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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Aniversários

31.07.21 | asal

É O TEU DIA, FERNANDO!Fern. Leitão.jpg

Graças a Deus, continuamos vivos, com saúde bastante para desfrutar a vida, com família e amigos que nos confortam. Estou a falar contigo e comigo, meu caro amigo, porque sinto já a brevidade dos dias, o que faz que eles sejam cada vez mais importantes...

Conhecem o Fernando? Na foto, estamos com ele em Aveiro, antes da pandemia!

Nasceu em Sernache do Bonjardim no dia 31 do ano da graça de 1935, pastoreou algumas paróquias, mas profissionalmente foi sobretudo um professor empenhado, algumas vezes na direcção da própria escola, como em Esgueira - Aveiro, onde vive há muitos anos. No entanto, mesmo vivendo longe dos locais dos nossos encontros, ele vem por aí abaixo, está presente e ainda é capaz de arrastar consigo outros amigos... Frequenta também as nossas redes sociais, sempre solícito em parabenizar, em esclarecer dúvidas e acrescentar informação, o que nós muito agradecemos!

Aqui deixamos, pois, os MAIS SINCEROS PARABÉNS ao Fernando Cardoso Leitão Miranda no seu aniversário e desejamos longa e feliz existência a este nosso amigo, na companhia de sua esposa e restante família e juntamente com os muitos amigos que comungam com ele a alegria da vida.

Contacto: tel. 919 783 001

 

Gonçalo Mendes.jpg

Também hoje celebra o seu aniversário o Gonçalo Mendes, nascido em 1972 na vila de Envendos (olá, conterrâneos!). Vejam estes pormenores: «Estive em Alcains nos anos de 1982 a 1984 e Portalegre de 1984 a 1990. Posteriormente ainda frequentei o Seminário Maior de Coimbra entre 1990 e 1993». 

Cursou depois o Instituto Superior Miguel Torga, presumindo eu que trabalhe agora no ensino. É casado e vive em Mira, sendo a foto da família a sua apresentação mais notada. Pela primeira vez o Gonçalo aparece no nosso blogue, desejando eu que ele surja por aqui mais vezes.

Estamos a dar-te os PARABÉNS do grupo e a desejar-te longa vida e muitas felicidades.

Contacto: tel. 969 065 364 

Palavra do Sr. Bispo

30.07.21 | asal
NEM MINISTÉRIO PÚBLICO NEM ADVOGADOS...
 

