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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Palavra do Sr. Bispo

30.04.21 | asal
QUANDO OS PATRÕES REZAM PELOS OPERÁRIOS e vice-versa

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A frase em título vai provocar sisudez em alguns leitores. Paciência, não perco casamento! Uns acharão que isso é um disparate ou uma ousadia de mau gosto. Outros levarão a mão à boca, escandalizados, como se eu tivesse dito uma blasfémia ou uma sonante jaculatória minhota a ecoar por entre a bigorna, o martelo e o estribo, até dos surdos. Seja como for, nada retiro, nem que o rabo torça a porca (com licença, dizia-se na minha terra sempre que se apelava a porcos, com licença!). E quem diz responsáveis diz empresários, dirigentes de instituições, clubes, etc. etc. etc... O Papa Francisco, que ainda há dias, no 25 de abril, foi citado na Assembleia da República, não se cansa de repetir que “não nos esqueçamos nunca de rezar uns pelos outros”. Chamei-lhe Assembleia da República, e bem. Todos nós acreditamos que é e deve ser a Casa da Democracia. No entanto, segundo uma versão recentíssima dada à luz por quem esgravata nos arcanos desse saber, esse sítio é o “sítio mais sagrado da maçonaria”, é o “maior templo de maçonaria em Portugal”. Assim sendo, os nossos dedicados representantes, aí reunidos mas nunca unidos, constituem, nesse sagrado templo, uma assembleia orante mui “discreta”, mui “secreta”, mui “embiocada”! E será mesmo que, de cada dez dos parlamentares mais homenageados, nove são maçons?... “Hombre! yo tampoco creo en las brujas, pero que las hay, las hay... y crecen como hongos!...” Mas voltemos ao nosso tema antes que seja tarde e desapareça.
Num Estado laico, como é o nosso, o poder é imparcial em relação a questões religiosas. Ser imparcial, porém, não significa que seja ateu, agnóstico ou que discrimine a fé dos cidadãos ou os proíba de a exercer e se afirmarem. A Igreja sempre rezou e ensina o povo a rezar pelos governantes e por outros responsáveis e dirigentes sociais. Não para que o explorem e desprezem. Mas para que o sirvam com competência e honestidade e lhe garantam uma vida digna, calma e tranquila. É possível que muitos cristãos nem sempre se lembrem de rezar pelos seus súbditos, funcionários, operários, associados, dirigidos, alunos, clientes, utentes... Interceder pelos outros é um gesto nobre e fraterno, também de gratidão pelas suas pessoas, pelo seu serviço ou trabalho ou até, depende de que lado se está, são eles quem lhes garante o emprego ou o seu crescimento económico. É belo o testemunho que nos dá um oficial romano, em Cafarnaum. Quando Jesus entrou na cidade, este centurião foi ao seu encontro para lhe implorar a cura do seu servo que estava às portas da morte. Reparem: era um escravo a quem o centurião, carinhosamente, chama “meu filho”! (cf. Lc 7,1-10). Dizer que todos somos irmãos, implica reconhecer que temos um Pai comum, que é Deus. Dizer que todos somos irmãos é, pois, entender que o povo não é uma espécie de palco onde “estranhos” sobem e pisam como meros atores para satisfazer interesses concertados pelos camarins e anexos! Por certo que há muita gente que reza pelos seus súbditos, e não só. Outros, porém, sem ninguém lho perguntar, até se adiantam a dizer que são ateus, graças a Deus, ou agnósticos. Quando se insinuam desse jeito, até parece que estão a fazer um ato de fé ao contrário. Querem fazer-se de fortes e passar por pessoas desempoeiradas e sabidas, como se a fé os diminuísse ou lhes mordesse. A fé no Deus de Jesus Cristo não deve envergonhar ninguém, antes pelo contrário, é um dom nunca demais agradecido. Ele dinamiza, humaniza, dá sentido à existência, às coisas e ações da vida, salva. Quem se envergonhar de Mim diante dos homens, também Eu Me envergonharei dele diante de Meu Pai que está nos céus, disse-nos Jesus (cf. Lc 9, 26).
Quando Pilatos quis chamar Jesus à pedra, puxou pelos seus galões de governante para lhe recordar que tinha autoridade para o soltar e para o crucificar. Jesus respondeu-lhe: “Não terias nenhuma autoridade sobre Mim se ela não te fosse dada por Deus”. Naquele outro bate papo sobre se se devia ou não pagar o tributo a César, Jesus disse aos interlocutores que era preciso respeitar a autoridade civil e as suas leis: dai a César o que é de César. Mas também lhes disse que não se pode absolutizar o poder. A ninguém pertence assumir o que é exclusivo de Deus. Por isso, Jesus acrescentou: e dai a Deus o que é de Deus”.
Acredito que, quem de direito, se esmere por dar ao povo o que o povo espera deles, porque neles confiou. Mesmo que não sejam crentes, é uma excelente forma de dar a Deus o que é de Deus, se não se entrar por caminhos dúbios. O povo não é uma massa inerte a ser manipulada e instrumentalizada para servir os caminhos da altivez, da corrupção ou da barbárie. Aos discípulos em busca de poder, Jesus disse-lhes que aquele que quisesse ser o maior se tornasse o último e servisse a todos, sobretudo os mais frágeis. Os responsáveis pelo destino dos povos, nos seus mais diversos setores de intervenção, devem ser estimados, respeitados e obedecidos desde que humanos e as suas leis sejam justas, humanizantes e balizadas. Não é uma obediência passiva e de total submissão, até porque, se alguma autoridade se julgasse acima do próprio Deus e agisse libertinamente, “é preciso obedecer antes a Deus do que aos homens”, mesmo que isso venha a causar dissabores (cf. At 5, 29).
Os governos, se legítimos, exercem uma autoridade conferida pelo próprio Deus, como diz São Paulo (Rom 13.1-2). Não para se arvorarem em poderes teocráticos como se Deus lhes dissesse segredos aos ouvidos em linguagem encriptada, lhes desse poderes para discriminação de género, para escravizar, esfolar e matar, e os ilibasse da ética da responsabilidade e do bom senso. Não para que surjam poderes messiânicos, opressivos e despóticos a impor sujeição absoluta, endeusando-se para explorar ou exterminar pessoas e povos só porque sim, ou porque pensam e são diferentes. Também nenhuma autoridade, ou seja quem for, é uma espécie de marionete ou instrumento nas mãos de Deus. A soberania de Deus abarca a todos, sim, mas em liberdade na responsabilidade. Ele confia em cada um as funções que cada um é capaz de exercer honestamente e segundo as suas próprias capacidades em favor do bem comum. Para isso, a todos deu inteligência para pensar, investigar e programar. Deu talentos, vontade e força para trabalhar e concretizar o possível e o melhor. No coração de todos escreveu uma Lei, a lei do amor a Deus e ao próximo, com uma consciência que aplaude ou reprova os procedimentos. Esta confiança que Deus coloca naqueles que exercem autoridade, seja ela qual for, obriga-os a promover a vida social na verdade, na justiça, na solidariedade e na paz. Só o abandono de Deus levará alguém a espezinhar o homem, o povo.
Os pais da União Europeia, homens humildes e políticos de eleição, tinham consciência de que eram instrumentos bem limitados de uma Providência que se servia deles para a realização de desígnios que os ultrapassava. Isso dava-lhes serenidade e maior sentido de responsabilidade. Sabiam que o maior revolucionário de toda a história serviu de coração humilde e morreu de braços abertos na cruz, abraçando a todos. E não tinham receio de alavancar o seu universalismo, a sua política de união e de fraternidade, de justiça e de paz, no fermento do Evangelho. Também Tomás Moro, Patrono dos Governantes e dos Políticos, agindo diante de Henrique VIII como João Batista diante de Herodes, foi condenado à morte. Sempre dedicado e leal ao rei, nunca deixou de defender as suas convicções sobre a família. No momento da execução afirmou: “…morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus…”.
Respondendo a uma pergunta de alguém, o Papa Francisco afirmou que os cristãos não podem fazer de pilatos, lavar as mãos...têm a obrigação de se envolver na política… é uma das formas mais elevadas da caridade, visto que procura o bem comum... e se ela está muito suja “não será porque os cristãos se envolveram na política sem espírito evangélico?”.
“A Igreja encara com simpatia o sistema da democracia, enquanto assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna oportuno” (CA46). Bem como defende a reforma pacífica das estruturas e instituições políticas para mudar os regimes corruptos e ditatoriais em sistemas mais democráticos e participativos. Neste mês de abril, por exemplo, o Papa Francisco propôs como oração comum para toda a Igreja, rezar “por aqueles que arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes autoritários e também nas democracias em crise”.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 30-04-2021.

