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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Aniversários

30.09.20 | asal

PARABÉNS... 

Joaquim Antão.jpg

Celebra hoje o seu 67.º aniversário o Joaquim Antão, do Estreito, Vilar Barroco, terra de gente boa... De Vilar Barroco era também o falecido P. Peres, pároco da "minha" Sobreira Formosa durante muitos anos.

O Joaquim foi bancário, deve perceber muito de contas, mas agora gosta mais de umas pescarias de achigã e outros que caiam no anzol. Aqui estamos a dar-te os PARABÉNS, AMIGO! E que sejas muito feliz, com saúde e amigos por longos anos. 

Contacto: tel. 961 054 058

Adélio Sardinha.jpg

 

Hoje também celebra o seu aniversário o Adélio Sardinha, natural de Santo Aleixo - Portalegre e a viver na Fronteira. Nascido em 1974, é um jovem advogado, que aqui apresentamos numa cena deveras enternecedora.

Caro amigo, os nossos PARABÉNS e que a vida te sorria e à tua família por muitos, muitos anos. Um dia havemos de nos encontrar, ou não?

Sem contacto telefónico.

Para reflexão:

"As pessoas humildes são as mais fortes, porque elas sabem que ainda precisam aprender muito, lutar muito, estudar muito, suar muito para conseguir alcançar o que desejam. 
Viver de forma humilde é a maneira mais sábia de todas, porque a humildade nos ensina a aceitar os altos e baixos da vida, e que na realidade, apesar de todas as diferenças, ninguém é melhor do que ninguém."

Da Internet

Aniversário

29.09.20 | asal

Alberto Tapadas P..png

Faz hoje 39 anos (viva a juventude!) o P. Alberto Jorge Porfírio D. Tapadas, que é pároco de Longomel e Ponte de Sor e, ao mesmo tempo, é o Assistente Diocesano do Renovamento Carismático Católico, que arrasta muita gente com o seu dinamismo espiritual.

Aqui registo, em nome dos antigos alunos, os PARABÉNS DE ANIVERSÁRIO ao amigo P. Alberto, desejando-lhe muita saúde e a realização dos seus projectos.

Contacto: tel. 965 167 984

Para reflexão:

Abro a janela para ver o dia que começa. Como a noite dá vez ao dia através do processo coordenado de tantas variáveis que compõem o tecido complexo do cosmos. E, ainda assim, Jesus diz-me hoje: “Verás coisas maiores que esta” (Jo 1, 50). Neste dia dos Santos Arcanjos, peço ao Senhor que me ajude a deixar-me surpreender com a sua ação e presença no mundo. Que essa abertura à surpresa me faça disponível, como os arcanjos, para servir o Senhor no meu trabalho e naqueles que me são confiados, onde for preciso. Ofereço o meu dia em união com as intenções do Santo Padre para este mês. Glória…

In "Click to Pray"

Voltar ao passado

28.09.20 | asal

Rebuscando os textos de há 10 anos no blogue "Animus60" - mês de Setembro, puxei de lá esta foto. Começo por dizer que tu podes também andar por lá a rebuscar no sótão da nossa história bloguística (!!!). Basta abrir o ANIMUS SEMPER, coluna da esquerda (fundo escuro) e clicar em 

Alcains 1953.jpeg

(ANIMUS60 Em busca do início de uma longa história.)

Decerto que te vais recrear com alguma novidade...

Voltando a esta foto, que o Carlos Diogo emprestou ao Colaço, ela é do nosso 3.º ano, em Alcains, no ano letivo 53/54.

À frente, o prefeito, P. João Vermelho, que jogava à bola connosco (um dia mais tarde, já colegas adultos, vi que ele afinal tinha só mais 10 anos que nós, mas nessa altura ele era respeitável!). O Carlos Diogo está mesmo atrás do prefeito, tendo ao lado o Artur Lopes Pereira. Eu estou à direita, no meio da molhada, tendo atrás de mim, num patamar mais alto, o António Xavier, que parece que me toca na cabeça. E junto de mim está o Leonel C. Martins. Bem perto vejo o Joaquim Henriques Pereira. 

À esquerda, lá no alto, estão o José Marques da Rosa e o Luís Moreira Bernardo... À frente deles vejo o João Pires Afonso, que tem a seu lado esquerdo, o Álvaro Pereira de Jesus (mais escurinho).

Como o tempo passa... Já não identifico mais nenhum... Mea culpa.

Quem se lembra de mais?

De todos estes, chegaram ao fim e ordenaram-se quatro. Só eu estou vivo, graças a Deus.

AH

Aniversários

28.09.20 | asal

Mais três aniversariantes...

João da Conc. Roque.jpeg

- Neste dia 28/09, é o João da Conceição Roque que celebra mais uma primavera, completando os 70 anos. Não tenho mais informações.

Caro amigo, aqui deixamos os PARABÉNS DE TODO O GRUPO, desejando-te muita saúde, longa vida e felicidade, na companhia de familiares e amigos. Gostávamos de te ver...

Contacto: tel. 919 630 677.

 

Samuel Gaspar.jpg

- Faz hoje 41 anos o Samuel Martins Gaspar, que pertence à geração dos mais novos. O Samuel é um apaniguado das coisas do Porto, onde vive; pelo menos é isso que se vê no seu FB. 

Pois bem, aqui estamos a felicitar o SAMUEL GASPAR, dar-lhe os PARABÉNS e desejar-lhe longa vida cheia de saúde e muita felicidade. 

