima, uma espada de Dâmacles paira sobre a cabeça de todos, e ela agravou-se com a crise ecológica, que mostra que realmente a bioesfera, o mundo vivo e as nossas sociedades estão ameaçados. Não é só o clima. O clima é um elemento dessa crise geral e a pandemia também contribuiu para o carácter global da crise. Penso que entrámos num novo período. Pela primeira vez na História, a Humanidade corre o risco de aniquilação, talvez não total - haverá alguns sobreviventes -, mas uma espécie de "reinício" a partir do zero em condições sanitárias sem dúvida terríveis. É esse perigo, que eu já tinha diagnosticado como potencial, que, de repente, se torna actual com esta história de guerra russa."
Claro que "só podemos pensar o futuro, se estivermos conscientes do passado e do que se passa no presente. Não se pode pensar o futuro isolado. E hoje o futuro depende dessas grandes correntes que atravessam a Humanidade e que são ameaçadoras e regressivas. Portanto, eu penso que é urgente pensar o futuro. Porquê? Até agora pensava-se que o futuro era uma espécie de linha recta que ia continuar. Ora, é preciso imaginar os diferentes cenários. É preciso estar vigilante. É preciso esperar o inesperado para saber navegar na incerteza. Há toda uma série de reformas, o modo de pensar, de se comportar, que são hoje necessários."
 
Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia.
Escreve de acordo com a antiga ortografia

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