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Vamos recordar uma figura extraordinária que, segundo a história, tinha paciência de Job e resiliência de atleta olímpico. Este testemunho, se hoje interpela os mais descuidados nesse dever de ofício e causa admiração nos menos resistentes em tal serviço, leva outros, sobretudo em certos ambientes que se dizem muito à frente, a pensar que hoje já não há gente dessa, nem tampouco tal serviço é necessário. Parte-se do princípio de que, hoje, somos todos uns santinhos à espera de palmas, escultores e peanhas numa qualquer acrópole mundana, quanto mais altaneira melhor, não há pecados. Ora, em tal pose existencial, o dito é mesmo coisa dura de roer, isto é: quem disser que não tem pecados engana-se a si mesmo, e mente, a verdade não está nele (cf. 1Jo 1,8). E deveria, com certa urgência, “livrar-se das mentiras secretas com que se engana a si próprio” (SpS33). Muitas vezes fazemos o mal que não queremos e nem sempre fazemos o bem que desejamos, o pecado mora em nós, por ação e omissão (cf. Rom 7,19-20).
Os cristãos, se não perderem o sentido do pecado, arrependidos no coração e não apenas em blá-blá-blá, confiantes na misericórdia divina, confessam-se, pedem perdão humildemente. Conscientes da sua fragilidade, sabem apoiar-se na graça sacramental e mudar de vida. A conversão é um desafio permanente. Segundo o Papa Pio XII, o maior pecado do nosso tempo é ter-se perdido a noção de pecado! Quem perdeu a consciência do pecado, afirma que não há nem tem pecados e até se orgulha do mal que faz como se de virtude se tratasse. Perde-se a noção do pecado e a vergonha. Perder a vergonha, neste campo, é mesmo uma vergonha. O Papa Francisco até afirmou que o primeiro passo para uma confissão bem feita é a vergonha do próprio pecador diante de Deus. É uma graça que até se deve pedir, diz ele. Ajuda ao arrependimento e à conversão. O pecador sente mais fortemente o perdão de Deus para consigo e o dever de perdoar aos outros....
É certo que uns somos mais pestinhas do que outros e ninguém se pode iludir com as aparências, sejam aparências de “santinhos” ou de “endiabrados”. Dentre “santinhos”, “endiabrados” e assim-assim, há quem se deixe ir na onda e converta o pecado em negócio rentável, em meio deplorável e habitual de enriquecimento pessoal, sem pejo de destruir pessoas, famílias, instituições e a própria sociedade. E não é assim tão raro isso acontecer. Ainda que alguém caia em si e desista, tais casos são piores que a hidra de lerna, e cada vez mais sofisticados!... E tudo nasce no coração humano fechado no seu egoísmo e importâncias balofas. Sim, todo o pecado, quando se torna em hábito, se tem uma dimensão individual, acaba por ter uma dimensão familiar e social de terríveis consequências. Tem repercussões sociais, destrói o bem comum, muitas famílias autodestroem-se por algum dos seus membros se deixar resvalar na mundanidade e não se cuidar a tempo e horas. Assim aconteceu ao longo da História da Salvação. Mergulhado na decadência moral a que o desleixo, a má governação e o mau exemplo das autoridades civis e religiosas o levaram, o povo de Deus acabava por cair em si e reconhecer as verdadeiras causas da triste situação a que chegara. A conclusão era quase sempre a mesma: pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos rebeldes, afastamo-nos dos mandamentos e preceitos, nem o povo nem os chefes escutámos quem denunciava a situação. Neste cair em si, o povo sentia vergonha: “Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que sentimos no rosto, pecámos contra vós (cf. Dan 9, 4-10).
Em cada tempo e lugar, qualquer crença religiosa sempre exigiu a coerência de vida, muito mais o exige a fé cristã. E a primeira expressão fundamental de coerência é a luta contra o pecado. É certo que há fatores que podem estar na origem dos desvios da conduta moral. Entre outros, a Igreja refere a ignorância a respeito de Cristo e do seu Evangelho, os maus exemplos dados pelos outros, a escravidão das paixões, a pretensão de uma mal entendida autonomia da consciência, a rejeição da formação, a falta de conversão e de caridade (cf. CIgC1792). Se, porventura, a ignorância sobre Jesus Cristo que é a plenitude da lei, for uma ignorância não culpável, há, no coração de cada pessoa, e estabelecida pela razão, uma lei natural que é universal nos seus preceitos e cuja autoridade se estende a todos os homens. Ela exprime a dignidade da pessoa e determina a base dos seus deveres e direitos fundamentais (cf. id. 1956).
A formação da consciência é tarefa para toda a vida, desde criança, sem incutir medos e sentimentos de culpa de forma tóxica e reprovável. Psiquiatras e psicólogos sabem bem quanto isto pode ser verdade. Assim como, pelo menos alguns, também reconhecem que a cura para alguns dos seus clientes, está mais em precisarem de saber e sentir que Deus os ama e lhes perdoa, do que em qualquer outra terapia. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! A formação da consciência implica uma educação prudente que seja capaz de garantir a liberdade e a paz do coração através duma consciência reta e verdadeira, e muitos a podem ajudar a formar. No entanto, como afirmou São João Paulo II ao falar da Reconciliação, “nenhum recurso humano, técnica psicológica, ou qualquer expediente didático ou sociológico, será tão eficaz na formação das consciências cristãs; no Sacramento da Penitência atua efetivamente Deus, rico em misericórdia”. Reconhecer ou ser ajudado a reconhecer o erro, arrepender-se de o ter praticado e pedir perdão pelo mesmo, é um ato interior que só o próprio, em profunda consciência e com o sentido da sua culpabilidade e da sua confiança em Deus, se abeira d’Ele e lhe confessa: “Pequei contra vós!” (Ps 50,6). Somos muito diligentes a reclamar justiça quando somos injustiçados, não somos tão apressados em reconhecer a culpa quando somos culpados. Escondemo-nos sob dois pesos e duas medidas. O justo, porém, acusa-se a si mesmo. Nenhum agente do ministério público entra pelo seu coração adentro a escabichar nas gavetas da consciência, “o núcleo mais secreto e o sacrário do homem, no qual ele se encontra a sós com Deus, cuja voz ressoa na intimidade do seu ser” (GS16). Também não tem, não precisa de advogados de acusação, muito menos de advogados de defesa. Precisa sim, da verdade de si próprio, de arrependimento, do propósito de emenda e da certeza de que Deus lhe perdoa e o ama, e faz festa! “O não reconhecimento da culpa, a ilusão de inocência não me justifica nem me salva, porque o entorpecimento da consciência, a incapacidade de reconhecer em mim o mal enquanto tal é culpa minha” (SpS33)
Como refere o papa Francisco, entrar num confessionário, não é entrar numa câmara de tortura nem a confissão deve ser encarada como uma sessão de psiquiatria, mas como um lugar onde se encontra, na alegria, o amor e o perdão de Deus. Só Deus pode perdoar os pecados, só Ele é infinitamente bom e justo, só Ele pode julgar com retidão e sem fazer acessão de pessoas. E pecados!...quem os não tem que atire a primeira pedra.
Todo esta breve introdução, como o leitor vê, é para dizer que, em 4 de agosto, celebramos a festa de São João Maria Vianney, vulgarmente conhecido como o Santo Cura d‘Ars, Padroeiro dos Párocos. Chegava a passar dezasseis horas seguidas no Confessionário. Em mais de quarenta anos de sacerdócio, o seu principal compromisso esteve ligado à Eucaristia, à Catequese e à Confissão, as verdadeiras prioridades na vida de uma Pároco. Saúdo todos os Párocos e Sacerdotes neste dia do Padroeiro. Que nenhum esmoreça na luta pela santidade e que, por entre todas as suas preocupações e tarefas, que as prioridades da sua solicitude pastoral passem pelo grande amor à Eucaristia, à Evangelização e ao Sacramento da Reconciliação.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-07-2021.