Poema a uma flor

30.04.21 | asal
Mais uma surpresa do José Maria Lopes... AH
 
ROSA DE COR ISABEL

rosa.jpg

 
Aquele rosa linda, amarela ocre de camurça
Nascida em jardim de terra cor de lava
Doce, suave, em jeito de aguarela
Com gotas de geada da noite fria
Caídas nas pétalas adormecidas
Que ao acordar vi da minha janela.
Ao espreitar no dia seguinte,
Olhei, olhei e perguntei à brisa que passava
Onde está ela?
Aquela rosa ISABEL de flor incandescente?
Foi de certeza, pensei, colhida com requinte
Mas por quem? 
Pela Cinderela?
Que ao sair do baile reparou nela?
Duvidoso questionei o vento
E a aurora omnipresente.
Respondeu-me o vento calmo e lento:
Está no regaço da Virgem, na vossa Capela...
No Céu os anjos dançaram,
Na Terra as abelhas choraram,
Eu deixei as minhas lágrimas correr

José Maria Lopes.JPGDe tanto olhar e não a ver...

Para o ano estarei ansioso e atento

Porque voltará a aparecer.

É assim que a Natureza procede!
 
Logo, deixei o meu coração inquieto adormecer.
 
José Maria Lopes

Aniversários

30.04.21 | asal

Hoje é o dia do Manuel Pires Marques, um octogenário a fazer Manuel Pires Marques.jpganos neste 30 de Abril e que há pouco passou de Tomar para a Parede.

Andei à procura de uma foto, e lá descobri esta, do Encontro do Restelo, onde ele aparece com a esposa, Etelvina (uma das que ainda se atirou à Internet e navega pelo Facebook). 

Caro amigo, os PARABÉNS deste grupo no teu aniversário. E que a vida te continue a sorrir.

Contacto: tel. 968161723

 

Também hoje passa a octogenário o P. Joaquim da Mata Matias, Pároco de Castelo, concelho da Sertã. Joaquim Mata Matias P..jpgLembro-me dele no seminário, sempre de sorriso humilde e simpático. E tive a alegria de almoçar ao seu lado no nosso encontro da Sertã.

Aqui está ele em foto da altura, no meio de dois grandes amigos. Contou-me por alto o que foi aquele episódio das bombas que rebentaram nas suas mãos quando ele queria livrar-se delas para nenhuma criança sofrer. E assim continua humilde e alegre, servindo o nosso Deus.

Aqui ficam os PARABÉNS do grupo dos antigos alunos, com votos de saúde e satisfação pessoal no serviço da Igreja.

Contacto tel.:  968 373 580  

Informes

30.04.21 | asal

João Lopes1.jpeg

 Neste tempo de vazio e expectativa, como a Natura tem horror ao vácuo, resolvi respigar, daqui e dali, algumas novidades para distrair o ânimo dos nossos queridos Associados. Ora vamos e corações ao Alto!

 “A obra de Dante é parte integrante da nossa cultura, remete-nos para as raízes cristãs da Europa e do Ocidente, representa o património de ideais e valores que também hoje a Igreja e a sociedade civil propõem como base da convivência humana, na qual podemos e devemos reconhecer-nos todos irmãos” escreve o Papa Francisco na carta Apostólica Condor Lucis Aeternae  ( Esplendor da Luz Eterna) sobre o poeta Italiano Dante Alighieri. ( Florença, 1265- Ravena, 1321).  Habitado por um espírito enciclopédico e humanista que, na Divina Comédia, em pleno se revelou, como autor de uma obra cimeira do cânon literário ocidental (H. Bloom), espelho  da sua própria conversão, sob o signo feminino de Beatriz, e, simultaneamente, alegoria do caminho de redenção de toda a humanidade, o grande poeta florentino merece um pouco de atenção e estudo.

