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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Última hora

17.11.21 | asal

Acabo de publicar o comentário do João Lopes acerca da inesperada dor que lhe morde no joelho. Como a prosa merece destaque, aqui ficam as letras que ele me enviou:

«Caras familiares e amigas com quem vai ser bom estar. Acometido inesperadamente por uma dor incrível na perna direita, e que não me deixa dormir, um luxo a que já não tenho acesso... agora um pouco melhor. Exames médicos não viram nada, só o médico que me fez a ECO me disse você tem um joelho de um jovem de 30 anos e eu quase o mandei à outra parte, ora já se viu uma dor de cão afilado na perna, o ladrão nem de noite me larga, ele há coisas do diabo, caramba, por Zeus, se ainda há oito dias , 8, ouviram?, eu corria que nem um veado ligeiro para pastar no parque verde da cidade junto ao Mondego, porque sem ver as águas das ninfas que até ao mar não param não consigo viver e esta hein? ó Fernando pessa dá-me a resposta que tenho pressa de ir ao afamado Encontro, e se me virem de bengala , bico calado que gozações não admito.. etc e tal e um grande abração do João manco coxo claudicante tanto faz!»

 João Lopes 17.11.21

 

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Mas nem tudo é triste. Também há uma hora, enquanto comia um saboroso coelho, telefona-me o Manuel Bugalho a comunicar a presença dele e da esposa, a Luisa, no Encontro de Alfragide. É a vida, nesta mistura de dor e alegria. Olhem aqui o João e o Bugalho em animada conversa no Encontro de 2020.

Já não somos 25. Subimos para 27...

AH

Aniversário

17.11.21 | asal

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Ivo Silva, hoje é o dia do teu aniversário. O que são 71 anos? És um jovem ao pé de mim...

Aqui estamos a dar-te os PARABÉNS DE GRUPO dos antigos alunos e a desejar-te felicidade. E tens a possibilidade de estar no nosso encontro de 4 de Dezembro em Alfragide.

Inscrições para o Encontro

16.11.21 | asal

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS DA DIOCESE DE

PORTALEGRE - CASTELO BRANCO

COMISSÃO ANTIGOS ALUNOS SPCB

(comasalpcb@gmail.com)

(asal.mail@sapo.pt)

 

CIRCULAR

 

ENCONTRO - CONVÍVIO DE 04 DE DEZEMBRO DE 2021 (SÁBADO)

 

Local do Encontro : Seminário Nossa Senhora de Fátima/ Dehonianos

Largo Padre Adriano Pedrali, 1, 2610 – 129 alfragide. TElf. 214 707 300

 

Caros Amigos, 

Como já foi publicitado pelo blogue “ANIMUS SEMPER “, pela nossa página do facebook, por e-mail e pelos CTT, o nosso primeiro e único Encontro deste ano de 2021 vai ter lugar no dia 4 de dezembro (sábado), no Seminário Nossa Senhora de Fátima/Dehonianos, em Alfragide (Amadora), a partir das 11H00.

Será mais uma bonita jornada de convívio, a primeira depois do início da pandemia da COVID-19, em março de 2020, com muito para recordar e reviver, como é hábito.

 

Já temos as seguintes 25 Inscrições:

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Abílio Cruz Martins (2)

António Henriques (2)

António Martins da Silva (2)

António Romeiro Carvalho (1)

Armindo Batista (1)

Florentino Beirão (2)

Francisco Cristóvão (2)

João Oliveira Lopes (2)

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Joaquim Mendeiros (2)

José Alberto Martins (1)

José Andrade (2)

José Caldeira (1)

José Castiço (1)

José Duque (1)

José Maria Lopes (1)

José Maria Martins (1)

José Ventura Domingos (1)

Total : 25

Inscrições, até 30-11-2021, por e-mail, facebook ou para qualquer dos seguintes elementos da Comissão Administrativa: Martins da Silva: 965 026 324; António Henriques: 917 831 904; Joaquim Mendeiros: 969 015 114.

Saudações Associativas com votos de um bom ano novo.