Correspondência

29.07.21 | asal

Meu Bom Amigo

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 Muito agradecido pelo excelente enquadramento que deste ao texto  da literatura popular. Gostei da xilogravura que escolheste. É uma arte muito antiga que remonta aos tempos medievais.  Parece que tu  estás a par deste assunto, relacionado com a arte naif do sertão, pois tenho a impressão que já estudaste o assunto. No Brasil, as capas dos folhetos ostentam uma riqueza de imagens impressionante, revelando a habilidade  dos editores de literatura de cordel. 

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Outra coisa: acabo de ler no Reconquista que o nosso Escarameia acaba de escrever um livro de memórias sobre o seu passado nos seminários. Julgo que poderíamos entrar em contato com ele. Se de alguma ajuda precisar, por mim estou disposto a ajudar. Não podemos é perder-lhe o rasto. Ele é muito discreto. Um alentejano que sempre admirei. Um grande abraço de agradecimento da Mizé e de mim. João Lopes 

 
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Olá, João! Não, eu de xilogravura percebo pouco ou nada, embora também tenha passado pelas minhas mãos. Ainda me lembro de ter feito uma para o jornal "Distrito de Portalegre" para ilustrar um texto sobre o Natal quando fazia de jornalista nas horas vagas e as fotos ainda eram raras nos jornais. O nosso passado é feito de tantas experiências... Já tivemos, sim, uma conversa sobre azulejaria e a importância do azulejo brasileiro na arquitetura portuguesa.

Quanto ao Escarameia, o malandro nada me disse há dias quando lhe dei os parabéns de aniversário. Falámos de amigos, das nossas mazelas da idade, mas de livros nada me disse... Temos de explorar esse filão. E a "Reconquista" ainda não chegou aqui.
Abraço do Ant. Henriques

Aniversário

29.07.21 | asal

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Estamos hoje a dar PARABÉNS ao nosso colega P. João Alves Mendonça, nos seus 78 anos. Presentemente é Pároco de Santo André das Tojeiras e Sarzedas.

Desejamos-lhe saúde, energia e as bênçãos de Deus para cumprir suas tarefas com alegria e felicidade.

Contacto: tel.  966 297 655

Aniversários

28.07.21 | asal

Amável André.jpgHoje faz anos o Amável André, de Freixial do Campo, nascido no longínquo 1935, colega de viagem no seminário dos Manuel Pereira, Júlio, Fernando Leitão... Cursou Direito na Universidade de Lisboa, trabalhou no Banco de Portugal e vive em Almada. 

PARABÉNS, Amável, e votos de muita saúde e longa vida, fruída com felicidade. Contacto: tel. 933 760 582

 

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Dia de aniversário também para o José Cruz, nascido em 1957. Na sua pág. do Facebook diz que é mecânico e vive em Alcains. 