Deste magno assunto me ocuparei, se os meus amigos tiverem a benevolência de me ler! Quando vos incomodar, é só dizer : “ Stop!”

Sigo já para  o artigo do Florentino “ A democracia abriu portas às minorias”, em boa hora hoje publicado no Reconquista, extremamente bem documentado, com números e percentagens sobre a situação das diversas confissões religiosas em Portugal, onde predomina, naturalmente, a religião católica, com os direitos e  prerrogativas  que lhe são devidos. Quem viajou pelos países nórdicos e da Europa de Leste, sabe como isso é normal. E nos povos árabes a situação inverte-se. O importante é que não desistam do diálogo, se respeitem mutuamente e que os Estados tenham o sentido das proporções, não permitindo tratamentos injustos e persecutórios, e deem espaço de liberdade para cada uma exercer a sua atividade de culto,  serviço do ensino  e da caridade. Se trocarem isso pelo radicalismo que exclui o outro e o estigmatiza, implantam o inferno no quotidiano das gentes, como temos visto no Iraque e agora no Norte de Moçambique, onde vive o povo maconde. Em  Maputo, conheci um grupo deles. Altos, inteligentes, artistas, (comprei-lhes um crucifixo em pau preto), alguns jovens não resistiram à radicalização do Daesh, porque o governo central não tem sido propriamente um governo que respeita a regra democrática da alternância de poder.

 O Florentino faz um retrato pouco risonho do estado da Igreja no nosso país. Infelizmente, a situação replica-se um pouco por toda a Europa.  Refere a escassez do clero, uma assistência religiosa deficiente e o preenchimento do vazio por outras confissões religiosas, como qualquer pessoa que viaje pelo interior, pode constatar. É que o coração humano, como diz o poeta Dante, tem sede de Deus, e, se houver alguém que lhe aproxime o cocho de água, vai e bebe. Que o Santo Espírito ilumine a hierarquia e o Povo de Deus para se abrirem novas avenidas de acesso ao Sacerdócio, como se reclama na Alemanha. E não só…

 Neste mesmo número, o Padre Agostinho, qual profeta, denuncia a situação escandalosa do preço da energia em Portugal. Por um lado, vemos o nosso Primeiro Ministro, e bem, a  regozijar-se com a dimensão das energias renováveis, limpas e baratas; por outro, um antigo administrador dá-se ao luxo de se locupletar com milhões, o que se reflete na fatura da eletricidade que tantos têm de pagar, retirando o pão à boca. Acaba, citando  a Fratelli Tutti de Francisco. O nosso amigo é muito claro e frontal, desempenhando o lugar de diretor com o sentido de responsabilidade exemplar.

 Finalmente, uma óptima notícia do Vaticano. As mulheres assumem, cada vez mais, lugares de topo na Igreja. Nuria Calduch, professora  de Sagrada Escritura,  foi nomeada Secretária da Comissão Bíblica Pontifícia. Nathalie Becquart, vice-secretária do Sínodo dos Bispos; mais duas professoras universitárias para o Conselho Pontifício da Cultura. E a irmã  Beate Gilles, especializada em Teologia, foi eleita Secretária-Geral  da Conferência Episcopal da Alemanha. O Espírito está aí, anda por aí e faz acontecer o imprevisível. Tradicionalistas há que lhe resistem,  emperram as inovações… eppure si muove!   

João Lopes

Nova campanha?

29.04.21 | asal

As campanhas começam no ponto zero. A do livro sobre o Seminário de Alcains está no seu término. Falta agora enviar os livros para quem deu o seu endereço. Já sabemos que os livros começam a ser enviados na segunda quinzena de Maio. Não se atrasem na indicação do endereço.

Agora começa nova etapa. Olhem para o nosso logótipo.LOGÓTIPO.png

O José Centeio, depois de pedir três livros ao Florentino, lança um repto à malta, que eu trago para aqui à procura de uma solução. O assunto não é novo, como podem ver pelas mensagens a seguir!!!

Florentino: «Caro António, como o Centeio envia um recado para a associação, seria bom pensar no assunto. Que achas? Um abraço.»

José Centeio: «- Finalmente um pequeno desabafo: não há ninguém nos antigos alunos que seja designer gráfico e desenhe um novo logo?! É que o atual é horrível. Mas é apenas a minha opinião. Para animar um pouco a malta, poderia haver várias propostas e colocavam-se à votação no blog. Pensem no assunto lá mais para diante. José Centeio»

Ant. Henriques: «- Mendeiros, há aqui, como diz o Florentino, uma palavra para a Associação. O Centeio tem razão, mas nós há muitos anos já sentimos o problema. E eu não sei como resolver. Vamos lançar uma campanha entre os associados? E se algum encontrar a solução? Não queres dizer uma palavra, ou dirigir uma mensagem a todos? Abraço com vivas saudações leoninas vitoriosas! Ant. Henriques»

Joaquim Mendeiros: «António, a questão do logótipo foi colocada na altura (2016?) e ninguém avançou com propostas. Só o João Lucas me fez um esboço, na Parreirinha, a partir do qual eu alinhavei o atual, no computador. Se há coisa para que não tenho jeito é para desenhar e para fazer "arranjos" no computador, mas quem não tem cão, caça com gato...
E a conversa é sempre a mesma: falar é fácil, o difícil é fazer...
Eu também pedi um desenho ao Colaço, na mesma altura, que aos costumes disse "nada"... e como não sou de ficar à espera dos artistas, eu próprio fiz aquele logótipo, "horrível", no dizer do Zé Centeio, mas feito com muita boa vontade e depois de múltiplas tentativas experimentais.
Se achares bem, avança tu com convites nesse sentido aos nossos companheiros, sempre prontos para colaborar, assobiando para o lado...porque eu, para esse peditório, em concreto, já dei.
Mas quem sabe? Pode ser que apareça alguém que saiba...
Abraços,
Joaquim Mendeiros»
 
Meus caros amigos, querem maior espontaneidade e clareza na conversa? 
O Centeio tem razão, mas não tem a solução. E nós também não temos... Há cinco ou seis anos, moveram-se vontades para nada. Pode ser que agora haja uma boa vontade que nos solucione o problema. Quem nos pode e quer ajudar?
 
