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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Encontro cancelado

29.11.21 | asal

Esta é a triste realidade. Cancelámos o Encontro programado para sábado, dia 4 de Dezembro.

Todos estamos a sentir o agravamento da situação pandémica e já no próximo dia 1 de Dezembro vamos ter mais restrições no estado de calamidade. A maioria de nós pertence ao grupo de maior risco, pelo que já há alguns dias a Comissão começou a interrogar-se. Através de contactos telefónicos e pelas redes sociais, o Joaquim Mendeiros falou com quase todos os inscritos e concluiu que a quase totalidade era favorável ao cancelamento do nosso Encontro. 

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Neste momento, já foram contactados todos os 27 inscritos e, naturalmente, o Seminário de Alfragide, que nos ia acolher. Vamos assim continuar longe uns dos outros, respeitando o distanciamento, a lavagem das mãos e o uso da máscara. Meu Deus, isto está a ser difícil!!!

Será que vamos ao menos encontrar-nos em Alcains no 3.º sábado de Maio de 2022?

Pela Comissão, António Henriques

Palavra do Sr. Bispo

28.11.21 | asal
ADVENTO - ESPERAR É FAZER ACONTECER

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Fazer esperar é uma prerrogativa do poder mal entendido ou da pessoa egocêntrica. Ninguém gosta de esperar. Ninguém tem o direito de fazer esperar. Fazer esperar só porque sim não é bonito, é falta de respeito e de caridade para com quem tem de esperar. Ninguém gosta de esperar no multibanco, na farmácia, no hospital, na fila dos serviços públicos ou privados, aqui ou acolá onde precisamos de ser atendidos. Impacienta-nos esperar o transporte que se atrasa, o trânsito interrompido que nos testa a paciência, a longínqua consulta médica que tínhamos como urgente e acaba por não chegar, a falta de alguém a um compromisso que, atrasando-se, também nos atrasa e faz desesperar. Enfim, mesmo quando não há que fazer, aborrece-nos ver o tempo correr e nada se resolver. Ficar à espera é vivido como uma prisão sofrida, uma espécie de martírio.
Ora, estamos habituados a falar do Advento como tempo de fazer esperar. Esperamos o Salvador, é verdade! No entanto, não podemos confundir este ‘fazer esperar’ com a passividade de ‘ficar à espera’ de alguém que chega atrasado, ou de outros que não se despacham e nos impacientam na fila. Na permanente aprendizagem do Mistério de Cristo, o Advento, este tempo de espera é um tempo útil. É uma experiência de vida, é uma proposta de discernimento, é um tempo para redescobrir a identidade de Cristo cada vez com mais profundidade e em crescente identificação com Ele. Não para aprofundar uma identidade de Cristo meramente teórica, abstrata, inconsequente, apenas para entreter. Mas para redescobrir a identidade relacional de Cristo que, fazendo-se próximo e irmão, nos cativa e compromete, partilha connosco o dom do seu Espírito filial e nos convida a ser discípulos ao seu jeito, de forma simples, pobre, humilde, próxima, fraterna e salvadora. E se nos cansamos de esperar, não é Ele que chega atrasado. São as opções e os dinamismos da nossa vida que podem retardar esse feliz encontro, já que Ele, mesmo que se faça encontrado, não se impõe, não força, não arromba portas, o amor é paciente. O verdadeiro Advento coloca-nos assim, de forma sincera e convicta, em atitude de espera, mas uma espera ativa, atenta, alegre e confiante. Não é uma espera vã e enervante. É uma espera que queremos preencher com dinâmicas de transformação, purificação e crescimento. Essa é a atitude própria do Advento. É juntar a essa espera a memória, a expectativa, a aprendizagem, a fé, a fidelidade, a criatividade, a capacidade de nos deixarmos surpreender e abrir às provocações do amor de Deus manifestadas em Jesus Menino. É nesta forma de saber esperar que surge sempre a verdadeira esperança. E surge com uma densidade muito diferente a influenciar a vida pessoal, familiar e coletiva. O Advento sempre foi, é e será o tempo favorável da caminhada histórica da Igreja até ao fim dos tempos.