Damos os PARABÉNS deste grupo ao nosso amigo, a quem desejamos as maiores felicidades. Também não temos contacto telefónico.

Brasil - poesia popular

27.07.21 | asal

Literatura de Cordel no Nordeste brasileiro

        Quem anda pelo nordeste brasileiro pode ter a sorte de assistir, sobretudo, em dias de feira, a uma sessão de poesia ao ar livre. Um magote de pessoas à volta de dois ou três  cantadores que tiram das cordas do seu violão, rabeca ou com a batida ritmada de um  pandeiro, de improviso,  e, muitas vezes, ao desafio, encantadoras histórias em verso.  A temática é riquíssima, inspirando-se quase sempre na vida quotidiana do sertanejo.   Até  1870, o tipo de estrofe mais simples e mais antigo era a quadra, que, depois, deu lugar  ao domínio relativo da sextilha.

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   Hoje, por razões pessoais, quero celebrar os 46 anos de casamento na Capela do Bussaco, oferecendo ao blogue um texto de cantoria do poeta popular Costa Leite, que a deve ter recolhido do inesgotável cancioneiro da prolífica tradição luso-brasileira, seguindo o velho método dos rapsodos de Homero. Tirando uns versos daqui, pilhando outros dali, e lá aviavam uma “obra”, pronta a ser cantada e dedilhada.

Aqui vai a “História de três amigos ou o poder do dinheiro” , que, obviamente, não posso reproduzir na íntegra.

1- Um poeta popular

do nordeste brasileiro

vai rimar neste cordel

mais um conto verdadeiro

história de três amigos

 ou o poder do dinheiro

  1. Sem dinheiro não se vive/ pois falta alimentação/ mas o dinheiro também/ tem feito a condenação/ o dinheiro só não compra/a vida e a salvação
  2. O inimigo da alma/ sempre tem sido o dinheiro/ sem ele peca-se menos/ já ouvi dizer primeiro/ e quem é rico demais/ é dono do mundo inteiro.
  3. Quem tem dinheiro bastante/ perde a tranquilidade/ sim que o dinheiro é bom/mas pra falar a verdade/ afirmo que o dinheiro/ nunca traz felicidade.(…)
  4. A verdadeira riqueza/ é saúde e felicidade/ sossego e paz de espírito/ viver em tranquilidade/ e ser benquisto com todos/é uma pura verdade. (…)
  5. Quando o homem tem dinheiro/  e se transforma em agiota/ sempre chega alguém querendo/ fazê-lo de idiota/ e não lhe falta mulher boa/ para tomar-lhe uma nota.
  6. Eles eram três irmãos/ José, Severino e João/ amigos desde a infância/ vivendo em grande união/ sempre os três estavam juntos/ em qualquer repartição.
  7. Certa manhã eles três/ combinaram com alegria/ para fazerem uma caçada/ numa mata que havia/ muito longe da cidade /esquisita travessia. (….)
  8. Meia légua mata a dentro/ numa clareira defronte/ tinha um pé de sapucaia/ e perto havia uma fonte/ dágua doce e cristalina/ ficando no pé dum monte.(…)  
  9. José por ser muito ativo/ se afastou espionando/ viu uma estátua de pedra/ com uma seta apontando/ aonde havia um tesouro/ com a gravura indicando.  
  10. Tinha um letreiro dizendo:/ -Aqui existe um tesouro/ o inimigo da alma/ que causa desgosto e choro/ mas quem levá-lo sozinho/ vai ficar nadando em ouro”  
  11. Então José deu um grito/ pelos amigos chamando/ e quando eles chegaram/ que o ouro foram avistando/ de contentes que ficaram/ os três foram-se abraçando.(::J
  12.  / Então Severino foi/ comprar logo a aguardente/ e quando saiu da mata/ chegou-lhe um plano na mente/ que ele chegou a sorrir/ e ficou muito contente. 
  13. Severino disse consigo: / -Vou botar por desaforo/ veneno dentro da cachaça/não vou perder tanto ouro/ os meus amigos morrendo / eu fico só com o tesouro./  (…)
  14. João disse a José: Quando/ o Severino chegar/ a gente atira nele/para o dinheiro ficar/ somente para nós dois/ e vamos deixar de caçar. (…)
  15. Severino foi  botando/ as três garrafas no chão/ mas João atirou nele/ em cima do coração/ e José com muita raiva/ também atirou em João.
  16. Todos dois morreram logo/ fazendo cara de choro/ então José disse: Foi/ tudo por causa do ouro / vou tomar uma “ lapada”/para contar o tesouro.
  17. José bebendo a cachaça/ sentiu uma dor ingrata/ lhe apertando o estômago/ morrendo na hora exata/ e assim foi aumentando os esqueletos na mata.