Contacto: tel. 965 380 151

José Capinha1.jpg

 

- Também hoje celebra o seu 60.º aniversário o José Capinha, de Escalos de Cima. Trabalha em Castelo Branco em empresa ligada ao ramo informático (comercialização de produtos e serviços). Aqui estamos nós a alegrarmo-nos com ele, dar-lhe PARABÉNS e desejar-lhe um ótimo futuro.

Contacto: tel. 917 233 125

Aniversários

27.09.20 | asal

 Ena! Hoje são três, que é a conta que Deus fez!

Fernando Farinha1.jpg

- Faz hoje 72 anos o nosso amigo e antigo professor, P. Fernando Manuel de Jesus Farinha, natural das Cimadas Fundeiras. Esteve connosco no último Encontro em Portalegre, de onde colhi esta foto, ao lado de outro grande amigo - o João Portela.

Trabalho não lhe falta e nem sei se pode celebrar os seus anos em tranquilidade, pois, além de Arcipreste e Director do Secretariado da Mobilidade Humana: Migrações, Turismo e Minorias Étnicas, é Pároco de Alegrete, Arronches, Degolados, Esperança, Mosteiros e Reguengo.

Contacto: tel.  966 333 353

Ant. Raimundo.jpg

- Temos depois o António Raimundo, nascido em 1941, alentejano de gema, que correu seca e meca, professor universitário no Brasil e em Portugal e Director de Escola em Campo Maior... Vive a sua jubilação em Queijas e contamos com ele (e esposa...) para o encontro de 16 de Novembro no Restelo.

Meu colega no Seminário, agora vai conhecendo colegas mais novos, que essa é uma razão para a nossa convivência - amigo do meu amigo... Eh pá, mas aparece mais! Depois da pandemia...

Contacto: tel.  962 332 149

 

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- Finalmente, temos o Fernando Mendes, nascido em 1974 na Isna, trabalha presentemente na Clínica Affidea em Castelo Branco e lá tem também a sua residência. 

Benfiquista ferrenho (?!), esperamos que ele, como fazem os dois anteriores, apareça nos nossos encontros para respirar um pouco da alegria dos nossos tempos de juventude. E também cá vai encontrar muitos benfiquistas...

Contacto: tel. 969 253 569

 

AOS TRÊS ANIVERSARIANTES DAMOS OS PARABÉNS E DESEJAMOS LONGA VIDA, MUITA SAÚDE E FELICIDADE NA NOSSA COMPANHIA.

Para reflexão:

«“A pandemia mostrou-nos que não podemos viver sem os outros, ou pior, uns contra os outros. As Nações Unidas foram criadas para unir as nações, para aproximá-las, como uma ponte entre os povos: vamos usá-la para transformar o desafio que enfrentamos numa oportunidade de construirmos juntos, mais uma vez, o futuro que desejamos”»

Papa Francisco, in Assembleia Geral da ONU

Aniversário

26.09.20 | asal

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Faz anos hoje o José Cardoso, do Peral, guarda fiscal a viver em Proença-a-Nova. Pelo Facebook, sabemos que nasceu em 26/09/1957. Pedimos-lhe dados através do Messenger, mas ele nada disse.

PARABÉNS! E muitas felicidades.

Não temos mais informações.

Para reflexão:

«Há que ser agradecido na vida!» - em entrevista na TV

Beto, guarda-redes internacional, hoje no Leixões F. C.

Palavra do Sr. Bispo

25.09.20 | asal
UM JOVEM MILITAR ANTE AS FRAQUEZAS DO PODER

Antonino Dias.jpg

 