Nesta esperança de que o encontro de Jesus com todos e cada um aconteça, continuamos a esperar, do fundo do coração, que a humanidade inteira possa convergir num caminho que, salvaguardando as legítimas diferenças, comungue valores e possa fazer caminho. Esperamos, a cada instante, poder estabelecer relações de confiança mútua, de maior verdade, com tudo aquilo que isso exige de transparência, de equilíbrio, de autenticidade. Esperamos que a sociedade sinta a necessidade duma justiça social mais abrangente possível, de ajuda aos mais expostos e fragilizados, aos menos acompanhados e mais esquecidos. Esperamos, para além de todas as imperfeições ou mesmo traições, esperamos que haja uma verdade superior como porto comum de chegada que a todos eleve e se revele. Esperamos que a diversidade de povos, saberes e tradições, seja uma riqueza e não origem constante de guerras fratricidas. Esperamos que a dignidade de cada ser humano seja reconhecida e salvaguardada, que a paz possa ser uma realidade e não apenas um discurso. Esperamos que as instituições nacionais e internacionais não sejam apenas uma cosmética açucarada, que as nações sejam capazes de perceber a necessidade de cuidar da casa comum, que a economia ultrapasse os frios números sem se tornar em défice desgovernado, que a vida política seja funcional em relação à cidadania com os seus direitos e deveres. Esperamos …
A nível eclesial, porém, esperamos uma Igreja cada vez mais comunhão, uma Igreja que escute mais a Palavra de Deus e as palavras dos homens, uma Igreja mais sinodal onde o batismo ilumine todas as vocações e promova fraternidade, uma Igreja onde o ministério seja colegial, a autoridade não seja apenas poder, a verdade impere e não se arrogue da sua propriedade. Esperamos uma Igreja com vida espiritual densa e dinâmica, uma Igreja santa e a santificar-se, uma Igreja que ultrapasse a cristandade mas não esqueça o entusiasmo da primeira hora. Esperamos! Esperamos uma Igreja que defenda sempre a proteção dos mais fracos e vulneráveis, que integre os pobres que passam a vida a esperar sem pressa de ninguém, que promova o diálogo interior até ao debate e à correção evangélica. Esperamos uma Igreja que respeite sempre o verdadeiro primado da consciência, que caminhe com os que procuram, que acompanhe os que duvidam, que ajude a reconstruir os que erram, que estenda a mão aos desanimados. Esperamos uma Igreja missionária que cuide da transmissão da fé, que celebre com alegria, que tenha rosto e essência jovem. Esperamos! …
Esperamos mas “não ficamos passivamente à espera”. Esperamos e fazemos acontecer. É a dinâmica própria da esperança cristã, uma esperança que compromete, conjuga a expectativa com o ideal cristão, purifica, fortalece o desejo, faz o discernimento, empenha a colaborar com a Salvação que nos é dada.
O Advento é sempre tempo de esperança. O nascimento histórico de Jesus já aconteceu, da sua vinda no final dos tempos não sabemos a data e ocasião. Mas cada dia, cada vida, cada história, cada processo é o momento favorável para deixar Cristo nascer e para nascermos para Cristo. Esperar é fazer acontecer.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-11-2021.

