Roubei do Facebook para aqui. Obrigado, Cón. Bonifácio Bernardo... AH
Todas os dias são oportunos para pensar nas mães. Na nossa mãe. Nas mães dos outros. Nas mães. Não há filho que, nas mais variadas situações de perigo, de doença, de sofrimento, não grite: 'Oh Mãe! Mãe!'. É coisa que brota cá de dentro, aprendeu-se naturalmente, na escola da vida familiar, desde a mais tenra idade. E perdura ao longo dos anos. Também as mães gritam, sobretudo pelos filhos que geraram. E também choram. Na maternidade, por exemplo. Muitas vezes, gritam e choram em silêncio, por dentro. Vê-se nos seus olhos. Com frequência, os seus gritos são súplicas a quem pode ajudar. E tantas vezes são preces a Deus, sobretudo quando a ajuda dos homens não chega ou é insuficiente: 'Socorre-me Senhor. Cura a minha filha! Só Tu me podes valer!'' É o que faz a mãe siro-finícia do Evangelho de hoje. É preciso cuidar e estar próximo das mães. De todas. Muito e muito, das mães solteiras, daquelas que são maltratadas e violentadas, fisica e psicologicamente, das que são assediadas e exploradas, segundo a medida da maldade humana. O nosso mundo só tem a ganhar com a riqueza que as mães encerram no seu ser. Elas que não a guardam para si, mas a comunicam generosamente. Para bem do mundo.
Neste dia 16 de Agosto, celebram o seu aniversário os amigos:
- Álvaro Conceição Martins, de Cardigos e a viver na Sertã, a quem, nos seus 71 anos, desejamos longa vida, muita saúde e muitos amigos.
Aqui está ele em alegre convívio com o António Luís, no nosso encontro da Sertã. É também na Sertã que o Álvaro trabalha (ou trabalhava), ligado à Escola Secundária. Possivelmente, estará já reformado!...
E como Diácono permanente, continua adstrito ao serviço das Paróquias de Cabeçudo, Cumeada, Marmeleiro, Mosteiro, Sertã e Troviscal.
Contacto: tel. 933 424 447
- E ainda outro aniversariante: o Américo Nunes Peres, de Sarzedas, mais concretamente de Vale de Ferradas, a quem desejamos também muitos anos de felicidade, com saúde e muitos amigos.
Descobrimos no Facebook este pormenor, à data da sua aposentação em Outubro de 2013: «Américo Nunes Peres, o último diretor da antiga Escola do Magistério Primário e depois responsável pelo Pólo da UTAD em Chaves, doutorado em Ciências da Educação, académico e pedagogo reconhecido aquém e além-fronteiras, com uma obra científica das mais notáveis no seu ramo do saber, conferencista, organizador de congressos, animador e agente cultural… acaba de depor as armas no seu combate audaz, enérgico, perseverante, que preencheu toda a sua longa carreira profissional....»
Marcel Callo é mais um dos jovens citados no documento conclusivo do Sínodo que o Papa Francisco dirigiu aos jovens. Marcel foi alguém que se deu generosamente para deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrou. Nasceu em Rennes, França, a 6 de Dezembro de 1921, numa família católica de nove filhos. Foi acólito, ingressou no Escotismo. Este marcou para sempre a sua formação cristã. Por conselho do seu Assistente religioso, entrou na Juventude Operária Católica, na JOC. Aos 12 anos, tornou-se aprendiz numa gráfica, ficou a trabalhar como tipógrafo. Ajudado pelo grupo e fortalecido pela oração, pela dinâmica sacramental e por uma ação apostólica concebida segundo a metodologia daqueles Movimentos, testemunhou a sua fé no mundo do trabalho, permaneceu fiel à promessa de escoteiro, sabia orientar os azimutes do percurso existencial, a bússola dos ideais jamais o deixou perder o norte. Tinha a consciência de que é na Igreja que nos tornamos cristãos, é com a Igreja que poderemos ajudar a construir uma sociedade intelectualmente mais habitável. Amando a vida e gostando de viver, lutava contra as solicitações menos saudáveis, contra tudo quanto o pudesse tornar menos livre, tendo em Jesus o seu primeiro e grande Amigo a cuja amizade procurava corresponder. Por isso, apesar do sofrimento e das contrariedades que teve de suportar, viveu feliz, de bem com a vida, sabia em quem confiava, tudo fazia para que os outros pudessem fazer a experiência dessa amizade com Jesus. Até, na Quaresma, ia de porta em porta, com outros elementos da JOC, a convidar as pessoas para que celebrassem convenientemente a Páscoa de Jesus, a festa por excelência dos cristãos. Certo dia, a mãe perguntou-lhe se ele não teria vocação para o sacerdócio, como seu irmão mais velho. Ele respondeu: "Não me sinto chamado ao sacerdócio. Eu acho que faço mais coisas boas ao permanecer no mundo". Aos vinte anos apaixonou-se por uma jovem, fazendo do seu namoro um verdadeiro itinerário de fé. Rezavam juntos, participavam juntos na Eucaristia, respeitavam-se mutuamente, tencionavam casar-se no mesmo dia em que o seu irmão seria ordenado sacerdote. Com o armistício de 1940, com a ocupação da França pela Alemanha nazi, Marcel foi inscrito no serviço de trabalho obrigatório. Se havia quem não estivesse de acordo e escolhesse a resistência, Marcel foi para a Alemanha: “Eu vou como missionário, para ajudar os outros a resistir”. Não