Francisco não deixou de lembrar este jovem militar na Exortação Cristo Vive. A sua iconografia é inconfundível. Aparece amarrado a um troco de árvore com o corpo ferido por setas. A forma de execução fez dele um tema recorrente de pintores, escritores, escultores, de expressões artísticas de vária ordem. Quase não há igreja ou capela que não tenha a sua imagem em arte popular ou mais sofisticada. Dá nome a pessoas, instituições, terras, cidades, aldeias, ruas... É invocado contra as doenças contagiosas, contra a fome e a guerra. É São Sebastião, um dos jovens mais celebrado. Três setas, uma em pala e duas em aspa, e as três atadas por um fio, constituem as suas armas ou insígnias. Vamos recordá-lo.
Uns dizem que nasceu no sul de França. Outros, em Milão, nos fins do século III, duma família nobre. O que é mais certo é que cresceu e foi educado em Milão, sendo uma pessoa que se impunha pela sua figura e qualidades. Respeitado por todos, foi também estimado pela nobreza. Seu pai era militar, ele quis seguir a carreira do pai. De Milão, desloca-se para Roma, onde grassavam as mais severas perseguições contra os cristãos. Alistado nas legiões do imperador, a sua agradável presença, coragem e dedicação logo se fizeram notar, acabando por ser nomeado comandante da guarda pessoal do imperador, a Guarda Pretoriana, cargo que só se dava a pessoas de gabarito e de total confiança. Se a sua dedicação à carreira militar merecia os maiores elogios dos seus companheiros e do próprio imperador, também a sua fé e a coerência de vida, sem subserviências, sem alardes nem falsidades, é digna de todos os aplausos e encómios. Como cidadão do Império romano, na destacada posição e missão que lhe estava confiada, foi grande na sua dedicação ao imperador e à pátria. Como cidadão do Reino de Deus, foi jovem cristão de gema e garra, sempre fiel aos seus princípios e defensor dos cidadãos desse Reino, terrivelmente perseguidos. Sempre que podia, lá partia, com alegria e coragem, a visitar e ajudar os cristãos encarcerados, os torturados, os mais fracos, os doentes, os necessitados, as vítimas do ódio. A todos consolava e animava a permanecerem fortes e firmes na fé, até ao martírio, em fidelidade a Cristo e ao seu Batismo.
De facto, desde que haja consciência do que significa ser cristão, o bem fazer e a santidade são possíveis em qualquer circunstância e situação, em qualquer trabalho ou cargo de autoridade, em qualquer idade e vocação, em qualquer compromisso humano desde que guiados por um coração sincero e convertido, sem medo nem cobardias. E a sociedade precisa destes testemunhos!...
Denunciado por um pide ou bufo do seu tempo, por um governador romano que não apreciava este seu jeito de ser e estar, veio a saborear o pão que o diabo amassou. Julgado sumariamente, foi acusado de traição. Forçado a renunciar ao cristianismo, permaneceu firme na fé apresentando os motivos que o animavam a seguir a fé cristã e a socorrer os perseguidos. Contestando o imperador, rogou-lhe que deixasse de perseguir os cristãos, garantindo-lhe que não eram subversivos, não faziam mal a ninguém, não eram seus inimigos nem inimigos do Estado, antes pelo contrário. O imperador, surdo no seu poder endeusado e de olhar vesgo por meros preconceitos, não dá o braço a torcer. Enraivecido com a firmeza e os argumentos de Sebastião, puxa pela sua importância de tirano, manda-o matar. Os soldados levaram-no, despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore, fizeram dele um alvo para o arremesso de flechas. Satisfeitos com obra tão miserável, abandonaram-no para que sangrasse até a morte. Ao cair da noite, uma senhora chamada Irene, com algumas amigas, foram recolher o corpo de Sebastião para o sepultarem. Espantadas no inesperado, constataram que o ‘morto’ estava vivo. Desamarraram-no, esconderam-no em casa de Irene, cuidaram-lhe das feridas. Já com algumas forças e a determinação de sempre, mas ainda não completamente restabelecido, Sebastião, no seu zelo pela Igreja perseguida, não teve paciência para esperar mais tempo. E eis que se apresenta, de novo e determinado, junto do imperador para defender os cristãos e para lhe condenar a sua forma impiedosa e injusta com que os tratava. Mesmo à distância, e fora desses apertos, bem poderemos nós imaginar o embate desse momento!...
O imperador, boquiaberto e incrédulo pelo que via, ouviu e engoliu a surpresa, mas voltou a reagir com os preconceitos e outras maleitas aliadas às fraquezas do poder. E, de novo, repete a dose, reforçada. Ordena que seja torturado e espancado até à morte. E, para impedir que o corpo fosse venerado pelos cristãos, manda que seja lançado ao esgoto público da cidade, o lugar mais imundo de Roma.
Faleceu a 20 de janeiro, pelo ano de 286, com cerca de trinta anos. Outros cristãos resgataram o seu corpo e sepultaram-no nas catacumbas, sob a Via Ápia. Mais tarde, no ano de 680, as suas relíquias foram solenemente transportados para uma Basílica em Roma.
A perseguição por causa da fé continua hoje a não dar tréguas. Mais de 300 milhões de fiéis sofrem a discriminação e a perseguição religiosa. Um em cada sete vive num país onde a perseguição é uma realidade diária. São expulsos, deslocados, discriminados, torturados e mortos por professarem a sua fé em Jesus Cristo. Se, porém, olharmos noutro sentido, constataremos também outra espécie de martírio, de testemunho, de santidade, quer nas situações limite quer nas rotinas diárias que a vida impõe no trabalho, na profissão, no estudo, na vizinhança, na convivência social, na coerência da vida com a fé, na honestidade em negócios e atividade, nas tarefas domésticas, nos pais que criam e educam os seus filhos com amor e responsabilidade, nos doentes e idosos que continuam a sorrir para a vida e a unir o seu sofrimento ao sofrimento de Cristo pela salvação do mundo, na autoridade que serve honestamente, que renuncia à corrupção e se empenha pelo bem comum....
Francisco recorda-nos que "nos momentos difíceis da história" é costume afirmar-se que "a pátria precisa de heróis”. Isso é verdade, diz ele. Mas acrescenta que a Igreja, hoje, também precisa de heróis, isto é, precisa de “testemunhas, de mártires". Precisa de testemunhas no quotidiano da vida sejam quais forem as circunstâncias existenciais de cada um!
Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 25-09-2020.

Aniversário

24.09.20 | asal

Manuel Marq, Pires.png

PARABÉNS, MANUEL MARQUES PIRES!

Este amigo nasceu em 1942. Frequentou os 12 anos do Seminário e cedo fez crescer uma costela germânica que o marcou ao longo da vida. Hoje, dia 25, faz 78 anos.

Serviu a Diocese e foi mesmo laureado com o título de cónego. A saúde é que não ajudou e presentemente vive jubilado na Alemanha a abraçar com dor as agruras da vida. Assim tenho ouvido, e peço desculpa se estou a errar. 

Aqui deixo os PARABÉNS dos colegas do seminário, desejando ao Sr. Cónego saúde, felicidade e boa disposição. Deus te abençoe!

Herzlichen Glückwunsch und die besten Wünsche!

Contacto: tel. 932 766 852

Para reflexão:

Cultivar os estados mentais positivos como a generosidade e a compaixão, decididamente conduz a melhor saúde mental e a felicidade.