O grito dos jovens pelo Planeta

28.11.21 | asal
Meu caro Henriques
Aí te envio mais uma humilde colaboração no sentido de reforçar os laços de Amizade dos viciados no ANIMUS SEMPER. É bom sabermos que são muitos que nos visitam todos os dias.
Desta vez trago para reflexão de todos, porque a todos diz respeito, o futuro do Planeta e do Homem que tanto o disfruta como o lança num abismo sem retorno. Salvemo-nos, salvando a o nossa Terra Mãe.
Abraços cordiais a todos. Ao Henriques a grande gratidão que nos merece.
Florentino Beirão
 

Andamos a cavar a nossa sepultura

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Ao longo deste mês, decorreu na Escócia, em Glasgow, a Cimeira do Clima da ONU - a COP 26 - juntando cerca de 200 países. Ao longo das duas semanas em que decorreu, muitos alertas se ouviram, nomeadamente de numerosos jovens que, por todo o mundo, clamaram por medidas eficazes para se reduzirem as emissões de gazes, com efeito de estufa. Tratou-se de mais um grande momento de sensibilização a favor da saúde do nosso Planeta doente. As conclusões desta Cimeira provocaram alguma desilusão e deceção, devido aos fracos compromissos obtidos.

Como sabemos, o modo de vida que fomos capazes de construir, após a revolução industrial do séc. XIX, conduziu-nos a um beco sem saída, relativamente à destruição progressiva do nosso Planeta, devido aos maus tratos a que foi sujeito, devido às alterações climáticas e ao aquecimento global, objetos de estudo de milhares de cientistas. Os estudos efetuados revelam-nos que a temperatura média da Terra se encontra hoje a 1,2 º C, acima do nível pré-industrial. Evidencia-nos ainda que a tendência para subir ainda mais, se deve sobretudo ao aumento de emissões de dióxido de carbono (CO2) de origem humana.

Estas conclusões foram reveladas por dois cientistas que receberam o prémio Nobel da Física e da Climatologia Syukuro e Klaus. Já nos anos 60 e 70, estabeleceram as bases que hoje nos permitem compreender melhor o fenómeno do aquecimento global do Planeta e as devastadoras consequências já conhecidas.

O custo de hoje vivermos melhor do que os nossos antepassados - a vida moderna trouxe-nos modos de vida nunca antes experimentados antes da Revolução Industrial - o certo é que toda esta evolução material provocou um enorme custo nas alterações climáticas do Planeta as quais ainda poderão vir a piorar.

Consciente desta realidade, o antigo Presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, deslocou-se também a esta Cimeira para juntar a sua voz à dos jovens, apelando para que “continuem zangados, que fiquem frustrados, mas que canalizem essa raiva e usem essa frustração para insistir, por mais e mais, porque é preciso para vencer este desafio”.

Na mesma linha, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de um modo realista, avisou nesta Cimeira que, a continuarmos por este caminho, estaremos “a abrir a nossa própria sepultura”.

Por sua vez, o Papa Francisco, também já nos havia alertado na sua segunda Carta Encíclica de 24.05.2015 “Laudato Si” - sobre o cuidado da casa comum - para “o crescimento desmedido e descontrolado de muitas cidades que se tornaram pouco saudáveis para viver, devido não só à poluição proveniente de emissões tóxicas mas também ao caos urbano, aos problemas de transporte e poluição visiva e acústica” (n.º 44).

Perante esta constatação, urge mudar de vida, fazendo opções individuais e políticas rápidas e eficazes, se queremos inverter as causas perniciosas que nos trouxeram até aqui. Um caminho que fomos percorrendo irracionalmente e que nos conduziu, como seres humanos, a um possível apocalipse. O Planeta, certamente continuará, mas sem os humanos, seus assassinos.

O Nobel Husselman, por sua avisa-nos: “ o mais urgente é uma ação que contrarie as mudanças climáticas. Há muitas coisas que podemos fazer para as prevenir. É uma questão de as pessoas perceberem que temos de responder agora a algo que vai acontecer daqui a 20 oun30 anos, sendo este o principal problema”.

É certo que já, anteriormente, houve alguns Acordos sobre a problemática do clima, nomeadamente o de Paris, em2015. Porém, as metas que aí foram acordadas, de se vir a atingir 1,5º C, são hoje praticamente impossíveis de alcançar, uma vez que os medíocres compromissos assumidos nesta Cimeira na Escócia provocarem sentimentos de alguma desilusão. Acresce ainda que os gigantes da poluição do Planeta - a China e a Rússia - nem sequer puseram um pé em Glasgow. O mesmo aconteceu com o nosso primeiro-ministro António Costa que apenas se fez representar.

Sabendo nós, por um recente relatório das Nações Unidas, “que os efeitos das alterações climáticas serão mais rápidos e mais intensos do que o esperado”, não podemos ficar à espera que a tormenta passe, mas urge inverter os nossos hábitos e promover medidas globais, fortes e sustentadas, antes que seja tarde. Um certo pessimismo climático de hoje deve dar origem a uma Esperança responsável que o Planeta e os vindouros merecem. Jamais cavar a nossa sepultura.

florentinobeirao@hotmail.com

Aniversário

28.11.21 | asal

VIVA O MANUEL LOPES CARDOSO! Celebra hoje as 72 primaveras.

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E o tempo passa depressa para quem tem muito que fazer, que acho que é o teu caso! Assim, com um forte abraço, damos-te os nossos PARABÉNS e desejamos-te muita saúde e longa vida  na realização feliz dos teus sonhos.

