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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Aniversário

31.07.20 | asal

É O TEU DIA, FERNANDO!

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Graças a Deus, continuamos vivos, com saúde bastante para desfrutar a vida, com família e amigos que nos confortam. Estou a falar contigo e comigo, meu caro amigo, porque sinto já a brevidade dos dias, o que faz que eles sejam cada vez mais importantes...

Conhecem o Fernando? Nasceu em Sernache do Bonjardim no dia 31 do ano da graça de 1935, pastoreou algumas paróquias, mas profissionalmente foi sobretudo um professor empenhado, algumas vezes na direcção da própria escola, como em Esgueira - Aveiro, onde vive há muitos anos.

No entanto, mesmo vivendo longe dos locais dos nossos encontros, ele vem por aí abaixo, está presente e ainda é capaz de arrastar consigo outros amigos, como aconteceu na Sertã, aqui entre o António Valentim Pires da Costa (acabou há 2 dias de se despedir sem uma palavra!) e o Júlio Cardoso Alves.

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E também esteve connosco em Aveiro, em Março, uns dias antes do covid! Almoçámos, passeámos e até nos ofereceu os ovos moles da sua terra adotiva. 

Aqui deixamos, pois, os MAIS SINCEROS PARABÉNS ao Fernando Cardoso Leitão Miranda no seu aniversário e desejamos longa e feliz existência a este nosso amigo, na companhia de sua esposa e restante família e juntamente com os muitos amigos que comungam com ele a alegria da vida.

Contacto: tel. 919 783 001

NOTA: «“A amizade com Deus e a amizade com os outros é uma mesma coisa, não podemos separar uma da outra” (Santa Teresa D’Ávila).» In "Click to Pray"

FUNDÃO-PINTOR-ESCRITOR-AGRICULTOR

30.07.20 | asal
Passeando pelo Facebook, encontro esta pérola, com a história de um dos nossos. Ainda por cima, o Juncal do Campo anda-me na cabeça nos últimos dias, razão que os leitores destas páginas descobrem com facilidade. Assim, decidi mostrar aos amigos esta história inacabada do Francisco Amaro, que muitos de nós conhecemos, pela pena leve e sabedora de outro beirão, o António Alves Fernandes. 
No final do texto, uma mostra de vários trabalhos do artista pintor escritor agricultor!!! AH 
 

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Francisco Silva Amaro nasceu em 1948, na freguesia do Juncal do Campo, concelho de Castelo Branco, espaço povoado por povos antigos que exploravam minérios, mais tarde ocupado por Romanos e Mouros. D. Afonso Henriques doou estes territórios à Ordem do Templo.

A sua origem deve-se a terra de muitos juncos, ervas que proporcionavam pastagens para os gados, que conjuntamente com a agricultura eram o sustento daquela população.
Incorporado na vida militar, obrigam-no a frequentar o Curso de Comandos, com o célebre General Jaime Neves no Panteão Nacional, em Lamego, mas depressa se desenvencilhou da guerra, para a qual não estava vocacionado nem motivado, por diversas razões. Faz recruta como cabo miliciano nas Caldas da Rainha e tira a especialidade de Minas e Armadilhas, na Escola Pratica De Engenharia em Tancos.
 
Depressa, como furriel miliciano, é mobilizado para o Norte de Angola, Zona de Carmona, em Aldeia Viçosa – que colonos oriundos daquela freguesia do concelho da Guarda, baptizaram com aquele nome. 
Já no serviço militar, manifesta a veia poética: “branco, branco/branco negro/negro, negro/negro branco/um dia/ hei-de inventar/o cinzento.”
Foi funcionário do Ministério das Finanças e da Administração Pública, passando por Castelo Branco e Covilhã e, em 1974, escolheu a cidade do Fundão para residir.
Nos tempos livres dedica-se à poesia, à pintura, ao associativismo, à agricultura e ainda colabora com vários jornais regionais, Jornal Reconquista e Beira Baixa de Castelo Branco, Notícias da Covilhã, Jornal do Fundão e Director do Jornal Voz do Juncal.
Desempenha uma acção importante na Defesa do Associativismo e sempre de acordo com os respectivos estatutos, na Adega Cooperativa do Fundão, na Caixa Agrícola e no Club Ténis do Fundão.
 