Lisboa, 16 de novembro de 2021

A Comissão Administrativa

Aniversário

16.11.21 | asal

Fernando Est. Pereira Marques.jpg

Celebra hoje o seu aniversário o Fernando Esteves Pereira Marques, natural de Envendos, tendo nascido em 1945 e frequentado o Seminário de Alcains. Tem feito a sua vida em França, mas ainda contamos com ele num dos nossos encontros.

Aqui ficam os nossos sinceros PARABÉNS, com votos de muita saúde e felicidade. Posso dispor o seu n.º de telefone a quem mo pedir.

 

Aniversários

15.11.21 | asal

E cá estamos nós, sempre presentes, para saudar mais dois colegas que hoje celebram o seu aniversário.Alberto Leitão.jpg

Alberto Cardoso Leitão, de 1938, natural de Cernache, Sertã, aposentado do BCP, vive em Esgueira, Aveiro, bem perto do seu irmão - Fernando Leitão, que colabora muito com estas páginas. Decerto, hoje vai haver grande festa para este octogenário.

 

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Arménio Silva Duque, nascido em 1954 em Alcaravela, advogado, vive em Vila Fresca de Azeitão. Também aparece muito por aqui, ou melhor, no Facebook!  E já por mais de uma vez reuniu na sua terra um bom grupo de colegas...

Aos dois amigos, os nossos sinceros PARABÉNS, desejando que vivam felizes por muitos anos, com saúde e muitos amigos.

Aniversários

14.11.21 | asal

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- Faz hoje 81 anos o Artur Lopes Pereira. Este meu colega, que também entrou no seminário em 1951, é de Proença-a-Nova e, depois de uma vida profissional como engenheiro mecânico, vive a sua aposentação em Lisboa, ali para a zona oriental.

Meu caro amigo, aqui te damos os PARABÉNS DA MALTA, desejando-te muita saúde e muitos anos de vida em felicidade.

 

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- Nascido em 1962, também hoje festeja o seu aniversário o P. Martinho Lopes Mendonça, responsável pastoral das paróquias de Aldeia de Santa Margarida, Medelim, Proença-a-Velha e S. Miguel d'Acha.

Caro amigo, MUITOS PARABÉNS e votos de muita saúde e realização dos seus projectos com muita felicidade.

Da Parreirinha

13.11.21 | asal

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Saem uns, entram outros...

E nesta sexta-feira, 12 de Novembro, foram seis os que marcaram presença no almoço da Parreirinha. 

Pessoalmente, eu estive com uns amigos que vieram de longe e que há muito não víamos. Isto ao almoço...

Ao jantar, juntámo-nos a umas boas dezenas de convivas para bater palmas aos 19 anos da Casa do Educador do Seixal. Vocês podem não saber da história, mas a minha vida esteve bem ligada a esta associação, que por sua conta criou a Unisseixal, onde hoje estão inscritos mais de 800 alunos seniores, com aulas numas instalações novinhas que são um primor no concelho do Seixal. AH

Aniversário

13.11.21 | asal

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Hoje, temos só um aniversariante!

É o Ângelo Dias Mateus, de Oleiros, que nasceu em 13 de Novembro de 1950. Por isso, hoje é dia de festa para ele e aqui lhe damos os PARABÉNS por mais uma primavera. Votos de muita saúde e felicidade.

Palavra do Sr. Bispo

12.11.21 | asal
NOVAS ARMADILHAS DA MISÉRIA E DA EXCLUSÃO
 

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A pobreza e a exclusão social em Portugal têm muitos e variados rostos, desde a falta de recursos e de rendimentos para uma subsistência digna e sustentável, até ao não acesso a serviços básicos e à não participação em tomada de decisões. Uma coisa, porém, os pobres têm, além de outras, e ninguém lha pode tirar: é a dignidade de filhos de Deus. A Agenda global 2030 promete acabar com a pobreza em todas as suas vertentes sem esquecer quem quer que seja. Tal tarefa reclama verdadeiro sentido do bem comum, com pressa, competência, coragem e políticas acertivas em todos os setores da atividade humana.