Para quem não sabe, o Manuel Cardoso é de Proença-a-Nova, onde hoje serve com alegria as paróquias de Proença-a-Nova, Peral e S. Pedro do Esteval como Diácono Permanente. Ad multos annos!

Aniversário

27.11.21 | asal

Anos do P. Daniel Santos Almeida!

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Para este jovem sacerdote, de 39 anos (nasceu em 82!), responsável pelas paróquias da Sertã, Cabeçudo, Cumeada, Marmeleiro, Mosteiro e Troviscal, vão hoje  os nossos PARABÉNS, cheios de incentivos (oração, força, desejos?) a que continue a ter saúde e energia para desempenhar a sua missão e a realizar os seus projectos de vida. 

Na foto, o P. Daniel convive com elementos da Comissão em Maio de 2019 e foi ele que nos aligeirou os trabalhos de organização do nosso encontro. Um obrigado, mais uma vez.  

Aniversários

25.11.21 | asal

Hoje, temos dois aniversariantes a quem parabenizamos.

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- O João de Oliveira Lopes, 80 aninhos, natural de Alcains, que fez carreira docente na Universidade de Coimbra, onde ainda vive. Também se voluntariou para ajudar a nossa associação como elemento da "Comissão de Voluntários", que tem feito o que pode para unir e colocar os antigos alunos em comunhão uns com os outros. E é um grande colaborador do ANIMUS SEMPER. São bem interessantes os textos e os comentários que de vez em quando aparecem no nosso blogue com a sua autoria. E sempre esperamos mais. Força, amigo!

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- Depois, temos o P. João Rosa Ferreira, que celebra o seu 66.º aniversário e que, segundo o Anuário Católico, aparece como jubilado. Na diocese de Portalegre e Castelo Branco, não consta qualquer serviço pastoral para ele. Sabemos que trabalhou na Obra da Rua - Casa do Gaiato.

Aos dois colegas damos os PARABÉNS, desejando-lhes longa vida com saúde e felicidade pessoal.

Aniversário

24.11.21 | asal

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Damos os PARABÉNS ao José Marques Ribeiro, Técnico reformado de Tráfego  e Condução na empresa Carris, que hoje completa os seus 69 anos.  Como fala da Sarnadinha, deve estar ligado a Vila Velha de Ródão, mas acho que agora vive em Setúbal.

Desejamos a este colega que seja feliz, com saúde, longa vida e muitos amigos. Não queres estar em Alfragide em 4 de Dezembro? Temos vontade de te ver!

Adeus por uns dias

23.11.21 | asal

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Não é frequente esta situação. Quando saio de casa por uns dias, costumo levar comigo o portátil, de modo a ter sempre acesso à plataforma do blogue para publicar alguma novidade e avançar com os comentários que aparecem. É um peso, mas vou suportando...

Desta vez, empurrados pelas mãos de filho e nora, vamos passar fora uma semana e o portátil não vai connosco. Assim, tudo o que surgir nestas páginas é trabalho preparado antecipadamente e agendado para os dias marcados. No domingo cá estaremos para atualizar as informações.

A página do Facebook "Animus Semper Antigos Alunos" continua aberta a todos aqueles que a ela estão ligados, podendo nela introduzir as vossas colaborações.

Passem uns bons dias...

AH

Afeganistão-Casa dos Bravos VI

22.11.21 | asal

Meu Bom Amigo

 O assunto parece inesgotável, mas não é.  Embora a nossa atenção esteja focada na tragédia dos imigrantes e refugiados, estacionados na Bielorrússia. onde se encontram alguns afegãos, será sempre útil voltar à raiz do problema.  E aqui temos as causas desta transumância desgraçada, deste tráfico desumano, colorido com a promessa  do ELdorado europeu em troca de 5 mil euros. Eta, mundo mau! E o diabo na rua,  no meio do  redemoinho! 
Um grande abraço agradecido do João Lopes
 

                                     GUERRA CIVIL (1992-1996)

  Como os comandantes dos mujahidin se envolveram, inesperadamente, numa guerra fratricida pelo Poder, destruindo Cabul e escancarando as portas aos talibãs…

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  Os soviéticos partiram em 1989, mas, ao contrário dos americanos, não beneficiaram da ajuda internacional e não entregaram o governo de bandeja aos inimigos da democracia e do progresso, como aconteceu no malfadado dia 15 de agosto de 2021. Deixaram na capital o governo de Nadjibullah, socialista, moderado e conciliador, que inaugurou um curto período de bem-estar e liberdade de 1989 a 1992, um tempo feliz, como testemunharam vários intelectuais na reportagem da RTP3, em setembro passado.