esqueceu a sua cruz da promessa de escoteiro e o seu emblema da JOC. Associou-se a alguns amigos e ofereceram-se como 'missionários de estação de comboios', onde ajudaram muita gente a escapar para os territórios não ocupados. Não demorou em procurar uma comunidade cristã, onde pudesse participar na Eucaristia - a sua maior alegria!, ele mesmo se fez eucaristia!. Aí, traduzia em francês para os seus compatriotas, participava e organizava grupos de ação diversa em prol da comunidade, desde o futebol ao teatro, da liturgia aos doentes e necessitados. Numa fábrica de armamento, na Alemanha, onde eram forçados a trabalhar onze horas por dia, com fome, frio e desconforto de toda a espécie, mesmo aí, Marcel encontrou espaço para agir. Sem se deixar abater, meteu mãos à obra, descobriu outros elementos da JOC e dos escoteiros, organizou grupos de ação. Procurou e encontrou, entre os deportados, um padre para celebrar a Eucaristia e confessar quem o desejasse. Sem receio, convida outros a participar nos atos religiosos, levando muitos à conversão, pela palavra e pelo testemunho. Em qualquer lugar que se encontrasse e fossem quais fossem as circunstâncias, Marcel mantinha sempre vivo o entusiasmo, a fé, a esperança e o amor a todos. A todos procura apaixonar por Jesus Cristo à boa maneira dos cristãos da primeira hora, sem nada que o fizesse desanimar. Todos os dias procurava novas formas de testemunhar Jesus e ajudar os outros. Assobiando a divisa dos escoteiros ou da JOC, esse era o sinal para que todos fizessem, cada um para si, uma pequena oração. Esta intensa atividade de Marcel caiu sob suspeita, até a correspondência com a sua noiva lhe era intercetada. Em 19 de Abril de 1944, com os seus amigos de luta, acabou por ser preso pela Gestapo, por ser "muito católico" e ativo. Da prisão, escreveu a seu irmão, recentemente ordenado sacerdote, dizendo-lhe: “Felizmente, há um amigo que não me deixa um momento e que sabe como me apoiar e me consolar. Com ele, os momentos mais dolorosos e perturbadores são superados. Nunca vou agradecer a Cristo o suficiente por me indicar o caminho que eu agora sigo”. A 7 de outubro, um grupo de pessoas foi enviado para o campo de extermínio de Mauthausen, Marcel, passando pelo campo de Flossenbuerg, também. Esteve no subcampo de Gusen II, onde se construíam partes de aviões de combate em instalações subterrâneas. As péssimas condições destes lugares aliadas à brutalidade, à subnutrição e aos forçados trabalhos, trabalhos dificílimos pelo frio e a humidade, tornavam os prisioneiros presa fácil de gangrenas, diarreias, úlceras, tuberculose... Marcel adoeceu com tuberculose, em Janeiro de 1945. Na enfermaria, amontoavam-se aos cinco por cama. No último dia, Marcel caiu nas latrinas, regressou à enfermaria. Quem o levou nos braços testemunhou a expressão de felicidade do seu olhar moribundo. Tinha a aparência de um santo, um olhar de amigo sereno, um suave sorriso que a todos impressionava. Faleceu a 19 de março de 1945, com vinte e três anos de idade. Assumindo heroicamente a pesada cruz de cada dia, o seu testemunho de vida e a sua dedicação aos outros foram reconhecidas não só pelos cristãos da Alemanha, mas também pelos Bispos da Alemanha e Áustria. Foi beatificado por São João Paulo II a 4 de Outubro de 1987. Foi o primeiro escoteiro no mundo a ser beatificado. Celebra-se a 19 de Abril. No processo de beatificação de Marcel, um prisioneiro que se converteu depois da guerra, declarou: "Se eu, não-crente, vi milhares de prisioneiros morrerem, e era atingido pelo olhar de Marcel, é porque havia algo extraordinário sobre ele: para mim era uma revelação: o seu olhar expressava uma profunda convicção que levava à felicidade. Era um ato de fé e esperança para uma vida melhor. Eu nunca vi em nenhum moribundo, e já vi milhares deles, um olhar como o dele: pela primeira vez diante de um deportado, vi uma marca que não era apenas o desespero". Marcel, se nos lembra o horror dos campos de extermínio, faz-nos ter saudades daqueles Movimentos Apostólicos que apostavam fortemente na formação humana e cristã dos seus membros, que os preparavam para o compromisso eclesial e social, vivendo habitados por Cristo. Preparados e estimulados a meterem mãos à obra na transformação da sociedade, a todos ajudavam, a todos incentivavam ao bem, sem medo, com a valentia do Espírito. Quanto bem podem fazer os Movimentos eclesiais se forem levados a sério!... A determinação deste jovem leigo, se nasceu no seio duma família cristã, fortaleceu-se naqueles Movimentos que escolheu para se integrar e crescer, onde a formação era, de facto, uma prioridade para depois se atuar nos ambientes sociais e laborais. O seu testemunho interpela-nos, faz-nos pequeninos, envergonha-nos. Como refere o Papa Francisco, “muitos santos jovens têm feito brilhar os traços de idade juvenil em toda a sua beleza e, na sua época, foram verdadeiros profetas da mudança; o seu exemplo mostra de que são capazes os jovens quando se abrem ao encontro com Cristo” (CV49).
