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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

A fase do silêncio

30.08.21 | asal

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Estão a ver? Novidades, nenhumas para além dos aniversários... Eu bem peço colaboração! Uma visita a uma cidade, a um museu, a uma exposição são ótimos temas para vocês comunicarem com os amigos... Mas nada! 

E eu não me sinto obrigado a encher diariamente estas páginas. Mormente no mês em que pude "gozar" a presença dos filhos e outros familiares.  Assim, deixo apenas o voto de boas férias, boas viagens, boas alternativas ao "ANIMUS SEMPER". 

Estas fotos são de uma visita à Quinta do Sanguinhal, uma preciosidade cheia de história. É no concelho do Bombarral. Adeus até ao meu regresso!

António Henriques

Aniversário

29.08.21 | asal

Herculano L.jpg

Hoje, 29 de Agosto, celebra o seu 82.º aniversário o Herculano Lourenço, nascido em S. André das Tojeiras, ali perto das Sarzedas e da Sobreira Formosa (a minha terra). Depois dos seminários, licenciou-se em Direito, tratou dos assuntos da Petrogal e agora goza a sua jubilação em Loures, sempre muito dedicado à família e à sua agricultura, continuando ligado às suas terras da Beira.

Habituado aos nossos encontros, gostamos de o ver feliz, como nesta foto, embora saibamos que ele tem sofrido percalços nos últimos tempos... Aqui te deixamos os PARABÉNS DO GRUPO, desejando-te muitos anos com saúde e alegria, junto da tua família e dos teus amigos.

Contacto: tel. 916 789 182

Palavra do Sr. Bispo

27.08.21 | asal
O 1.º DE SETEMBRO E A PEGADA ECOLÓGICA

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Vivemos um tempo de grande apreço pelos direitos, e bem. Mas direitos e deveres são correlativos, interdependentes. Assim como ninguém deve negar aos outros os seus direitos, também há deveres que ninguém pode negar a si mesmo, não os pode mandar às malvas, nem adiar ou delegar. São imperativos categóricos para todos e cada um. E hoje refiro-me ao dever da educação ou conversão ambiental. A Pegada Ecológica per capita em Portugal, segundo o Relatório Planeta Vivo, aumentou significativamente entre 2018 e 2020. Depois de ter ocupado o 66.º lugar mundial, o país posiciona-se agora, infelizmente, no 46º lugar do ranking mundial. Isto significa que são necessários 4,1 hectares de terra por pessoa, ou seja, para manterem o seu atual estilo de vida, os portugueses precisam de 2,52 planetas.