Neste V Dia Mundial dos Pobres, o Papa, como sempre, não fala só para dentro da Igreja, fala para todas as pessoas de boa vontade e para quem tem a responsabilidade de promover o bem comum dos povos. Abordar a pobreza de forma nova e diferente é, segundo Francisco, “um desafio que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário”. E até parece “ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são responsáveis pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias privilegiadas. Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias. Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da exclusão, produzidas por agentes económicos e financeiros sem escrúpulos, desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social”.
Francisco não deixa de acentuar a necessidade de processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, e a complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um recurso comum de participação. “Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na reciprocidade. Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser colocados em condição de poderem dar, porque sabem bem como corresponder. Quantos exemplos de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos frequentemente a solidariedade e a partilha”.
A afirmação que São Marcos coloca na boca de Jesus: “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), serviu de mote a Francisco para o desenvolvimento do tema deste ano. Judas, indignado, achou um desperdício escandaloso o derrame dum vaso de perfume caro que uma mulher derramara sobre a cabeça de Jesus. Ripostou que melhor seria vendê-lo e dar o dinheiro aos pobres. Não porque fosse amigo dos pobres, mas porque, encarregado de guardar o dinheiro que davam para os pobres, o tirava para uso próprio. E o Papa torna presente a afirmação de Orígenes: “Se, agora, ainda houver alguém que tem a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira o que metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas”.
Quem mais pobre do que aquele que é perseguido, preso, torturado e condenado à morte pela prepotência e injustiça do poder, sem qualquer razão para o fazer, a não ser a sua própria razão, isto é, a razão sem razão de se sentir incomodado pela palavra e presença dos pobres que reclamam atenção e justiça?
Próximo da morte, Jesus elogia o gesto daquela mulher. Ao fazê-lo, Jesus vem-nos recordar ”que Ele é o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina, demonstra ser a única que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta mulher anónima – talvez por isso destinada a representar todo o universo feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –, inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento culminante da vida de Cristo: a sua crucifixão, morte e sepultura e a sua aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora: «Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho, há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9).
Jesus pobre está do lado dos pobres, partilha a mesma sorte, identifica-se com eles, é o rosto deles. A presença dos pobres “não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa partilha de vida que não prevê delegações”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 12-11-2021.

Aniversários - 4

12.11.21 | asal

São quatro os aniversariantes deste dia. A eles saudamos com amizade e damos PARABÉNS. É bom celebrar a vida, saborear a alegria de cada dia, agradecendo as graças do nosso Deus. Ele que continua sempre igual, quer estejas em dia sim quer em dia não, quer te sintas amado quer te sintas desprezado. Ele é sempre o Pai amigo...

Emanuel M. Silva.jpg

1 - Faz hoje 55 anos o Sr. Cón. Emanuel Matos Silva, um homem muito importante nas estruturas da Diocese. É que ele tem muito que fazer!... Vejam as suas responsabilidades: Vigário Episcopal para o Clero, Vocações e Ministérios (incluindo a Vida Consagrada Religiosa e Laical), Diretor do Boletim Pastoral, Reitor do Seminário Diocesano e Pároco de Sé de Portalegre.


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2 - Também vive a festa dos seus 61 anos o Armando Conceição Almeida, originário do Estreito e a viver em Alcains. É profissional da Covipneus, onde vos poderá atender com todo o gosto. Sei que também é benfiquista!



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3 - Também hoje faz anos o P. João Maria Antunes Lourenço, nascido em 1967 e também cheio de trabalho e responsabilidades diocesanas. É Juiz do Tribunal Eclesiástico, Chanceler, Membro do Conselho Presbiteral; Capelão do Hospital Dr. José Maria Grande em Portalegre; Director do Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde e Pároco de S. Lourenço em Portalegre e da Ribeira de Nisa. 

4 - Finalmente, também hoje faz anos o Carlos Fernandes Lopes, que nasceu em 1958. Sabemos que esteve connosco na Sertã com a sua esposa. Mas não sabemos identificá-lo nas fotos que possuímos. Por isso, sai sem foto. Bem perguntámos a vários amigos...

