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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Honrar os mortos

31.10.21 | asal
Meu caro António Henriques
Aí te envio a minha colaboração relativa aos dias que correm nos quais lembramos e honramos os nossos entes queridos.
O nosso povo multiplica-se em manifestações de devoção e carinho para com os seus defuntos os quais são lembrados carinhosamente pelos seus familiares. Muitas flores e lágrimas são derramadas nesta altura do ano. Sim, acreditamos que a Vida não acaba apenas se transforma. Como? Um mistério!!!
Abraços para todos os nossos amigos. Até sempre...
Florentino Beirão

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O maior mistério da vida

A correria dos familiares para os cemitérios no Dia dos Fiéis Defuntos, é um ritual que se vai repetindo ano após ano, transformando estes espaços públicos em jardins, salpicados de flores, onde a saudade e os silêncios se entrelaçam.

Na verdade, a morte sempre foi, ao longo da história, um mistério e celebração, para todas as civilizações, desde as mais primitivas às desenvolvidas. Revisitando o passado, pelos testemunhos documentais que nos foram deixados, hoje podemos compreender com algum elevado grau de fiabilidade, as diversas manifestações culturais deste insondável mistério.

Se as formas de lidar com a certeza da morte se foi alterando com o passar dos tempos, a substância, a forte relação entre vivos e mortos, não sofreu grande alteração. Esta realidade foi-se mantendo bem viva e interrogativa. Só que o lidar com os mortos, muito dependeu dos lugares, dos tempos e das formas culturais de cada comunidade humana. Se para alguns povos, a morte é apenas a passagem de uma vida para outra, tida como melhor, para outros é entendida como uma tragédia que cava um vazio, uma espécie de muro intransponível. Se para algumas culturas é uma festa, com danças e músicas celebrativas, para outras a morte é acompanhada de luto pesado, de choro, de uma tragédia avassaladora que permanece toda a vida.

Se recuarmos na história da humanidade, verificamos que não há muitos anos – os meus avós morreram novos e todos nas suas casas - a sociedade ocidental lidava com esta realidade de um modo muito diferente de hoje. Com uma esperança de vida curta e uma elevada mortalidade infantil - cerca de 50% - e envolvidos numa sociedade religiosa, os nossos avós encaravam a morte com alguma naturalidade, como fazendo parte intrínseca da vida humana.

No ano e meio da pandemia que nos envolveu, lembremos como eram assustadores os números de mortes diárias, apregoados diariamente pelas televisões. Quem não se arrepiou com o seu número galopante levando muitos dos espetadores a mudarem de canal, para não serem metralhados com as informações sobre as elevadas mortes que dia após dia aconteciam? Este ambiente pandémico mostrou-nos uma nova visão da morte em elevada escala. O mesmo se diga dos funerais onde a presença dos amigos e familiares foi reduzida ao mínimo. A ocultação da morte tornou-se também uma experiência dolorosa para muitos familiares que nem sequer conseguiram fazer o luto devido aos seus familiares. Ocultar a morte acabou por acentuar ainda mais o que na realidade, já vinha tendencialmente acontecendo.

Este acentuar de um novo paradigma poderá deixar algumas marcas no modo como a nossa civilização moderna se irá comportar futuramente com o mistério da morte. Morrer no frio silêncio de uma cama de hospital, sem o calor e o carinho de amigos e familiares, poderá vir a ser a realidade para onde estamos a caminhar.

Contudo a morte, como o maior mistério da vida humana, continuará a acompanhar todas as gerações futuras, como tem acontecido até aos nossos dias. Embora mudem as formas, a relação entre vivos e mortos não irá desaparecer porque o ser humano é dotado de memória e de vivos e duradouros sentimentos solidários que os ligam aos seus antepassados. Acredite-se ou não numa outra vida para além da morte, desde a origem do “homo sapiens”, do qual descendemos, os testemunhos documentais encontrados nas sepulturas revelam-nos que sempre os mortos foram honrados pelos vivos, cultivando a sua memória embora de diferentes modos.

Se como sabemos, os cemitérios em Portugal nos meados do séc. XIX foram oficialmente retirados do interior das povoações, o que acabou por acontecer foi dar origem a revoltas populares, sobretudo no norte do país. Apesar desta medida, nunca as comunidades deixaram de honrar os seus mortos, sobretudo no Dia de Fiéis Defuntos em que os cemitérios se tornam o centro agregador de toda a comunidade que neste dia do ano, quer demonstrar aos seus entes queridos que jamais os esquece, visitando as suas eternas moradas.

Se estes sentimentos com os antepassados são de louvar, mais importante será cuidar dos nossos idosos enquanto vivem, prestando-lhes todo o apoio material e afetivo de que necessitem, antes de eles morrerem.

florentinobeirao@hotmail.com

Aniversários

30.10.21 | asal

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Hoje, voltamo-nos para o José Raposo Nunes, nascido em 30-10-1956 em Salgueiro do Campo, que celebra mais uma primavera em plena actividade profissional no Instituto Politécnico de Castelo Branco - Escola Superior Agrária.

Hoje também o Sporting está à vista na foto, és dos nossos! Vamos lá com força... 

PARABÉNS, AMIGO JOSÉ RAPOSO NUNES! QUE SEJAS MUITO FELIZ E A VIDA TE SORRIA...