Publica, em 1980, o livro “POEMAS DA MINHA RUA”, que segundo o jornalista Luís de Matos da Costa, na “Voz do Juncal”, nº 4, «são versos de libertação num tempo de guerra. São a denúncia serena, objetiva ou mordaz da guerra e do fascismo. Das suas contradições também. Até porque “numa guerra para morrer/há sempre um presidente a aclamar” … Não posso deixar de transcrever este poema: “um dia/disse à cidade/que era dia/na rua da liberdade/tropecei nos ministros/caí na lama.”»
 
Em 1995, publica a segunda obra, “À JANELA DA VIDA”, sobre a qual escreveu o jornalista e escritor Fernando Paulouro Neves: «Um conjunto de poemas que, como o título sugere, traduz múltiplas referências ao percurso pessoal do autor pontuando, às vezes, essa matéria/vida com uma deliberada ironia (contra convencionalismos burocráticos ou morais), ou trazendo à lembrança o Zeca Afonso – “Ó Zeca/vê se passas por aqui/um destes dias/é urgente.”»
Em 2005, sai “A PORTA”, sobre a qual escreveu a investigadora literária e docente, Margarida Gil dos Reis: «O fascínio pela descrição real, com toda a sua complexidade, mesmo ao nível do pormenor, não descuida a perceção da realidade como algo profundamente ambíguo, num emaranhado do tempo e dos espaços. (…) Este livro, um álbum imaginário de histórias, viagens, paródias, alerta-nos para a necessidade de transpor os limites, a barreira que pode ser “a porta”. (…) Esta que é uma viagem sem fim, que foi e continuará a ser o nosso presente.»
 
A par da vertente poética, cultiva ainda a pintura, na Rua da Cale “ Cale uma rua com Vida “, situada na Zona Histórica do Fundão, outrora um espaço de diversidade comercial, onde tudo se vendia e comprava, e nada faltava. Na actualidade estão a fazer-se esforços para lhe dar uma nova vida, mas nunca será como antes.
 
Sobe-se e, junto ao primeiro largo, quase em frente ao Fotos Rosel, um dos melhores fotógrafos portugueses, está a oficina de pintura amArtes, de Francisco Silva Amaro. Outrora era “A LOJA DO CHÁ”, que não vendia chás, mas sim tecidos, miudezas, botões, propriedade de António Ramos. Ao lado vivia uma tia de Amália Rodrigues, que algumas vezes comprou guarda-chuvas ao empregado Adriano Brito Reis. Este empregado lembra que num ano «a Senhora D. Amália Rodrigues, que estava a viver com um familiar, preparou-se para ir à romaria de Castelejo Santa Luzia, começou a chover e comprou aqueles guarda-chuvas, com forte armação de madeira, tão forte, que dava para partir umas costelas, e distribuiu-os por algumas acompanhantes.”
 
Naquele atelier, Francisco Amaro, nas suas horas vagas, dedica-se a pintar a Beira Baixa, paisagens, monumentos, gentes, ruas, casas… sem esquecer o património do Fundão.
Segundo Francisco Amaro, «estes quadros pretendem homenagear este chão, outrora calcorreado pelos nossos antepassados. É minha obrigação respeitar, e se possível alargar, essa memória para o presente e o futuro.”

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No meio de tantas obras pintadas, e quando dava o último retoque num quadro com aspectos rurais, o seu pensamento levou-o para o dia seguinte, em que seria necessário regar a horta.

Caro leitor, se passar pela Rua da Cale, nº125, no Fundão, entre na Oficina amARTES e, com calma, irá apreciar as suas telas fascinantes, que nos fazem sonhar.
 
António Alves Fernandes e sua foto (que também merece!)
Julho/2020
 

Faleceu o Pires da Costa

29.07.20 | asal

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É com grande consternação que comunico a todos os amigos o triste acontecimento:

O António Valentim Pires da Costa faleceu!

