Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
De tanto olhar e não a ver...
Para o ano estarei ansioso e atento
Porque voltará a aparecer.
Hoje é o dia do Manuel Pires Marques, um octogenário a fazer anos neste 30 de Abril e que há pouco passou de Tomar para a Parede.
Andei à procura de uma foto, e lá descobri esta, do Encontro do Restelo, onde ele aparece com a esposa, Etelvina (uma das que ainda se atirou à Internet e navega pelo Facebook).
Caro amigo, os PARABÉNS deste grupo no teu aniversário. E que a vida te continue a sorrir.
Contacto: tel. 968161723
Também hoje passa a octogenário o P. Joaquim da Mata Matias, Pároco de Castelo, concelho da Sertã. Lembro-me dele no seminário, sempre de sorriso humilde e simpático. E tive a alegria de almoçar ao seu lado no nosso encontro da Sertã.
Aqui está ele em foto da altura, no meio de dois grandes amigos. Contou-me por alto o que foi aquele episódio das bombas que rebentaram nas suas mãos quando ele queria livrar-se delas para nenhuma criança sofrer. E assim continua humilde e alegre, servindo o nosso Deus.
Aqui ficam os PARABÉNS do grupo dos antigos alunos, com votos de saúde e satisfação pessoal no serviço da Igreja.
Contacto tel.: 968 373 580
Neste tempo de vazio e expectativa, como a Natura tem horror ao vácuo, resolvi respigar, daqui e dali, algumas novidades para distrair o ânimo dos nossos queridos Associados. Ora vamos e corações ao Alto!
“A obra de Dante é parte integrante da nossa cultura, remete-nos para as raízes cristãs da Europa e do Ocidente, representa o património de ideais e valores que também hoje a Igreja e a sociedade civil propõem como base da convivência humana, na qual podemos e devemos reconhecer-nos todos irmãos” escreve o Papa Francisco na carta Apostólica Condor Lucis Aeternae ( Esplendor da Luz Eterna) sobre o poeta Italiano Dante Alighieri. ( Florença, 1265- Ravena, 1321). Habitado por um espírito enciclopédico e humanista que, na Divina Comédia, em pleno se revelou, como autor de uma obra cimeira do cânon literário ocidental (H. Bloom), espelho da sua própria conversão, sob o signo feminino de Beatriz, e, simultaneamente, alegoria do caminho de redenção de toda a humanidade, o grande poeta florentino merece um pouco de atenção e estudo.
Deste magno assunto me ocuparei, se os meus amigos tiverem a benevolência de me ler! Quando vos incomodar, é só dizer : “ Stop!”
Sigo já para o artigo do Florentino “ A democracia abriu portas às minorias”, em boa hora hoje publicado no Reconquista, extremamente bem documentado, com números e percentagens sobre a situação das diversas confissões religiosas em Portugal, onde predomina, naturalmente, a religião católica, com os direitos e prerrogativas que lhe são devidos. Quem viajou pelos países nórdicos e da Europa de Leste, sabe como isso é normal. E nos povos árabes a situação inverte-se. O importante é que não desistam do diálogo, se respeitem mutuamente e que os Estados tenham o sentido das proporções, não permitindo tratamentos injustos e persecutórios, e deem espaço de liberdade para cada uma exercer a sua atividade de culto, serviço do ensino e da caridade. Se trocarem isso pelo radicalismo que exclui o outro e o estigmatiza, implantam o inferno no quotidiano das gentes, como temos visto no Iraque e agora no Norte de Moçambique, onde vive o povo maconde. Em Maputo, conheci um grupo deles. Altos, inteligentes, artistas, (comprei-lhes um crucifixo em pau preto), alguns jovens não resistiram à radicalização do Daesh, porque o governo central não tem sido propriamente um governo que respeita a regra democrática da alternância de poder.
O Florentino faz um retrato pouco risonho do estado da Igreja no nosso país. Infelizmente, a situação replica-se um pouco por toda a Europa. Refere a escassez do clero, uma assistência religiosa deficiente e o preenchimento do vazio por outras confissões religiosas, como qualquer pessoa que viaje pelo interior, pode constatar. É que o coração humano, como diz o poeta Dante, tem sede de Deus, e, se houver alguém que lhe aproxime o cocho de água, vai e bebe. Que o Santo Espírito ilumine a hierarquia e o Povo de Deus para se abrirem novas avenidas de acesso ao Sacerdócio, como se reclama na Alemanha. E não só…
Neste mesmo número, o Padre Agostinho, qual profeta, denuncia a situação escandalosa do preço da energia em Portugal. Por um lado, vemos o nosso Primeiro Ministro, e bem, a regozijar-se com a dimensão das energias renováveis, limpas e baratas; por outro, um antigo administrador dá-se ao luxo de se locupletar com milhões, o que se reflete na fatura da eletricidade que tantos têm de pagar, retirando o pão à boca. Acaba, citando a Fratelli Tutti de Francisco. O nosso amigo é muito claro e frontal, desempenhando o lugar de diretor com o sentido de responsabilidade exemplar.