Podemos comparar o nosso com estes:                                            

CES.jpgcesviver.jpg

AH

Aniversário

29.04.21 | asal

PARABÉNS, JOÃO!

João Mateus.jpg

Natural da Ameixoeira, concelho de Oleiros, onde em 1954 viu pela primeira vez a luz do dia, o João Mateus vive em Vialonga, bem perto de Lisboa. Como profissional, foi técnico de manutenção na empresa Central de Cervejas.

Deixamos aqui os PARABÉNS do grupo, com votos de muita saúde, longa vida e felicidade junto da família e amigos.

Contacto: 964 011 182

Aniversários - 3

28.04.21 | asal

Celebra hoje o seu aniversário o ERNESTO DELGADO JANA, que vive em Abrantes e nasceu em 36. Ernesto Jana1.jpgFalei com ele já neste tempo de Covid-19, lembrámos o seminário, nomeadamente a importância do C.N.E. em Portalegre. Espero uma colaboração dele para o blogue. A foto vem do tempo em que ele se gastou ao serviço do Escutismo em Santiago do Cacém.

Grande amigo, PARABÉNS e votos de muita felicidade. Queremos ver-te e ABRAÇAR-TE, assim como a muitos outros. Contacto: tel. 965421295

 Elísio Frade.jpegVinte anos depois, nasce outro amigo, o Elísio, este mais novinho!

PARABÉNS, ELÍSIO FRADE nos teus 65 anos!

Aqui ficam os nossos parabéns e votos de longa vida em felicidade e na companhia de família e amigos.

Não temos contacto telefónico.

 

Ant. Poças Cruz.jpg

Finalmente, saudamos o António Poças Cruz, de Monfortinho, concelho de Idanha-a-Nova, que está aposentado do seu trabalho como Secretário Judicial no Tribunal do Trabalho e vive em Lisboa. 

Pela primeira vez, saudamos este amigo no seu 75.º aniversário, damos-lhe PARABÉNS e desejamos muitos anos de vida com saúde e alegria.

Contacto: Tel.  917 612 203

Vamos tirar dúvidas

26.04.21 | asal

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Em conversa com o Florentino, surgiram umas dúvidas que achámos ter o dever de esclarecer.

Todo o processo da publicação do livro "Seminário de Alcains, História e Memórias" tem decorrido com a maior das lisuras (= franqueza, honradezboa-fé, segundo o dicionário) e total confiança de parte a parte entre os proponentes e os colaboradores em testemunhos e em dinheiro. Não é agora, no final desta campanha tão extraordinária, que vamos deixar pessoas zangadas, mal-dispostas por interpretação pessoal de palavras que foram escritas com intenção diferente.

Acho que não se entendeu o alcance destas palavras: «os que apoiaram a publicação do nosso livro com 30 ou mais Euros, teriam direito a dois exemplares do mesmo». (In "Informações mais recentes" - 22/04)

Com estas palavras, nunca quis excluir do direito a um livro os colegas que ofereceram 15, 20 ou 25 euros, a quem estamos todos muito gratos. 

Vamos então esclarecer melhor o contexto da produção e distribuição do livro:

1 - Foi sempre nossa intenção dar um livro a quem colaborasse. Mas quando dialogámos acerca de imprimirmos 200 ou 300 exemplares (por uma diferença entre 100 e 200 €), surgiu a hipótese de oferecer dois livros aos que transferissem 30 ou mais euros, para cada um poder oferecer o segundo livro a um amigo. E porquê 30€? Muito simples: é o custo da impressão de dois exemplares... E com 300 exemplares impressos, podíamos dar dois aos 75 (mais ou menos) que deram esses 30 ou mais euros, que ainda ficávamos com 150 exemplares para oferecer ou vender... Assim se alargava o alcance do livro!

2 - Ficando claro que todos os que deram dinheiro têm direito ao seu livro, surge mais uma pergunta: e os que escreveram testemunhos para o livro? Claro, aqueles 30 (+ ou -) que escreveram textos para enriquecer o nosso livro também têm direito ao seu exemplar, não acham? Mesmo sem pagar. Certo!

3 - Agora a distribuição: o Florentino ofereceu-se para enviar por correio os exemplares aos "pagadores" que lhe enviassem o endereço pessoal. Este processo está em curso e a primeira lista de nomes a enviar endereços já foi publicada (Informações mais recentes, dia 22/04). Pessoalmente, já escrevi que temo que alguns livros não cheguem ao destino. Por favor, retifiquem os vossos endereços. 

Acrescento ainda, depois de conversar com o Florentino, que podem ainda outros colegas (que pagaram ou escreveram textos) enviar o seu endereço para o Florentino (tel. 964819423) (florentinobeirao@hotmail.com), para assim receberem mais cedo o seu exemplar (1-2).

Os que não quiserem o livro já em Maio (???), recebê-lo-ão no primeiro Encontro que pudermos organizar no Seminário de Alcains. Ainda não pusemos de parte a hipótese de a pandemia nos permitir um Encontro em Setembro ou Outubro...

4 - Ofertas de livros: também já falámos do assunto, sem ainda tomarmos decisões. Trago para aqui um excerto de mensagem do José Centeio, que agradecemos: «Quanto ao número de exemplares, mesmo que a diferença seja mínima, não vale a pena ficar com eles em armazém. Contudo, eu imagino que já devam ter pensado no assunto, haverá uma série de exemplares para oferta (elaborarem uma lista), nomeadamente bibliotecas de seminários ou outras entidades. Mesmo se agora o digital é que está na moda. Além disso, convém sempre guardar alguns para quem queira comprar posteriormente.»