O início da guerra em Angola (2)

11.11.21 | asal
Meu Bom e estimável Amigo Henriques
Segue mais um artigo sobre a infindável e malograda guerra em Angola. Oxalá, os nossos Amigos do ANIMUS se juntem a estas reflexões e enriqueçam este debate sobre tão complexa e dolorosa página da nossa História recente.
Vamos até Alfragide. Inscrevam-se porque o tempo urge. Lá nos encontraremos...
Abraça-vos cordialmente
Florentino Beirão

Florentino_beirao.jpg

“Já e em força”

O início da guerra em Angola em 15 de março de 1961 e nos meses seguintes deixou profundas marcas nos envolvidos nestes bárbaros acontecimentos, onde jorrou muito sangue e lágrimas. Tanto de fazendeiros como de guerrilheiros. Ainda hoje, esses tempos tumultuosos e algo inesperados são objeto de estudo e controvérsia, tal é a sua complexidade. Note-se que a amplitude e a violência da revolta dos Dembos, cometidos pela União do Povo de Angola (UPA), a partir de 15 de março de 1961 no norte de Angola, apanhou de surpresa boa parte dos observadores políticos. Para melhor compreensão desta brutal barbárie, ocorrida no norte de Angola, tenha-se em conta que o Congo ex-Belga, que faz fronteira com Angola, tinha obtido recentemente a sua independência em junho de 1960. Partilhando dos mesmos ideais, abriu as suas portas aos guerrilheiros angolanos, para os acolher e apoiar. Esta fronteira tornou-se assim muito permeável à implementação da guerrilha, nesta vasta zona de Angola.

Mas vamos por partes porque a cronologia destes acontecimentos é complexa, envolvendo vários protagonistas.

Em 4.01.1961 deu-se no norte de Angola a primeira revolta sangrenta nas fazendas onde era abundantemente cultivado o algodão por trabalhadores negros, em regime de trabalhos forçados. No mês seguinte, o partido do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), fundado em 1956, sendo então apoiado pela União Soviética e Cuba, decidiu atacar a prisão de S. Paulo em Luanda e ainda uma esquadra da polícia, fazendo sete mortos.

Em 15 de março do mesmo ano, foram cometidos massacres nas regiões de S. Salvador e Dembos e nos arredores de Luanda. Calcula-se que foram barbaramente assassinados cerca de 1.200 brancos e 6.000 negros que trabalhavam nas fazendas do algodão. AS fotografias desta barbárie, tanto de negros como de brancos, foram sendo largamente divulgadas na metrópole, através de filmes e livros, para acicatar as populações da metrópole contra os crimes cometidos nesta martirizada região angolana.

Durante os oito meses seguintes, os militares portugueses, enviados da metrópole - só havia 1.500 soldados, antes da guerra em Angola - combateram o Movimento da União das Populações de Angola (UPA), fundada em 07.07.1954 o qual se dedicava a fazer sobretudo guerrilha rural. Em virtude desta região ser tão problemática, as tropas da metrópole aqui permaneceram até haver alguma paz, assegurada pela sua presença.

Entretanto, entre 18 a 20 de abril de 1961, realizou-se a Conferência das Organizações Nacionalistas em Casablanca (Marrocos) onde participaram os movimentos de libertação das colónias de Angola (MPLA), (PAIGC) da Guiné e Cabo Verde e Liga de Goa, Damão e Diu da Índia. Esta iniciativa tinha como objetivo coordenar os esforços da luta contra o colonialismo português, fechado ao diálogo com os Movimentos de Libertação.

Entretanto, quando menos era esperado, em abril de 1961, deu-se na Metrópole o denominado golpe militar da “Abrilada”, liderado pelo ministro da Defesa Botelho Moniz contra Salazar e a sua política colonial.

O ditador não perdeu tempo e nomeou-se a si mesmo ministro da Defesa em 13 de abril de 1961, chamando a si a liderança da guerra do Ultramar. No discurso da sua tomada de posse proferiu a célebre frase que ficou para a história: “andar rapidamente para Angola e em força”.