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 14-08-2020.
- O P. Carlos José Cardoso de Almeida, nascido em 1970 e ordenado em 1997; presentemente é Pároco de Alferrarede, Rio de Moinhos, Sardoal e Valhascos. Aprecia música e aproveita as redes sociais para espalhar a mensagem cristã e os seus pontos de vista.
Aqui estamos a apresentar os PARABÉNS DESTE GRUPO ao amigo e a desejar-lhe muita saúde e forças para conseguir atingir os seus objectivos.
Para falar com ele, contactem tel. 966 878 424
- Também hoje faz anos o Francisco Alves Lopes Ruivo, que nasceu em Alcains em 1942. Profissionalmente, desempenhou a função de professor quer em Portalegre e Proença-a-Nova (nos colégios diocesanos) quer depois em Lisboa, nomeadamente no Colégio Portugal, da Parede, de que ele assumiu a gestão e direcção durante muitos anos. Agora, goza a sua jubilação na Parede, onde vive.
Aqui lhe deixamos um abraço de muita amizade, com os PARABÉNS DO GRUPO e votos de saúde e felicidade por muitos anos. E olha, Francisco, gostávamos muito de te ver nos nossos encontros.
Contacto: tel. 917 237 660
NOTA: Copio do Sérgio Filipe Dias uma mensagem universal muito importante:
«“Estamos todos aqui neste planeta, por assim dizer, como turistas. Nenhum de nós pode morar aqui para sempre. O maior tempo que podemos ficar são aproximadamente cem anos. Sendo assim, enquanto estamos aqui, devíamos procurar ter um bom coração e fazer de nossas vidas algo de positivo e útil. Quer vivamos poucos anos ou um século inteiro, seria lamentável e triste passar este tempo agravando os problemas que afligem as outras pessoas, os animais e o ambiente. O mais importante de tudo é ser uma boa pessoa.”
É o nosso grande amigo Joaquim Dias Nogueira, que nasceu em 1933 na Várzea dos Cavaleiros e presentemente vive em Lisboa. Com longas deambulações profissionais pelo Congo Belga, estudou e exerceu o ofício de licenciado em Direito.
Colaborador entre os principais da nossa associação quer no tempo (é do princípio, com o João Heitor...) quer na intensidade do trabalho, é ainda um activo colaborador do "ANIMUS SEMPER".
Por isso, temos muitas razões para estarmos presentes no teu dia de anos, dar-te os PARABÉNS e desejar-te muita saúde e muita alegria por tempos infindos, mesmo com os anos a pesar já um pouco.
Um grande abraço da malta e um OBRIGADO!
Contacto: tel. 919482371
O Joaquim Nogueira, no seu livro «Memórias de um Beirão da zona do Pinhal», conta como terminou a sua estada no Seminário, por sinal pouco abonatória da justiça e equidade que devia existir entre todos. Aqui fica o relato na 1.ª pessoa:
Num belo dia, enquanto esperávamos o professor de Grego, o Abílio Delgado diz: «hoje, não temos aula, ele está de vareta!» Pergunto eu, para espanto de muitos dos meus condiscípulos, mas «o que é estar de vareta?» Não sabes?, exclamaram vários. O Abílio tomou a palavra e esclareceu-me: é estar ou ter diarreia.