Como o dinheiro tem sido

O inimigo da alma

Sei que nunca se tem calma

Tendo dinheiro escondido

Aparece algum bandido

Levando tudo ligeiro

E quem guardou em desespero

Inda chora a sua sorte

Termina ganhando a morte

E não se goza do dinheiro.

 

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     ( O nome do autor do folheto é dado em acróstico na última estrofe.)

 

 Coimbra, João Lopes, com um abração do meu sertão.

 

NOTA: Saudamos o casal Maria José e João Lopes no 46.º aniversário do vosso casamento, pedindo a Deus saúde, alegria e felicidade recíproca por muitos anos. Amem-se muito os dois, para poderem dar mais a todos os amigos. Sozinhos não nos salvamos! AH

Ainda os avós...

27.07.21 | asal
O meu vizinho traz para aqui um texto de sabor rural antigo, que dá gosto ler. Obrigado! AH

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Muitos PARABÉNS, Avós vaidosos, alegrem-se porque hoje é o vosso dia e portanto não têm que aturar os chatos dos vossos netos, eheheh!!!
Eu tive quatro avós, dois maternos e dois paternos. Os maternos, a avó Ana e o avô Joaquim, viviam noutra aldeia, Monsanto, afastada da minha e por isso pouca convivência tive com eles. Os paternos, a avó Maria José e o avô Crisóstemo viviam perto, mas nunca me levaram à Escola; nunca me levaram ao Parque para brincar nos escorregas e nos baloiços porque o meu Parque e das outras crianças era corrermos pelos campos cheios de carapetos e subir às árvores para colher umas vezes fruta, outras vezes os ninhos dos passarinhos; nunca me levaram à praia ou à piscina, porque a nossa praia e a nossa piscina eram os poços de água gelada e profundos, os charcos do ribeiro, onde também apanhávamos peixes à bomba, os tanques, principalmente o do Ti Manuel Moleiro, embora ele não gostasse e, de vez em quando, aparecia lá, sorrateiramente, com os seus cães e nós só tínhamos tempo de apanhar a roupa e corrermos todos pelados, até os cães se cansarem.
Mas gostava muito, à tardinha na hora de fazerem a ceia, de sentar-me com eles à volta da lareira e vê-los cozinhar, umas vezes umas migas de alho, com água aquecida numa sertã em cima de uma trempe, outras vezes uma mão cheia de feijão pequeno numa panela de ferro, e o meu avô me convidava para pegar numa "cutcharra" e comer com eles.
 
Há quem diga que eu tenho um pouco do meu avô Crisóstemo e, pelo menos quanto ao olho azul, é verdade. Também ele gostava de dizer umas pilhérias e até na hora da morte, conseguiu ter graça. Andava a apanhar bolota, debaixo de uma azinheira, talvez para comer, e, de repente, cai no chão. A minha irmã Ana, ao vê-lo cair, correu e ajudou-o a levantar-se. Naqueles tempos, não havia baixa de tensão, mas sim fraqueza. A minha irmã Ana levou-o para casa, deitou-o na cama e pensando que era fome que o avô tinha, perguntou-lhe se queria comer alguma coisa.
- Deixa lá, filha, porque na terra para onde vou, há lá muita comida.
E foi, com esta piada, que o meu avô Crisóstemo nos deixou.
Com este paleio todo, já devem ter percebido que não sou avô. Em compensação, já sou bisavô de uma menina muito linda e que é um amor, chama-se Maria Leonor.
 
António Rodrigues

O Caminho de Santiago - 1

27.07.21 | asal

Uma peregrinação de fé e aventura

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Já com a pandemia parcialmente derrotada, pelas eficazes vacinas que nos vão proporcionando uma maior descontração, iniciamos agora uma nova etapa nas nossas vidas, embora mantendo algumas precauções recomendadas. Já basta de limitações, vivendo nas margens do medo, que nos foi atrofiando muitos momentos da nossa liberdade. Agora, tudo leva a crer, já será o tempo de voltarmos a sonhar com novas aventuras.