Como sabem, o Papa Francisco, em 6 de agosto de 2015, instituiu, na Igreja Católica, o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação. E ao estabelecê-lo no 1º dia de setembro, fê-lo num gesto verdadeiramente ecuménico. Já em 1989, o Patriarca ecuménico Bartolomeu I o tinha estabelecido para a Igreja Ortodoxa precisamente nesse dia. A par, Francisco providenciou para que se fizessem os contactos necessários com o Patriarcado Ecuménico e outras realidades ecuménicas, para que esse Dia Mundial se tornasse, de facto, um caminho para todos os que creem em Cristo e se cuidasse também duma possível coordenação com as iniciativas do Conselho Mundial de Igrejas. Será um ‘Tempo da Criação’ que muitas comunidades prolongam até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São Francisco de Assis.
Sendo um dever que não pode ser opcional nem secundário, Francisco reconhece que alguns cristãos, até muito comprometidos e piedosos, frequentemente escarnecem das preocupações pelo meio ambiente, outros não se decidem a mudar os seus hábitos, falta-lhes a conversão ecológica e a consciência de que somos cuidadores da obra de Deus (cf. LSi, 217). Ele pede aos cristãos que, neste dia, “em harmonia com as exigências e as situações locais, a celebração seja devidamente organizada com a participação de todo o Povo de Deus: sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos”. E que se implementem “oportunas iniciativas de promoção e de animação, para que esta celebração anual seja um momento forte de oração, reflexão, conversão e uma oportunidade para assumir estilos de vida coerentes”.
Como cristãos – afirma Francisco – “queremos oferecer a nossa contribuição à superação da crise ecológica que a humanidade está a viver”. Coisa que não existirá verdadeiramente “sem uma moção interior que impele, motiva, encoraja e dá sentido à ação pessoal e comunitária. Temos de reconhecer que nós, cristãos, nem sempre recolhemos e fizemos frutificar as riquezas dadas por Deus à Igreja, nas quais a espiritualidade não está desligada do próprio corpo nem da natureza ou das realidades deste mundo, mas vive com elas e nelas, em comunhão com tudo o que nos rodeia (LSi, 216). A crise ecológica chama-nos, pois, a uma profunda e sincera conversão espiritual. Urge ouvir os gritos da Terra e o clamor dos pobres. A consciência da gravidade da crise cultural e ecológica precisa de traduzir-se em novos hábitos, precisa de uma verdadeira conversão ecológica. Não se trata de ideologizar o debate ambiental por má-fé ou ignorância, trata-se de lutar pela sustentabilidade ou sobrevivência. Não se trata apenas de filosofar ou denunciar o que está mal, trata-se de assumir atitudes diversas e, por exemplo, renunciar àquilo que o mercado oferece e promove compulsivamente como se nada tivesse a ver com isso. As mudanças nos hábitos de consumo são determinantes. De nada serve mostrar grande sensibilidade ecológica e lutar pela defesa do meio ambiente se se vive afogado em compras inúteis, gastos supérfluos e consumo obsessivo. Também não basta a informação científica e a existência de leis para limitar os maus comportamentos se as famílias, as escolas, as academias, as universidades, os meios de comunicação social, a catequese e todas as instâncias não se preocuparem com uma séria educação ambiental. É preciso adquirir convicções, vontade própria e motivações, virtudes sólidas, transformação pessoal, verdadeiro compromisso ecológico. Como afirma Francisco, “é muito nobre assumir o dever de cuidar da criação com pequenas ações diárias, e é maravilhoso que a educação seja capaz de motivar para elas até dar forma a um estilo de vida. A educação na responsabilidade ambiental pode incentivar vários comportamentos que têm incidência direta e importante no cuidado do meio ambiente, tais como evitar o uso de plástico e papel, reduzir o consumo de água, diferenciar o lixo, cozinhar apenas aquilo que razoavelmente se poderá comer, tratar com desvelo os outros seres vivos, servir-se dos transportes públicos ou partilhar o mesmo veículo com várias pessoas, plantar árvores, apagar as luzes desnecessárias… Tudo isto faz parte duma criatividade generosa e dignificante que põe a descoberto o melhor do ser humano” (cf. LSi, 211)
A disciplina e a sobriedade pessoal libertam, educam, constroem. Praticar maus hábitos só porque se olha para o lado e se presume que ninguém está a ver o mal que se faz, é hipocrisia refinada. “Não há criatura que possa esconder-se à presença de Deus. Tudo fica nu e descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas” (cf. Heb 4, 13).
A cidadania ecológica, se vive preocupada e denuncia a crise ambiental, não pode viver de braço dado com o desleixo individual em relação às pequenas ações. Qualquer gesto, por mais insignificante que nos pareça, pode marcar a diferença e contribuir para a melhoria da situação. A grandeza de cada um está em fazer com amor as mais pequeninas coisas de cada dia. O respeito pela natureza nasce e alimenta-se de pequenos gestos e atitudes. E ninguém pode crer, agir e fomentar a ideia de que a natureza sempre se renova ou regenera.
Assim como à política e à economia se pede que reconheçam os seus erros, mudem de direção e cuidem do bem comum, também não faltam conselhos sobre o que cada um pode e deve fazer no seu dia a dia.
Avaliando com seriedade o nosso desempenho nesse campo, vivamos o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, prolongando-o até ao dia 4 de outubro, dia da Festa de São Francisco de Assis.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 27-08-2021

Aniversário

25.08.21 | asal

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Celebra hoje, dia 25, o seu 71.º aniversário o Luciano Farinha da Silva, da Várzea dos Cavaleiros, concelho da Sertã.
Aqui deixamos os PARABÉNS DO GRUPO DOS ANTIGOS ALUNOS, com votos de boa saúde e longa vida na companhia de muitos familiares e amigos. 
Contacto: tel.  219 163 278

Alterações climáticas

24.08.21 | asal
Meu caro Henriques
Com as mãos e a testa a escorrer em suor...A CALINA É DEMASIADA... aí te envio umas letrinhas suadas, sobre o maior problema do futuro da nossa Humanidade, condenada ao suicídio. Se não mudarmos de rumo, a Mãe terra dolorosa vai vingar-se e devorar muitos dos seus próprios filhos. A Natureza não perdoa. Só Deus Misericordioso o sabe fazer.
Um abraço para o nosso timoneiro do ANIMUS e para todos os que comungam connosco da mesma Alegria de estar juntos. Abraços quentes.
Florentino Beirão

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O planeta a sufocar

Enquanto o Japão se tornava o palco do mundo com os seus Jogos Olímpicos (2020) a preencherem a atenção dos meios de comunicação, os fogos devastadores proliferaram por vários pontos do planeta, acompanhados de cheias diluvianas. Estes problemas do planeta iam ficando para segundo lugar na agenda noticiosa. A prioridade ia sendo dada aos atletas vencedores, medalhados pelos seus heroicos feitos atléticos. A partir de agora, o seu sonho já se vira para Paris, cidade onde irão decorrer os próximos jogos olímpicos em 2023.