Sobre o assunto, voltamos a pedir a vossa ajuda em espírito de cordialidade e cooperação. Sugiram nomes de pessoas e instituições a quem devíamos ou podíamos enviar o nosso livro. Os da Comissão não são assim tão espertos que façam melhor que os outros. Contactem qualquer um ou enviem mensagem para o blogue, que eu canalizarei as sugestões para o Florentino...

5 - Ainda temos muitos livros à espera de destinatário. No próximo Encontro (sem data???), teremos lá muitos livros a entregar a quem queira. O preço rondará os 15 €, mas ainda não decidimos.

6 - Que ninguém fique com dúvidas... Perguntem. Ninguém está aqui a esconder negócios!

António Henriques

NOTA: Já depois de publicado este esclarecimento, que não serve para esclarecer tudo (como a vida nos ensina!), lembrei-me de deixar aqui mais esta NOTA: - ninguém é obrigado a receber dois livros. Quem quiser só um, diga ao Florentino que dispensa o segundo. AH

Aniversário

25.04.21 | asal

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Parabéns,  Joaquim Ribeiro Filipe!   

Natural do Freixoeiro, vive em França há muitos anos e esteve ligado à actividade bancária.

Daqui lhe enviamos as nossas saudações amigas e os nossos PARABÉNS no dia do seu 78.º aniversário. Que sejas muito feliz, amigo Joaquim!

Mesmo em França, não te esqueces de nós. Também és um dos 81 que fizeram transferência de dinheiro para a publicação do livro sobre o Seminário de Alcains.

Contacto: tel. 00 33 686670744

Aniversário

24.04.21 | asal

João H Ribeiro1.jpg

Por indicação do Aníbal R. Henriques, soube que faz anos neste dia o João Henriques Ribeiro, que nós visitámos em Setembro de 2019 na "Ericeira Domus", onde ele reside há alguns anos.

Se não me engano, são 86 primaveras de quem nasceu nos Carregais - Montes da Senhora, andou no Seminário até ao 10.º ano e depois fez a sua vida profissional como professor em Angola, vindo a residir em Castelo Branco depois do 25/04, onde se empenhou na cultura e na vivência cristã muito ativa.

Aqui lhe damos os nossos PARABÉNS, sabendo que ele já não frequenta estas páginas. E ainda lhe desejamos vida longa com saúde e gosto de viver. É a filha que mais se aproxima dele agora.