Sendo assim, ao longo deste ano de 2021, uma das opções que poderemos escolher para tentamos vencer as múltiplas limitações a que fomos sujeitos, embora envolvidas em várias polémicas entre governantes e especialistas, unirmo-nos às celebrações do Ano Jubilar de Santiago de Compostela, poderá ser uma boa opção. O ponto alto destas Festividades vai ocorreu no dia 25 de julho, dia de Santiago Maior, na sua magnífica catedral barroca.

Como sabemos, para se chegar a Compostela, desde há muitos séculos, é escolhido o tradicional e multifacetado Caminho de Santiago, percorrido por milhares de peregrinos que se dirigem a este lugar de Fé e Cultura, unidos pelo mesmo ideal religioso ou simplesmente por motivo lúdico. Ao longo destes diversos Caminhos, devidamente assinalados, encontram-se pessoas das mais variadas origens e das mais diversas formas de vida. Por isso, as dimensões humanas e religiosas do peregrino podem conviver harmoniosamente com esta desafiante aventura que sempre deixa marcas em quem a experiencia.

O peregrino, circulando geralmente em grupo, é desafiado a conhecer e a interagir com pessoas das mais diversas origens geográficas, movimentando-se por realidades desconhecidas, tanto culturais como sociais e económicas. Por esta razão, o Caminho de Santiago já deixou de ser uma realidade europeia, mas foi rasgando fronteiras obtendo assim o reconhecimento como itinerário Cultural Europeu pelo Conselho da Europa e como Património da Humanidade pela UNESCO.

Nesta perspetiva, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) do nosso país, juntamente com o Turismo de Portugal, encetaram já um trabalho de defesa e promoção deste itinerário, reconhecendo-o como uma mais-valia para os portugueses que decidam fazer esta desafiante experiência.

Para o efeito, até já foi criado um Conselho Consultivo para articular entre o setor público e privado, envolve diversos serviços centrais, autarquias, a Igreja Católica e as associações de peregrinos. Todo este esforço, segundo a ministra da Cultura, Graça Fonseca, “com vista à defesa e promoção do património cultural e ambiental, bem como a salvaguarda e promoção do caminho de Santiago”. Deste modo, as regiões abrangidas pelo itinerário do peregrino poderão vir a beneficiar de um maior desenvolvimento social e económico, sobretudo o interior esquecido e moribundo do nosso país, a perder numerosos eleitores de ano para ano.

Este Conselho Consultivo não se encontra inativo e já realizou a sua primeira reunião em setembro de 2019, reunindo representantes de 26 entidades. Neste encontro foi oficialmente reconhecida “a importância do Caminho de Santiago no dinamismo turístico e cultural das várias regiões e a necessidade de serem previstas linhas de apoio financeiro específicas no quadro comunitário de apoio 2021-2027”.

Deste modo, quem se quiser candidatar a estes investimentos, propondo itinerários, para serem financiados e certificados, poderão fazê-lo no ministério da Cultura, segundo os normativos em vigor, onde se encontram as orientações técnicas para os projetos serem aprovados e subsidiados. Para tal, poderão contactar a Associação Espaço Jacobeus, uma confraria privada de fiéis, de âmbito nacional, com sede em Braga.

Esta Confraria está sobretudo vocacionada para os peregrinos que pretendem fazer uma caminhada a Santiago de Compostela, percorrendo o Caminho Português de Santiago.

Visa ainda promover o estudo e a investigação sobre os diversos Caminhos do nosso país, através de uma adequada sinalização, conservação e limpeza dos diversos itinerários, em parceria com as autarquias locais, nomeadamente a albicastrense.

Recorde-se que, em 1982, o Papa João Paulo II também fez uma peregrinação a este centenário Santuário fazendo ali um veemente apelo aos católicos, para que os Caminhos de Santigo possam contribuir para o ressurgimento de uma Europa com raízes cristãs.

Recorde-se ainda que, em outubro de 1987, o Conselho da Europa também declarou este Caminho como o primeiro itinerário cultural europeu. Mais recentemente, em 17 de maio de 2010, nasceu a Associação de Peregrinos Via Lusitana, para promover e apoiar os milhares de peregrinos que, por Fé ou Aventura, façam esta tão rica experiência.

florentinobeirao@hotmail.com

Aniversário

27.07.21 | asal

Manuel da Conceição Mendes. jpg.jpegHoje celebra o seu 63.º aniversário o Manuel da Conceição Mendes, diácono permanente adstrito ao serviço das Paróquias de Abrantes e Alferrarede e a morar na Chaínça.