Em junho de 1961, deu-se a fuga dos estudantes das colónias que viviam na “Casa dos Estudantes do Império” de Lisboa espalhando-se por Espanha, França e Alemanha a fim de militarem nas fileiras dos movimentos de libertação dos seus territórios. Mais tarde, recorde-se, muitos deles acabaram por ser líderes e governantes dos seus países, após a sua independência, a partir de 1975. Entre estes estudantes encontrava-se Agostinho Neto que estudava medicina em Coimbra, Amílcar Cabral, Mário Pinto de Andrade e Marcelino dos Santos, fundadores de movimentos anticoloniais da Guiné e Cabo Verde, Angola e Moçambique respetivamente.

Embora de início estes jovens estudantes fossem conservadores politicamente, com o passar dos anos foram-se tornando uma forte dor de cabeça para o regime, uma vez que estes lares de estudantes de jovens africanos foram assumindo perspetivas novas e progressistas. Deste modo, começaram a afastar-se dos propósitos para que foram criados - formar quadros afetos ao regime, não justificando assim os apoios financeiros do governo e das empresas coloniais que suportavam os custos desta instituição académica.

forentinobeirao@hotmail.com

Respostas ao convite

11.11.21 | asal

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1 - Boa noite, António! Saúde e Paz.

Confirmo a minha ida ao encontro. Só eu, perdão, acompanhado pela minha guitarra.

Grande abraço do José Caldeira
 
Resposta: É uma alegria ver-te em Alfragide com a tua guitarra.
 
2 -  O estarmos incapacitados impede-nos de nos reunirmos aos companheiros que vão reviver amizades, despertar episódios de um mesmo percurso de formação.
    Mas associamo-nos em espírito e no nosso recanto vamos ter presente a vossa assembleia, encantada por retomar a experiência dos convívios interrompidos.
     Mesmo não estando presente, quero pagar a minha inscrição, agradecendo o envio do NIB para a sua transferência.
     Um abraço a todos na amizade do casal,
Fernando Leitão/Emília Miranda
 
Resposta: Mesmo longe, vocês estão sempre presentes! Obrigado e parabéns! A idade não perdoa e outros amigos estão na mesma situação. Vamos aceitar a vida, conformados e pacientes, pois muito de bom ela nos deu já. Pediste o IBAN da nossa associação. É este: PT50 0018 0000 0343 5755 0019 8.
Desejo-vos melhores dias. Com um abraço do António Henriques
 
 
3 - Bom dia. Estarei presente, salvo por razão maior. Saúde.
António Maria Romeiro Carvalho
 
Resposta: Caro amigo, inscrevo-te com alegria. Já enviei o teu nome para o Joaquim Mendeiros. Penso que é a primeira vez que nos encontramos. Falaremos em Alfragide. Abraço do António Henriques
 
4 - Bom dia, António. Queria inscrever-me para o encontro do dia 4 de Dezembro em Alfragide. Por acaso, estou em Massamá nesse dia e posso participar no encontro. De tarde vou ter que sair um pouco antes porque tenho voo de regresso a Alemanha às 18.30 horas. Abraço, Armindo Batista
 
Resposta: Ótimo. Está inscrito. E é uma cara nova. Faz favor de se apresentar em Alfragide. Abraço do António Henriques
 
5 - Caros colegas e amigos:

Devido ao meu estado de saúde, informo que não poderei participar nas iniciativas organizadas pela Associação.Com efeito, desde os fins de Outubro, fui acometido de uma doença que me levou a estar 3 dias no hospital e agora me obriga a permanecer em casa. Tenho falta de equilíbrio e necessidade de uma pessoa para deslocações. Penso que só em Dezembro estarei bem. Tenho conhecimento das atividades que estão desenvolvendo.Continuem que eu estou convosco. Se precisarem de alguma coisa da minha parte, estarei disponível. Fica, assim, em stand bye a minha intervenção, sendo certo que aprovo todas as iniciativas vossas.

Lamento o que sucede e é com tristeza que não partilho do que organizarem. Apesar da suspensão e de não poder encontrar-me convosco pessoalmente, continuo a participar no “animus semper”, a receber emails e a trocar impressões convosco, via telefone ou telemóvel – 91 948 23 71.