 

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NOTA: Sabemos que outro amigo faz anos hoje por indicação do Fernando Leitão. É o António Martins Ferreira de Matos, que vive na Costa da Caparica. Aqui lhe deixamos os Parabéns e votos de felicidade. Penso que se trata de um colega de Oleiros, do ano de 54/55, companheiro do Felismino Prata, do João Farinha Alves e do Joaquim Raposo. Muito prestavelmente, o Fernando Leitão escreveu-me a dizer:

«Este menino vai fazer 78 anos a 30 deste mês. Está na lista dos alunos entrados em Alcains em 56/57. Depois de sair daí, foi funcionário da Câmara e bombeiro. Cumpriu serviço militar como enfermeiro e esteve nessa qualidade em Cabinda num dos períodos mais conturbados da guerra do Ultramar. Regressado, foi bancário na CGD e reside na Costa da Caparica, lutando sem desfalecimento contra problemas de saúde que o afligem. Contacto-o diariamente por esta via. Um bom dia e um abraço».

E vejam como um desconhecido se torna tão próximo! Obrigado, Fernando! Força, amigo António de Matos!

Palavra do Sr. Bispo

29.10.21 | asal
PARA ALÉM DA MORTE A VIDA SEM FIM

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Os cristãos rezam pelos seus falecidos desde os primórdios. Foram encontradas orações escritas em túmulos, sobretudo de mártires. Esta devoção foi crescendo como demonstração de fé na vida eterna e de amor para com os falecidos. No século V, já se teria determinado um dia para rezar por aqueles pelos quais ninguém rezava, iniciativa que se foi consolidando até ao século XI, rezando por todos os defuntos. Cerca de dois séculos depois foi estabelecido um dia oficial, o dia 2 de novembro. Depois do Dia de Todos os Santos, o Dia de Todos os Fiéis Defuntos. Bento XV, por causa da mortandade havida no primeira Grande Guerra, decretou que os Padres rezassem três Eucaristias no Dia de Todos os Fiéis Defuntos. A doutrina católica baseia-se em passagens bíblicas do Antigo e Novo Testamento, e apoia-se na Tradição da Igreja.
Conforme as culturas e os lugares, há diferentes formas de celebrar e honrar os mortos, algumas até bastante festivas. Entre nós, os cristãos, fazemo-lo com iniciativas diversas, segundo a fé e a devoção de cada um, de cada família, e segundo os costumes das comunidades cristãs. As expressões mais comuns vão desde a confissão sacramental para se participar na comunhão eucarística, à celebração ou participação na Eucaristia, rezando também pelas intenções do Santo Padre. Desde a oração pessoal ou familiar, em casa e na comunidade cristã, à esmola, à mortificação e ao voluntariado por essa intenção. Desde as visitas ou romagens ao Cemitério para rezar pelos falecidos, à participação em eventos organizados. Desde o acender de velas sobre a campa, como que a iluminar o caminho da eternidade, ao colocar uma coroa ou ramo de flores, a simbolizar a vitória da vida sobre a morte e o amor para com os ali sepultados...
Como sabemos, até à vinda gloriosa do Senhor, no final dos tempos, os discípulos de Jesus distribuem-se por três estados da única e mesma Igreja. Uns peregrinam sobre a terra, é a Igreja militante. Outros, passada esta vida, são purificados no Purgatório, é a Igreja padecente. Outros, também tendo passado já esta vida, são glorificados e já contemplam Deus tal como Ele é, a Igreja triunfante. Mas todos comungamos no mesmo amor de Deus e do próximo, embora de modo diverso. Há uma espécie de corrente interna de graça entre os membros de toda a Igreja. Todos entoamos a Deus o mesmo hino de louvor. Todos estamos unidos numa só Igreja e ligados uns aos outros em Cristo. Jamais se interrompe a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que adormeceram na paz de Cristo. Antes pelo contrário, é reforçada pela comunicação dos bens espirituais. Estando mais intimamente unidos com Cristo, os bem-aventurados consolidam mais firmemente a Igreja na santidade. Enobrecem o culto que ela presta a Deus na terra. Contribuem de muitas maneiras para a sua mais ampla edificação em Cristo. Recebidos na Pátria celeste e vivendo junto do Senhor, não cessam de interceder, com Ele e n'Ele, a nosso favor diante do Pai. A nossa fraqueza é assim grandemente ajudada pela sua solicitude de irmãos (cf. Lumen Gentium, 49).
Rezemos pelos vivos, companheiros de viagem em direção à Pátria definitiva, saibamos dar as mãos uns aos outros. Rezemos pelos que, tendo já partido, se purificam no Purgatório, é um dever de gratidão, de caridade e de justiça. Peçamos a intercessão dos santos no Céu para que nos convertamos e vivamos como verdadeiros filhos de Deus, com alegria e esperança.
A lembrar que também há de partir, deixo-lhe a ladainha dos póstumos natais do ‘Cancioneiro de Natal’ de David de Jesus Mourão Ferreira, falecido a 16 de junho de 1996.
“LADAINHA DOS PÓSTUMOS NATAIS
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito”
..............
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 29-10-2021.