Palavra do Sr. Bispo

23.04.21 | asal
QUANDO OS AMIGOS O SÃO DE VERDADE

D. Antonino1.jpg

 
Nesta jornada Mundial de Oração pelas Vocações, vou desafiar os jovens. Aliás, desafio toda a gente de boa vontade a tirar um pouquinho de tempo para ser protagonista desta jornada. Como? Sendo verdadeiramente amigo ou amiga. Não amigos da onça ou de Peniche, mas amigos que façam parar, refletir e sonhar, tornando-se promotores corajosos na construção dum mundo mais belo com a colaboração e a felicidade de todos. Que cada um se interrogue sobre a importância que tem dado às vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada e faça com que os seus amigos se interpelem sobre este assunto que sempre nos ocupa, mas sobretudo nesta semana. Se há uma diversidade enorme de caminhos, é porque todos são possíveis de serem percorridos e há gente para todos eles. Uma sociedade intelectualmente habitável não pode ser preconceituosa, mas deve construir-se com a diversidade de opções para ser, saber, saber fazer e conviver. Presumo que muitos teriam feito opção diferente se, no momento oportuno, os amigos tivessem dado um ombrozinho. Às vezes - e perdoem-me a ousadia! -, às vezes, até parece que nem os pais são amigos. Francisco diz que o Senhor “deseja moldar corações de pais, corações de mães: corações abertos, capazes de grandes ímpetos, generosos na doação, compassivos para consolar as angústias e firmes para fortalecer as esperanças”. Ninguém deve negar-se a rasgar horizontes no coração de adolescentes e jovens, alimentando-lhes a alegria de sonhar nos sonhos que Deus sonhou para eles. Cortar-lhes as asas, orientá-los segundo interesses vários, desviá-los da sua liberdade e gosto de optar pelos sonhos que comandam a vida e são fonte de alegria, não é ser amigo. Alguém, assim influenciado, até pode ingressar num curso superior e chegar ao fim com grande êxito e aplauso, mas sem alegria nem entusiasmo. O curso não é a concretização de um sonho seu, não sabe bem o que vai fazer com ele, não era aquilo que verdadeiramente sonhava. E agora? Passar a vida a remar contra a maré?!
Os senhores professores, catequistas, chefes de escuteiros, associações juvenis, colegas e tantos outros, quando têm verdadeira consciência da sua altíssima missão, são, muitas vezes, os melhores empreiteiros a rasgar estradas e autoestradas na vida de adolescentes e jovens. O seu testemunho de vida, a sua palavra, o ambiente que criam para o diálogo e a reflexão séria e sem preconceitos, são lições de vida a abrir pistas para quem sonha nos sonhos de Deus e quer ser feliz e útil. Se o dever e a amizade funcionassem, não haveria tantas escolhas a desembocar em nada ou em muito pouco, negando a alegria e o entusiamo pela vida.
Sabemos que os adolescentes e jovens têm muita facilidade em fazer amigos. Há gente que se compraz em dizer que é amiga de toda a gente e toda a gente é sua amiga. No entanto, se há muita gente conhecida, os amigos são poucos, pouquíssimos, talvez nenhum. O livro dos Provérbios e o Eclesiástico são férteis em conselhos sobre os amigos e a amizade. Muita literatura exprime a frustração de tantas vítimas de amigos que o não eram. Uns, amigos de ocasião, levam à ruína. Outros, fogem quando se está em apuros. Outros, transformam-se em inimigos e até envergonham o amigo revelando as suas fraquezas. Outros, companheiros de mesa, sempre presentes quando tudo corre bem, quando as coisas correm mal, logo se afastam, voltam as costas, escondem-se. Outros, talvez os piores!, são aqueles que se riem, denegrindo os sonhos de quem sonha diferente e mais alto, sobretudo quando de vida sacerdotal ou vida consagrada se trata. Enfim!...
Quem encontra um verdadeiro amigo tem um tesouro de valor incalculável, sem preço. Sendo mais dedicado que um irmão, jamais abandona o amigo sejam quais forem as circunstâncias existenciais ou as de tempo e lugar. Não usa amizade fingida para dizer sempre “amen”. Sabe bater o pé e dizer não quando é preciso dizer não. Sabe repreender mesmo que doa. A sua luz brilha na vida do amigo. A sua sabedoria é fonte de vida. O seu testemunho eleva, enriquece, ajuda a promover a relação do amigo consigo mesmo, com Deus, com os outros, com a vida. São Paulo, ele que sentiu na pele a cobardia dos amigos, adverte para que não se rivalize nessa hipocrisia. Com firmeza e alegria, porém, ele confessa que apenas teve um Amigo que nunca o abandonou: “o Senhor ficou comigo e encheu-me de força...”.
Este é o Amigo que nunca falha, apesar de ter sido traído pelos seus amigos. Mesmo quando traído por Judas que o entregou com um beijo, Jesus, sem qualquer espécie de fingimento, referiu-se a ele chamando-o de amigo: “Amigo...”, a que vens? Neste IV Domingo da Páscoa, celebramos esse Verdadeiro Amigo, chamando-o de Bom Pastor, o Amigo por excelência. Aquele que nos conhece e anda à nossa procura para nos levar como cordeirinhos ao colo. Ele quer conquistar o nosso coração, quer abrir o coração de todos e de cada um às surpresas de Deus Pai, não pela força ou artimanhas palavrosas, mas pelo amor que nos dedica.
Francisco, da vida de São José, realça três importantes atitudes para esta jornada Mundial de Oração pelas Vocações. Diz ele que é preciso SONHAR a vida na aventura dos sonhos de Deus para SERVIR com disponibilidade e através duma FIDELIDADE que faça da existência um dom de amor aos outros. Um dom vivido na alegria, tantas vezes tendo de sacrificar os próprios projetos sonhados fora dos sonhos de Deus. Toda a verdadeira vocação ao sacerdócio ou à vida consagrada, a vocação matrimonial, celibatária ou virginal, nascem do amor, nascem do dom de si mesmo. Se assim não for, corre o risco de exprimir infelicidade, tristeza e frustração (cf. PC7). E como os amigos podem ser importantes em momentos de opções fundamentais de vida!
A propósito, ou talvez não, lembro que um dia, em Cafarnaum, quatro amigos dum paralítico, na impossibilidade de se puderem aproximar de Jesus devido à multidão que estava dentro e rodeava a casa onde Jesus se encontrava, resolveram fazer um buraco no teto, por cima do lugar onde Jesus estava. Por lá, enfiaram a cama com o paralítico, implorando a sua cura. Apreciando a sua fé, Jesus curou o paralítico que logo se levantou (cf. Mc 2, 1-12). Os sábios sabidos ficaram a rabujar contra Jesus. Não sabemos se alguém ficou a berrar contra a corrente de ar que viria pelo buraco do teto ou se por algum sarrafo lhe ter acariciado a testa. O que sabemos é que Jesus aproveitou para anunciar quem era e ao que vinha. O paralítico, porém, carregou a cama às costas e foi-se porta fora, deixando boquiabertos quem nunca vira coisa assim! Ninguém pode dizer que ele não foi festejar com os seus amigos. Tampouco se poderá dizer que Jesus não foi associar-se à festa, entoando um hino à coragem destes amigos que, de forma criativa, colocaram o seu amigo no centro das suas atenções. A amizade funcionou: ajudaram o paralítico, rezaram por ele a Jesus!
Se somos cristãos, se todos precisamos de famílias abertas aos sonhos de Deus, não esqueçamos de ser amigos e promover as vocações ao ministério ordenado e à vida consagrada, tão necessárias à Igreja e à sociedade em geral. É por elas que nesta semana rezamos. É por elas que, com amizade e por dever, provocamos os jovens e adolescentes. É por elas que pedimos a intercessão de São José, patrono da Igreja católica.
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 23-04-2021.

Um bom filme

23.04.21 | asal

Meu bom Amigo,  aí vai este comentário.  Se achares bom, partilha. Com um grande abraço. João

NOMADLAND-SOBREVIVER NA AMÉRICA”

 Uma das personagens mais hilariantes do “ Êta, mundo bom!, Candinho, de seu nome, ressonância brasileira do Cândido de Voltaire, usa este estribilho ou aforismo, mesmo em momentos de aparente beco sem saída:  “As coisas, quando pioram, é só para Nomadland.jpgmilhorá!”

  E, de facto, assim tem sido. Que saudades de um bom filme, e de uma pizza Camponesa, coroada com uma maçã assada! Logo que o Centro Comercial abriu, e as salas de cinema, tratadas com  os  devidos cuidados higiénicos, se tornaram lugares seguros, lá vamos nós satisfazer a curiosidade e apetite.  

Que dizer deste filme-documentário de Chloé Zhao, Nomadland, sobre a realidade da sociedade americana, depois do crash da praça financeira de Wall Street, em 2008, e das suas  terríveis consequências sociais no viver comum de parte da classe média, que, de um momento para o outro, se viu desapossada de tudo: casa, jardim, emprego… Confusa, sem mais nada a perder, fugiu em debandada para o Sul e o Midwest.

  Esta gente, literalmente abandonada na estrada, vai tentar sobreviver à custa de “biscatos”, trabalho precário, mal pago, entregues aos ventos da sorte, perdidos em pleno deserto do Arizona.