Com o mesmo entusiasmo, gostaríamos de ver agora os países a zelarem pelo nosso planeta, devastado e sufocado, com o mesmo grau de preocupação com que os países se desvelaram pelas vitórias dos seus ídolos que se guiam pelo lema olímpico: “mais rápido, mais alto, mais forte – juntos”. O mesmo sonho e utopia deveria ser aplicado igualmente às questões ambientais, hoje o problema mais urgente da Humanidade.

Os maléficos sinais que nos alertam para uma realidade, a degradar-se todos os dias, já se encontram à vista de todos aqueles que se preocupam com este fenómeno, o qual nos últimos meses tem atingido muitos países. As televisões têm-nos oferecido dantescas imagens que nos deviam advertir. Recordemos apenas algumas que mais nos chocaram.

Iniciemos pela América do Norte onde os fogos, devido às altas temperaturas, têm devastado florestas na Califórnia onde proliferaram 107 grandes incêndios, devastando 187 mil hectares em quatro condados. As ondas de calor e uma prolongada seca, ligadas às alterações climáticas, tornaram os fogos mais difíceis de controlar.

Se dermos um salto até à Rússia, na zona da Sibéria até ao início do mês passado, já tinham ardido 4,2 milhões de hectares, com a agravante do calor ali produzido estar a interferir no solo congelado. Daqui poderá resultar o lançamento para a atmosfera de grandes quantidades de metano, um gás com efeito de estufa.

Dando outro pulo até à Grécia, que nas últimas semanas se debate, ingloriamente e sem grandes meios, com 500 fogos florestais nas redondezas de Atenas e na ilha de Ibeia, tem havido imensas dificuldades em controlar tantos incêndios. Com a pior vaga de calor em três décadas, o ambiente propício aos fogos acabou por consumiu 65 mil hectares de floresta.

O mesmo fenómeno destruidor, provocado pela mesma causa, não tem poupado países situados junto ao mar Mediterrâneo, nomeadamente Turquia, Argélia, Itália, Macedónia do Norte e as ilhas da Sicília e Sardenha. Nestes fogos há a lamentar alguns mortos que não resistiram ao calor dos escaldantes fogos.

Juntemos a todas estas calamidades as numerosas cheias descontroladas que devastaram sobretudo algumas cidades do centro da Europa, onde os seus meios se tornaram incapazes de deter as avalanches de água e lodo que lavraram algumas avenidas.

Relativamente a estes fenómenos, cada vez mais comuns e mais explosivos, a ONU, através dos seus estudos climatéricos, já há muito que vem alertando os países para a inevitabilidade destas anomalias da natureza, como consequência das alterações climáticas, há muito diagnosticadas. A última mensagem divulgada este mês pelo painel científico da ONU em Genebra, após o mais recente diagnóstico global por ele realizado, referia que o “aquecimento global é inequivocamente culpa dos cidadãos de todo o mundo”. As atividades humanas são as grandes responsáveis pela subida do termómetro, seja na atmosfera, nos mares ou nas superfícies terrestres. As atividades industriais que libertam gases com efeito de estufa não param de aumentar, referem os mesmos cientistas. Se não forem diminuídas emissões de carbono, rematam, a tendência será para piorar ainda mais o estado já tão degradado do nosso planeta.

A estes alertas se tem juntado o Papa Francisco, sobretudo com a publicação da sua magnífica e atualíssima encíclica Laudato Si (2015) onde, logo no início, lançou um veemente desafio à Humanidade para que saiba zelar “ pela nossa irmã, a mãe terra que nos sustenta e governa e produz variados frutos com flores coloridas e verduras”. E logo a seguir refere ainda que esta irmã terra clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e abuso dos bens que Deus nela colocou”. Na mesma linha nos alertou António Guterres, Secretário-Geral da ONU que nos avisou que “as emissões de gases com efeito de estufa estão a sufocar o nosso planeta”.

florentinobeirão@hotmail.com

Eu não acredito

23.08.21 | asal

As redes sociais são o que são, mais frequentadas ou menos. E por vezes acho que nos induzem em erros. Por isso, fico espantado com o que acontece nestes dias com o nosso blogue. Temos visitas a mais... Será por toda a gente estar em casa e não ter nada que fazer? Não creio...

Trago para aqui um "printscreen" (fotocópia do ecrã) para verem que não minto. blogue 22.jpgO "ANIMUS SEMPER" foi ontem visitado por 359 pessoas, que fizeram 637 visualizações. E hoje, num número mais realista, já vai com 192 visitas...

Quero agradecer a todos os amigos que, como colaboradores ou como leitores, estão a dar visibilidade a este nosso ponto de encontro.