O filho acaba de me dizer que o velório é hoje no Montijo, na capela junto ao cemitério. E o funeral deste nosso grande amigo é já amanhã às 15 horas na mesma capela, com missa de corpo presente.

Perpassam-me pela mente os momentos bonitos de conversas sem fim que tivemos, os textos poéticos e outros que ele enviava para o nosso blogue e ainda a sua presença amiga nos nossos encontros. 

A vida é longa e é curta. E todos estamos na fila...

Que Deus te receba na sua PAZ! E vai olhando para nós, até ao nosso futuro encontro nessa casa grande de felicidade onde todos cabem.

AH

Aniversário

29.07.20 | asal

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Estamos hoje a dar PARABÉNS ao nosso colega P. João Alves Mendonça, nos seus 77 anos. Presentemente é Pároco de Santo André das Tojeiras e Sarzedas.

Desejamos-lhe saúde, energia e as bênçãos de Deus para cumprir suas tarefas com alegria e felicidade.

Contacto: tel.  966 297 655

 

NOTA: «É preciso lutar contra o sentimento pessimista de que não vale a pena, ou o conformismo de que jamais poderemos alterar seja o que for.» 

Bagão Félix in "Família Cristã" -Julho/Agosto 2020

As mortes trágicas de Proença

28.07.20 | asal

Porque são acontecimentos que tocam muito os beirões do Pinhal, trago para aqui as palavras bem oportunas do amigo C. António Assunção. Eu não conseguia dizer... AH

 

COINCIDÊNCIA, ACASO, FATALIDADE?!… DESAFIO?!...

 

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No mesmo mês – 17 e 28 Julho 2020 – Proença-a-Nova esteve “nas bocas do mundo “ por dois acontecimentos contraditórios: duas “tragédias” com dois dos seus jovens… e dois “elogios” motivados pelo testemunho de vida desses mesmos jovens…
A testemunhá-lo as mais altas personalidades deste “jardim à beira mar plantado”, e acontecendo nos dois momentos, a presença de responsáveis da Administração Interna, num, o Ministro e no outro, a Secretária de Estado.
Com o povo santo de Deus, também estiveram presentes dois Bispos: Dom Rui Valério da Diocese das Forças Armadas e Segurança para a celebração das Exéquias da Cabo VÂNIA MARTINS, da GNR, de 31 anos, na Igreja das Moitas e Dom Antonino Dias da Diocese de Portalegre – Castelo Branco para a celebração das Exéquias do Bombeiro DIOGO DIAS, de 21 anos, na Igreja do Peral.
Tudo tão próximo… mesmo as povoações de duas freguesias do concelho que os viram nascer, crescer e morrer…
Nestas circunstâncias as palavras não chegam para exprimir o essencial… e as lágrimas dão o sal para saborear com o coração magoado o mistério dos acontecimentos da vida e da história das pessoas e da Nação… quando iluminadas pelas Cinco Chagas (de Cristo) presentes na Bandeira Nacional.
Na verdade, a vida destes dois jovens proencenses falou mais alto e foi apresentada pelos respectivos bispos como testemunho e certamente como desafio…
“Estamos gratos e reconhecidos à Cabo Vânia porque, pela sua fé, vivida e testemunhada, nos recordou como ser Guarda e ser pessoa é viver absorvido por aquilo que só um ser humano sente, vive e consigo transporta”, disse Dom Rui Valério.
“O Diogo Dias vivia comprometido com a vida e com os outros", sendo "um jovem de fé, altruísta e generoso"… por isso “este silêncio incomoda, interpela e as respostas nunca nos satisfazem" disse Dom Antonino Dias.
Agora é tempo para agradecer, para rezar (Descansem em Paz), para contemplar o testemunho de fé e de serviço aos outros, para… e para, porventura, ganhar ânimo para que estes exemplos juvenis não caiam no esquecimento do “saco roto”, mas sejam “luz no candelabro” e sempre desafio para quem queira aprender a viver para servir.

António Assunção

Aniversários

28.07.20 | asal

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Hoje faz anos o Amável André, de Freixial do Campo, nascido no longínquo 1935, colega de viagem no seminário dos António Valentim, Rito, Manuel Pereira, Júlio, Fernando Leitão, Curado...