Dalai Lama

Indignação

23.09.20 | asal

Os fogos, a devastação também chegam à poesia. Da minha terra de Sobreira Formosa sai agora o momento poético de nosso amigo, a propósito do recente e maior fogo deste ano, que fez chorar tanto Pinhal esquecido... Uma nova faceta do «José Delgado apenas indignado pela devastação florestal de Cunqueiros e arredores». AHJosé Delgado1.jpg

TERRA QUEIMADA

E o futuro, o silêncio de morte
Que uiva nos montes e vales,
Vestidos de luto,
morreram por lá um pouco da minha alma,
a “ apis melífera” rainha das nossas flores.
Mato maninho, rosmaninho, urze,
perfume de flores de medronheiro.
O inferno que aqui nos atormenta, sem limites.
As lágrimas que não chorei, arrependidas.
Mortalha que cobre a agonia dum povo.
como um lençol fúnebre, que cobre o vazio.
Por lá vivi, tantos dias na serra;
lá, onde os campos vestem carminho;
Veio a lua, em noites frias, beijar meu rosto
E o sol doirar-me o caminho:
Por lá cheira a rosmaninho e a favos de mel,
Perfumada de mato maninho.
Por lá beberam meus lábios,
em fontes de água pura;
Pisei as trevas no espaço;

Fogos6.jpg

cantei cantigas ao Dia;
Senti que, no destino, a luz me envolvia;
Cruzei os montes de lés a lés;

Cruzei-me de nuvens brancas a meus pés.
Em tantos por de sol, ave-marias trinadas,
saudades das nossas terras finadas.
Perdemos a batalha.
lutaremos até à Vitória Final.

José Delgado

Memórias de Idanha-a-Nova - 5

21.09.20 | asal

Olhando para o livro "Autos de Memórias de Entre Duas Idanhas"... 

A história do Jerónymo

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A meio do livro, aparecem 28 páginas especiais, com uma história cheia de significado e escrita à maneira de romance. Lembrei-me logo dos “Fidalgos da Casa Mourisca”, com o Tomé da Póvoa a subir na vida e na escala social, depois de passar de empregado a dono de uma courela.

Toda a narração é muito juvenil e festiva. O “Sr. Vigário” sai da missa dominical e vai encontrando os paroquianos e cada um lhe lembra acontecimentos do ano: os festeiros que fizeram a festa linda do São João, os homens que entram e saem das tabernas - capelinhas onde degolam ginginhas e auguardentes, as mulheres que saúdam “Vá com Deus, Senhor Vigário!” e preparam o caldo para a família, a chusma de mendigos de quem sabe o nome e que lhe acenam da porta de um Solar, onde esperam matar a fome com as suas “cotcharras e malgas”, pois “as senhoras das grandes casas dão ordens para nunca negarem a esmola a um mendigo”.

Chamo a atenção para o inusitado número de mendigos que enxameiam a Idanha, que o pároco conhece pessoalmente e dos quais diz o nome lembrando as ruas onde moram. E eu contei mais de 30! É um dado sociológico significativo: muitos vivem de esmolas…

Voltando à narração, o Sr. Vigário ainda encontra o barbeiro, que não tem clientes porque “cabelos e barbas … foi a noite de S. João, até às duas da matina”. E também mete fala com o sr. Doutor, a quem comunica que recebera notícia do Diretor a aceitar os filhos dele no internato do Colégio de São Fiel, coisa que não agradou aos dois rapazes!

Chega a casa todo feliz e alvoroçado, coisa que as criadas descobrem: «Eu também acho o Senhor muito contente e acaige q’adevinho do que é. Deve ser dos pregões que lá leu na Missa.»

Eram os pregões do casamento da Rita, filha do Jerónimo, com o filho do José Pechorro.

A narração sai entrecortada por outras histórias muito interessantes, a propósito das personagens que vão aparecendo. É o caso do Dr. Cordeiro, patrão e padrinho do Jerónimo, homem bom a quem está reservada uma vida problemática. Juiz de formação, coube-lhe julgar uma mulher que tinha ateado fogo a um palheiro. E a sentença foi bem severa, o que talvez devia ser aplicado também nos dias de hoje: a culpada foi desterrada para África! Mas, no dia em que foi levada num carro para o barco em Lisboa, ela gritou tanto, esconjurou tanta gente pelas ruas de Idanha («imprecações e pragas de amedrontar os mais incréus») que a mãe do Sr. Juiz proibiu o filho de aplicar mais sentenças, acabando ali a sua carreira… Infelizmente também lhe morrem a esposa jovem e os dois filhos, o que leva este escrivão a sentenciar: «Este Homem deve albergar, em sua consciência, atribulações que procura compensar com obras de bem-fazer para com tanta gente e, desta feita, para com o Jeronymo».

O Jerónimo, afilhado do Dr. Cordeiro, recebeu uma courela lá longe, cheia de silvas e pedras, que ele foi amanhando aos poucos, transformando-a num jardim, onde crescem legumes, frutas, tudo o que uma família precisa, graças a uma nora que o burro faz andar. É lá que o novel proprietário também constrói a casa, tosca mas caliada por dentro e por fora.(p. 243)

Mas nem as boas obras são bem vistas pelos outros. Os ricos da vila criticam-no, pois que … «com este andar, queremos um trabalhador e não temos. Todos com hortas!… Proprietários … somos nós e é bom que haja poucos!» (p. 239) E os pobres? Esses «preferem dar largas à inveja e à má-língua! – Sr. Vigário, quem não tem padrinhos morre mouro…»

O nosso escriba confessa admiração pelo Jerónimo. E no dia em que ele veio com a filha, o compadre e o futuro genro apalavrar o casamento, ficou combinado que o Prior iria à sua casa na Horta da Nora «no dia dos pregões da filha…».