   Nadjibullah conhecia a fome de poder das fações tribais, atraídas pelo domínio exclusivo dos corredores do Poder Central e pelo gozo das riquezas da capital, uma cidade milenar, moderna e cosmopolita, que os soviéticos protegeram dos ataques dos jihadistas radicais, que não suportavam ver o seu país profanado pelo domínio do ateísmo militante. Prevendo a tragédia de um conflito de afegãos contra afegãos, tudo fez para o evitar.   Mas, agora que os mujahidin estendiam o seu controlo sobre a totalidade do país, entrando pela capital, de kalashnikov em riste, outra alternativa não teve senão demitir-se e procurar refúgio na embaixada da ONU.

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  Mal se viram na posse da cidade, os comandantes dos mujahidin instauram um regime islamista, pondo a nu as clivagens étnicas, religiosas e políticas das fações, escondidas ou disfarçadas enquanto combatiam o invasor estrangeiro.  Ainda, em Peshawar, no Paquistão, reuniram-se em conselho, tratando logo de mudar o nome do país para Estado Islâmico do Afeganistão. O Conselho da Jihad Islâmica, presidido por Rabbani, tajique, professor universitário de Islamismo, com outros líderes e anciãos, foi encarregado de preparar eleições democráticas que nunca chegaram a realizar-se porque, entretanto, rebentou a discórdia entre os comandantes.  Trocaram insultos, apontaram-se acusações. Hekmatyar, pastune, engenheiro, a quem os americanos entregaram um arsenal de armas para combater os soviéticos, ainda possuía o suficiente para vencer o seu inimigo,  Ahmad Shah Massoud, tajique, conhecido como o Leão do Panjshir, um diplomata culto e carismático, que ambicionava formar governo, excluindo o protegido dos EUA.

     Foi terrível a rapidez com que tudo aconteceu! Sem darem tempo ao diálogo e concertação, os comandantes tratam de organizar o seu próprio batalhão e correm todos para Cabul, o palco e epicentro das operações militares. E lá vão com a suas munições de rockets, mísseis, bombas e kalashnikovs … Pasthunes, Hazaras, Uzbeques, Tajiques, sunitas e xiitas, têm pressa em se matarem uns aos outros e de confrontar as comunidades com um horror de guerra e destruição. Quem vencer, tomará o poder.

  Chegam e retalham a capital em seis zonas militares; instalam o seu quartel-general e, durante quatro anos, dedicam-se, com ferocidade selvagem, à sinistra obra da destruição da sua bela e próspera Capital. Chovem rockets sobre as escolas, hospitais, edifícios históricos, bairros, tudo, em dois tempos, reduzido a pó, escombros, um cemitério de cadáveres, que os cães disputam entre si. E chamas, muitas chamas! “Os nossos ouvidos habituaram-se ao assobio das bombas a cair, ao trovejar de metralhadoras, e os nossos olhos a ver retirar os corpos dos escombros. Nesse tempo, ((1992-1996) Cabul era aquilo a que se costuma chamar um inferno na Terra.” (O Menino de Cabul,p.197)

  Nas horas vagas, os mujahidin ocupam casas desabitadas, pilham o que tem valor, (muitas havia, de 2 a 3 milhões de afegãos que fugiram da carnificina), arrombam outras, entram e violam mães e filhas diante dos homens que, depois, por mero sadismo, degolam com a faca da cozinha…Chegam a recrutar rapazes para o seu bando de capangas, e, se não correspondem, esmagam-lhes os testículos com alicates.

    Ninguém saía à rua. Corriam notícias de homens assassinados, de raparigas violadas e abandonadas na estrada.  Numa cidade em ruínas, trabalho não havia, e a fome e o frio flagelavam a população.

 Dada a sua superioridade militar em homens (pasthunes) e armas americanas, Hekmatyar averba sucessos sobre Massoud.  Mas de pouco ou nada lhe servirá.