A vida flui

29.10.21 | asal

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O tempo que se gasta no Facebook vai muitas vezes até um passado bem longínquo, cheio de momentos muito ricos, que gostamos de partilhar. E alguns são mesmo especialistas a lembrar coisas que outros já perderam na memória. O aniversário de três amigos foi mesmo ocasião para discursos longos que gostámos de ler... Este post é para quem não tem Facebook. AH

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O telefonema de hoje foi mesmo especial. Ao falar com a Céu Cravo para saber notícias do marido (que está a melhorar um pouco e já consegue dar uns passos) e lhe enviar por email as mensagens que vocês aqui deixaram ontem, diz-me ela que ia para a Beira Alta no mesmo carro da Rosário e Chico Cristóvão. Com muita alegria, pude também dar os parabéns ao chefe da Vintóitma e à Rosário Bento Cristóvão, que achou graça ao que eu escrevi no blogue, quando dizia que o Chico era agora conduzido por ela: «agora e sempre», ouvi em resposta. As nossas mulheres são o que são e muito lhes devemos, graças a Deus. Ant. Henriques
 
Manuel Pereira
Fiquei feliz, por esta confirmação, confirmação há muito constatada.
Sem dúvida por detrás de um bom homem há sempre uma grande mulher.Parabens a todas as nossas mulheres com muitos beijinhos para elas umas Senhoras com um S dos grandes.Um grande abraço amigo António Henriques.
Muitos parabéns aos três,Francisco Cristóvão, Manuel Lopes Dias e Rui Filipe.Em especial ao Manuel Lopes Dias com quem convivi no Seminário de Gavião ele no segundo ano e eu no primeiro ano 1962/1963.Era um dos escuteiros notável e sendo oriundo de Alcains,onde nos reencontramos de novo no ano 1965/1966 eu no terceiro ano e o Manuel no quinto ano.O Manuel Lopes Dias mais tarde fez o serviço militar obrigatório, tendo sido mobilizado para Moçambique,onde foi ferido em combate ficando invisual, seguindo ainda assim a carreira militar sendo hoje Coronel Reformado e Presidente da Associação dos Deficientes das Forças Armadas o que em boa verdade cargo já anteriormente tinha desempenhado.Muito activo como escuteiro e sempre muito activo nos cargos que desempenha.Um bom homem de família acompanhado de uma Senhora exemplar de nome Maria José sua esposa.Recorda -me uma visita que eu, o meu irmão José , bem como o José Alves Bancário ao tempo lhe fizemos na sua casa nos Olivais creio que no ano 1973, aquando vim de férias ao Continente estando eu a cumprir o serviço militar obrigatório em Moçambique em Chicoa no Distrito de Tete a 12 Kilometros da maior barragem de Moçambique ._Cahora Bassa.Manue de comum ex Seminários de Gavião e Alcains e de comum tivemos em teatro de guerra na Província de Moçambique.Grande , grande abraço aos três aniversariantes.
António Silva Duque tal como tu, pois entramos mesmo ano, recordo o Manuel. Também estive norte Moçambique: 72/73 colunas Palma - Nangade. Tartibo junto ao Rovuma, Fundámos Muidine e mais tarde rodámos Nangade. Só instâncias de férias.
Antonio Ventura Mas que maravilha amigo Ventura e também o nosso comum amigo o Martins Rodrigues de Monfortinho,o Manuel Pereira que lá faleceu em combate,o Fernando Alves das Cimadas na força Aérea,o António Carreiro de Castelo Branco que também ficou sem um pé Licenciado em Direito e que foi juiz ,o António Horácio Chaves Serras de Alcaravela minha terra , o Jaime Mateus que trabalhou nas Alfândegas olha e muitos mais,todos ex seminaristas dos nossos Seminários de Gavião, Alcains e Portalegre.Um especial abraço para ti grande esquerdino no futebol e um bom solista com excelente voz natural de Oleiros.Ambos trabalhamos em Lisboa eu nas Finanças e tu nos Correios e hoje mais dois Aposentados.
Manel Pires Antunes
Parabéns aos aniversariantes e muitas felicidades pela via fora, nomeadamente ao “meu director” da Vintóitma, dos anos 1956/1960, em Portalegre, grande Chico Cristóvão!
Encontrei os “Decretos” em latim que ele tão bem sabia fazer em latim (macarrónico), claro.

Alguns de nós

29.10.21 | asal

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Hoje na Parreirinha

Os cinco magníficos. Somos poucos hoje, mas temos de contar com as contingências da vida.
Até à próxima sexta-feira.
Abraço para todos.

Manuel Pires Antunes

 

 

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27/10/2021

Hoje em Oleiros
Pessoal de 1954, 62 e 64.
António Manuel M. Silva
Mas que encontro! Para além de reforço de amizades, foi um resgatar de memórias. E vai continuar...
 
Foi o Tó Manel dos Vales que postou esta foto no Facebook. À sua frente, o António Ventura e o Alcino Alves, curiosamente dois colegas que ainda há pouco tiveram honras de referência especial no nosso ANIMUS SEMPER. 
Quem diria que voltavam agora, cheios de vontade de abraçar a malta, nesta foto.
Vamos vivendo à distância até qualquer dia.
Eu só desejo que não aconteça o que o Cardeal Tolentino teme: que após a pandemia, em vez de nos abraçarmos, fiquemos quedos e mudos na cabana, mais habituados ao isolamento do que à cooperação...
AH
 
NOTA: E lá vem o Colaço a espicaçar a malta.
António Colaço
António Manuel M. Silva Resgata, Tonho, resgata. Tabor, tasca, sabores, quanto basta, uns amores. Força. Antonio António HenriquesJoaquim Mendeiros Pedro, de reencontro em reencontro até ao.... Janeiro habitual!!!

Aniversários - 3

28.10.21 | asal

É raro, mas hoje temos três aniversariantes!

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 - O mais velho é o Francisco Cristóvão, de Castelo Branco, ou melhor, da Carapalha. E já faz 88 anos, uma rica idade, de quem já passou por tantos e diferentes eventos que tem mesmo de agradecer à vida, a Deus, à natureza por tantas alegrias, por tantas vicissitudes humanas que nos provocam mesmo um íntimo espanto. Hoje, já não diriges a Vintóitma, a tal orquestra que em Portalegre servia para reduzir o stress da nossa existência e que deixou tão gratas recordações... Agora, até te deixas dirigir por outros, especialmente pela tua querida Rosário, mas o que é preciso é estar de bem com a vida, com a família, com os amigos. Continua a ser feliz! PARABÉNS ao Francisco Cristóvão! Uma bonita idade, que nós desejamos se prolongue ainda por mais uns bons aninhos, com saúde e muita alegria.