É tudo o que tinha para informar, enviando um abraço com muita amizade e saudades do       Joaquim Nogueira

Resposta: Caro amigo, lamento a situação em que te encontras. Espero que seja passageira, embora eu também esteja já a notar o peso dos anos. Que havemos de fazer? Muito a vida já nos deu e por isso somos agradecidos. Boas melhoras do António Henriques

 
NOTA: Estas são algumas das respostas à carta-circular que a Comissão enviou aos 251 emails de colegas. Agradecemos e esperamos muitos mais. Ou vamos continuar fechados em casa? AH

Aniversário

11.11.21 | asal

Ant. Raposo Preto.jpgQuem hoje faz anos é o António Raposo Preto.

É de Castelo Branco (Alcains?) e vive em Setúbal, onde exerce o ofício de Solicitador e Agente de Execução. Este jovem faz hoje 38 anos e é um pai babado. Quando vier aos nossos encontros, saberemos mais. 

PARABÉNS, amigo! Que sejas muito feliz, são os votos dos teus colegas.

 

Aniversários

10.11.21 | asal

PARABÉNS, AMIGOS!   

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Venho anunciar que o nosso colega, José Antunes Figueira faz hoje 92 anos. Ele aparece em quase todas as fotos dos almoços da Parreirinha. Anda a tratar da saúde, que na sua idade é assunto que passa para primeiro lugar. Mas ele vai resistindo! Damos-lhe os nossos PARABÉNS  e desejamos que ainda esteja connosco e sua família por muitos anos, sentindo as alegrias desta vida.

Eu sei que não tens computador, mas alguém te dirá deste nosso abraço de parabéns.

 

Rui Brejo.jpg

Também hoje faz 50 anos o Rui Brejo, um meu vizinho sobreirense, natural dos Cunqueiros, professor da Secundária de Alcochete e a viver em Setúbal.

Por isso, aqui estamos a saudar-te, amigo, dar-te os PARABÉNS e desejar-te o melhor em saúde, felicidade e realização dos teus projectos.

Estás tão perto, Rui! Quando nos vemos? É um colega do Ripanso que te pergunta!

Afeganistão-Casa dos Bravos V

10.11.21 | asal

Meu Bom Amigo

 Mais um texto. Este, sobre a educação das mulheres no regime comunista afegão. Se algum erro encontrarem, façam favor de me desculpar e de o corrigir. Nos próximos, tratarei da Guerra Civil entre os guerilheiros, mujahidin,  !992-1996; da porta que eles abriram aos Taliban de 1996 a 2001 e quanto ao regime americano e europeu, de 2001 a 2021 já conversámos...  A minha intenção é bem singela: despertar a curiosidade  para um país da periferia do mundo, levar as pessoas  a  alargar a sua visão para as periferias, seguindo aqui o conselho do nosso bom Papa Francisco. Uma Igreja em saída ao encontro dos mais desafortunados. A imprensa tem-nos propiciado textos fantásticos sobre a atualidade afegã: "À espera que a barba cresça para fintar  os talibãs." Exp. 6 do 11; um outro  com o título "Os livros  ensinam-nos a ser livres" sobre um jovem que, em 2007 organizou uma biblioteca em  Kandahar. Exp. 17 do 9 ... Depois  desta investigação, sou eu o primeiro a compreender melhor  o estado das coisas.
 Peço ao António o favor de escolher uma bela imagem de uma Escola Afegã ou mulher. para ilustrar este texto de hoje. Com um grande abraço, João Lopes
 

A MULHER durante o regime comunista no Afeganistão ( 1979-1992)

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     “ As coisas foram sempre difíceis para as mulheres deste país, mas elas são provavelmente mais livres agora, sob o regime comunista, e têm mais direitos do que alguma vez tiveram.”        Khaled  HOSSEINI, Mil Sóis Resplandecentes, 7ª edição, Presença, 2008, p. 109

 

    O domínio político da União Soviética na terra afegã, durante 13 anos, não se saldou só pelo que de destrutivo uma invasão militar sempre comporta. Para mais, tratando-se de uma grande potência e de um pobre país enfraquecido pelas divisões tribais, pela má distribuição da terra, pelas secas e por uma cultura conservadora e patriarcal, onde as mulheres eram claramente desclassificadas.