Cursou Direito na Universidade de Lisboa, trabalhou no Banco de Portugal e vive em Almada. Um dia destes ainda o vemos nos nossos encontros.

PARABÉNS, Amável, e votos de muita saúde e longa vida, fruída com felicidade. Contacto: tel. 933 760 582

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Dia de aniversário também para o José Cruz, nascido em 1957. 

Na sua pág. do Facebook diz que é mecânico e vive em Alcains.

Assim, os PARABÉNS deste grupo para o nosso amigo, a quem desejamos as maiores felicidades.

Também não temos contacto telefónico.

 

NOTA: Enquanto vocês fazem anos eu pensei num título para um texto que vou escrever para o livro sobre o Seminário de Alcains. Se ele vos disser alguma coisa, escrevam também. O título é:

«MEDOS E VERGONHAS».

DE NOVO A DESGRAÇA DOS INCÊNDIOS

27.07.20 | asal

O Sr. Bispo presente!

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A nossa Diocese de Portalegre-Castelo Branco, mais uma vez está a ser tragicamente atingida pelos incêndios. Um flagelo constante, que mata, faz sofrer, angustia.

Quanta dor nas populações, quanto sofrimento, quanta aflição, quanto desânimo e quanta mais pobreza a curto e a longo prazo!
Sentindo-nos pequeninos e impotentes perante tanta calamidade, apresentamos as nossas mais sentidas condolências à família do jovem Diogo Dias, Bombeiro de 21 anos que, na primavera de vida tão promissora, foi vítima de trágico acidente neste incêndio.
Que descanses em paz, amigo Diogo.
Manifestamos a nossa proximidade e gratidão junto das Corporações dos Bombeiros que, de forma tão abnegada, atuam no terreno. Exprimimos a nossa comunhão junto dos Senhores Presidentes das Câmaras Municipais de Oleiros, Sertã e Proença-a-Nova, das Juntas de Freguesia, dos Senhores Padres das Paróquias atingidas, e, particular e afetuosamente, junto das queridas populações tão sofridas. Formulamos votos de rápidas melhoras aos outros Bombeiros que foram vítimas do mesmo acidente.
Estando a acompanhar, com tristeza, tais acontecimentos com a fúria do fogo, apelo à união de toda a Diocese para que, fazendo o que devemos fazer, não deixemos de rezar ao nosso Deus que, em Jesus Cristo, se revelou um Deus próximo de cada experiência humana, sobretudo a experiência da dor e do sofrimento. Que n’Ele todos possam encontrar a serenidade e a força para darmos as mãos e, na caridade cristã, nos valermos uns aos outros.

Antonino Eugénio Fernandes Dias
Bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco
Dia dos Avós - 26-07-2020

Convento de N.ª Sr.ª do Bom Sucesso - Belém

27.07.20 | asal

IMG_20200125_115415.jpgHoje vou falar do Convento de N.ª Sr.ª do Bom Sucesso que em boa hora visitámos. Situa-se na continuação para poente da rua que passa pelo mosteiro dos Jerónimos. Não é fácil esta visita, a não ser na hora da reza do terço. Mas para nós a Diretora do Colégio abriu-nos as portas e acompanhou-nos (sim, agora a Igreja está ligada a um colégio feminino no espaço que antes era convento das freiras dominicanas irlandesas, que conseguiram ser acolhidas em Portugal no tempo das guerras religiosas entre católicos e protestantes).