Finalmente, uma óptima notícia do Vaticano. As mulheres assumem, cada vez mais, lugares de topo na Igreja. Nuria Calduch, professora de Sagrada Escritura, foi nomeada Secretária da Comissão Bíblica Pontifícia. Nathalie Becquart, vice-secretária do Sínodo dos Bispos; mais duas professoras universitárias para o Conselho Pontifício da Cultura. E a irmã Beate Gilles, especializada em Teologia, foi eleita Secretária-Geral da Conferência Episcopal da Alemanha. O Espírito está aí, anda por aí e faz acontecer o imprevisível. Tradicionalistas há que lhe resistem, emperram as inovações… eppure si muove!
João Lopes
As campanhas começam no ponto zero. A do livro sobre o Seminário de Alcains está no seu término. Falta agora enviar os livros para quem deu o seu endereço. Já sabemos que os livros começam a ser enviados na segunda quinzena de Maio. Não se atrasem na indicação do endereço.
Agora começa nova etapa. Olhem para o nosso logótipo.
O José Centeio, depois de pedir três livros ao Florentino, lança um repto à malta, que eu trago para aqui à procura de uma solução. O assunto não é novo, como podem ver pelas mensagens a seguir!!!
Florentino: «Caro António, como o Centeio envia um recado para a associação, seria bom pensar no assunto. Que achas? Um abraço.»
José Centeio: «- Finalmente um pequeno desabafo: não há ninguém nos antigos alunos que seja designer gráfico e desenhe um novo logo?! É que o atual é horrível. Mas é apenas a minha opinião. Para animar um pouco a malta, poderia haver várias propostas e colocavam-se à votação no blog. Pensem no assunto lá mais para diante. José Centeio»
Ant. Henriques: «- Mendeiros, há aqui, como diz o Florentino, uma palavra para a Associação. O Centeio tem razão, mas nós há muitos anos já sentimos o problema. E eu não sei como resolver. Vamos lançar uma campanha entre os associados? E se algum encontrar a solução? Não queres dizer uma palavra, ou dirigir uma mensagem a todos? Abraço com vivas saudações leoninas vitoriosas! Ant. Henriques»
PARABÉNS, JOÃO!
Natural da Ameixoeira, concelho de Oleiros, onde em 1954 viu pela primeira vez a luz do dia, o João Mateus vive em Vialonga, bem perto de Lisboa. Como profissional, foi técnico de manutenção na empresa Central de Cervejas.
Deixamos aqui os PARABÉNS do grupo, com votos de muita saúde, longa vida e felicidade junto da família e amigos.
Contacto: 964 011 182
Celebra hoje o seu aniversário o ERNESTO DELGADO JANA, que vive em Abrantes e nasceu em 36. Falei com ele já neste tempo de Covid-19, lembrámos o seminário, nomeadamente a importância do C.N.E. em Portalegre. Espero uma colaboração dele para o blogue. A foto vem do tempo em que ele se gastou ao serviço do Escutismo em Santiago do Cacém.
Grande amigo, PARABÉNS e votos de muita felicidade. Queremos ver-te e ABRAÇAR-TE, assim como a muitos outros. Contacto: tel. 965421295
Vinte anos depois, nasce outro amigo, o Elísio, este mais novinho!
PARABÉNS, ELÍSIO FRADE nos teus 65 anos!
Aqui ficam os nossos parabéns e votos de longa vida em felicidade e na companhia de família e amigos.
Não temos contacto telefónico.
Finalmente, saudamos o António Poças Cruz, de Monfortinho, concelho de Idanha-a-Nova, que está aposentado do seu trabalho como Secretário Judicial no Tribunal do Trabalho e vive em Lisboa.
Pela primeira vez, saudamos este amigo no seu 75.º aniversário, damos-lhe PARABÉNS e desejamos muitos anos de vida com saúde e alegria.