   Vêm aí os talibãs, e, à sua chegada, em setembro de 1996, fogem todos. Não fica um comandante para contar a história! Acabou-se o reino da anarquia, da pilhagem e do jogo da morte de inocentes. O povo já nem sequer podia ouvir falar em mujahidin, palavra amaldiçoada, o próprio nome cheirava a asco; e os seus comandantes, corruptos e gananciosos, armados até aos dentes, ricos à custa da heroína, declarando a jihad uns aos outros, e a quem estava no meio (uma blasfémia para o verdadeiro Islão!) recolhem à sua região ou refugiam-se no estrangeiro. (Mil Sóis Resplandecentes, p. 213)

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  Os jovens teólogos, isto é, os talibãs são recebidos em apoteose. Puros e incorruptos, apresentam-se como libertadores de uma tirania sem freio, unidos pelo mesmo ideal, religioso e guerreiro. Finalmente, a paz e a ordem! E o Povo, martirizado, acreditou.  Acabaram-se os rockets, e a gente pode sair à rua para comprar uma caneca de leite.

 Coimbra, João Lopes

Limitações

22.11.21 | asal

Alguns de vós já deram pela falta dos números de telefone dos aniversariantes, que eu costumava apor no anúncio de cada aniversário. Com muita cortesia, ainda há poucos dias um colega dizia: "tu agora deixaste de me facultar os telefones dos colegas aniversariantes e eu costumava falar a alguns..."

É verdade que eu escondi os números de telefone por precaução, para não incorrer num crime que me podia ser imputado pela lei da proteção de dados pessoais. Verdadeiramente, tratando-se de uma associação em que as pessoas se unem apenas por razões de amizade e entreajuda, sem interesses económicos, eu sempre achei normal que os nossos telefones pudessem ser publicitados. Fico com as minhas dúvidas, mas tento cumprir a lei... No entanto, sempre digo: telefonem-me e peçam os números dos nossos amigos, que eu terei gosto em vo-los transmitir!

Acontece que há anos estou proibido de passar os textos do blogue para o Facebook. Assim que tento a ligação, logo me vem a admoestação: «Não foi possível enviar a tua mensagem porque esta inclui conteúdo que outras pessoas no Facebook denunciaram como abusivo.»

Mas ninguém me explica que raio de abuso cometi, ficando "à espera de Godot...". 

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Eu nem sei mesmo porque trouxe hoje este tema para aqui. Nem terei tempo para dar qualquer outro esclarecimento durante esta semana. Pelo menos, fica a verdade das minhas opções.

De qualquer modo, estou a despedir-me com um apelo final:

INSCREVAM-SE PARA O ENCONTRO DE 4 DE DEZEMBRO. HÁ MUITAS RAZÕES PARA TAL. OU NÃO HÁ? SERÁ QUE JÁ ESTAMOS LONGE DA REALIDADE?

AH

Aniversário

22.11.21 | asal

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- Faz anos neste dia o P. Rui Manuel Antunes Lourenço, nascido em 1963, e que presentemente trabalha na pastoral do Arciprestado de Portalegre, no Arquivo Diocesano e Biblioteca do Seminário, em Portalegre.

Ao amigo P. Rui damos os PARABÉNS DO GRUPO, desejando-lhe muita saúde e a realização dos seus sonhos e projectos.

 

O almoço de hoje

19.11.21 | asal

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Parreirinha, sexta-feira!

É o único ponto de encontro que me chega ao conhecimento. Talvez haja mais, mas eu não sei e ninguém me diz...

Desta vez, éramos cinco novamente! Algumas caras diferentes viraram as conversas e os entretenimentos para outros lados. A grande novidade foi hoje o João Lucas, que costuma esconder-se das fotos, mas hoje distraiu-se a ponto de passar a ser o centro das atenções. Impressiona a facilidade com que ele desenha e pinta com café e vinho, se necessário...

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Basta-lhe a toalha da mesa...