  Fixemos a atenção na personagem-pivot,  uma mulher  aparentemente comum, viúva, 63 anos, e que no filme assume o nome de Fern,  ou seja Frances  McDormand, cujo ponto de vista sobre a história  se identifica com o do realizador que optou por  “ver e sentir” o drama existencial  destas pessoas, paisagens, campos e albergues provisórios, em ruínas,  terra e mar, através  do ”olhar” da protagonista, que, na sua caravana recuperada, percorre estradas sem fim,  túneis e desfiladeiros, de cara trancada, alma por dentro lavada em lágrimas, mas onde, aqui e ali, aflora um sorriso de simpatia para com os seus “irmãos” de infortúnio.

   Será que ela é uma sem-abrigo, homelesss? Não - diz ela, uma houseless, sem casa, sim. Até porque, apesar de sozinha, vive, em parte, na companhia de muita gente que não foge ao trabalho. Uma mulher solitária, mas convictamente solidária, diria.  Posto que, sentimentalmente requestada, dado o seu carácter sólido, firme, despachado e trabalhador, recusa qualquer ligação definitiva, por fidelidade ao seu marido, jamais retirando a aliança do dedo. E vai dizendo: nesta vida nómada e estradeira, não há adeuses definitivos: apenas despedidas provisórias. Vemo-nos por aí… Dir-se-ia que os restos de uma atmosfera hippie vagueia por ali e as canções que pontilham a narrativa, simplesmente maravilhosas, cheiram um pouco a blues, e que a vadiagem de Pela Estrada Fora de Jack Kerouac não andará longe.

  Tudo isto pode ter um tanto de verdade!  Mas não é a verdade. De todo. Uma profunda diferença existe entre o recreio e a contestação juvenil e o império da necessidade que leva uma pobre mulher, como outros, na sequência e por causa de um desfalque financeiro das elites americanas, a ver-se forçada a dormir numa caravana coberta de neve e a tiritar de frio.

     Há erros da Política que produzem pobreza e devastação na vida dos Povos.

  Eles, os errantes e nómadas por necessidade, sabem-no por dentro, conquanto não o explicitem em manifestações de protesto. O sistema capitalista é assim e pronto! E não vale a pena perder tempo com tais reflexões quando urgências mais comezinhas, como o de trabalhar para comer, se impõem: etiquetar produtos num supermercado, transportar embalagens, recolher toneladas de beterraba, limpar parques de campismo, e , depois, devorar quilómetros numa caravana que,  às tantas, desmaia por cansaço, e dinheiro não há para pagar a reparação.

    Para caracterizar a protagonista e a sua performance excepcional e singular, um génio na arte da representação, dentro dos limites de um realismo, puro e duro, nem mais nem menos, nada de entoações enfáticas ou expansões sentimentais, vou apontar três tópicos: silêncio na solidão; a nova aprendizagem ou ligação com a Natureza, não como objecto de desfrute, mas com uso moderado e respeitador, e , finalmente, a arte do despojamento do supérfluo.

    A câmara fixa-a demoradamente em cenas de solidão: sozinha, no meio de um campo inóspito, no Nebrasca, aparece-nos, no princípio, a satisfazer as suas necessidades fisiológicas. O realizador começa a sua narrativa ex abrupto, sem um preâmbulo ou enquadramento, deixando ao espectador esse trabalho. Levanta-se apressada, em direção à caravana. E começa a viagem para sul, o deserto do Arizona coberto de neve!

    Fern  precisa de um bom banho. A câmara apanha-a num lagoa, de braços e pernas estendidos, desnuda, com o púbis à mostra. Qualquer semelhança com a Ofélia de Shakespeare é simplesmente um despropósito! Sozinha, sai da caravana e aproxima-se do mar. Silêncio prolongado! Lá fundo rugem as ondas, enroladas em espuma. O espectador receia o pior. Volta ao veículo e, como é verão, afunda-se na floresta, apalpando gostosamente a espessura dos troncos, ou escala os caminhos tortuosos da montanha à procura de pedras raras. Quase não fala. A voz, entrecortada,  reduz a mensagem ao essencial, preenchendo os interstícios  com a  eloquência do silêncio.

  O despojamento ou o contentamento com o estritamente necessário salva-a, a ela e aos companheiros, de caírem no desespero. É mesmo o segredo da sobrevivência, reforçado pelo sentimento de entre ajuda. Quase no final da narrativa regressa ao Nebrasca. O deserto invadiu a sua cidade e a sua casa, onde vivera com o marido, trabalhando os dois numa fábrica de contraplacados. Nem uma lágrima ou um queixume de saudade. Hirta e desafiante, traços marcados no rosto, ostenta a nobreza de uma heroína grega, inteiriça, inquebrantável diante da crueldade do destino.  

   No espaço fílmico, recita um longo poema (ela fora professora) que me encantou. Se algum companheiro o apanhar, tem aí um tesouro.

João Lopes d.jpg

   Diz-se que a expansão do conhecimento tecnológico e financeiro corresponde, muitas vezes, ao esvaziamento da sabedoria. Na verdade, sem cultura humanista que põe, no centro da Economia, a pessoa humana (a chamada economia de Francisco), corremos o risco de recuarmos aos tempos tribais e primitivos, de transumância e nomadismo, em permanente desassossego ou migração. Se outra lição não tirarmos deste filme, para além da beleza da arte, que nos sirva esta, ao menos, como aviso e advertência do futuro.   

Coimbra, João Lopes 

Informações mais recentes

22.04.21 | asal
 1 - CARTA DO FLORENTINO
Caro Henriques
Espero e desejo a tua saúde e a dos teus familiares. Por aqui, tudo normal.
Hoje, envio-te os endereços de todos os  que mos enviaram,  para lhes fazer chegar um exemplar do livro do Seminário de Alcains.
Como ficou combinado entre nós, os que apoiaram a publicação do nosso livro com 30 ou mais Euros, teriam direito a dois exemplares do mesmo. Por isso, agradecia que verificasses, juntamente com o nosso tesoureiro,  quais os antigos alunos que se encontram nesta situação, para eu me poder orientar no envio dos livros, evitando qualquer injustiça.
Sei que faltas tu e o Mendeiros nesta lista.... Por isso, agradeço também o envio das vossas direções, bem como a do nosso tesoureiro e ainda outros que se lembrem e não vêm mencionados nesta listagem.... desde já muito agradecido.
Por fim informo que a maquete do livro partiu ontem para impressão. Segundo me informaram demorará, cerca de três semanas.
Se vires alguma utilidade na publicação desta longa lista no ANIMUS, para que todos os interessados possam verificar se as suas direções se encontram corretas ou porventura omitidas, penso que seria bom para se evitarem omissões ou incorreções.
Para já, fico-me por aqui. Agora começam outras preocupações. É a vida e a vontade de servir os outros. este o meu lema de VIDA.
Um forte abraço, até sempre
Florentino Beirão
 
2 - NOVOS CONTRIBUTOS
 O Martins da Silva acaba de me enviar mais uma listinha de novas colaborações, que aumentam para mais de 100 € o montante que já recebemos. Somos assim 84 doadores.