Eu costumo telefonar a muitos amigos de quem anuncio o aniversário (nem sempre posso), mas, desta vez, têm sido vocês a telefonar-me em número significativo. Ainda hoje o António Escarameia se lembrou de mim e eu estive a lembrar com ele a minha passagem por Vila Velha de Ródão quando ainda era criança. Foi o prof. Benjamim (era este o nome de que não me lembrava, caro amigo!) que insistiu com o meu pai para eu continuar a estudar... Foi em Vila Velha que fiz a primeira comunhão e comi pão com marmelada no fim. E também fui à festa da Senhora da Alagada, celebrada neste domingo. Do P. António Escarameia tenho recordações de Portalegre que nunca esquecem não sei porquê... E já as lembrei por escrito...

Também hoje me telefonou o Saúl Valente para me dar parabéns de aniversário. E fiquei a saber do drama por que ele tem passado nos últimos tempos. E não é o Covid, que esse já há muito quase o derrotou, tendo ele conseguido vencê-lo com muita dificuldade. Desta vez, foi um acidente com um trator, que ficou todo destruído. E ele salvou-se, mas ficou todo amachucado de braços e pernas. Nem sabe explicar o que se passou na estrada. Acordou no hospital... Está melhor, já em casa, mas passou as passas do Algarve. Desejei-lhe uma rápida recuperação e que os seus trabalhos agrícolas voltem ao normal...

António Henriques

 

 

 

Aniversário

23.08.21 | asal

Tomás Luís Pinheiro.jpgNasceu em 23 de Agosto de 1959 nas Sarzedas o Tomás Luís Pinheiro, que hoje vive na Póvoa de Santa Iria, mas não esquece a sua terra, publicando fotos dos seus recantos.  E dele não temos mais informações. Ou melhor, sabemos que também torce pelo Benfica, como outros muitos.

Aqui lhe damos os PARABÉNS deste grupo, desejando-lhe muita saúde e longa vida. Sem contacto telefónico.