Contacto: Tel. 917 612 203
Em conversa com o Florentino, surgiram umas dúvidas que achámos ter o dever de esclarecer.
Todo o processo da publicação do livro "Seminário de Alcains, História e Memórias" tem decorrido com a maior das lisuras (= franqueza, honradez, boa-fé, segundo o dicionário) e total confiança de parte a parte entre os proponentes e os colaboradores em testemunhos e em dinheiro. Não é agora, no final desta campanha tão extraordinária, que vamos deixar pessoas zangadas, mal-dispostas por interpretação pessoal de palavras que foram escritas com intenção diferente.
Acho que não se entendeu o alcance destas palavras: «os que apoiaram a publicação do nosso livro com 30 ou mais Euros, teriam direito a dois exemplares do mesmo». (In "Informações mais recentes" - 22/04)
Com estas palavras, nunca quis excluir do direito a um livro os colegas que ofereceram 15, 20 ou 25 euros, a quem estamos todos muito gratos.
Vamos então esclarecer melhor o contexto da produção e distribuição do livro:
1 - Foi sempre nossa intenção dar um livro a quem colaborasse. Mas quando dialogámos acerca de imprimirmos 200 ou 300 exemplares (por uma diferença entre 100 e 200 €), surgiu a hipótese de oferecer dois livros aos que transferissem 30 ou mais euros, para cada um poder oferecer o segundo livro a um amigo. E porquê 30€? Muito simples: é o custo da impressão de dois exemplares... E com 300 exemplares impressos, podíamos dar dois aos 75 (mais ou menos) que deram esses 30 ou mais euros, que ainda ficávamos com 150 exemplares para oferecer ou vender... Assim se alargava o alcance do livro!
2 - Ficando claro que todos os que deram dinheiro têm direito ao seu livro, surge mais uma pergunta: e os que escreveram testemunhos para o livro? Claro, aqueles 30 (+ ou -) que escreveram textos para enriquecer o nosso livro também têm direito ao seu exemplar, não acham? Mesmo sem pagar. Certo!
3 - Agora a distribuição: o Florentino ofereceu-se para enviar por correio os exemplares aos "pagadores" que lhe enviassem o endereço pessoal. Este processo está em curso e a primeira lista de nomes a enviar endereços já foi publicada (Informações mais recentes, dia 22/04). Pessoalmente, já escrevi que temo que alguns livros não cheguem ao destino. Por favor, retifiquem os vossos endereços.
Acrescento ainda, depois de conversar com o Florentino, que podem ainda outros colegas (que pagaram ou escreveram textos) enviar o seu endereço para o Florentino (tel. 964819423) (florentinobeirao@hotmail.com), para assim receberem mais cedo o seu exemplar (1-2).
Os que não quiserem o livro já em Maio (???), recebê-lo-ão no primeiro Encontro que pudermos organizar no Seminário de Alcains. Ainda não pusemos de parte a hipótese de a pandemia nos permitir um Encontro em Setembro ou Outubro...
4 - Ofertas de livros: também já falámos do assunto, sem ainda tomarmos decisões. Trago para aqui um excerto de mensagem do José Centeio, que agradecemos: «Quanto ao número de exemplares, mesmo que a diferença seja mínima, não vale a pena ficar com eles em armazém. Contudo, eu imagino que já devam ter pensado no assunto, haverá uma série de exemplares para oferta (elaborarem uma lista), nomeadamente bibliotecas de seminários ou outras entidades. Mesmo se agora o digital é que está na moda. Além disso, convém sempre guardar alguns para quem queira comprar posteriormente.»
Sobre o assunto, voltamos a pedir a vossa ajuda em espírito de cordialidade e cooperação. Sugiram nomes de pessoas e instituições a quem devíamos ou podíamos enviar o nosso livro. Os da Comissão não são assim tão espertos que façam melhor que os outros. Contactem qualquer um ou enviem mensagem para o blogue, que eu canalizarei as sugestões para o Florentino...
5 - Ainda temos muitos livros à espera de destinatário. No próximo Encontro (sem data???), teremos lá muitos livros a entregar a quem queira. O preço rondará os 15 €, mas ainda não decidimos.
6 - Que ninguém fique com dúvidas... Perguntem. Ninguém está aqui a esconder negócios!