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Era o dia de cumprir a promessa. Caminhando por montes e vales, lá chega o Sr. Vigário à Horta da Nora para conviver com aquelas duas famílias que celebram com alegria o futuro casamento da Rita e do José. Mas o que mais o entusiasma é ver esta gente humilde subir na escala social e ser capaz de falar e sentir-se em igualdade com os outros:

- «Quando a minha Idanha tiver muitas e muitas Hortas da Nora, então será, em verdade, a Idanha a Nova. Nesse tempo … não haverá mendigos … jornaleiros no cais da Praça, à espera de trabalho … crianças descalças e ranhosas!»(p. 242)

A alegria é tão esfusiante que no dia do casamento, o prior veste para a cerimónia a Capa d’Asperges (lhama dourada(?) e o sacristão refila (- essa capa é só para as festividades de Corpus e os casamentos dos “meninos ricos”).

Termino hoje as minhas considerações. O que a oferta de um livro me levou a fazer… P. Adelino, peço desculpa se tratei mal esta oferta especial!

Não termina aqui, no entanto, a riqueza deste livro. Eu apanhei muito a parte histórica, mas a nível religioso muito mais se podia dizer. Lembro a força da Confraria das Almas no culto dos mortos, a devoção ao Santíssimo Sacramento e a importância das festividades religiosas, nomeadamente a da Senhora do Almotão (hoje Almurtão-Almortão). Lembro ainda a riqueza fotográfica do livro, em que se evidencia o património cultural e artístico da igreja idanhense.

E para poderem ver bem como eram as nossas casas antigamente, arrasto para aqui a página 244, em que o P. João Afonso Soares descreve o que viu na casa do Jerónimo. Belo retrato da época!

António Henriques

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Aniversário

21.09.20 | asal

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Hoje é o aniversário do Jorge Miguel Farinha Nogueira,  nascido em 21 de Setembro de 1972. Natural da Sertã, cursou Teologia na Universidade Católica e dedica-se ao ensino no Agrupamento de Escolas Luís de Camões, zona de Lisboa.

Amigo, PARABÉNS neste dia especial. Que sejas muito feliz, com uma longa e saudável existência.

Contacto: tel. 919 484 603

Para reflexão:

Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro, amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente, viver! Aproveite a semana para exercitar a sua capacidade de viver intensamente o dia de hoje.

Aniversários

20.09.20 | asal

A. Assunção.jpeg

Completam-se hoje os 69 anos do nosso amigo, Cón. António Leonor Marques Assunção, nascido em 1951.

Na sua presente missão, é Pároco de Cardigos, Carvoeiro e Envendos, Membro do Cabido e do Conselho Presbiteral e ainda Director do Secretariado Diocesano de Liturgia. Presentemente também passou a usar o Facebook para se encontrar com as gentes, o que mostra a sua capacidade de "aggiornamento"!!!

Pois, caro amigo, damos-lhe os PARABÉNS do grupo dos antigos alunos, com votos de longa vida com saúde e satisfação pessoal, de modo a realizar seus objectivos. "Ad multos annos!"

Contacto: tel. 965157256                      

Vitor Fazenda.jpg

Também faz anos neste dia o Vitor Manuel Lopes Fazenda, que nasceu em 1955 e vive em Escalos de Baixo... Do seu Facebook fico a saber que é sportinguista. Vamos ver-nos no estádio de J. Alvalade?

Ficam aqui os PARABÉNS DESTE GRUPO, com votos de muita saúde e longa vida.

Contacto: tel. 967 60 1019

Para reflexão:

«“A santidade não consiste em saber muito, meditar muito, pensar muito. O grande mistério da santidade é amar muito” (São Tomás de Aquino). Conhecer a Palavra de Deus nos fortalece e nos doutrina para viver de maneira digna. A meditação é uma ferramenta para que eu me aproxime mais a Deus e pare para ouvi-lo. Porém, em todas as minhas atitudes o que conta verdadeiramente é o amor. Um coração simples, dócil e humilde certamente coloca amor em tudo o que faz. Apesar do quanto é bom e necessário o conhecimento, não é o muito saber que me põe no caminho da santidade, mas o meu agir a partir do amor.»

De "Click to Pray"

Palavra do Sr. Bispo

18.09.20 | asal

UM JOVEM DOS PAMPAS – UM MAPUCHE

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Torno presente mais um dos jovens que o Papa Francisco apresenta na sua Exortação Apostólica Cristo Vive, como estímulo à santidade no quotidiano da vida. Servir-me-ei de fontes Salesianas e da própria página do Vaticano. Trata-se de Zeferino Namuncurá, um cidadão dos pampas, filho e neto de grandes caciques da nação mapuche. Era um mapuche, um homem da terra, nascido a 26 de agosto de 1886, em Chimpaym, nas margens do Rio Negro, nas terras aroucanas entre a Argentina e o Chile. Fernão de Magalhães e a sua comitiva, quando lá chegaram por volta de 1520, logo deram nome aos nativos. Tendo desembarcado, depararam com umas pegadas de tal envergadura que logo imaginaram que seria um povo de gigantes! Deram-lhe o nome de patagões, os de pé grande, de “pata grande”, da Patagónia. A ser verdade, é possível que tivessem entrado naquelas terras à espera que pulasse detrás de algum chaparro ou esquina, uma abada de gente de “pata ao léu”, de pé descalço, uma patuleia comandada por uma qualquer Maria da Fonte, lá do sítio, a esbaforir danação e com a vontade de lhes fueirar as costas e lhes chegar a roupa ao pelo por andarem por terra alheia!... O desassossego desta gente, porém, jamais terminou, continua a lutar pela sua sobrevivência e cultura milenar!...