 

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 - O Manuel Lopes Dias nasceu em Alcains em 28-10-48, passou pela tropa e em Moçambique perdeu a visão no rebentamento de uma mina. Os seus olhos hoje são os da sua esposa dedicada, a Maria José. Mas o nosso amigo não para, é dirigente da ADFA (Associação dos Deficientes das Forças Armadas).

Amigo Manuel Dias, OS NOSSOS PARABÉNS no teu aniversário e que continues a viver com gosto, saúde e felicidade.

 

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- Finalmente, o Rui Filipe, o mais jovem!

O Rui Filipe nasceu em 28-10-72 e trabalha  nos negócios imobiliários  em Póvoa de Santa Iria, Odivelas e Miraflores. No seu Facebook, diz que é de Castelo Branco e vive em Lisboa. Um dia havemos de nos ver. Não era bom voltar ao ambiente do seminário, no meio de amigos que sentem o mesmo?

MUITOS PARABÉNS, amigo Rui Filipe, e que este dia seja um dos muitos da tua vida com saúde, felicidade e concretização de sonhos.

Aniversário

27.10.21 | asal

Pequito Cravo.jpg- Hoje faz anos o António Pequito Cravo, meu colega de curso, com quem eu briguei e brinquei. Mais um filho de Proença-a-Nova...

Mas, em vez de festa, este amigo debate-se com as sequelas pesadas de um AVC que o prostrou na fala e nos movimentos, encontrando-se em longa recuperação numa residencial do Campo Grande. 

Mais do que parabéns, desejamos-lhe muito alento e coragem para viver em esperança os seus dias. E um grande abraço. 

 

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- Também ao Luís António Nunes Lourenço estamos aqui a dar os nossos sinceros PARABÉNS por mais um aniversário neste 27 de Outubro. E desejamos que cresças em felicidade, saúde e sucesso na realização dos teus sonhos.

O Luís trabalha na Universidade da Beira Interior como professor e investigador e ainda se dedica ao trabalho autárquico no concelho do Fundão como membro da Assembleia Municipal.  

Informações

24.10.21 | asal

Prometi continuar a conversa do Alcino Alves e aqui estou. Falava ele do «blogue “Animus60” em funcionamento na altura, incluindo a publicação de uma fotografia de 1955 com os antigos alunos do 2º ano. Não sei se o acesso a tal área ainda é possível.»

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Pois, Alcino, felizmente nada se perdeu. Como havíamos de perder as raízes da nossa longa história? Não falo do princípio da associação (sempre informal), que remonta aos anos 40/50 do século passado, em que um dos seus iniciadores foi o Dr. António Lino Neto (1873-1961), um homem que se distinguiu na defesa dos princípios cristãos na república emergente e tentou encaminhar as perturbações de então para uma vida política mais consensual. Mais tarde, outros continuaram a obra e não deixaram apagar a chama. Lembro com saudade o João Heitor, apoiado por vários - o Joaquim Nogueira, o Manuel Carrilho, o António Patrocínio, o Abílio Martins, e muitos outros que a minha falível memória esqueceu... Ultimamente, temos o Joaquim Mendeiros a dar a cara...

Falo apenas da nossa história apoiada pelas novas técnicas de comunicação, que começou em 2009, pela mão do amigo António Colaço com o blogue ANIMUS60. O Alcino tem boa memória dele e muitos de nós também. Quem está habituado a manusear os blogues, pode olhar para o rosto do atual ANIMUS SEMPER e, na coluna da esquerda, lá em baixo, surge um link que nos dirige para o antigo blogue:

 ANIMUS60 - Em busca do início de uma longa história

Qualquer um de vós pode entrar lá e pesquisar o que quiser. Eu também fui clicar em Maio de 2011(coluna da direita) e de lá retirei a foto do pessoal de 1954 a que se refere o Alcino. E também lá vi as suas muitas palavras a convocar a malta para o encontro. Pesquisem, façam favor, que a nossa história alimenta ainda o nosso presente.

NOTA: Dada a dificuldade de preencher perfeitamente os comentários, os meus amigos podem usar o email da associação para enviarem os vossos textos: asal.mail@sapo.pt

AH

Aniversário

24.10.21 | asal

Virgílio Moreira.jpgMAIS UMA PRIMAVERA...

Faz anos hoje o Virgílio Moreira. Nascido em 24 de Outubro de 1952 na região de Proença-a-Nova, cresceu, passou pela escola, frequentou os seminários  da diocese de Portalegre e Castelo Branco com vontade de descobrir o melhor para a vida, empregou-se, correu seca e meca (até andou pelo estrangeiro a ganhar a vida!) e presentemente vive em Proença-a-Nova, já reformado do trabalho na Biblioteca Municipal.

PARABÉNS, VIRGÍLIO! Aqui fica o nosso abraço de amizade! Continua a fazer anos com alegria e muita saúde, na companhia de familiares e muitos amigos. 

Aniversário

23.10.21 | asal

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É tão bom fazer 44 anos!

Faz hoje 44 anos o Carlos Rodrigues, natural de Oleiros. Adepto do desporto, correndo em PTT ou em trilhos por aquelas zonas montanhosas, por ali vai vivendo este jovem, o que inclui a bonita cidade de Castelo Branco, onde acho que mora.

Saudamos-te vivamente, Carlos, damos-te os PARABÉNS, DESEJANDO-TE O MELHOR DA VIDA E A REALIZAÇÃO DOS TEUS SONHOS... 