E que maravilha de Igreja! O retábulo do altar-mor é de uma riqueza visual extrema, com um baldaquino profundo sustentado por oito colunas de jaspe e ainda atapetado nas paredes com mármores de várias cores que dão ao conjunto um ar barroco evidente. Ao centro, ainda vemos um grande relicário de prata, encimado por uma coroa real. Noto também a profusão de imagens de santos e a pintura no fundo.
Para além da capela-mor, admirámos todo o conjunto em formato octogonal, com uma cúpula rosada e ainda ricos altares laterais (6) com bela talha dourada, mais imagens de santos dominicanos e ainda as pinturas do séc. XVIII.  As fotos ajudam a imaginar o que nós lá sentimos.
Visitámos ainda o antigo convento das freiras irlandesas de clausura, que daqui saíram em 1955, o claustro e o coro, onde elas rezavam e olhavam para a capela-mor, por detrás das grades. Olhem, verifiquei que elas eram muito baixas, dada a pouca altura dos cadeirais em que se sentavam!
Muitas histórias ouvimos destas freirinhas ciosas dos seus bens e dos seus valores. E também muito sofreram com a expulsão das ordens religiosas no regime liberal e com o advento da República. Quem ganhou foram as meninas que lá foram educadas quando o convento se converteu obrigatoriamente em centro educativo.
Para além das fotos, podem ver o vídeo da RTP, com a orientação sempre profissional da Paula Moura Pinheiro, assessorada aqui pelo Dr. Miguel Soromenho, que também orientou a nossa visita.
 
António Henriques
 

 

https://www.rtp.pt/play/p7378/e484388/visita-guiada 
 
 
 

 

Aniversário

27.07.20 | asal

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Mais um em Julho...

Hoje celebra o seu 62.º aniversário o Manuel da Conceição Mendes, diácono permanente adstrito ao serviço das Paróquias de Abrantes e Alferrarede e a morar na Chaínça.

Damos-lhe os PARABÉNS e desejamos a este amigo muita saúde e sucesso no trabalho a que se dedica ao serviço do povo de Deus.

Contacto: tel. 241 361 396 

"Decidir onde ir e com quem ir é uma questão de vida ou de morte", alerta a OMS.

Celebrar Amália Rodrigues - 100 anos (1)

27.07.20 | asal
Meu caro Henriques
Debaixo de uma tempestade de nuvens negras, trazidas pelos ventos quentes que sopram dos martirizados concelhos de Oleiros, Sertã e Proença, aí te envio mais uma singela colaboração.
Sendo Amália das nossas terras beirãs, não podia passar sem uma singela homenagem a esta diva do Fado, nossa embaixadora mundial.
Nas semanas seguintes, continuarei este tema que tem muito para nos desvendar.
Boas férias para a tua família e para os nossos companheiros de jornada. Até sempre
abraços para todos.
Florentino Beirão

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As complexas raízes do Fado

Como tem sido apregoado pelos órgãos de comunicação social, a genial e inesquecível fadista Amália Rodrigues (1920-1999) terá, ao longo deste ano, múltiplas ações comemorativas nacionais, para assinalar o seu nascimento, ocorrido em 1920.

Dentro deste ambiente festivo, penso que será oportuno revisitar a História do Fado, tentando inserir neste movimento cultural esta fadista. Com o seu enorme talento, deixou sementes fecundas para que, após a sua morte, os que se sentiam vocacionados para seguir as suas pisadas, a ela recorressem, como fonte inesgotável de inspiração. Deixemos por hoje a história desta diva – ficará para depois - e quedemo-nos tão só, na longa e complexa História do Fado, tentando descobrir as suas complexas raízes.

Os vários investigadores deste género musical têm dúvidas, acerca das origens desta canção popular, identitária do nosso país, sobretudo de Lisboa, que mereceu ser declarada pela UNESCO em 2011, Património Imaterial da Humanidade, um caso singular mundial.

 Para alguns historiadores, a canção fadista poderá ter eventuais influências árabes, sido iniciada nas proas dos navios, cantada pelos marinheiros. Por isso, o fado, considerado o mais antigo, é o Fado do Marinheiro. Com o passar dos anos, este género foi tornando-se o modelo inspirativo de outros tipos de fados, como o Fado Corrido que surgiu, logo a seguir. Posteriormente apareceu o Fado da Cotovia, cantado pelos fadistas que desta arte já faziam o seu modo de vida. Estes cantores, lentamente, foram-se instalando nas diversas Casas de Fado lisboetas, situadas nos bairros típicos, como Alfama, Madragoa, Bica, Mouraria e, sobretudo, no popular e típico Bairro Alto, residência de varinas, pescadores e marinheiros. Deste modo, o berço do fado, pelo que nos desvendam alguns estudiosos, nos seus primeiros tempos da sua vida, teria sido cantado nos bairros mais pobres, em tabernas e bordéis da capital do país. Razão pela qual, a Igreja não o via com muito bons olhos. O fado, cantado nestes ambientes chamava-se, por esta razão, Fado Vadio.