Se tais zonas têm paisagens de belo horrível, de encher o olho e convidar à contemplação, é uma terra difícil, uma “terra dura, estéril, flagelada pelo vento ou queimada pelo sol, imobilizada pela neve ou encharcada pela chuva”. O seu povo era “um povo acostumado a combater desde o amanhecer até ao anoitecer e, frequentemente, também do anoitecer até ao amanhecer contra os elementos naturais. Zeferino foi forjado por esta terra, obrigado a crescer depressa, como todos os seus coetâneos; uma infância curta, uma adolescência mais ou menos inexistente. A vida nos pampas exige de quem tem 9 ou 10 anos a agilidade de um adulto: cavalgar, caçar, pescar, usar as bolas com extrema precisão, conhecer, enfim, todos os truques para a sobrevivência”.
Seu pai teve de se render às tropas da República Argentina. Elevado à patente de Coronel, deslocou-se para Buenos Aires. Algum tempo depois, Zeferino também parte para Buenos Aires, para estudar e se preparar para um dia voltar à terra para defender a sua raça. Depois de ter frequentado, por pouco tempo, uma escola estatal, mas cujo ambiente escolar não apreciava, falou com seu pai e, em 20 de setembro de 1897, foi matriculado, como aluno interno, num Colégio Salesiano. Dedicou-se diligentemente ao estudo, procurando na fé o apoio para superar os próprios limites. Enamorado por Dom Bosco, e tendo escolhido Domingos Sábio como modelo, desejava ser sacerdote salesiano para evangelizar a sua gente. Como filho livre do descampado, o colocar-se na fila e obedecer ao toque da sineta não lhe eram coisa fácil. Mas foi sempre exemplar nos deveres cotidianos, no relacionamento social, no estudo, na oração e na participação comunitária. O “contacto com os sacerdotes salesianos de grande talento apostólico e cultural, iniciou uma rápida transformação que se tornou nele um propósito permanente”: "Vim estudar para ser útil ao meu povo”. Ele encarnava em si os sofrimentos, as preocupações, a cultura e as aspirações do seu povo, procurando adaptar e assimilar a fé e a cultura cristã nesse contexto cultural, enriquecendo-o. Como afirmou Bento XVI, "o Evangelho nunca destrói os valores que há numa cultura, mas os assimila e aperfeiçoa. O novo beato nunca esqueceu que era indígena e sempre tratou de ser útil à sua gente".
Em princípios de 1902 foi-lhe diagnosticada a tuberculose. Na esperança de que os ares da sua terra o ajudassem a recuperar, muda-se para Viedma, capital do Vicariato Apostólico. Aí frequentou o Colégio de São Francisco de Sales, como aspirante salesiano, sendo acompanhado pelos médicos.
Em julho de 1904, com 17 anos, devido à sua frágil saúde, é levado para Turim, na Itália. Os salesianos acreditavam que ele poderia continuar a cuidar da saúde e a estudar rumo ao sacerdócio, primeiro na escola de Turim, depois no Colégio Salesiano de Vila Sora, em Frascati. Em Turim, conversou várias vezes com o Beato Miguel Rua, o primeiro sucessor de São João Bosco. O que mais o marcou, porém, foi o encontro de alguns salesianos com o Papa Pio X, em 27 de setembro de 1904, em Roma, perante o qual ele ficou encarregado de dirigir um pequeno discurso. Terminou essa saudação, oferecendo ao Santo Padre um “quillango mapuche”, um tipo de cobertor feito de peles de guanaco, que os indígenas usavam e era feito, sobretudo, com a pele de um camelídeo nativo da América do Sul. Pio X ficou comovido e retribuiu-lhe com uma medalha. No ano seguinte, a tuberculose agravou-se. Foi internado no Hospital dos Irmãos de São João de Deus e acompanhado pelo médico pessoal dos Papas Leão XIII e Pio X. Faleceu a 11 de maio desse ano de 1905, com 18 anos de idade, num hospital da Ilha Tiberina, em Roma. Uma simples cruz de madeira, ficou a assinalar a sua sepultura num cemitério de Roma.
Antes que a Igreja o declarasse como tal, ele foi feito santo pelo seu povo. Era um jovem portador da “santidade dos pampas, regada pelas fadigas, valores, obediência, suportação; sem impulsos místicos, orações martirizantes, proclamas ou propósitos clamorosos, sem escritos exaltantes: um santo da terra, um santo ao alcance de todos, um santo, enfim, segundo o coração de Dom Bosco, que incentivava os seus alunos a ter duas características que pela sua simplicidade teria provocado alguma perplexidade nos grandes santos do passado, mas que para o sacerdote dos jovens eram o sinal inequívoco de uma santidade ao alcance dos jovens: "honesto cidadão e bom cristão". É o quanto basta para se tornar santo”.
Em 1924, os seus restos mortais foram levados para a Argentina. A Beatificação, por um Delegado do Papa, teve lugar a 11 de novembro de 2007, em Chimpaym, Rio Negro, terra natal do jovem, perante mais de cem mil pessoas, tendo sido fixada a festa religiosa no dia 26 de agosto, data do seu nascimento.
Em 12 de agosto de 2009, a pedido de seus familiares e com alguma polémica à mistura, os seus restos mortais foram novamente transladados. Agora para a localidade de San Ignacio, na província de Neuquén, onde vivem seus familiares e se encontra sepultado o seu pai, o cacique Manuel Namuncurá, batizado aos oitenta anos. Na Eucaristia a anteceder a transladação, participaram a sua família e também Valeria Herrera, a jovem mãe de Córdoba, Argentina, de 24 anos em 2000, que fora afetada por um câncer de útero, incurável. Por intercessão de Zeferino ficou saudável e veio a ter filhos. Cerca de 400.000 pessoas participam, anualmente, nas celebrações do Beato Zeferino.
Meditando em cada palavra, Zeferino fazia o sinal da cruz com tanta lentidão que causava mossa a quem o via. E corrigia os colegas ensinando-lhes a fazê-lo devagar e com devoção.
Sob este pretexto, cada um poderá avaliar o seu desempenho nessa matéria do bem fazer o sinal da cruz. Coisa triste quando se constata que muitos já não o sabem fazer e muitas famílias não o fazem nem ensinam a fazer!... Em relação a estas e outras coisas, a Sagrada Escritura insiste: “Tu as ensinarás com todo o zelo e perseverança a teus filhos. Conversarás sobre as Escrituras quando estiveres sentado em tua casa, quando estiveres andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares” (Deut 6, 7).