João Ferreira Torres   

Flor9.jpg

Armindo Ribeiro Luís  

Joaquim Dias Nogueira  

Monsieur ou Madame Joaq. 

Não consigo identificar este último, é a indicação que vem na transferência

NOTA: Por favor, este Monsieur Joaq... que se identifique

3 - ENDEREÇOS NO FLORENTINO

- Meus amigos, eu temo que nestes endereços haja algumas incorreções, que levem o livro para outras casas ou que retorne a Alcains. Cabe a cada um corrigir o próprio endereço e enviar a correção para o Florentino (florentinobeirao@hotmail.com ).

- Os que colaboraram e querem o livro (muitos vão receber dois!) em sua casa ainda podem enviar o próprio endereço  para o Florentino. É muito correio postal? Mas nós temos já dinheiro (200 ou 300 €???) para pagar a despesa ao Florentino.

Agora a lista do Florentino: (lista apagada por não respeitar a lei)

 

Aniversário

22.04.21 | asal

José Man. Cardoso.png

Faz hoje 52 anos o P. José Manuel Cardoso, Pároco de Ladoeiro, Monforte da Beira, Rosmaninhal, Segura e Zebreira.

Da nossa história, faz parte a informação de que ele e outros colegas costumam organizar encontros de antigos alunos da zona da raia. Em maio de 2018 foi o último noticiado no ANIMUS SEMPER. 

Ao jovem e entusiasta P. Cardoso, damos os PARABÉNS deste nosso grupo, desejando-lhe muita saúde, muita realização pessoal em favor da comunidade e muitos anos de vitalidade.

Contacto: tel. 963 070 772

VÊ LÁ BEM, COMPANHEIRO!

21.04.21 | asal

Olá, caro Henriques! Aí te envio o texto a que me refiro no comentário do blogue para tu avaliares se vale a pena publicá-lo ou não. Um abraço! Gil

NOTA: Como vês, João Lopes, depressa foste atendido! Aqui tens um texto do Gil. Podes fazer análise literária, sociológica, pedagógica ou podes medir a intensidade de cada palavra, em que os conceitos se reduzem ao essencial. AH

Apresentação1.jpg

 

VÊ LÁ BEM, COMPANHEIRO, VÊ LÁ!...

Há dias, no velório do senhor padre Armando, depois do terço presidido pelo senhor padre Ilídio, naquele período de reflexão testemunhal orientado pelo senhor padre Virgílio, bastava ter sido solicitado também para testemunhar e ter-me-ia levantado do banco, como que impulsionado por uma mola, para anuir, tal era a emoção vívida daquela despedida. Agora, que a oportunidade surge para, como antigo colega, recordar o percurso profissional comum na escola Pedro da Fonseca, herdeira da pioneira C+S, não poderia, com menos excitação, mas igual emoção, deixar de escrever o que então teria dito.

                Vê lá bem, companheiro, quão impulsivo foste naquela reunião do conselho pedagógico, na década de oitenta, quando sugeriste como condição “sine qua non” da cedência do ginásio para o baile de finalistas que eles organizassem previamente uma récita! Por muito visionário que fosses prevendo uma sequência profícua de bons e educativos espetáculos dramático-revisteiros, que anualmente mobilizavam toda a comunidade escolar, num ambiente inesquecível de sã convivência interclassista, precisavas de ser tão veemente na afirmação das tuas convicções? Mas tu eras assim, cavaleiro andante da demanda do Santo Graal, sempre frontal e assertivo na defesa da “tua dama”, e conservaste esse espírito até ao fim, mesmo se, ultimamente, já admitisses ter sido um tanto excessivo nessas alturas.

                Marcaste efetivamente a vida escolar do nosso meio, porque nunca foste de meias, eras do tudo, e soubeste aproveitar como ninguém a oportunidade que a lecionação de uma disciplina qualitativa e quantitativamente abrangente te proporcionava, para deixares a tua marca indelével em quase todos os jovens estudantes de várias gerações. Foste o conselheiro experiente e disponível de várias levas de jovens professores em início de carreira, desbravando caminhos para a descodificação de carateres, nos conselhos de turma de início do ano letivo, tarefa facilitadora de adequações pedagógicas, tu, que conhecias o meio como as tuas mãos.

                Com que orgulho compromissivo recordo a iniciativa conjunta com o professor António Manuel, com que dinamizámos as tertúlias de professores, que se repetiram por longos anos e que só abandonaste quando deixaram de preencher as tuas exigências culturalmente convivenciais! Com que interesse participativo aderi às tuas organizadíssimas viagens turístico-culturais! Com que enlevo bebi as tuas prédicas dominicais e com que empatia aderiste, já em supremo esforço físico, às nossas solicitações sacramentais!

                Tão devedores nos sentimos das tuas dádivas e já tão carentes dos teus dons, eu e o Tó Manel, que alongamos a nossa tristeza, por não te termos visitado ainda mais uma vez, como derradeira despedida…

                Se lá do Assento Etéreo a que subiste e que cremos Coroa de Glória que conquistaste, memória desta vida se consente, vê lá bem, companheiro, vê lá se interpretas tão claramente como sempre fizeste com a amizade que nos uniu aqui e que nunca necessitou de afirmação expressa para ser vivida, a nostalgia silenciosa da ausência.

                                  Gil e Tó Manel

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