Noutra fase da sua evolução, em 1840, os fadistas, já profissionais, começaram a distinguir-se pela forma do seu traje e penteado, com o seu boné na cabeça, quando cantavam em público. Da parte das mulheres fadistas, quem não recorda ainda o típico xaile preto em que elas se envolviam, quando cantavam, em ambiente de silêncio e de uma certa escuridão, à luz das velas, com proibição de se baterem palmas aclamatórias, por parte do público? Nessas tertúlias fadistas não faltava ainda o caldo verde e o chouriço assado e “o senhor vinho”.

Note-se que foi nesta altura que a célebre e mítica fadista Maria Severa Onofriana (1820-1846), uma filha de cigano, viveu em alguns bairros lisboetas, tocando guitarra e cantando, nomeadamente, na típica Rua do Capelão. Na sua breve vida de aventuras e boémia, chegou mesmo a ser uma amante do Conde do Vimieiro. Este romance entre ambos acabou por ser tema de fados, nomeadamente de Fernanda Maria que, nos seus versos cantava: “fadistas chorai que ela (a Severa) morreu”. Por sua vez, Leitão de Barros, realizador de cinema, também a recordou num filme de 1931, sendo este o primeiro filme sonoro português.

Esta fadista singular, devido à vida que escolheu, acabou por morrer de tuberculose, com apenas 26 anos de idade. Durante a sua curta vida, viveu em vários bairros lisboetas, como prostituta e cantora do fado, ficando na memória do povo, como uma grande intérprete.

Há ainda quem opine “que o fado será o resultado de uma fusão histórica e cultural que ocorreu em Lisboa, na segunda metade do séc. XIX, embalado nas correntes do Romantismo, com apelos à desgraça, ao destino, à saudade, à angústia e ao desgosto.

Por sua vez, outros historiadores desta canção, revelam-nos que no séc. XIX, em 1880, o fado entrou também em ambientes aristocráticos, cantado em salões, com ritmos mais elaborados e com letras mais eruditas, destinado a ser consumido por um público mais exigente.

Note-se que, na fase mais antiga da história do Fado, os seus versos, cantados nos meios mais pobres de Lisboa, eram facilmente memorizados, permitindo a sua rápida assimilação e difusão pelo povo. Foi no meio desta complexidade histórica que o fado se foi impondo e medrando até ao séc. XX, revelando a sua riqueza melódica, apoiada pelo trinar plangente da sempre presente guitarra portuguesa.

florentinobeirao@hotmail.com

Aniversário

26.07.20 | asal

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Celebra hoje o seu 83.º aniversário o P. António Escarameia, Pároco de Vila Velha de Ródão, Fratel e Perais, grande músico, organista-mor do seminário de Portalegre nos tempos em que por lá andámos. E que grande homem! O P. Milheiro, sempre a organizar semanas culturais, encontrava sempre no António Escarameia uma boa-vontade para ele se encarregar de preparar um ou dois (ou três) temas para essas semanas. Eu encarregava-me de um temazinho literário, mas o António Escarameia arcava com tudo o que era música... Belos tempos!

Caro amigo, aqui ficam os PARABÉNS deste grupo que te admira e gosta de ti. Que Deus te abençoe e que a saúde não te falte para continuares com alegria a servir os outros.

Contacto: tel. 966 365 188

Palavra do Sr. Bispo

25.07.20 | asal

AS FESTAS CRISTÃS MERECEM ATENÇÃO!...