Palavra do Sr. Bispo

22.08.21 | asal
O DIALETO DOS PAIS E AS DITADURAS IDEOLÓGICAS

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Ao longo da História sempre houve promotores de ditaduras e de colonizações culturais e ideológicas. Se não é aqui, é acolá ou mais além. Colonizações, ditaduras, autocracias, teocracias, totalitarismos, autoritarismos, despotismos e todos os quejandos, mesmo que entre si carreguem alguma diferença, venha o diabo e escolha, como soe dizer-se. A quem lhes resiste, impõe-se logo a lei da rolha, do desprezo ou da morte. Os seus promotores logo conseguem uma caterva de seguidores, alguns mais radicais do que eles, para engrossarem as hostes e fazerem valer o seu produto tóxico. Se não vencem pelo bom senso e pela força da razão, acham-se no direito de vencer pela razão da força e seus enfeites. Logo se esmeram em concentrar o poder, em subverter a ordem anterior, em suprimir os espaços de debate e decisão, em influenciar a comunicação social, o poder legislativo e judicial. A par, roubam a liberdade e tentam monopolizar o direito de pensar e decidir, anulam o passado e afunilam o ensino para desconstruir a linguagem, as instituições e a história. Usam a mentira floreada com rebuscado imaginário, afastam os profissionais dos empregos e lugares de prestigio, formatam, desenraízam os jovens das origens culturais e religiosas para, como afirma o Papa Francisco, os ‘homogeneizar’, transformando-os “em sujeitos manipuláveis feitos em série”, causando “uma destruição cultural, que é tão grave como a extinção das espécies animais e vegetais” (cf. CV185-186). Tudo, tudo serve de arma para levar a água ao moinho, mesmo que, para enfeitar todo esse processo, seja preciso borrifá-lo com algumas meias-verdades e alguns mecanismos democráticos. A sofreguidão pelo poder e o bullying ideológico e cultural são, muitas vezes, camaleonicamente apresentados como “saltos civilizacionais” ou como se de direitos humanos se tratasse.
A Sagrada Escritura também nos elucida sobre alguns desses artesãos da História. Sabemos quanto o Povo de Deus, e outros povos, ontem e hoje, sofreram e sofrem pelos desmandos colonizadores e totalitários de alguns dos seus líderes! Não só por ambição do poder ou por causas ideológicas e políticas, também por questões religiosas. Com uma diferença: enquanto, por causas ideológicas ou políticas, alguém, para defender a pele, possa, porventura, fraquejar e dizer que não ao que é sim, ou sim ao que é não, em questões religiosas não é bem assim. Com a fé em Deus, se é fé verdadeira e não meros sentimentalismos religiosos ou pieguices proselitistas, não se jogam interesses, a consciência da presença e a força de Deus levam a antes quebrar que torcer.
O rei Antíoco Epifânio, por exemplo, quis forçar os judeus a adotar os costumes, a cultura e mesmo a religião dos gregos. Para ser mais fácil, tentou subornar e convencer os mais influentes dos judeus a aderir às suas ordens, prometendo amizade e recompensa. A resposta, porém, foi imediata e firme: “Não! Nós não vamos obedecer às ordens do rei”. E se uma musculada perseguição caiu sobre eles, também aumentou e se organizou a resistência na firme convicção de que é “melhor morrer na batalha do que ficar a olhar a desgraça do nosso povo”. Ou, como mais tarde haveriam de dizer Pedro e os Apóstolos, “é mais importante obedecer a Deus do que aos homens” (cf. At 5, 29).
O tempo de perseguição religiosa, porém, é sempre palco de testemunhas radicais da verdade, é cenário de testemunhos heroicos até ao sacrifício da própria vida. É verdade que há “mártires” de muitas outras causas nobres, justas e necessárias, tornando-se inspiração para outros e aos quais muitos devem a liberdade e o bem estar social nesta vida. No entanto, a palavra “martírio” situa-se mais no contexto religioso, faz parte da sua gramática e significa testemunho, aponta para o supremo bem que é a vida eterna. Neste contexto, se a família dos Macabeus, no que respeita à fé, é digna de registo, o episódio duma família de sete filhos não o é menos. Num só dia, a mãe vê torturar e matar cada um dos filhos, à vez, até que, por fim, também ela é torturada e morta. Se há fanatismo religioso e odiosamente doentio que persegue e mata quem não acredita de igual forma, se há, até, quem, habilidosamente manipulado, se torne pessoa bomba (kamikaze) para maiores estragos, há, sem dúvida, nestes processos, muitas outras razões associadas como, por exemplo, fatores culturais, sociais, políticos, psicológicos... São atitudes que não se podem analisar de ânimo leve ou superficialmente. No entanto, e simplificando, uma coisa é perseguir e matar os outros, ou suicidar-se, usando até, ilegitimamente, o nome de Deus para o fazer, outra coisa é suportar com fortaleza o dom do martírio em fidelidade a Deus que é Amor e nos ama infinitamente. Mais tarde, perante tanta perseguição aos cristãos, Tertuliano haveria de dizer que “o sangue dos mártires é semente de cristãos”. Ainda mais perto de nós, São Óscar Romero, sentindo-se perseguido por fomentar a liberdade, a justiça e a paz entre o seu povo, havia dito: “o martírio é uma graça de Deus que eu acho que não mereço, mas se Deus aceita o sacrifício da minha vida, que o meu sangue seja uma semente de liberdade e o sinal de que a esperança será em breve realidade”. Foi assassinado pelo exército salvadorenho enquanto celebrava a Eucaristia em 24 de março de 1980. Hoje, se muitos cristãos continuam a dar um testemunho sem igual no quotidiano da sua vida familiar, social e laboral, outros continuam a dar o supremo testemunho do martírio em defesa da fé em Cristo Jesus, morto e ressuscitado, ao qual estão unidos pela caridade. Foi o que aconteceu, por exemplo, no Domingo passado, no Sudão do Sul. Quando regressavam a casa depois duma celebração numa paróquia dedicada a Nossa Senhora da Assunção, duas religiosas foram mortas numa emboscada.
Mas voltando àquela mãe, é extraordinária a sua coragem e o seu sentido de responsabilidade na educação e perseverança da fé dos filhos. Até ao último momento, amparada pela esperança que tinha no Senhor, e tanto quanto naquela circunstância o podia fazer, não se cansou de exortar os seus filhos a serem fiéis ao Senhor e a não obedecerem ao rei, a serem dignos dos seus antepassados e a reconhecerem Deus que a tudo deu origem. A atitude dos filhos, porém, se consola a mãe, enerva o rei até ao limite, que, aquando do momento da tortura ao último filho, pede mesmo à mãe que lhe dê conselhos para o demover e lhe salvar a vida. Inclinando-se para o filho, a mãe, ludibriando o rei, falou-lhe na sua própria língua, a qual o rei não entendia: “Eu te peço, meu filho: Contempla o céu e a terra e observa todas as coisas que neles há, reconhece que não foi de coisas existentes que Deus as fez e que também o gênero humano tem a mesma origem. Não temas este verdugo, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que eu te reencontre com eles no dia da misericórdia”. Enquanto ela ainda falava, o menino reafirma corajosamente a sua fé, é torturado e morto. Depois dos filhos, foi a vez da mãe.
Em tempos, o Papa Francisco, referindo-se a esta tirânica colonização cultural e ideológica do rei Antíoco, destacava a atitude da mãe. A mãe falava “na língua dos pais”: falava em dialeto, e, por isso, o rei não entendia, o intérprete não compreendia». Hoje “estamos diante de muitas colonizações que querem destruir tudo e começar de novo». Apresentam novos «valores» e dizem que «a história começa aqui», o resto «passou». No entanto, “não existe colonização cultural alguma que possa vencer o dialeto», o dialeto “tem raízes históricas”, a memória e o dialeto defendem-nos sempre.
A fé também se transmite em dialeto, afirmou Francisco: “A fé verdadeira aprende-se dos lábios da mãe, o dialeto que só a criança pode conhecer». “Este é um exemplo do modo como as mães, as mulheres, são capazes de defender um povo, a história de um povo, os filhos: transmitir a fé» (cf. L’OR7.12.17).
Quão importante é a transmissão da fé em família, pela palavra e pelo testemunho, pela alegria com que se vive e pela forma de a traduzir em atitudes de vida!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 20-08-2021.