Damos-lhe os PARABÉNS e desejamos a este amigo muita saúde e sucesso no trabalho a que se dedica ao serviço do povo de Deus.

Contacto: tel. 241 361 396

Dia dos Avós

26.07.21 | asal

Caro António, para comemorar o dia dos avós, envio-te o poema que fiz no dia em que nasceu a minha primeira neta, Ana.

Abraço, 

Mendeiros.jpgJ. Mendeiros

 
 

HOJE, O AVÔ SOU EU…

 

Caríssimos Amigos,

                                    Hoje, o Avô sou eu…

 É mesmo verdade que hoje o avô sou eu…

Digo e repito para que todos saibam como é gostoso

Olhar para a Ana,

Fazer-lhe uma festa,

E ficar baboso!

 

E a minha mulher, que agora é avó,

Não larga a miúda,

Só fala “à bebé”, pipipi…pópópó…

Parece tótó…

 

Aos 13 de Outubro de 2011

Joaquim Mendeiros

PS: Agradeço a todos os que me abraçaram, hoje, retribuindo os abraços.

NOTA: Mais uma colaboração, mais uma surpresa! Eu bem digo, Fernando Leitão, «boa vai a vida»!!! AH

Em louvor do P. Horácio

26.07.21 | asal

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A música na minha vida

Fim de manhã de Junho ardente (1952?, corrijam-me se erro). Estávamos - os do meu 2º ano do Gavião - na Comenda (Alto Alentejo), onde então paroquiava o nosso futuro professor de Música em Alcains, Pe Horácio Alves Nogueira (na foto do meu 5ºano, com muita saudade).

Aguardávamos, em formatura de jovens cantores, o final da ceifa na Herdade do Polvorão, numa cerimónia previamente preparada com ensaios dirigidos pelo Pe Horácio, autor da letra e adoptando a música do " Água leva o regadinho".
 
Então, enquanto os ceifeiros iam acabando de ceifar a seara de trigo, nós cantávamos
 
"Nós somos os ceifadores 
 Da folha do Polvorão
 Nós ceifamos o pão todo
 Com a maior devoção
 
 Ceifai trigo, ceifai trigo
 Ceifai trigo com cuidado
 Do trigo se faz o pão
 Que em JESUS será mudado ..."
 
e seguiam-se outras quadras de que já não me lembro ( quem se lembra?)
 
No final houve EUCARISTIA e lanche/almoçarado para todo o pessoal (cantante e ceifante). Foi um delírio de "gourmet" para nós, habituados à comidinha habitual do seminário. Que petiscos! Eram croquetes, rissóis, pastéis, doces, frutas, refrigerantes fresquinhos - tudo animadamente num ambiente de felicidade juvenil.
 
Porquê evocar este episódio? Para destacar a bondade e sensibilidade de um Pároco  que idealizou este cenário de um ruralismo agradável para os seus assistentes e participantes.
Posteriormente, já em Alcains, a mesma figura de Sacerdote bondoso e tolerante, mas também competente e  exigente nas matérias que leccionou, nos motivava de modo muito afectivo.
 
Na continuação do estudo do Solfejo ( já iniciado no Gavião) e da Teoria Musical - em aspectos mais complexos -  e ainda na prática instrumental, surgiam sempre os dotes de um verdadeiro Pedagogo (ensinava e tocava violino, órgão, piano , acordeão ...).
Deixo aqui o meu testemunho de gratidão, pois quase tudo em que vim posteriormente a "navegar" em Música se deve a este grande Educador Musical.

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Com ele toquei a quatro mãos pequenas peças de Haendel, em piano. Ensinou-me a arte das teclas e também a arte coral, com belos ensaios de, por ex., Ave Verum de Mozart e Ave Vera Virginitas, em polifonia. Aproveitava as nossa vozes conforme as idades e mudanças de voz para "criar" sopranos, tenores, alguns barítonos e um ou outro baixo.

"O tempora..." Belos tempos.

A terminar, relembro, como curiosidade, aquele difícil (para a época) nº de Solfejo - o 79, do Tomás Borba (aqui reproduzido), que solfejei entoando num célebre jantar no "Caravela" de Algés, com um convidado especial - Pe Horácio.

Reacção dele: "Ó Caldeira, você ainda se lembra disto? Valeu a pena ter sido vosso professor".

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 Que Deus o tenha em Paz, na Sua Santa Glória entre os Justos.
 