Há dias mais bonitos...

22.10.21 | asal

NOTA: depois de ter publicado um comentário ao texto do João Lopes (Casa de bravos-2) em que o Alcino anotava pequenas falhas, agradeci-lhe a colaboração, dizendo no final que não o conhecia. Ele, em resposta, envia-me este texto, que dá para descobrir o homem e me identificar um pouco mais com ele. Pedi-lhe uma foto e num instante aparece este "post", cheio de vida e desejo de encontro. Que bom é viver e sentir a vida nestes pequenos pormenores a seguir. AH

Olá!

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Fiquei contente com a sua reação rápida ao meu “email” de ontem, atitude muito rara nos dias que correm. Não querendo roubar-lhe muito tempo, gostaria, no entanto, de acrescentar algumas palavrinhas.

Sou um dos 45 alunos que entraram para o Seminário do Gavião em 1954. Nessa qualidade cheguei a colaborar no encontro de ex-seminaristas realizado no Gavião em 14 de maio de 2011, no sentido de divulgar e cativar participantes, como atestam algumas ações divulgadas através do blogue “Animus60” em funcionamento na altura, incluindo a publicação de uma fotografia de 1955 com os antigos alunos do 2º ano. Não sei se o acesso a tal área ainda é possível.

Complementando a minha identificação, adianto que no seminário não fui além do 3º ano e na vida também não passei de um simples “mangas de alpaca”.

Agradeço o tratamento técnico efetuado para que o meu reparo fosse inserido no espaço destinado aos “comentários”. Tenho muitas limitações na área de informática, mas, ainda assim, tentei entrar naquele espaço (comentários) e, aparentemente, consegui. Entretanto reparei que algumas formas de escrita (itáliconegritosublinhado) não eram aceites pelo sistema, e como me pareciam importantes para cabal entendimento do texto, optei pelo simples “email”, mesmo assim sem saber que destino iria ter. Felizmente foi parar às mãos de pessoa competente e esforçada.

Muito obrigado!

Alcino Ramos Alves

Mas isto não acaba aqui. 

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Hoje houve almoço na Parreirinha. A foto testemunha a presença de oito comensais e já no cantinho tradicional, rodeados dos azulejos bem nossos conhecidos.

Parece que andamos mesmo a querer voltar ao normal. Quem o não deseja?

Eu não estive lá, mas desejei-o. Fui apanhado noutro encontro igualmente bonito, pelo que as alegrias não faltaram nos nossos corações.

Hoje chega-nos da Arábia o filho mais velho e fomos logo celebrar esta vinda a casa do nosso estrangeiro! Ele escolheu logo um piano do Restaurante do Cristino, sempre cheio, mesmo com esplanadas a dobrar. 

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Só falta a sua cara-metade, que há-de vir da Polónia logo à noite...

E é assim que se rompe a modorra dos dias, acabrunhados de tanto silêncio e isolamento. E os "cotas", ao olhar para esta juventude cheia de sonhos, ficam vaidosos e louvam a Deus pela beleza dos laços familiares e dos laços de amigos que nos vão acompanhando.

António Henriques

NOTA: Possivelmente amanhã direi mais sobre a conversa do Alcino.

Palavra do Sr. Bispo

22.10.21 | asal
O AMOR ESTÁ SEMPRE EM MOVIMENTO
 

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O que eles viram e ouviram não lhes permitia que se calassem. E quando tiveram de enfrentar uma grande trupe endiabrada que os queria fazer engolir em seco e proibir de anunciar o que tinham visto e ouvido, eles ainda o anunciavam com mais coragem e entusiasmo. Importava mais obedecer a Deus que aos homens (At 5, 29). É verdade que nós, hoje, não vimos, não ouvimos como eles ouviram e viram. Não somos testemunhas de antemão escolhidas (At 10, 41-42), mas estamos no número daqueles que acreditam sem terem visto (Jo 20,29). E acreditamos pelo testemunho dos que viram, ouviram e conviveram com Jesus (cf. At 4,20). No entanto, pode acontecer que hoje, tal como no tempo dos profetas, muitos tapem os olhos para não ver e deixem endurecer o coração para não entenderem nem quererem saber (cf. Is 44, 18). Mas Jesus continua a dizer-nos: “Vós, porém, sois felizes porque os vossos olhos veem e os vossos ouvidos ouvem. Eu vos garanto: muito profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram, e ouvir o que vós ouvis e não ouviram” (Mt 13, 16-17). E São Paulo desafia-nos a que, como discípulos de Jesus, não nos cansemos de levar a Boa Nova a todos, pois, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Mas como poderão invocar aquele em quem não acreditam? E como poderão acreditar nele se nunca dele ouvirem falar? E como poderão ouvir falar dele se não houver quem lhes vá anunciar? E como se poderá anunciar se ninguém lhes for enviado? (cf. Rm 10, 13-15).