Aniversário

22.08.21 | asal

MAIS UM ANIVERSARIANTE!

Zé Pedroa.jpg

Nasceu em 22/08/1952 nos Montes da Senhora, quando eu já estudava latim no 2.º ano; andou no seminário, onde bebeu da mesma água e comeu das sardinhas com feijão-frade como nós...

É o Zé Pedro, ou melhor José António Cardoso Pedro, que frequenta os mesmos espaços que nós, também agradecido pela educação que recebeu. Goza neste momento a sua aposentação e eu continuo à espera dele neste blogue. Um dia será!    Aqui, vestido de amarelo, esteve a falar muito bem do livro do Jana no Gavião!

Aqui te deixamos as nossas saudações, os nossos PARABÉNS E VOTOS DE LONGA, SAUDÁVEL E FELIZ VIDA...

 Contacto: tel. 965 019 564

Conversas Inacabadas - 4

21.08.21 | asal

A Propósito do aniversário da Diocese

Ernesto Jana.JPG

Atribuímos ao tempo a causa de muitos efeitos, os evitáveis e os inevitáveis, apesar de nem sempre concordarmos com as diversas definições com que os mais entendidos o descrevem, sendo certo, porém, que algumas apaziguam a nossa curiosidade.

Santo Agostinho definiu o conceito de tempo como:” …numerus motus secundum prius et posterius…”(O número de movimentos antes e depois), cuja apreensão, compreensão e explicação tem consumido os neurónios a muitos filósofos e feito correr muita tinta!

O tempo ganha diversas cognominações na sabedoria dos letrados e na popular, conforme o prisma pelo qual é vivido, sentido, olhado e pensado no seu decurso. Desde o tempo físico, medido por relógios e por outros instrumentos, ao tempo (…) meteorológico cujas medidas e classificação são quase inumeráveis, tudo dependendo do seu estado: soalheiro, quente, frio, ventoso, chuvoso, ciclónico, etc. Passando pelo tempo psicológico, que tanta influência tem nas nossas emoções. Todos sabemos, como sentimos e vivemos, de forma diferente, um igual período temporal, caso a nossa tensão emocional, nesses períodos, seja, positivamente gratificante, agradável, ou negativa, instável e preocupante. Para o nosso estado psíquico não tem comparação o período em que esperamos pelo resultado de uma entrevista para emprego, com aquele que passamos com um amigo, que não vemos há montes de anos. O mesmo se passa em muitas outras variáveis do nosso existir.

 Mas, adiante. Quanto à conceção do tempo e às suas variantes e medidas, seria interessante falar dos conceitos que dele tinham o homem pré-histórico, o homem agrícola, o industrial, e o pós-industrial… para não falar do tempo do digital, das redes sociais, da robótica e das culturas ou subculturas por eles geradas.

Mas hoje pretendo, apenas, invocar um tempo histórico, no qual foi configurado um espaço territorial, com o qual quase todos nos identificamos e nele se insere a  nossa Diocese de Portalegre.

 O tempo histórico em que foi criada a Diocese de Portalegre situa-se em 21.VIII.1549, pelo Papa Paulo III.

Assim, neste dia 21 de agosto a Diocese completará 472 anos.

Aqui ficam os meus parabéns ao Dom Antonino, o nosso atual Pastor, a quem desejo as Primícias do Espírito Santo.

A criação da Diocese de Castelo Branco aconteceu em 07.VI.1771 e foi extinta por Leão XIII em 30.IX.1881.

O título atual da Diocese de Portalegre - Castelo Branco foi concedido por Paulo VI em 18.VII.1956, data em que nomeou o seu titular, D. Agostinho Joaquim Lopes de Moura, o Bispo que quase todos nós conhecemos e que presidiu aos destinos da Diocese até 1978.