António Henriques
NOTA: Já depois de publicado este esclarecimento, que não serve para esclarecer tudo (como a vida nos ensina!), lembrei-me de deixar aqui mais esta NOTA: - ninguém é obrigado a receber dois livros. Quem quiser só um, diga ao Florentino que dispensa o segundo. AH
Parabéns, Joaquim Ribeiro Filipe!
Natural do Freixoeiro, vive em França há muitos anos e esteve ligado à actividade bancária.
Daqui lhe enviamos as nossas saudações amigas e os nossos PARABÉNS no dia do seu 78.º aniversário. Que sejas muito feliz, amigo Joaquim!
Mesmo em França, não te esqueces de nós. Também és um dos 81 que fizeram transferência de dinheiro para a publicação do livro sobre o Seminário de Alcains.
Contacto: tel. 00 33 686670744
Por indicação do Aníbal R. Henriques, soube que faz anos neste dia o João Henriques Ribeiro, que nós visitámos em Setembro de 2019 na "Ericeira Domus", onde ele reside há alguns anos.
Se não me engano, são 86 primaveras de quem nasceu nos Carregais - Montes da Senhora, andou no Seminário até ao 10.º ano e depois fez a sua vida profissional como professor em Angola, vindo a residir em Castelo Branco depois do 25/04, onde se empenhou na cultura e na vivência cristã muito ativa.
Aqui lhe damos os nossos PARABÉNS, sabendo que ele já não frequenta estas páginas. E ainda lhe desejamos vida longa com saúde e gosto de viver. É a filha que mais se aproxima dele agora.
Meu bom Amigo, aí vai este comentário. Se achares bom, partilha. Com um grande abraço. João
“NOMADLAND-SOBREVIVER NA AMÉRICA”
Uma das personagens mais hilariantes do “ Êta, mundo bom!, Candinho, de seu nome, ressonância brasileira do Cândido de Voltaire, usa este estribilho ou aforismo, mesmo em momentos de aparente beco sem saída: “As coisas, quando pioram, é só para milhorá!”
E, de facto, assim tem sido. Que saudades de um bom filme, e de uma pizza Camponesa, coroada com uma maçã assada! Logo que o Centro Comercial abriu, e as salas de cinema, tratadas com os devidos cuidados higiénicos, se tornaram lugares seguros, lá vamos nós satisfazer a curiosidade e apetite.
Que dizer deste filme-documentário de Chloé Zhao, Nomadland, sobre a realidade da sociedade americana, depois do crash da praça financeira de Wall Street, em 2008, e das suas terríveis consequências sociais no viver comum de parte da classe média, que, de um momento para o outro, se viu desapossada de tudo: casa, jardim, emprego… Confusa, sem mais nada a perder, fugiu em debandada para o Sul e o Midwest.
Esta gente, literalmente abandonada na estrada, vai tentar sobreviver à custa de “biscatos”, trabalho precário, mal pago, entregues aos ventos da sorte, perdidos em pleno deserto do Arizona.
Fixemos a atenção na personagem-pivot, uma mulher aparentemente comum, viúva, 63 anos, e que no filme assume o nome de Fern, ou seja Frances McDormand, cujo ponto de vista sobre a história se identifica com o do realizador que optou por “ver e sentir” o drama existencial destas pessoas, paisagens, campos e albergues provisórios, em ruínas, terra e mar, através do ”olhar” da protagonista, que, na sua caravana recuperada, percorre estradas sem fim, túneis e desfiladeiros, de cara trancada, alma por dentro lavada em lágrimas, mas onde, aqui e ali, aflora um sorriso de simpatia para com os seus “irmãos” de infortúnio.
Será que ela é uma sem-abrigo, homelesss? Não - diz ela, uma houseless, sem casa, sim. Até porque, apesar de sozinha, vive, em parte, na companhia de muita gente que não foge ao trabalho. Uma mulher solitária, mas convictamente solidária, diria. Posto que, sentimentalmente requestada, dado o seu carácter sólido, firme, despachado e trabalhador, recusa qualquer ligação definitiva, por fidelidade ao seu marido, jamais retirando a aliança do dedo. E vai dizendo: nesta vida nómada e estradeira, não há adeuses definitivos: apenas despedidas provisórias. Vemo-nos por aí… Dir-se-ia que os restos de uma atmosfera hippie vagueia por ali e as canções que pontilham a narrativa, simplesmente maravilhosas, cheiram um pouco a blues, e que a vadiagem de Pela Estrada Fora de Jack Kerouac não andará longe.