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Foi com a palavra que Jesus conquistou o coração das pessoas que vinham ao seu encontro ou das quais Ele se abeirava. Todos ficavam maravilhados com o que Ele dizia, pois falava como quem tem autoridade. De entre os seus discípulos, escolheu doze, a quem chamou Apóstolos. Chamou-os para estarem com Ele. Constituiu-os em corpo colegial estável, com Pedro a presidir. Enviou-os a pregar por toda a parte sob a assistência do Espírito Santo e com uma autoridade que não se cifraria em termos de poder mas de serviço. Por sua vez, os fiéis leigos, participantes também, a seu modo, do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, são chamados a exercer esta mesma missão de ir e anunciar segundo a sua própria condição e circunstâncias concretas da sua vida, em comunhão eclesial. A fé nasce da pregação. Quem anuncia não se anuncia a si mesmo, mas a Cristo Jesus, o Senhor, que se entregou por nós, por amor, para nos salvar. Caminhar com alegria entre o abraço que Deus Pai nos deu aquando do nosso Batismo e o abraço que o mesmo Pai misericordioso espera dar-nos aquando da chegada à sua glória é o desafio (cf. EG144). “O pregador tem a belíssima e difícil missão de unir os corações que se amam: o do Senhor e os do seu povo” (EG143). Por isso, o Papa Francisco refere que quem não se prepara “é desonesto e irresponsável quanto aos dons que recebeu” (EG145). E todos nós, clérigos e leigos, pais e mães, confrarias e irmandades, comissões de festas e outras instituições eclesiais e agentes da pastoral, todos temos de bater com a mão no peito. Nem sempre estamos à altura da responsabilidade que nos cabe. Todos somos destinatários da evangelização, é certo. Mas todos somos também protagonistas da mesma, somos evangelizadores, anunciadores, pregadores, pela palavra e pelo testemunho, como verdadeiros discípulos. O Senhor confiou em nós, embora as circunstâncias, as funções, os tempos e o espaço de ação sejam diferentes. E agora que alguns cristãos deixam de viver uma adesão cordial à Igreja na sua rica diversidade e se encostam a este ou àquele grupo, diferente e especial (EG98), ou se julgam portadores duma verdade subjetiva própria que nada mais vê senão a concretização dos seus desejos pessoais, é sempre muito mais exigente a evangelização e o modo de a fazer.
É por isso que todas as oportunidades que surgem para anunciar e avivar a fé das pessoas devem ser bem preparadas e bem aproveitadas. Quem ama quer o bem do outro. Uma festa religiosa, mesmo no meio de toda a alegria que a envolve, é uma dessas oportunidades. Deus quer alcançar a todos pela força da sua Palavra. Isso acontece através da iniciativa e da linguagem humana, em fidelidade ao Espírito. É evidente que nesta preparação se deve envolver toda a comunidade cristã. Se todos se estimularem uns aos outros, todos virão a beneficiar. Por isso, a própria sensibilização para esta preparação não deve ser entendida como uma tarefa apenas do Pároco e dos seus colaboradores mais próximos, nem estes a devem centralizar em si. É de toda a comunidade, a começar pelas famílias com todo o seu agregado familiar, os filhos precisam de perceber isso pelo testemunho dos pais. É importante que se possa auscultar o sentir da comunidade sobre qual a melhor formação neste ano ou para esta festa, e ser bem ponderada a melhor hora, ou horas, para a formação. Manter a hora que é costume, só porque é costume, e manter o mesmo estilo pastoral ou nenhum, empobrece e desmotiva as pessoas. Quem orienta essas formações e momentos de oração deve preparar-se o melhor possível para o fazer com sabedoria e humildade, de forma simples, direta, clara e adaptada, como a Igreja nos pede. Nesse caminho, não deve faltar o apelo à conversão e a disponibilidade, a horas convenientes, para o atendimento das pessoas no Sacramento da Reconciliação.
É de bom senso que “os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que `à auto preservação” (EG27). Como refere a última Instrução sobre a conversão pastoral da comunidade paroquial ao serviço da missão evangelizadora da Igreja, “a mera repetição de atividade sem incidência na vida das pessoas concretas, permanece uma tentativa estéril de sobrevivência, diversas vezes acolhida pela indiferença geral. Caso não se viva o dinamismo espiritual comum da evangelização, a paróquia corre o risco de se tornar autorreferencial e de se esclerosar” (Instrução da Congregação do Clero, n. 17, 29/06/2020).
Se a vivência cristã da festa implica preparação, as Comissões de Festas devem ter este objetivo como prioritário. Não podem esquecer a sua missão e responsabilidade e deveriam ser as primeiras a provocar a reflexão e a programação conjunta para todos se sentirem comprometidos em alcançar os objetivos traçados. Sabemos que há, por vezes, dificuldade em reunir com estes responsáveis. Muitas vezes até vivem um pouco à margem da comunidade cristã e apresentam-se com todos os direitos e nenhuns deveres. No entanto, já é importante o facto de quererem colaborar. Sem quebrar a cana rachada ou apagar a torcida que ainda fumega (Is 42,3; Mt 12,20), tudo deve ser conseguido em clima de empatia e diálogo fraterno. Muita coisa acontece, ou não acontece, por ignorância das normas, por falta de formação cristã, por falta de acolhimento amigo, por não haver disponibilidade para o diálogo sem preconceitos. Só desarmados e em ambiente de abertura será possível “ver a realidade com os olhos de Deus, na ótica da unidade e da comunhão” (F. 12/06/2019). Embora não seja a única instância de evangelização, o Papa Francisco afirma que a paróquia “possui uma grande plasticidade, pode assumir formas muito diferentes que requerem a docilidade e a criatividade missionária do Pastor e da comunidade”. E acrescenta que temos de reconhecer que o apelo à revisão e renovação das paróquias ainda não deu o fruto suficiente» (cf. EG28). Na sua longa história, a paróquia foi respondendo às exigências pastorais na diversidade dos tempos e das mudanças culturais. E os tempos não param. Como refere a Instrução já citada, hoje, a “rapidez das alterações, a mudança dos modelos culturais, a facilidade para as deslocações e a velocidade da comunicação estão a transformar a perceção do espaço e do tempo” (n.8). O vínculo com o território paroquial “tende a ser sempre menos observado, os lugares de pertença tornam-se múltiplos e corre-se o risco das relações interpessoais se dissolverem no mundo virtual sem compromisso nem responsabilidade com o próprio contexto relacional” (n. 9).
A nossa missão é viver a tempo o nosso próprio tempo. O tempo que nos é dado viver é este com todos os seus avanços e retrocessos, com todas as suas conquistas e desafios. Caminhemos com esperança. Quem nos enviou deu-nos o seu Espírito, confiou em nós. Não defraudemos a confiança que ELE em nós depositou.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 24-07-2020.