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 18-09-2020.

Memórias de Idanha-a-Nova - 4

18.09.20 | asal

E vamos hoje continuar a reportagem sobre o livro do amigo P. Adelino – “Autos de Memórias de Entre duas Idanhas” – atendo-me a alguns dados significativos do pensamento e ação daquele pároco antigo na passagem da monarquia para a república, que deixou ao pároco do ano 2000 um belíssimo reportório histórico e cultural agora publicado.

 As obras

Em 1891, a paróquia de Idanha estava desgovernada devido à doença do pároco. Ao assumir a paróquia, o novo pastor encarrega-se de a organizar segundo a “sua filosofia de vida”: recuperar receitas, pagar dívidas, escriturar todas as contas a prestar à paróquia e ao Governo Civil e ainda projetar obras e melhoramentos.

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Muitas páginas deste livro são registos de receitas e despesas, atas de reuniões para decidir obras e festividades religiosas e até cópias de correspondência a rogar apoios materiais às autoridades civis e clericais.

Se olharmos para a foto ao lado, vemos a torre do relógio separada da igreja e alcandorada sobre um montão de rochas, que até dificultavam a subida do sacristão para ir tocar os sinos.

Começam logo por aí os melhoramentos - cortar a pedra (47#000 réis) e depois, em nova arrematação, arranjar o adro e preparar o caminho para a torre (60$000 réis).

Antes, já outra obra tinha sido completada, embora sem a interferência deste pároco (1888-1890) – o alargamento do cemitério e o arranjo do caminho para lá (empedramento e grades de proteção).

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Mas a obra maior foi o assoalhamento da Igreja Matriz (73#500 - «obra para durar pelo menos um século!!!» - é verdade, P. Adelino?) e a reposição de um telhado novo (por fora e por dentro com um teto estucado nas três naves) e reparação de todo o conjunto. A obra estende-se entre 1900 e 1910…

Como foi conseguido o dinheiro?

Da diocese, com algum custo e insistência, vieram 100#000 reis! Do Estado, «não perdi tempo com representações a Ministros e Reis. Essa gente não sabe onde fica a Idanha…». Recorreu a um amigo, Governador Civil de Castelo Branco, de onde lhe chegaram 500#000 reis!

Ainda tentou um empréstimo junto dos 20 mais abastados da terra, com convocatória e “carta entregue em mão” (!), mas sem resultado: «Já basta a minha desilusão!» «… tive a enorme surpresa de, com discrição e algum acanhamento, ter de aceitar donativos dos mais pobres, gestos que me emocionaram tantas vezes…» (p.168)

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Aqui ao lado, deliciem-se com uma lista de algumas despesas, telha Marselha e companhia!

Sucedem-se as campanhas de donativos e aproveitam-se todos os expedientes: receber dinheiros atrasados, vender o material saído da igreja e receber mais uns milréis das senhoras que têm um banco ou cadeira na igreja! É já na República que se festeja a inauguração… 

Foi muito dinheiro? Cito o autor: «De parcela em parcela … vêm somados … Reis 3.486#230.» Quase 3 contos e meio, a que se somam os dinheiros do novo soalho…

NOTA

Eu ia agora contar a história do Jerónimo, mas essa fica para outro dia. Junto antes uma página do livro para os amigos se deliciarem com a festa. E ainda vai uma memória do Manel Pereira!

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ADENDA A ESTE TRABALHO

Estava eu a avançar com estas linhas quando me telefona o Manuel Pereira a dizer que tem acompanhado com gosto os textos sobre a Idanha. Queria contar-me umas coisas sobre o Adelino Américo Lourenço, o autor desta obra. Os dois são de Escalos de Baixo, com uns anitos de diferença, mas encontravam-se muito quando eram crianças.

O Manel ia muitas vezes à azenha da avó do Adelino, que trabalhava quando havia água para moer uns sacos de cereal. E via este fedelho pequenito a brincar por ali, nas escadas de pedra da casa da avó ou do palheiro que eles tinham.