Ao nos encaminharmos para o fim deste mês dedicado à reflexão sobre a importância de sermos verdadeiramente missionários, a Sagrada Escritura lembra-nos “como são belos os pés daqueles que anunciam boas notícias!” (id).
A melhor das notícias que podemos transmitir aos outros é o Evangelho de Jesus Cristo. Essa é a notícia por excelência! Anunciada com alegria e esperança, com a força e a sabedoria do Espírito Santo, ela não deixa ninguém indiferente, embora, perante ela, tal como outrora, também hoje as atitudes sejam diferentes de pessoa para pessoa. Alguns contentam-se em apenas vê-lo (Lc 19, 1-28). Outros vão ao templo para ver se o encontram (Lc 2, 25-32). Outros apertam-se ao seu redor para o ouvir (Lc 5, 1). Outros alegram-se com todas as maravilhas que Ele realizou e continua a realizar (Lc 13,17). Outros, julgando-se indignos, apenas ousam tocar-lhe, mas logo sentem o seu terno acolhimento (Mc 5, 25-34). Outros continuam a perguntar-se quem é este homem que até perdoa os pecados (Lc 7, 49). Outros, boquiabertos por até os ventos e as águas lhe obedecerem (Lc 8, 25), maravilhados com a sua doutrina (Mc 11, 18) e cheios de espanto com tudo o que Ele diz e faz (Lc 4, 36), deixam tudo para o seguir (Lc 5, 11). Outros contemplam-no como um grande profeta que apareceu entre nós, que é Deus a visitar o seu povo (Lc 7, 16). Outros louvam a Deus pelo que ouvem e veem (Lc 5, 26) pelo que experimentam e presenciam (Lc 5, 26). Outros, nem que seja de noite como Nicodemos (Jo 3, 2), vão ao seu encontro para Lhe perguntar o que fazer para serem felizes (Mt 19, 16-30). Outros preferem ser mortos a negar a pessoa de Jesus (At 6, 1-70). Outros saltam de alegria por perceberem que Ele se oferece para ficar em sua casa (Lc 19, 10). Outros ainda, permanecem sensíveis ao toque de Jesus a bater à porta pedindo delicadamente licença para entrar e sentar-se com eles à mesa (Ap 3, 20), sendo à mesa que tantas vezes se resolvem as situações mais complicadas da vida e se tomam as opções mais fundamentais...
É certo, também continuará a haver quem diga que o mundo já se tornou adulto, que Deus é uma hipótese inútil, que Jesus é um mito, que outros deuses são bem mais dignos de apreço: o poder, o dinheiro fácil, o luxo e o prazer, o conforto do sofá e dos pés à lareira, o ter e o mandar, o usar e deitar fora, o explorar, o descartar... O Deus de Jesus Cristo incomoda, desaconselha a idolatria daqueles deuses, é um desmancha prazeres para quem assim procede. Por isso, continuam a armar-lhe ciladas para o prender (Jo 8, 1-11). Suplicam-lhe que se afaste (Mt 8, 34), entregam-no aos inimigos (Jo 18, 1-3), condenam-no à morte (Jo 19, 1-42).
No entanto, como afirma Francisco na Mensagem para o Dia Mundial das Missões, “o amor está sempre em movimento e põe-nos em movimento, para partilhar o anúncio mais belo e promissor: «Encontramos o Messias» (Jo 1, 41). O grito da esperança ecoou no mundo desde a primeira hora, gerando alegria e esperança: «Não está aqui; ressuscitou» (Lc 24, 6).
Tal como os primeiros cristãos e tantos outros ao longo dos tempos, também nós, hoje, «não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos» (At 4, 20). Lembra-nos o Papa Francisco que esta missão “é, e sempre foi, a identidade da Igreja: «ela existe para evangelizar» (EN14). Por isso, todos nós, «mesmo os mais frágeis, limitados e feridos podem [ser missionários] à sua maneira, porque sempre devemos permitir que o bem seja comunicado, embora coexista com muitas fragilidades» (CV239).
Em Dia Mundial das Missões “recordamos com gratidão todas as pessoas, cujo testemunho de vida nos ajuda a renovar o nosso compromisso batismal de ser apóstolos generosos e jubilosos do Evangelho. Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção. Contemplar o seu testemunho missionário impele-nos a ser corajosos e a pedir, com insistência, «ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2)”.
Jesus continua a precisar “de corações que sejam capazes de viver a vocação como uma verdadeira história de amor, que os faça sair para as periferias do mundo e tornar-se mensageiros e instrumentos de compaixão. E esta chamada, fá-la a todos nós, embora não da mesma forma. Lembremo-nos que existem periferias que estão perto de nós, no centro duma cidade ou na própria família. Há também um aspeto da abertura universal do amor que não é geográfico, mas existencial (...) Viver a missão é aventurar-se no cultivo dos mesmos sentimentos de Cristo Jesus e, com Ele, acreditar que a pessoa ao meu lado é também meu irmão, minha irmã”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 22-10-2021.

Afeganistão: Casa de bravos-3

22.10.21 | asal

Meu Bom Amigo, tenho o texto a congelar no computador já faz algum tempo. Queria respeitar o luto que todos devemos à memória do nosso querido P. Alberto Jorge que hoje vai a sepultar. Mas, depois, pensei: sei que ele gostava de História. Por que não aproveitar este dia para o publicar em sua homenagem, acompanhado pelas nossas orações? Faz como entenderes melhor. 

 Como se vê, o Afeganistão foi sempre uma encruzilhada de povos e culturas. É esta realidade geopolítica que hoje pretendo evidenciar, sabendo que, nas curvas e contra-curvas da História, muito se esconde e extravia. E há fontes que me são inacessíveis.   Escrevo fundamentado no que li e pensei. Não sou especialista nestas matérias, apenas um curioso que gosta de entender o que se passa numa parcela do nosso mundo. 
 Na entrevista do final do livro O Fim do  Homem Soviético de SVETLANA  ALEKSIEVITCH ( que tu conheces muito bem)  refere-se a existência de um género de "Romance Documental" (p.467). Os livros do escritor afegão Khaled Hosseini inscrevem-se nesse género. 
Um abraço do João Lopes
 
Caro amigo, só hoje me foi possível publicar mais uma pérola saída do teu cálamo. Obrigado e parabéns! AH
 

 Casa de Bravos III                                 

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“ Nunca um país terá merecido tanto o seu sobrenome “cemitério de impérios”. Depois de ter expulsado os mongóis e os persas, o Afeganistão pôs fora do seu território o Reino Unido no Séc. XIX, a União Soviética no séc. XX e os Estados Unidos no séc. XXI” ( Le Monde Diplomatique, Setembro/ 2021)

   O leitor comum fica admirado com esta asserção de significado épico, pelo menos na aparência, e naturalmente vai à procura das raízes da identidade de um povo que sempre teve forças para sacudir o jugo de um invasor estrangeiro.