Nisto, entra o Dr. Manuel Rodrigues e diz: «Com que então de vareta, hem?» Ninguém comentou e ele deu início à aula. Era uma pessoa muito sui generis e meio lunático em certos aspectos. Passava o tempo a reclamar com o ecónomo que lhe cobrava muito pelos telefonemas que fazia para o exterior. Acusava o porteiro, o Sr. Ribeiro, de lhe debitar telefonemas que não fazia. Contava-se que o ecónomo do seminário, farto das reclamações, perdeu a paciência e pediu uma linha directa só para ele. Passado poucos meses, desistiu do telefone só para si. As contas tinham subido astronomicamente. Em Portalegre, rivalizou com o José Régio na recolha de crucifixos e tinha uma colecção numerosa e notável.
O Dr. Rodrigues saiu de Portalegre e foi para a Alemanha como capelão de emigrantes portugueses. Quando cheguei a Abrantes, comecei a ouvir falar do Pe. das minhocas e na existência de uma casa com muitos crucifixos no Sardoal. Tinha entretanto voltado da Alemanha e vivia nos Casos Novos. Trouxe da Alemanha a notícia e ideia do empreendimento: recorrer às minhocas para fabricar matéria orgânica. Conheci várias pessoas que partilharam esta paixão pouco duradoura ou, deverei dizer, pouco rentável? Um deles, o António Manuel, dos Vales. A última vez que falei com ele foi num serão na biblioteca António Botto, em Abrantes. Com o Jana e outros desenvolvíamos um projecto em que as pessoas escolhiam e falavam do livro da sua vida. A pintora abrantina, Maria Lucília Moita escolheu a Bíblia e convidou o Dr. Manuel Rodrigues para falar com ela sobre a Bíblia.
Numa aula de Filosofia, quando explicava Heráclito, lembrei-me desta história da diarreia. A questão era levar os alunos a compreender as duas concepções opostas: Parménides – tudo o que é, é; não muda e permanece; o movimento é uma ilusão, pois, é contraditório. Heráclito – tudo flui, o real é movimento, é mudança; a permanência é uma ilusão. Por isso, ninguém se banha duas vezes no mesmo rio.
Mas de onde veio essa ideia da diarreia? Tudo flui diz-se em grego: panta + rei; panta = tudo; rei = correr. Escrevi no quadro em grego. Um espanto geral. Não eram capazes de ler as letras do alfabeto grego. Fui respondendo à sua curiosidade e recordando-lhes algumas letras gregas que já conheciam de outras disciplinas. Por exemplo, dia = através de. De imediato, conclui um aluno: a diarreia é a merda a correr através das tripas. Apressei-me a fechar o parêntesis e voltar à matéria.
Gostava de ter tido mais tempo para esta minha paixão pela raiz/etimologia das palavras. Um sonho por cumprir, mas um instrumento pedagógico e didáctico que utilizei muitas vezes e com proveito.
Mário Pissarra
Nota: foto do Encontro de Castelo Branco, com alguns dos implicados na estória.
Com o desejo de trazer novidades para a nossa página, à falta de outras colaborações, lembrei-me de criar hoje um vídeo de 2,30m a mostrar uns pormenores da minha terra há 35 anos.
Naturalmente, isto é saboreado por poucos, mas peço desculpa pelo atrevimento.
Estamos na ponta da terra, virados para o Barreiro, junto do cais fluvial que leva e traz muita gente de e para Lisboa. Aqui perto, também faço caminhadas para tratar do meu físico.
E tudo se pode visitar, para agrado de muitos, pois o Seixal, nos últimos tempos, tem sido renovado a nível de infra-estruturas, a que se junta a novidade das muitas construções na Quinta da Trindade, onde até o Benfica veio assentar arraiais.
Estava eu a acabar Teologia quando o Armindo Santos Batista viu a luz do dia. Hoje faz 57 anos.
Consegui descobrir, na consulta feita pela Internet, que ele é Responsável da Missão Católica Portuguesa em Krefeld, uma cidade alemã perto da Bélgica e dos Países Baixos. Curiosamente, li que «Krefeld sempre foi uma cidade tolerante. Muitas pessoas que tiveram que deixar sua terra natal encontraram um novo lar em Krefeld. Foi assim durante as guerras religiosas e isso não mudou até hoje.». Por esta é que o Armindo não esperava!
Pela primeira vez estamos a dar-lhe os PARABÉNS e a desejar-lhe bons frutos no seu trabalho, sempre a servir a comunidade e encontrar a paz e felicidade interior.