 Os comunistas cedo perceberam a necessidade da instrução básica e superior da mulher, como base de uma sociedade progressista e garantia de recuperação de direitos, de justiça e equidade em relação aos homens. Pode a visão maniqueísta, polarizada nos extremos do Bem e do Mal, (como a de Reagan!) teimar em não entender que do dito Império do mal ( Reagan)  alguma coisa de bom possa ter nascido. Esta visão, porém, inquinada de dualismo intransigente, não é boa conselheira, porque intelectualmente redutora e preguiçosa.

  O comunismo valorizou o papel da mulher na sociedade afegã, criando programas de alfabetização por todo o país, mas com particular incidência na capital, já de si, neste aspeto, muito desenvolvida, sobretudo nas classes abastadas; criou novas universidades e hospitais, facilitou o acesso ao ensino e à saúde, construiu novos bairros e habitação social, rasgou estradas e avenidas… em suma, imprimiu uma dinâmica de desenvolvimento, alavancando o estatuto das mulheres num país islâmico que não primava propriamente pelo reconhecimento da dignidade feminina, abafada pela  “preeminência sobre elas” por parte dos homens, como reza o sagrado Alcorão, logo na sura II, 228.  

 Havia a convicção de que, pela educação e instrução superior, a mulher conseguiria libertar-se da montanha de preconceitos ancestrais, que pesavam inelutavelmente sobre o seu triste fado, numa sociedade que a sequestrava em casa, sobrecarregando-a com trabalho e subtraindo-lhe o direito a sair à rua, livre e solta da tutela do homem, ou de uma burqa embaraçante que a tornava invisível, um fantasma numa noite de breu. Sim, havia que romper de vez com a tradição tribal de dominação masculina e com o mercadejar dos casamentos em idade púbere ou mais avançada sem que o coração da interessada fosse sequer ouvido, visto que a família tratava do assunto ou do” negócio” nas costas da pobre jovem, atirada à força para as mãos de um desconhecido mais velho 30 a 40 anos ou até mais. Quadros verdadeiramente pungentes cobrem de sangue e dor as páginas da literatura mais recente e antiga como As Mil e Uma Noites, coleção persa de contos maravilhosos do mundo árabe (dos séculos VIII ao XV) onde o cómico se casa com o trágico, o heróico com o erótico.    É, por isso, coisa bonita de ver as ruas de Cabul e Herat, as cidades mais belas e desenvolvidas, coloridas com o riso libertador das estudantes do Liceu e da Faculdade, de cabelo ao vento ou cobertas com um simples hijab, azul ou preto sobre a cabeça, para não ferir demasiado os costumes da comunidade. Apesar da guerra, respirava-se liberdade. Pena que não fosse em todo o território.

  Deixem-me, a propósito deste “ papo”,  conversa que tenho com vocês, contar-vos o que me aconteceu na ilha de Jerba, no sul da Tunísia, em meados dos anos noventa. Para já,  no imenso resort, mulheres a trabalhar, nem vê-las!! Tínhamos um guia, homem novo, bem apessoado, de barba aparada e marrafa perfeita, simpático… As mulheres andavam doidas com o Habib! Um dia, perguntei-lhe:  Alors, Habib,  moi, j´ai  une demande à vous faire.  On aimerait voir votre épouse.  - “ La mienne? Elle est à la maison! -  Toujours à la maison?- Bah, oui! –Le jour et la nuit? –  Oui, tout le temps.  Je  l´accompagne au souk( Mercado) et à la mosquée. --- Et même là les femmes mises à part dans un coin, non?- Oh, naturellement. Pourquoi pas?”  Caladinho, fechei a boca.  O terreno era escorregadio por demais. E estamos num país muçulmano dos mais avançados!