Foi num instante, no final do nosso repasto, que lhe sairam estes e outros desenhos, que o Pires Antunes ia carregando para a máquina. Arte à mesa e nós deslumbrados! AH

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Palavra do Sr. Bispo

19.11.21 | asal
UM JOVEM DETERMINADO QUE MUDA DE RUMO

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Vamos celebrar a Jornada Mundial da Juventude 2021, em comunhão com jovens de todo o mundo. A personagem central da Mensagem para este dia é Paulo de Tarso, constituído testemunha do que viu e ouviu (cf. At 26,16). Foi um jovem de causas e corajoso. Manifestara ser um jovem culto, decidido, disponível, comprometido com o bem e as tradições do seu povo, um jovem de cara lavada e sonhador. No entanto, de costa voltadas às novidades da história e às surpresas de Deus, fechou-se na sua verdade, tornou-se sectário e perseguidor. Neste seu modo de ser e estar, respirando ameaças de morte contra os cristãos, ofereceu-se generosamente para ir, os perseguir e prender nas sinagogas de Damasco e os trazer para Jerusalém. Quando para lá se dirigia, sente-se envolvido por uma luz «mais brilhante do que o Sol» e ouve uma voz que o chama pelo nome: «Saulo, Saulo!” (cf. At 26,13).

Surpreendido pela estranha luz e voz, cai por terra e pergunta: «Quem és tu, Senhor?». «Eu sou Jesus a quem tu persegues». Jesus identifica-se com os cristãos a quem ele perseguia. Paulo “estava convencido da justeza da sua posição. Mas, quando o Senhor se lhe revela, é «lançado por terra» e fica cego. De repente, descobre que não é capaz, física e espiritualmente, de ver. As suas certezas vacilam. No íntimo, sente que aquilo que o animava com tanta paixão, ou seja, o zelo de eliminar os cristãos, estava completamente errado. Dá-se conta de não ser o detentor absoluto da verdade; antes pelo contrário, está bem longe dela. E, juntamente com as suas certezas, cai também a sua «grandeza». De repente, descobre-se perdido, frágil, «pequeno». Esta humildade – consciência da própria limitação – é fundamental. Quem pensa que sabe tudo sobre si mesmo, os outros e até sobre as verdades religiosas, terá dificuldade em encontrar Cristo. Tendo ficado cego, Saulo perdeu os seus pontos de referência. Ficando sozinho na escuridão, para ele as únicas coisas claras são a luz que viu e a voz que ouviu. Que paradoxo! Precisamente quando uma pessoa reconhece estar cega, começa a ver…”.
A sua vida transforma-se completamente. Reconhece quão longe estava da verdade e quão frágeis eram as suas certezas e ideais. De inimigo e perseguidor dos cristãos, transforma-se num apaixonado seguidor de Jesus Cristo. Não se cansa de contar a sua história pessoal do encontro com Jesus a caminho de Damasco. Lança-se nesta aventura de anunciar a pessoa e a mensagem de Jesus, sem medo e sem se retrair a sacrifícios e sem deixar de se enfrentar quem queria fazê-lo calar. E tudo vive com muito mais empenho que qualquer outro, “muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. Cinco vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite e um dia no alto mar. Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte dos falsos irmãos. Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas! (...). Em Damasco, o etnarca do rei Aretas mandou guardar a cidade dos damascenos para me prender. Mas fui descido num cesto, por uma janela, ao longo da muralha, e assim escapei das suas mãos” (2Cor 11,22-31).
Ao olhar para Paulo, o Papa Francisco, afirmando que a atitude de Paulo, antes do encontro com Jesus ressuscitado, não nos é muito estranha, escreve aos jovens a dizer-lhes que “se a escuridão ao vosso redor e dentro de vós mesmos vos impedir de ver corretamente, correis o risco de perder-vos em batalhas sem sentido, e até de vos tornardes violentos. E, infelizmente, as primeiras vítimas sereis vós mesmos e aqueles que estão mais próximo de vós. Há também o perigo de lutar por causas que, originalmente, defendem valores justos, mas, levadas ao extremo, tornam-se ideologias destrutivas. Quantos jovens hoje, talvez impelidos pelas suas próprias convicções políticas ou religiosas, acabam por se tornar instrumentos de violência e destruição na vida de muitos! Alguns, que já nasceram rodeados dos meios digitais, encontram o novo campo de batalha no ambiente virtual e nas redes sociais, recorrendo sem escrúpulos à arma de falsas notícias para espalhar venenos e demolir os seus adversários. Quando o Senhor irrompe na vida de Paulo, não anula a sua personalidade, não cancela o seu zelo e paixão, mas usa os seus dotes para fazer dele o grande evangelizador até aos confins da terra”. E acrescenta: “Hoje, o convite de Cristo a Paulo é dirigido a cada um e cada uma de vós, jovens: Levanta-te! Não podes ficar por terra a «lamentar-te com pena de ti mesmo»; há uma missão que te espera! Também tu podes ser testemunha das obras que Jesus começou a realizar em ti. Por isso, em nome de Cristo, eu te digo (...), levanta-te e testemunha com alegria que Cristo vive! Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os teus coetâneos, na escola, na universidade, no trabalho, no mundo digital, por todo o lado”.
Força, jovem, coragem, o Senhor chama-te pelo nome, confia em ti. Se reivindicas uma Igreja jovem, a Igreja será jovem quando tu fores Igreja!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 19-11-2021.