Antiguidade: Província do Império Persa dos Aqueménidas, a Satrapia da Bactriana, nome sob o qual se esconde, em parte, o Afeganistão de hoje, foi uma das conquistas de Ciro, o Grande, ( 556-530) , o mesmo que o profeta Isaías exalta como o libertador do Povo Hebreu em 538, quando derrotou os Babilónios.

  Em 229 a.C, Alexandre Magno (356-323) conquistou a Pérsia. Invadiu a Báctria, onde, em reconhecimento pela ajuda do governador persa, Oxiartes, casa com a sua filha Roxana, princesa persa ou melhor afegã. Depois de ter esmagado a revolta do sátrapa da Ária, fundou, no atual Afeganistão, mais três ou quatro Alexandrias, que ainda hoje preservam a memória do Rei dos Macedónios e Imperador dos Persas: Herat, a Oeste; Alexandria do Cáucaso na futura Cabul; na Aracósia, a Sul, Kandahar.

  Ao contrário dos Aqueménidas, Alexandre preconizava o casamento monogâmico que, na sua opinião, melhor assegurava os direitos das mulheres. Obrigou os militares macedónios a tomarem mulheres persas, como únicas e legítimas esposas. Por seu turno, conseguiu envolver os soldados indígenas no programa das suas campanhas de conquista e ocupação do Oriente asiático. A tolerância pelos costumes e poderes locais, o respeito pela diversidade cultural foi o segredo da rapidez da sua vitória política e militar desde o Mediterrâneo Oriental ao Índico, passando pela Pérsia. O nosso herói morreu aos 33 anos, talvez por envenenamento (Lê-se com muito proveito o livro de Claude Mossé Alexandre, o Destino de um Mito. Ed. Europa-América, 2005).

   Os Selêucidas, seus sucessores, mantêm-se senhores da região até 250 a.C. Segue-se um período de lutas intestinas e a Bactriana, centro geográfico do futuro Afeganistão, torna-se independente.

  No séc. II a.C., os Kusana, vindos da China, estabelecem-se no vale do Oxos, o nome antigo do Amudária. À sombra dos reis gregos da Bactriana, fundam um império cosmopolita que, estendendo-se até à Índia, se tornou um cadinho de culturas indiana, chinesa, centro-asiática e greco-romana. É no seio deste império que, no séc. II d.C., emerge o Budismo. Não sabemos quando, mas, justamente no vale de Bamyian, sopé do InduCuche, já temos sinais da sua presença a partir, pelo menos, do séc. V. Os monges escavaram mosteiros nas grutas, e a região depressa se tornou num santuário de peregrinações. ( Ver Mil Sóis Resplandecentes de K. Hosseini, pp. 117-118)  Aqui se ergueram, no séc. VI, as duas estátuas monumentais de Budas, destruídas pela fúria religiosa dos talibãs em 2001. Os Kusana ficam na região de Cabul até à invasão dos Hunos no séc. V, sobrevivendo, no entanto, na região centro dos mosteiros até à invasão árabe, no séc. IX. Na região oeste, na fronteira com o Irão, vivem os Sassânidas, persas zoroastristas desde o séc. II até ao séc. VII da nossa era.

   A invasão árabe, essa vasta jihad, alastrou, como um tsunami, a oriente e ocidente, em meados no séc. VII. No Afeganistão, porém, teve de retardar a marcha pois só no séc. XII se deu por concluída, e mesmo assim não completamente! A princípio, o islão teve de coexistir com outras religiões da Pérsia e do Centro asiático: zoroastrismo, budismo, judaísmo, cristianismo e hinduísmo. Os zoroastrianos refugiaram-se nas montanhas, recusando a islamização. Com o avançar dos anos, o Islão, adaptando-se bem às culturas locais, ganhou terreno e acabou por se impor como confissão preponderante.      

  Em meados do séc. VII, o mundo muçulmano dividiu-se em duas grandes correntes. O sunismo (expressão derivada de sunna ou doutrina de Maomé, (570-632) profeta de Deus, foi adotado pela maioria de muçulmanos (90%) e , no Afeganistão, conquistou  a  da tribo dos pastunes, a maioritária;  o xiismo, a versão islâmica minoritária, fundado por  Xiat Ali (Xiat: xiismo), primo e genro do Profeta, casado com a sua filha Fátima.  Só mais tarde, já no séc. XIII, é  que o xiismo se impôs na tribo dos Hazara, descendentes dos Mongóis de Gengis Khan que devastaram o país em 1221-1222.  Por isso, os Hazara, tribo sempre odiada, (ver  pp. iniciais do Menino de Cabul)  tiveram de contar com a proteção do Irão, igualmente xiita.

   Em 1380, vem, em marcha infrene, a cavalaria do terrível Tamerlão, a cujos sucessores se deve o renascimento de Herat, cidade de poetas, a oeste, perto do Irão, no séc. XV.