Um dia meteu-se com o Adelino e perguntou-lhe:

- O que estás tu a fazer?

- Estou a brincar aos altares!

Entretinha-se a colocar pedras sobre pedras, talvez umas a fazer de altar e outras, de santos… Imagens, não tinha, que o dinheiro não chegava para tanto!

E porque é que estas coisas não lhe saíram da cabeça?

Conclusão do Manel: o Adelino nasceu mesmo para ser padre, ainda por cima com uns pais que arranjaram casa logo ao pé da Igreja.

E esta enh?

AH

As aulas estão de volta

18.09.20 | asal
Caríssimo Amigo Henriques
Agora que as nossas escolas abriram as suas portas, embora a medo, tentei olhar para esta nova realidade, tentando compreender a sua problemática. Para todos os que nela intervêm, não vai ser fácil reinventar novos modos de relacionamento. Contudo, a aposta mais positiva e esperançosa será tentarmos sair vencedores deste magno desafio.
Para os nossos Amigos que nos acompanham no Animus, as maiores venturas.
Florentino Beirão

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A educação desafia a pandemia

 

Aligeirado o longo período do confinamento obrigatório, provocado pelo covid.19, escolas e universidades abriram as portas aos seus alunos, desafiando a epidemia que nos reteve em nossas casas. Finalmente, alunos e professores, embora receosos, estão de volta.

Crianças e jovens, de mochilas às costas, regressam a um espaço que foram forçados deixar há longos e penosos meses.

O novo ano letivo que acaba de arrancar este mês, embora com alguns receios, encontra-se igualmente imbuído da esperança de que tudo irá correr pelo melhor. Professores, alunos e Ministério da Educação (ME) tudo planearam atempadamente, para que tal assim venha a acontecer. Envolvidos que estamos pelas desagradáveis surpresas de surtos por todo o país, aconselha-se a que estejamos alerta, para se evitar o pior.

Conscientes desta realidade, confiamos que os nossos estabelecimentos de ensino, não isentos de poder também vir a ser atingidos, tanto professores, como alunos, encarregados de educação e auxiliares da ação educativa, se encontrem confiantes de que a sua escola é um lugar seguro, para todos os que nela trabalham. Desde que todos cumpram, responsavelmente, as normas determinadas pelo (ME) e da Direção Geral de Saúde (DGS), o perigo poderá ser menor.

Para trás, fica a dolorosa experiência do confinamento forçado a que se encontraram sujeitos todos os envolvidos nas tarefas do ensino-aprendizagem nas nossas escolas. Todos os seus intervenientes tiveram que aprender as novas regras, desenvolver novas competências, colocar a imaginação e o engenho em ação, para conseguirem os melhores resultados. Embora alguns, com mais dificuldades do que outros, lá se foi fazendo o melhor que foi possível, com as limitações inerentes a uma situação tão anormal e complexa. Como sabemos, os alunos tiveram de um momento para o outro que aprender as matérias de modos diferentes e, por vezes, sem meios tecnológicos. Apesar de tudo, a nível do 12º ano, como se sabe, nunca houve tão bons resultados nos exames, bem como no tão elevado número de candidatos, admitidos às universidades.

Foi notório que, de um modo geral, alunos e professores, foram capazes de responder eficazmente à nova situação, embora de diferentes modos.

Uns, porque já tinham trabalhado em plataformas de ensino à distância, outros, com mais dificuldades, porque não habilitados para tal. Mas, na maioria dos casos, as atividades letivas puderam ser levadas a cabo, com as escolas encerradas e com os alunos em suas casas, enclausurados nos quartos. Estes, por vezes, sem condições para poderem estudar e receber os conteúdos dos seus professores em boas condições. Como sabemos, houve um pouco de tudo, conforme foi noticiado naqueles conturbados e difíceis dias de confinamento obrigatório.

Virando-nos para os professores, é de admirar como a maioria deles, alguns em idade já avançada, com carreiras paradas e desiludidos com a tutela e com as suas permanentes reformas curriculares e burocracias, por vezes desconexas, conseguiram dar uma resposta tão satisfatória a uma tão exigente situação. A sua resposta, na generalidade, foi um exemplo da qualidade do pessoal docente, que pelos seus alunos são capazes de fazer milagres, com a sua generosa doação.

Deste modo, a maioria dos profissionais nesses dias difíceis, revelaram a sua dedicação aos seus alunos e, generosamente, enfrentaram a situação da pandemia com grande determinação e criatividade.

O Governo devia, por tudo isto, olhar para esta classe com novos olhos, e retribuir com justiça o que eles ansiosamente esperam e merecem.

Agora, que a escola enfrenta novos desafios, necessitamos que os docentes estejam motivados, para que nenhum dos seus alunos fique sem uma resposta adequada. Não se pode nem deve falhar nesta batalha. Para tal, impõe-se que, neste retomar da normalidade possível  das escolas, se crie um clima de proximidade entre docentes e alunos, para derrubar as possíveis barreiras que se vão levantando.

Só será possível haver êxito neste novo ano letivo, se existir responsabilidade de todos os que trabalham na escola, que tem de voltar a ser um lugar de Esperança, a qual não pode estar confinada. Por isso, terá que se tentar descobrir, em cada aluno, o que de melhor há nele. Há um mundo novo que vai necessitar de todos.

“ Segundo J. Azevedo, membro do Conselho Nacional da Educação, “a escola tem de ser capaz de ser um espaço de escuta e diálogo de uns com os outros, em comunhão com a Natureza”.

 florentinobeirao@hotmail.com

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