Tudo isto pode ter um tanto de verdade! Mas não é a verdade. De todo. Uma profunda diferença existe entre o recreio e a contestação juvenil e o império da necessidade que leva uma pobre mulher, como outros, na sequência e por causa de um desfalque financeiro das elites americanas, a ver-se forçada a dormir numa caravana coberta de neve e a tiritar de frio.
Há erros da Política que produzem pobreza e devastação na vida dos Povos.
Eles, os errantes e nómadas por necessidade, sabem-no por dentro, conquanto não o explicitem em manifestações de protesto. O sistema capitalista é assim e pronto! E não vale a pena perder tempo com tais reflexões quando urgências mais comezinhas, como o de trabalhar para comer, se impõem: etiquetar produtos num supermercado, transportar embalagens, recolher toneladas de beterraba, limpar parques de campismo, e , depois, devorar quilómetros numa caravana que, às tantas, desmaia por cansaço, e dinheiro não há para pagar a reparação.
Para caracterizar a protagonista e a sua performance excepcional e singular, um génio na arte da representação, dentro dos limites de um realismo, puro e duro, nem mais nem menos, nada de entoações enfáticas ou expansões sentimentais, vou apontar três tópicos: silêncio na solidão; a nova aprendizagem ou ligação com a Natureza, não como objecto de desfrute, mas com uso moderado e respeitador, e , finalmente, a arte do despojamento do supérfluo.
A câmara fixa-a demoradamente em cenas de solidão: sozinha, no meio de um campo inóspito, no Nebrasca, aparece-nos, no princípio, a satisfazer as suas necessidades fisiológicas. O realizador começa a sua narrativa ex abrupto, sem um preâmbulo ou enquadramento, deixando ao espectador esse trabalho. Levanta-se apressada, em direção à caravana. E começa a viagem para sul, o deserto do Arizona coberto de neve!
Fern precisa de um bom banho. A câmara apanha-a num lagoa, de braços e pernas estendidos, desnuda, com o púbis à mostra. Qualquer semelhança com a Ofélia de Shakespeare é simplesmente um despropósito! Sozinha, sai da caravana e aproxima-se do mar. Silêncio prolongado! Lá fundo rugem as ondas, enroladas em espuma. O espectador receia o pior. Volta ao veículo e, como é verão, afunda-se na floresta, apalpando gostosamente a espessura dos troncos, ou escala os caminhos tortuosos da montanha à procura de pedras raras. Quase não fala. A voz, entrecortada, reduz a mensagem ao essencial, preenchendo os interstícios com a eloquência do silêncio.
O despojamento ou o contentamento com o estritamente necessário salva-a, a ela e aos companheiros, de caírem no desespero. É mesmo o segredo da sobrevivência, reforçado pelo sentimento de entre ajuda. Quase no final da narrativa regressa ao Nebrasca. O deserto invadiu a sua cidade e a sua casa, onde vivera com o marido, trabalhando os dois numa fábrica de contraplacados. Nem uma lágrima ou um queixume de saudade. Hirta e desafiante, traços marcados no rosto, ostenta a nobreza de uma heroína grega, inteiriça, inquebrantável diante da crueldade do destino.
No espaço fílmico, recita um longo poema (ela fora professora) que me encantou. Se algum companheiro o apanhar, tem aí um tesouro.
Diz-se que a expansão do conhecimento tecnológico e financeiro corresponde, muitas vezes, ao esvaziamento da sabedoria. Na verdade, sem cultura humanista que põe, no centro da Economia, a pessoa humana (a chamada economia de Francisco), corremos o risco de recuarmos aos tempos tribais e primitivos, de transumância e nomadismo, em permanente desassossego ou migração. Se outra lição não tirarmos deste filme, para além da beleza da arte, que nos sirva esta, ao menos, como aviso e advertência do futuro.
Coimbra, João Lopes
João Ferreira Torres
Armindo Ribeiro Luís
Joaquim Dias Nogueira
Monsieur ou Madame Joaq.
Não consigo identificar este último, é a indicação que vem na transferência
NOTA: Por favor, este Monsieur Joaq... que se identifique
3 - ENDEREÇOS NO FLORENTINO
- Meus amigos, eu temo que nestes endereços haja algumas incorreções, que levem o livro para outras casas ou que retorne a Alcains. Cabe a cada um corrigir o próprio endereço e enviar a correção para o Florentino (florentinobeirao@hotmail.com ).