Com a Amizade do José Caldeira
 
NOTAZé Caldeira, fico embasbacado com as coisas que tu contas da Comenda, pois eu, como colega do mesmo ano, não me lembro de nada. Talvez o Mendeiros saiba mais sobre o seu pároco e ele queira contar... AH

Aniversário

26.07.21 | asal

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Celebra hoje o seu 84.º aniversário o P. António Escarameia, Pároco de Vila Velha de Ródão, Fratel e Perais, grande músico, organista-mor do seminário de Portalegre nos tempos em que por lá andámos. 

Caro amigo, aqui ficam os PARABÉNS deste grupo que te admira e gosta de ti. Que Deus te abençoe e que a saúde não te falte para continuares com alegria a servir os outros.

Contacto: tel. 966 365 188

Aniversário

25.07.21 | asal

FELIZ ANIVERSÁRIO, JOAQUIM MENDEIROS PEDRO!

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Numa aldeia alentejana, há 74 anos nascia este menino, que foi crescendo, estudando nos seminários e mais tarde na Faculdade de Direito. Profissionalizou-se a defender a justiça e agora entrou em jubilação, continuando a fazer parte de uma IPSS de Sesimbra, que agora só apoia.

Mas para que estou eu a falar de alguém que todos conhecem, que todos admiram e a quem todos estão agradecidos pelo seu empenho na associação dos antigos alunos dos seminários? Nós vemos sempre o Joaquim Mendeiros à frente das boas causas, atento, vigilante, bem intencionado e cheio de energia para acometer novos desafios. Começamos assim por te agradecer estares connosco e à nossa frente, cheio da alegria e do entusiasmo com que abraças as tarefas a que te comprometes.

Aqui registamos os PARABÉNS POR MAIS UM ANIVERSÁRIO, com o desejo de que sejas feliz por muitos anos, na companhia da tua Adelina, filhos e netas, e de todos nós, teus amigos e admiradores. 

Contacto: tel. 969 015 114

Pandemia silenciosa

25.07.21 | asal

Com atraso de uma semana (o desta semana ainda não me chegou!), leio hoje estes números que o diretor de Reconquista atirou para nos fazer pensar. AH

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Segundo o Movimento "Saúde em dia", de fevereiro de 2020 a março de 2021, houve menos 13,5 milhões de contactos médicos do que em março de 2019 a fevereiro de 2020; no mesmo período houve menos 4,5 milhões de contactos de saúde hospitalar (consultas, cirurgias, urgências e internamentos). Por isso, este movimento lançou a 7 de julho uma petição intitulada: “está a surgir uma nova pandemia silenciosa”, pela falta de cuidados de
saúde. Esta pandemia travou 450 mil rastreios de cancro. Segundo a ordem dos médicos, há 1 milhão de portugueses que não têm médico de família e os médicos que há foram desviados para o covid 19. Acontece ainda uma falta de médicos que substituam os que se vão reformando, derivado de a classe ter limitado sempre o número de alunos a entrar nas faculdades de medicina, ter impedido a abertura de novas faculdades, e não terem sido lançados concursos de especialização na carreira durante vários anos. É grave a situação que atualmente se vive no serviço nacional de saúde, sobretudo pela carência de pessoal médico. 

Diz o n.º 209 da Evangelli Gaudium: “Jesus, o evangelizador por excelência e o Evangelho em pessoa, identificou-se especialmente com os mais pequeninos. Isto recorda-nos a todos os cristãos, que somos chamados a cuidar dos mais frágeis da terra. Mas, no modo “do êxito” e “individualista” em vigor, parece que não faz sentido investir para que os lentos, fracos, ou menos dotados possam também singrar na vida.

Agostinho G. Dias

Aniversários

24.07.21 | asal

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Hoje faz anos o Manuel Carrilho, um alentejano de Gáfete, sereno e alegre, a quem saudamos efusivamente neste seu aniversário. E já lá vão 79 anos... Aparece para celebrarmos a amizade!

Aqui deixamos os PARABÉNS deste grupo que te quer bem. E desejamos-te saúde e muita felicidade. Publicamos o teu n.º de telefone quando o enviares...

 

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Também hoje é o aniversário do Ilídio Pinto Cardoso, de Castelo Branco e a viver em Ponte de Sor, trabalhando na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, segundo diz a sua pág. do Facebook.

A este nosso colega damos os PARABÉNS e desejamos longa vida com saúde e realização dos seus anseios. Não temos contacto telefónico.

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