  O Império Mogol: A leste da Pérsia, estendia-se o Império dos Grão-Mogóis, fundado no Norte da Índia, no séc. XVI por Babur, descendente de Tamerlão e de Genghis Khan.  Babur tinha uma especial predileção por Cabul, que transformou numa bela cidade, escolhendo-a para sua sepultura. Ainda hoje se pode visitar o seu mausoléu, uma espécie de centro de peregrinação.

  Época moderna: Monarquia “ Os reis pastunes governaram este país durante quase duzentos e cinquenta anos, e os tajiques, uns meros nove meses, em 1929.” (  Mil Sóis Resplandecentes, o.cit. p.105)   O tempo referido da monarquia vai de 1747 a 1973. De facto, em 1747, o chefe tribal Ahmad Khan Durrani fundou um Estado monárquico com a capital em Kandahar, sendo, por isso, considerado o pai da nação, o que, de alguma forma, veio atenuar o tribalismo, pela via da centralização do Poder. Em 1776, ocorre a transferência da capital para Cabul, mais a centro, cidade de gloriosas tradições, protegida pela fortaleza montanhosa do HinduCuche.  Em 1838, o chefe do clã pastune, Barakzay, toma conta do poder, conseguindo reunir as tribos para enfrentar as pressões da Rússia czarista e os britânicos da Índia, que teimavam em apoderar-se da Passagem de Khyber, um corredor  de 50 Km que, por entre montanhas, fazia a ligação entre o Afeganistão e a antiga Índia, já sob o domínio britânico.  Duros e valentes combates se travaram em 1838-1842 e 1878 em que os afegãos, recorrendo às imbatíveis táticas de guerrilha, conseguem escorraçar o exército de Sua Majestade. São as tão afamadas guerras afegãs, que ficaram na memória coletiva, como sinal e emblema da honra e orgulho do povo afegão, que se supera a si mesmo quando logra vencer o isolamento tribal. Razão tem o professor, saneado pelo regime comunista em 1978, “Toda esta conversa de eu sou tajique e tu és pastune, e ele é hazara e ela é usbeque.  Somos todos afegãos, e apenas isto devia interessar” ( o.cit. p.105)

 E chegamos a 1919 quando um homem de grande energia, de perfil reformador, o emir Amanullah Khan reúne as forças tribais e invade a Índia com o propósito de levar os Britânicos a reconhecer a plena independência política do Afeganistão. Em 1926, intitulou-se REI, empreendendo uma série de reformas que visavam mudar a face de uma sociedade atrasada, tribalista e feudal, sob o domínio religioso e opressivo dos Mullah.  Propunha o fim do uso obrigatório do véu, da burqa; o fim da poligamia; alteração das leis sobre o casamento, em que uma jovenzinha de 9 a 10 anos era forçada a casar com um velho de 50 ou 60; e educação escolar para todas as mulheres.

 E qual a reação dos chefes tribais e dos mullahs?  Declararam a djihad contra o rei. “  Um tsunami de barbudos revoltados abateu-se sobre ele.  Prendem-no, arrastam-no para as costas da Índia, depois Itália e Suíça, onde morreu como um velho desiludido e exilado”  (K. Hosseini, E as Montanhas Ecoaram, p.177)

   Em 1933,  Zadir Shah sobe ao trono como rei de uma monarquia constitucional, governando, sem sobressaltos, um país ferido por profundas desigualdades sociais. As classes dominantes, aristocracia e burguesia comercial, com as suas viagens à Europa e os seus negócios florescentes, davam a Cabul um ar de modernidade. O povo trabalhava no artesanato ou no campo. O pior eram as secas e a fome que flagelavam ciclicamente os pobres camponeses. Na parte dos costumes, nada se alterou: poligamia, casamentos infantis, menoridade feminina, discriminação étnica e tribal… e uma chusma de pedintes pelas cidades. E o rei lá esteve, durante 40 anos, até 1973, ano em que o seu primo, o príncipe Daoud Khan o destronou, sem violência, proclamando a República.

  E lá em cima, nos vizinhos do Norte, no Uzbequistão e Tajiquistão, o Kremlin impunha, à força, a socialização da economia, com a revolta inútil dos camponeses que tiveram de ceder as suas terras para os grandes planos da monocultura do algodão.

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   Na montanha de Pamir, no Tajiquistão, precisamente na fronteira com a terra afegã, a nordeste, levanta-se um pico de 7495 m, rebatizado pelos soviéticos de pico Comunismo.  O partido comunista afegão, extensão do poder soviético, formou-se nos tempos da monarquia. É de crer que, no labirinto dos corredores do Kremlin, se gizassem planos de conquista rápida e total. O Pico lá estava como desafio e sinal de ambição. Os deuses enlouquecem aqueles que querem perder! É o que veremos. (Continua) João Lopes

Aniversário

21.10.21 | asal

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Dia de celebração ali para Linda-a-Velha!

Nasceu em 1936 e faz 85 anos. É o Manuel Carrilho Bugalho, alentejano da Escusa, concelho de Marvão, onde ele foi presidente da Câmara por alguns anos. Trabalhou no Ministério da Segurança Social e agora goza a sua aposentação. 

Caro amigo, aqui ficam os PARABÉNS DO GRUPO, com votos de muita saúde por longos anos, na companhia de familiares e amigos. 

Aniversário

20.10.21 | asal

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O JOSÉ CASTIÇO FAZ ANOS!

Neste dia 20 de Outubro, o José António Castiço Marquês celebra mais uma primavera. 

Assim, meu caro José Castiço, queremos dizer que estamos a celebrar contigo este aniversário, a dizer que vale a pena viver... Por isso, te damos muitos PARABÉNS e te desejamos ainda uma vida longa com saúde, alegria e amigos! 

 

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