Aniversário

18.11.21 | asal

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Caro amigo, João Luís Portela, no dia do teu 76.º aniversário, os colegas dos tempos do seminário aqui se apresentam para te saudar, cantar os PARABÉNS e desejar-te muitas felicidades. Ao longe, vai um abraço para a Guarda, onde agora vives.

Viver é por si uma grande graça e eu tenho ouvido dizer a muitos que nestas idades temos razões para dar graças todos os dias pelo muito que já vivemos e pelas alegrias do dia-a-dia.

 

AJUDA à IGREJA QUE SOFRE

17.11.21 | asal

Meu caro António

 Envio este pedido-lembrança para sentirmos Um Natal mais doce, ajudando quem precisa.
 Um grande abraço do João Lopes
 
 

 AJUDA à IGREJA QUE SOFRE

 Leio no Boletim: “Por favor, não se esqueçam de nós” Refugiados da Síria dentro do seu próprio país. Muitos dos idosos que vivem na parte oriental de Alepo, na Síria, acolhidos pela paróquia de Nossa Senhora da Anunciação, tiveram de fugir das suas casas, perseguidos pelos guerreiros, terroristas religiosos que os expulsaram da sua própria casa. “Entraram na nossa aldeia e impuseram a lei islâmica da Sharia. Nem sequer podíamos ir à igreja. Não podíamos estar à porta nem à janela; por outras palavras, nós (cristãos) não podíamos ser vistos. Eles tiraram-nos o nosso sustento e as nossas casas. Também não nos deixavam tocar o sino da igreja, mas continuámos a rezar e a fazer o sinal da cruz em privado, dentro das nossas casas.” – confessa  Moufida Jallouf que, com o seu marido, fugiu para Alepo, através de um corredor humanitário.

 O pároco criou o projeto ”Refeições sobre rodas” em que um grupo de voluntários cozinha três dias por semana, numa cozinha comunitária, por forma a fornecer refeições quentes a estas pessoas idosas em sua casas. A Fundação Ais presta-lhes ajuda nas necessidades básicas, uma vez que não têm dinheiro e foram despojados de tudo.

  Muitos cristãos sírios emigraram para o vale de Bekaa, no Líbano - um país, outrora muito rico, mas hoje destruído pela corrupção, pela guerra e por grupos terroristas. “Se para os libaneses a vida se transformou num tormento, com a economia destruída, que leva já famílias a procurar comida nos caixotes do lixo, como será para os refugiados? O Senhor Arcebispo D. Darwish criou a “Mesa da Misericórdia de São João”, uma cozinha que serve uma média de 1.500 refeições por dia. São 900 refugiados sírios e 600 libaneses que são alimentados com a sua ajuda - lê-se no Boletim. Na imagem, vê-se o próprio Senhor Arcebispo a servir os mais pobres da comunidade em Zaleh.

 Estes e outros pelo mundo são os pobres que nos batem à porta. Em Portugal, temos a Caritas, Aqui em Coimbra, o Professor Manuel Antunes, seu Presidente, falou-nos há dias dos milhares de sem-abrigo, e pobres de toda a sorte, iletrados e licenciados que não têm como acudir às necessidades básicas da família.

 “Nos rostos dos pobres, somos chamados a reconhecer o rosto de Cristo “lembrava-nos há dias o santo Padre. Se pudermos contribuir para a Igreja que Sofre, Fundação AIS, aqui deixo o IBAN:  PT50 0269 0109 0020 0029 1608 8.

 Rua Prof. Orlando Ribeiro 5-D, 1600-796 Lisboa

 Mande comprovativo com o seu número de contribuinte.    Ou peça já o Boletim.  

João Lopes

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