Seguem vários testemunhos sobre a pessoa do nosso amigo Leonel Cardoso Martins. AH
Testemunho
Soube agora pelo Facebook do falecimento do Dr. Leonel Cardoso Martins. Tive o privilégio de ter sido seu aluno de Português, Latim e Grego durante o Ensino Secundário no Colégio Diocesano de Santo António em Portalegre de 1972 a 1974. Professor de grande nível intelectual, distinguia-se pelo trato afável e familiar com os alunos, criando um ambiente pedagogicamente adequado à autoestima e à motivação pelo saber.
Sendo um exímio comunicador, transmitia com facilidade os conhecimentos e os valores que estão na base de pessoas cultas e bem formadas.
O Prof. Leonel foi sem dúvida um dos Professores que me deixou saudades e uma marca positiva em muitos aspetos da vida. Os meus sentidos pêsames a a família.
António Luís
Mais comentários:
Anabela RochaQue Deus lhe dê o eterno descanso, e condolências à sua família, 🙏
Jose Do CarmoTambém não sabia do seu falecimento. Foi meu professor no CDSA e no Magistério Primário em Portalegre. Homem com muita categoria tanto como pessoa como professor. Sentidas condolências a toda a família...
José Farinha AlvesSubscrevo inteiramente tudo o que o Ant. Luís escreveu. Foi um dos professores que me deixou melhores memórias. O Grego que sei foi ele que mo ensinou todo. Obrigado doutor Leonel. Sentidos pêsames à família.
José Maria Morgado Martins Também fui aluno dele na disciplina de Grego. Subscrevo totalmente o elogio que lhe fazes. As minhas condolências à família.
Meu Caro António Henriques,
Junto envio o poema de homenagem ao Leonel integrado no opúsculo " Olá, Professores I" que apresentámos no encontro de Castelo Branco, para publicação na Animus Semper.
Um abraço,
J. Mendeiros
Leonel Cardoso Martins
Nasceu em S. Pedro do Esteval, a 16 de setembro de 1938.
Lá para as bandas da Cochinchina, no sudoeste asiático, lá onde o vento faz a curva e Judas perdeu as botas, foi ali, no que é hoje o Vietnam, e mais propriamente no delta do rio Mecong, foi ali que Luís de Camões, em jeito de Michael Phelps, terá heroicamente bracejado em prol da vida e dos épicos manuscritos. O navio naufragou, segredos muitos se foram por água abaixo, Dinamene também... talvez!... Coisas da vida, de vidas geniais e ousadas, mal-amadas no seu tempo mas sempre admiradas e a picar a curiosidade! Pois também foi por lá, em Phú Yên, no Vietnam, que nasceu o André, em 1624. É um dos jovens citados pelo Papa Francisco no documento conclusivo do Sínodo sobre os Jovens. Ainda bebé, André ficou órfão de pai. Sua mãe educou-o com zelo de mãe. Era o seu filho mais novo e cedo manifestou apreciadas qualidades humanas. A pedido de sua mãe, foi aluno do Padre Alexandre de Rhodes, missionário Jesuíta. Este jesuíta francês foi quem se associou à ideia e trabalho de Francisco de Pina, missionário jesuíta da cidade da Guarda, na romanização da escrita da língua vietnamita. Até então, essa língua era apresentada em ideogramas de inspiração chinesa. Terá chegado à Cochinchina por volta de 1618 e por aí viveu até à morte, na cidade de Da Nang. Mas voltemos ao jovem André, que, mais tarde, se tornou catequista. Ele fez parte de um pequeno grupo de convertidos donde saiu o primeiro clero do Vietnam. O futuro, porém, ir-lhe-ia ser bravo e sofrido. O rei de Annam, enviou um mandarim à província onde André vivia. Para quê? O Padre Rhodes, dado o bom ambiente que existia, e sem saber o que é que o mandarim trazia na cartola, foi-lhe fazer uma visita de cortesia. Os salamaleques foram curtos. O mandarim não demorou a desembrulhar uma notícia que trazia debaixo do braço. Pelos vistos, o rei estava com o avental do avesso, estava de mau humor e muito irritado com o grande número de chineses que se convertiam ao cristianismo. O mandarim vinha, pois, proibir a ação dos missionários. Ordenou que o Padre Rhodes jamais evangelizasse os chineses, deixasse o Vietnam, regressasse a Macau. E se os cristãos locais teimassem em perseverar na fé cristã iriam passar as passinhas do Algarve. O Padre, ouviu o que ouviu, saboreou e engoliu como pôde, deixou o palácio, foi ter com a comunidade e os catequistas, seus colaboradores. E logo foi também à prisão visitar um deles, de 73 anos, que tinha sido preso dias antes. Entretanto, os guardas do mandarim, armados em fortes e confiantes na captura, foram à sede da Missão procurar Inácio. Inácio