   Em 1986-87, no auge do regime, um prof. universitário, saneado,  incitava as filhas a estudar e a não pensarem em casar. “O casamento pode esperar, a educação não. (…) quando esta guerra acabar, o Afeganistão vai precisar tanto de vocês como dos seus homens, talvez ainda mais. Porque uma sociedade não tem hipótese nenhuma de progredir se as suas mulheres forem ignorantes. Nenhuma!” Mil Sóis Resplandecentes (p. 94) Ele achava que a  única coisa que os comunistas tinham feito bem, fora, precisamente, no campo da educação das mulheres.  Mais de dois terços dos alunos da Universidade de Cabul eram, no momento, mulheres, estudantes de direito, medicina, engenharia, línguas…” Mas é verdade, é uma boa altura para ser mulher no Afeganistão.”(p. 109)

   Infelizmente, este arejamento da vida pública, liberal e progressista, era quase só visível em Cabul e Herat… uma vez que, nas áreas tribais dos pastunes, mais aferrados às tradições, à intocável Charia, imune ao passar dos tempos, no Sul e Leste, o que se via era o reverso da medalha. Enclausuradas em casa, as mulheres não saíam à rua. E, quando o faziam, era de burqa, essa vestimenta-prisão, sufocante, que as paralisava e impedia de ver em várias direções, e mesmo assim, de homens acompanhadas.

  Pois bem, nessas regiões, onde agora campeavam os mujahidin, na guerra santa contra os soviéticos, os próprios homens haviam-se rebelado contra os decretos comunistas para a libertação da mulher, para abolir o casamento imposto e elevar para o mínimo de 16 anos a idade núbil. Para esta gente, pastune na sua maioria, era um pecado contra Alah e a sua santa fé, aceitar no espaço público a presença simples e natural da mulher, como ser humano de pleno direito. Ela, só por si, constituía um perigo para a boa ordem social, um incentivo involuntário à natural luxúria dos homens. Estudar, libertar-se da autoridade masculina, nem pensar. “ Teoricamente, a crente é posta no mesmo plano que o crente, mas a sua situação relega-a, na prática, para uma condição de menoridade…” ABCedário do Islão. Jornal Público, 2000, p. 93. Terrível tradição esta a de um patriarcalismo, arcaico e misógino, que “consagra a inferioridade essencial da mulher” como diz Garaudy em  Religiões em Guerra.  Lisboa, Ed. Notícias, 1996. P.32

    Nestas sociedades, apesar das restrições de uma religião fortemente politizada, as mulheres têm encontrado o seu espaço de emancipação, através do saber e competência, alcandorando-se aos altos cargos de liderança, cívica e religiosa, em pé de igualdade com os homens. Às vezes, com menos réditos e direitos, mas lá chegaremos… Estou a pensar no mundo islâmico e não só. Se até, no Paquistão, na Índia, no Afeganistão dos comunistas e americanos, elas têm triunfado! O bom Deus, quando as criou, não estava a dormir! Isto não é complacência paternal, nem tão pouco “captatio benevolentiae”, mas verificação de facto. Se até Sara manda em Abraão, Rebeca em Isaac e Raquel em Jacob!...

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 Uma história final para compensar as minhas queridas leitoras e leitores: No souk de Jerba,  uma ourivesaria. Na montra, cintilavam os rubis, esmeraldas e safiras, cravejados no couro de uma carteira de senhora.  “ Gosto desta--diz ela.- Tens bom gosto - diz ele. “ Oh, madame, s´il vous plait! Voyez, voyez! C´est belle! Magnifique” Pas cher, pas cher.  Venez voir mieux!” E o sacana do turco leve, levemente, leva a mulher para a sala dos fundos. Olhos arregalados, as papilas gustativas salivando, doido completamente doido por aquela senhora, sem véu, alçando os ombros como prova de virilidade e vaidade… Num ápice, ele, o marido, apercebe-se do perigo, dispara-lhe uma palmada na mão, a carteira rola no chão, e agarra a mulher. E cá fora, o sem-vergonha, chispando lume das pálpebras, ainda propõe: trinta camelos, a montra toda!  Bonne affaire, bonne affaire. Business, good business.--- “Va t´en, va t´en, cocu du diable!. Por Alah!”  E dali saíram antes que aparecesse um navalhão ou uma adaga árabe que os desmanchasse mais depressa que a um cabrito. Mulher, sem proteção capilar, pode passar por uma oferecida, que faz ferver o sangue agitado de qualquer beduíno do deserto.

   Tashakor, salam ! Obrigado em afegão.

Coimbra, João Lopes