Se não estou em erro, o Dom Agostinho completou, em 1981, já na situação de emérito, 25 anos como Bispo e 50 como sacerdote. Oportunamente, a Diocese celebrou aqueles aniversários com atos festivos em Portalegre, aos quais minha mulher e eu tivemos a alegria de estar presentes, tendo-nos o D. Agostinho acolhido com estima, assim como D. Augusto César, o Bispo, que então, presidia à Diocese. Fiquei contente com a referência muito elogiosa que o João Lopes expressou no” Animus Semper” ao D. Agostinho Joaquim Lopes de Moura, pois, este Homem foi, para mim, um grande apóstolo do” Povo de Deus”, que muito dignificou a Igreja, Comunidade de Crentes no Senhor Jesus.

Caso haja oportunidade, gostaria de vir partilhar a experiência que vivenciei nos tempos de Dom Agostinho, quer quando exerci o ministério, quer quando dele pedi a dispensa.

Por ora, fico-me por aqui, esperando que a vossa boa vontade nos configure na fraternidade.

Ernesto Jana

NOTA: Sempre disponíveis, Ernesto Jana, para mais outras tuas vivências. Assim se constrói comunidade!. AH

Obrigado a todos

21.08.21 | asal

Estou a chegar de uns longos três dias em que deambulei pelo oeste e não levei portátil. Com a família e com o meu aniversário, as horas passam depressa e bem... 

Eu anos 82.jpg

Um "monte" de amigos e familiares animaram os meus dias, intensificando os contactos que as redes sociais permitem às centenas, recarregando assim as minhas baterias. Foi bom, sem dúvida! Eu nem esperava metade... Assim, mais me convenço da importância de facebooks, emails, blogues e ainda o telefone, o messenger e não sei que mais!

Acho que agradeci a todos, mas uma vez mais venho aqui dizer um "bem-hajam" aos que me contactaram, pensaram em mim e me desejaram bons dias no futuro. Foram as vossas orações neste 20 de Agosto. E com algumas palavras e algumas pessoas ficamos mesmo derretidos...

Chamo a atenção para os comentários apostos ao meu aniversário, que só agora pude colocar à leitura, mas que valem por si e pelas razões que estão por detrás deste "ANIMUS SEMPER"... Vale a pena o pequeno esforço que faço para pôr em contacto muitos dos antigos alunos dos seminários da diocese de Portalegre-Castelo Branco. Por cá passaram ontem 91 Visitas e 272 Visualizações.

A todos desejo dias tranquilos e uma vida cheia de felicidade.

António Henriques

Mensagens do email:

Caro AH, 
Salvé o dia 20 de Agosto - dia litúrgico de S. Bernardo, o doutor 'suave' - e quem hoje faz anos. Haverá outros, mas eu sei do António Dias Henriques, aquele que, cuidadosamente lembra os aniversariantes antigos alunos. Por esta via vai o meu abraço fraterno, com votos de paz, bem estar e muita, muita saúde, para continuar a servir a Igreja e os Antigos Alunos. Parabéns! Ad multos annos vivas!
P. Bonifácio Bernardo
 
Dias Henriques
Meu Bom Amigo
20 de Agosto de 2021. Já passa da meia noite e, assim, é muito oportuno dar-te um abraço de PARABÉNS ao celebrares um novo aniversário. É com muita estima e amizade que te venho felicitar, agradecendo ao Senhor da vida a tua amizade e pedir-lhe que te conceda, a ti, à tua esposa, aos teus filhos e a todos os teus familiares o melhor da VIDA.
Que a tua melhor prenda seja a saúde e a Luz do Espírito para que não "tropeces" nos obstáculos da tua "estrada".
Um abraço de parabéns e que a multiplicidade dos teus aniversários te levem a ver "os filhos dos teus filhos até à terceira e quarta geração".
Um abraço do amigo Ernesto Jana

 

 

Aniversário

21.08.21 | asal

Joaquim Raposo.jpg

Faz anos o Joaquim Raposo, natural de Monforte da Beira, onde nasceu em 1942. Pertence ao grupo dos entrados  no Gavião em 1954. Presentemente, vive em Almada, aqui bem perto, à espera de um primeiro encontro.

PARABÉNS, Joaquim! Votos de muita felicidade e com saúde para melhor gozar a vida.

Contacto: tel. 919 625 157

Aniversário

20.08.21 | asal

Eu +espumante.jpg

É verdade, cheguei aos 82 anos! Uma alegria interior, uma paz de espírito dominam os meus dias. Sinto as forças  escorrer por aí abaixo, lentamente, mas continuo a gostar muito de viver, graças a Deus. Projetos, já não penso muito neles... Vamos vivendo com o que temos à mão.

Dou graças a Deus e a todos os que me ajudaram e ajudam neste longo caminhar. E vamos vivendo, que a Vida é muito bonita!  António Henriques

Contacto: tel. 917831904

Aniversário

18.08.21 | asal

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Celebra hoje o seu 82.º aniversário o Mário Clemente Delgado, colega de muitos anos no Seminário, que quis olhar a luz do dia dois dias antes de mim.