era o que presidia ao grupo dos catequistas. Inácio, porém, não estava na Missão, estava fora da cidade. Então, como mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, amarraram, espancaram e levaram o jovem André, de dezoito anos de idade. Este jovem catequista era de fibra e de garra, de antes quebrar que torcer. Tendo sido levado ao palácio do Governador para que renunciasse ao cristianismo e negasse a sua fé, resistiu forte e firme. O mandarim foi aos arames. A firmeza de André fez-lhe subir os azeites e agravar a azia. Mandou então que lhe ripassem a cruz do pescoço e o levassem para a prisão, onde já se encontrava o idoso catequista de 73 anos de idade. A seu tempo, os dois foram levados da prisão, como criminosos e vexatoriamente, a uma audiência pública. A coisa foi séria e seletiva. Atendendo ao apelo dos mercadores portugueses e dada a sua idade, o catequista mais idoso foi libertado. Mas o jovem André acabou por ser condenado à morte e regressou ao calabouço. Sem grande esforço, poderemos imaginar o estado de espírito daquele jovenzinho em tão dura situação. No dia determinado, foi levado ao local da execução. O Padre Rhodes e vários cristãos portugueses e vietnamitas, e até alguns pagãos, acompanharam-no no percurso e testemunharam a tragédia. Diz a história que André ia sereno, exortava os cristãos a permanecerem firmes na fé, a não se entristecerem com a sua morte e a que rezassem para que ele permanecesse fiel até o fim. Enquanto era martirizado a golpes de lança e punhal, ia repetindo o nome de Jesus. E assim, com apenas 19 anos, aceitou o sacrifício da sua vida pela fé e amor a Cristo. Foi o primeiro mártir do Vietnam. O seu corpo foi transferido para Macau, donde partiam os missionários para os países da Cochinchina, Cochim-China, como os portugueses batizaram esta zona para a distinguir de Cochim da Índia, onde tiveram a sua sede. Algumas relíquias corporais de André foram mais tarde enviadas para a sede dos jesuítas, em Roma. O Padre Rhodes também acabou por ser condenado à morte por um rei vietnamita. A pena, porém, foi-lhe comutada. Regressou a Roma, passou à Pérsia. Na Eucaristia da beatificação de André, São João Paulo II, afirmava: "Todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante o meu Pai que está no céu" (Mt 10, 32). André de Phú Yên, no Vietnam, fez suas estas palavras do Senhor com uma intensidade heroica. Desde o dia em que recebeu o Batismo, quando tinha 16 anos, dedicou-se ao desenvolvimento de uma profunda vida espiritual (...) viveu como fiel testemunha de Cristo ressuscitado (...) dedicou todas as forças ao serviço da Igreja (...) até à dádiva do próprio sangue, para permanecer fiel ao amor d'Aquele a que se tinha consagrado totalmente". Os católicos do Vietnam jamais esqueceram o André. Recordam-no como um jovem ativo ao serviço do evangelho, um jovem de fé serena e de sólida espiritualidade, de amor a Cristo e à sua Igreja. E São João Paulo II, na celebração citada, fazia votos para que o seu zelo e testemunho provocasse em “todos os catequistas a audácia de serem autênticas testemunhas da fé, através duma vida inteiramente dedicada a Cristo e aos irmãos!”. Com enorme gratidão pela sua dedicação à causa do Evangelho, saudamos todos os e as catequistas, na esperança de que não desistam de o ser, não só pela palavra, mas também pelo testemunho de vida e de alegria, gerando empatia e adesão a Cristo no seio das comunidades. Bem hajam!...
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 07-08-2020.
- Mons. Paulo Henriques Dias, nascido em 1970, Vigário Geral da Diocese de Portalegre-Castelo Branco; Moderador da Cúria Diocesana; Juiz Diocesano; nomeado Monsenhor com o título de "Capelão de Sua Santidade" em Setembro de 2009. É ainda pároco de meio Alentejo (9 paróquias: Aldeia da Mata, Alter do Chão, Cabeço de Vide, Chancelaria, Crato-Mártires, Cunheira, Flor da Rosa, Monte da Pedra, Seda e Vale do Peso!). Só com muita energia e saúde pode corresponder aos compromissos assumidos...
Bom amigo, os nossos PARABÉNS! E ainda votos de muita saúde e longa vida para servir a Igreja em alegria.
Contacto: tel. 967229564
- Ramiro Cristóvão Pereira, outro amigo deste grupo de antigos alunos, natural dos Envendos e a viver em Lisboa.
PARABÉNS, Ramiro, e que a Vida te sorria com muita saúde e felicidade por muitos anos, na companhia de quem mais gostas.