- Os que colaboraram e querem o livro (muitos vão receber dois!) em sua casa ainda podem enviar o próprio endereço para o Florentino. É muito correio postal? Mas nós temos já dinheiro (200 ou 300 €???) para pagar a despesa ao Florentino.
Agora a lista do Florentino: (lista apagada por não respeitar a lei)
Faz hoje 52 anos o P. José Manuel Cardoso, Pároco de Ladoeiro, Monforte da Beira, Rosmaninhal, Segura e Zebreira.
Da nossa história, faz parte a informação de que ele e outros colegas costumam organizar encontros de antigos alunos da zona da raia. Em maio de 2018 foi o último noticiado no ANIMUS SEMPER.
Ao jovem e entusiasta P. Cardoso, damos os PARABÉNS deste nosso grupo, desejando-lhe muita saúde, muita realização pessoal em favor da comunidade e muitos anos de vitalidade.
Contacto: tel. 963 070 772
Olá, caro Henriques! Aí te envio o texto a que me refiro no comentário do blogue para tu avaliares se vale a pena publicá-lo ou não. Um abraço! Gil
NOTA: Como vês, João Lopes, depressa foste atendido! Aqui tens um texto do Gil. Podes fazer análise literária, sociológica, pedagógica ou podes medir a intensidade de cada palavra, em que os conceitos se reduzem ao essencial. AH
VÊ LÁ BEM, COMPANHEIRO, VÊ LÁ!...
Há dias, no velório do senhor padre Armando, depois do terço presidido pelo senhor padre Ilídio, naquele período de reflexão testemunhal orientado pelo senhor padre Virgílio, bastava ter sido solicitado também para testemunhar e ter-me-ia levantado do banco, como que impulsionado por uma mola, para anuir, tal era a emoção vívida daquela despedida. Agora, que a oportunidade surge para, como antigo colega, recordar o percurso profissional comum na escola Pedro da Fonseca, herdeira da pioneira C+S, não poderia, com menos excitação, mas igual emoção, deixar de escrever o que então teria dito.
Vê lá bem, companheiro, quão impulsivo foste naquela reunião do conselho pedagógico, na década de oitenta, quando sugeriste como condição “sine qua non” da cedência do ginásio para o baile de finalistas que eles organizassem previamente uma récita! Por muito visionário que fosses prevendo uma sequência profícua de bons e educativos espetáculos dramático-revisteiros, que anualmente mobilizavam toda a comunidade escolar, num ambiente inesquecível de sã convivência interclassista, precisavas de ser tão veemente na afirmação das tuas convicções? Mas tu eras assim, cavaleiro andante da demanda do Santo Graal, sempre frontal e assertivo na defesa da “tua dama”, e conservaste esse espírito até ao fim, mesmo se, ultimamente, já admitisses ter sido um tanto excessivo nessas alturas.
Marcaste efetivamente a vida escolar do nosso meio, porque nunca foste de meias, eras do tudo, e soubeste aproveitar como ninguém a oportunidade que a lecionação de uma disciplina qualitativa e quantitativamente abrangente te proporcionava, para deixares a tua marca indelével em quase todos os jovens estudantes de várias gerações. Foste o conselheiro experiente e disponível de várias levas de jovens professores em início de carreira, desbravando caminhos para a descodificação de carateres, nos conselhos de turma de início do ano letivo, tarefa facilitadora de adequações pedagógicas, tu, que conhecias o meio como as tuas mãos.
Com que orgulho compromissivo recordo a iniciativa conjunta com o professor António Manuel, com que dinamizámos as tertúlias de professores, que se repetiram por longos anos e que só abandonaste quando deixaram de preencher as tuas exigências culturalmente convivenciais! Com que interesse participativo aderi às tuas organizadíssimas viagens turístico-culturais! Com que enlevo bebi as tuas prédicas dominicais e com que empatia aderiste, já em supremo esforço físico, às nossas solicitações sacramentais!
Tão devedores nos sentimos das tuas dádivas e já tão carentes dos teus dons, eu e o Tó Manel, que alongamos a nossa tristeza, por não te termos visitado ainda mais uma vez, como derradeira despedida…
Se lá do Assento Etéreo a que subiste e que cremos Coroa de Glória que conquistaste, memória desta vida se consente, vê lá bem, companheiro, vê lá se interpretas tão claramente como sempre fizeste com a amizade que nos uniu aqui e que nunca necessitou de afirmação expressa para ser vivida, a nostalgia silenciosa da ausência.
Gil e Tó Manel