Caro amigo, aqui deixo os PARABÉNS dos teus colegas do seminário, com votos de boa saúde e ainda longa vida no gozo de todas as faculdades. E que sejas feliz! 

Contacto: tel. 936 644 684

Um tema de férias

17.08.21 | asal

Há muitos temas que nos podem despertar para um texto escrito, que outros gostarão de ler. Ir à missa numa igreja diferente basta para encher uma mensagem. Quem se atreve a enriquecer o nosso blogue?

Já fui a Paris (à missa e tudo)Marta Saraiva.jpg

Marta Saraiva | 16 Ago 21- In "7Margens"

Há várias formas de descobrir uma cidade. Uma das minhas é ir à missa naquelas por onde vou passando, mesmo que não perceba muito (ou nada) do que por lá é dito. Há umas semanas foi a vez de Paris, onde aterrei na Igreja de Notre Dame de l’Assomption de Passy para a missa das 9h00, com uns minutos de atraso e uma leve irritação – o atraso seria demasiado evidente, notado e presenteado com olhares de censura. A igreja estaria vazia, ninguém vai à missa às 9h00 da manhã, num domingo de sol esplendoroso. Muito menos em Paris, capital do excesso e da laicidade para vários, mas não todos, os gostos.

Não estava. Para padrões pós-covidapocalípticos, início de férias e 9h00 da manhã, estava até bastante composta, e a assembleia era bem mais jovem e diversa do que antecipara. Obviamente, ninguém deu pela minha chegada.

A celebração em si não teve nada de extraordinário, nada incomum, nada fora da norma, nada que não tivesse observado já nestes quase dois anos. A música está por conta do órgão e de um cantor, com cânticos fáceis de acompanhar, ritmos muito pausados para assegurar que o mundo fica à porta e pode esperar, acólitos compenetrados com ténis por apertar, o agrupamento de escuteiros em peso… uma homilia pertinente sobre a vocação – retive que cada um é chamado a tornar-se um cedro do Líbano –, e com um apelo insistente à responsabilidade pessoal e ao assumir das nossas escolhas. E com um traço comum a muitas outras que já ouvi: o convite a questionar a autoridade e o desafio a posicionar-nos conscientemente num mundo que prefere arbustos a cedros, perante um Estado que consegue ser assumidamente hostil à religião.

Há qualquer coisa de austero, de adulto, de anti-sentimental nesta forma de estar que me intriga e atrai. Não há uma ponta de individualismo, o eu e os meus apetites interessam bastante pouco. Graças a Deus.

Durante os muitos anúncios finais com cheiro a férias – a partida de um dos sacerdotes juniores para uma nova missão, as datas das sessões de teatro e desporto para o Verão, as inscrições para a catequese e escuteiros, saldos da biblioteca paroquial –, dei uma espreitadela ao pátio da igreja, visível através de um janelão lateral. Os traços de um campo de jogos marcados no chão, um conjunto de anexos onde funcionavam a biblioteca e, suponho, os escuteiros, e uma capela dedicada a Santa Teresa de Lisieux, um lugar meio suspenso no tempo e no espaço. E aí caiu a ficha: ninguém se pode tornar cedro sem comunidade. É uma ficha básica, admito, mas sou lenta de entendimento nestas coisas e sou um produto dos anos 1990. Não apenas uma comunidade espiritual, também necessária, mas uma concreta, com espaços, pessoas, tralha, paredes e tectos, com cheiros, sabores e sons. Mesmo na era virtual, continuamos a ser muito físicos.

Uns dias mais tarde, após uma visita à página da paróquia (tanta actividade espantou-me), a ficha ganhou alguns contornos. Como mil outras, esta dinamiza vários grupos, desde a catequese ao grupo do Movimento de Reformados Cristãos, passando pelo coro, pelas Equipas de Nossa Senhora ou pelo grupo de Grego Bíblico. Não sei quantas pessoas aderem a estas propostas, ou se os grupos funcionam bem, o ponto não está tanto aí. Está no simples facto de existirem, de se dirigirem a várias fases da vida e a interesses e necessidades muito diferentes, e de estarem congregados no mesmo espaço geográfico e no mesmo espaço “espiritual”, à falta de melhor expressão. Mesmo que a sua intenção inicial seja outra, serão adubo para o cedro e, muito possivelmente, um dique discreto contra o anonimato, a voragem e a displicência do correr dos dias, o gigantismo do l’air du temps e um limite ao poder cada vez mais intrusivo do Estado na vida de todos e de cada um.

E agora sim, já fui a Paris.

(Roubei o título do texto a esse hit da música infantil dos anos 1980, que foram os álbuns da Ana Faria, Brincando aos Clássicos, e em que o Luís queria ir (e foi) a Paris.)

 

Marta Saraiva é diplomata, exercendo actualmente funções na Missão de Portugal junto do Conselho da Europa.

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