Contacto: tel. 963 461 313
NOTA: «“O homem foi criado por amor: é por isso que ele é tão inclinado a amar. Ele não é feliz, exceto quando se volta para Deus… Tire um peixe da água e ele não viverá: assim é o homem sem Deus” (São João Maria Vianney). Deus é amor e sendo criado à sua imagem e semelhança, a minha essência é amor. Que eu compreenda profundamente essa verdade e jamais deixe que as provações ou as ciladas do mundo afastem essa certeza do meu coração. E se, porventura, me desviar do caminho certo, que eu não demore em voltar para Deus, pois o essencial é estar unido a Ele.»
Mais uma boa "memória" de Alcains! Obrigado, Mário. AH
Desapeei da carreira e esperava-me o meu irmão mais novo. Esperei pela mala e ao aprontar-me para seguir para casa pergunta ele: e a mala grande? Ficou em Alcains, respondi. A conversa ficou por aqui. Durante todas as férias mais ninguém tocou no assunto. Mas o problema era grave. Trazer a mala grande do seminário equivalia ou ao abandono voluntário ou à expulsão. Ora e eu nunca tinha manifestado o desejo de o abandonar. Logo, tinha estado em risco de expulsão. O meu irmão era demasiado novo para perceber a gravidade da situação. Limitou-se a ouvir alguma conversa e achou que faltava alguma coisa. Alguém havia preparado os meus pais para uma possível expulsão. Mais tarde tive uma situação que passou de dramática a um certo alívio. O vice-reitor, Pe Chaves, chamou me ao seu gabinete. Começou com um discurso do género: «sabes, as coisas nem sempre são como nós desejamos e queremos». A partir daí desliguei e pensei para comigo: é desta! Vais ser expulso! Ele continuou a sua arenga e depois acabou por me dizer que tinha falecido o meu avô Mário e que podia ir ao funeral. Acompanhei-o à sua última morada, mas com um peso nos ombros do tamanho do mundo. Tinha sentido um certo alívio ao saber que tinha partido.
Ao voltar das férias procurei inteirar-me do que se tinha passado. Ao tempo havia no seminário de Alcains uma intensa campanha contra andar com as mãos nos bolsos. Era uma insistência permanente para não meter ou trazer as mãos nos bolsos. O grande argumento era que os jovens de mãos nos bolsos pareciam já uns velhos. Os mais maliciosos iam comentando: «eles pensam que os bolsos estão rotos ou não têm fundo.» Haveria mesmo um sacerdote que tinha uma grave fixação e que nunca se cansava de insistir que ter ou andar com as mãos nos bolsos era para tocar nos órgãos sexuais. Se os bolsos dos outros estavam rotos ou não tinham fundo é coisa que nunca soube. A resposta para os meus é negativa. Se havia toques nos órgãos sexuais direi que sim e até achava e Memórias da adolescência acho natural. Que as nossas mentes fossem tão pérfidas quanto a do referido sacerdote é uma certeza e nunca me suscitou a menor dúvida. Quando nos apercebemos da razão desta campanha doentia contra as mãos nos bolsos começou a circular uma vingança muda, mas muito repetida entre nós. Se as batinas dos padres fossem sinos, então haveria muitos mais sinos a tocar, pois não seria necessário sineiro.
Ao ver a imagem que ilustra estas ocorrências da minha adolescência exclamei: ora aí está. De facto, eu cocei os ditos cujos. Contudo, nem sabia da existência dos Tintin’s e da Milu. Nesses nunca toquei. Uma infância sem livros e onde os tintins tinham outro nome.
Permaneceu até hoje a pergunta: quantas vezes o mal está na cabeça do acusador e não no comportamento dos acusados? Mário Pissarra
Aí te envio mais uma singela colaboração para o nosso estimado e indispensável Animus que se encontra sempre em cima dos acontecimentos que interessam à nossa associação. É sempre bom sermos diariamente surpreendidos com as novas dos nossos companheiros. Notícias felizes, outras nem tanto...É a Vida. Neste tempo de veraneio confinado, a diva do fado da nossa Beira Baixa vai-me acompanhando nas minhas leituras, as quais partilho convosco. Boas férias e abraços a todos os nossos companheiros de jornada. Embora limitados...
Florentino Beirão
O triunfo do fado
A história do fado nunca mais parou. Chegados aos inícios do séc. XX, no meio fadista, deu-se uma maior exigência na elaboração dos versos e na inovação de novas formas rítmicas, cada vez mais complexas. Deste modo, o fado foi-se tornando uma verdadeira arte, interpretado por grandes fadistas, servidos por elaborados versos.
Nesta altura, logo após a 1.ª Guerra- Mundial (1914-1918), com a fome e o sofrimento a martirizar o país, resultante da morte de milhares de soldados e da pneumónica, o quotidiano da população tornou-se tristonho e amargurado. Neste contexto, não admira que as letras dos fados fossem influenciadas por esta conjuntura depressiva.
Porém, o grande salto do fado viria a dar-se numa altura em que foi capaz de sair da obscuridade das Casas de Fado, dos meios aristocráticos e das estreitas ruelas de Lisboa, ao longo das décadas de 30 e 40. Nestes anos, começou a ser mais difundido pela rádio (1935) mais visto nos cinemas e mais aplaudido no Teatro de Revista. A partir desta altura, a Amália foi também aproveitada por António Ferro, como propaganda do Estado Novo. Deste modo, o fado entrou de tal modo na alma do povo, que deu origem ao ditado: “ Portugal é o país dos três Fs – Fado, Fátima e Futebol”. Seria também nestas décadas, quando o fado se foi divulgando nas terras mais recônditas do país, que Amália Rodrigues e outros fadistas conseguiram levar o fado ao seu apogeu. Deste modo, em plena euforia fadista, foram iniciadas as primeiras gravações de discos, levando a voz dos fadistas aos seus fãs. A sua venda tornou-se para as editoras uma grande fonte comercial, geradora de bons lucros. Há quem classifique este período “a época de ouro do fado, onde os fadistas e os guitarristas saíram das vielas e recantos escondidos, para brilharem nos palcos do teatro, nas luzes do cinema, para serem ouvidos na rádio ou em discos”.
Simultaneamente, em alguns antigos bairros de Lisboa começaram a multiplicar-se as típicas Casas do Fado, agora mais modernas, nomeadamente, para os turistas que visitavam Lisboa e para quem visitava a capital. Nesta altura, os fadistas já eram dotados de uma carteira profissional, mas apenas cantavam o seu reportório, após os seus fados terem sido censurados pela mão da malfadada PIDE. Deste modo, o fado foi perdendo o seu antigo pendor de crítica social, como noutros tempos. Com as novas exigências pidescas, os fadistas recorreram a letristas e compositores habilidosos, de melhor qualidade literária, para fugirem aos cortes da censura, embora as temáticas continuassem a ser inspiradas basicamente nos mesmos temas: a saudade, a paixão, o destino, o sofrimento, o amor e o ciúme.
Este espírito fadista, ao longo do séc. XX, foi cantado nomeadamente por Ercília Costa (1902-1985) “a sereia peregrina do fado”, embora esquecida; foi ela que conseguiu levar, pela primeira vez, a canção do fado ao mundo, rasgando fronteiras. Mais tarde, como veremos, seria Amália Rodrigues a trilhar os mesmos caminhos, levando-o ao mundo.
Ainda em meados do séc. XX, fizeram parte do conjunto de fadistas “clássicos”, Carlos Ramos, Alfredo Marceneiro (1891-1982), Maria Teresa de Noronha, Hermínia Silva, Fernando Farinha, Lucília do Carmo e outros. Uma geração de luxo que colocou o país a gostar e a cantar o fado, de norte a sul, incluindo as colónias.
Este conjunto de grandes fadistas foram seguidos nas décadas seguintes, com o chamado “Fado Moderno”. Entre eles, sobressaiu a genial e inconfundível Amália Rodrigues, a mãe dos futuros fadistas. Sobretudo, a nível da qualidade das letras, com ela, deu-se um salto enorme. Amália, apesar de muito criticada de início, começou a cantar poemas dos grandes poetas, como Régio, Pessoa, Camões, David Mourão Ferreira, Sophia, Ary dos Santos, José Régio, entre outros. A nível musical o fado foi ainda servido por grandes compositores, como Alain Oulman e outros que o enriqueceram com novas formas de acompanhamento.
Dentro da mesma linha, foram surgindo outros grandes fadistas como Dulce Pontes, Carlos do Carmo, Teresa Tarouca e João Braga.
Hoje em dia, uma nova geração de fadistas continua a introduzir novos suportes musicais, mais ricos e variado, com novos instrumentos e arranjos musicais, como Mariza, Camané, Ana Moura, Carminho, Cuca Roseta, Zambujo e outros. Só é pena que a pandemia os tenha limitado, mas certamente melhores dias virão vir. Boas férias.
Só para informar que o VIRGÍLIO DIAS MOREIRA, das CIMADAS CIMEIRAS, vai aposentar-se no próximo dia 07/08. Sexta- feira vai ser o seu último dia de trabalho oficial na Biblioteca Municipal de Proença-a-Nova.
Junto envio algumas fotos. As primeiras reportando o nosso amigo no seu posto de trabalho; as outras, registos das suas presenças em diversos encontros dos alunos dos seminários diocesanos.
Um abraço!
Tó Manel
NOTA:Segue um vídeo com a presença do Virgílio nos nossos encontros.
Virgílio, desejamos-te muitos anos de vida com saúde e alegria. AH