Aniversário

25.07.20 | asal

FELIZ ANIVERSÁRIO, JOAQUIM MENDEIROS PEDRO!

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Numa aldeia alentejana, há 73 anos nascia este menino, que foi crescendo, estudando nos seminários e mais tarde na Faculdade de Direito. Profissionalizou-se a defender a justiça, coisa importante neste mundo cheio de problemas...

Mas para que estou eu a falar de alguém que todos conhecem, que todos admiram e a quem todos estão agradecidos pelo seu empenho em deixar o mundo melhor? Na associação dos antigos alunos dos seminários, vemos sempre o Joaquim Mendeiros à frente das boas causas, atento, vigilante, bem intencionado, cheio de energia para acometer novos desafios. Começamos assim por te agradecer estares connosco e à nossa frente, cheio da alegria e do entusiasmo com que abraças as tarefas a que te comprometes.

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Depois, vêm os habituais PARABÉNS POR MAIS UM ANIVERSÁRIO, com o desejo profundo de que sejas feliz por muitos anos, na companhia da tua Adelina, filhos e netas, e de todos nós, teus amigos e admiradores. A foto que publico tem muita razão de ser: é que também fez anos há dois dias a sua esposa, Adelina Pedro, que o acompanha pelos caminhos da vida com todo o gosto e carinho. Para ela também os nossos PARABÉNS!

Contacto: tel. 969 015 114

Aniversários

24.07.20 | asal

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Hoje faz anos o Manuel Carrilho, um alentejano de Gáfete, sereno e alegre, a quem saudamos efusivamente (ainda brincámos no seminário!) neste seu aniversário.

E já lá vão 78 anos... Aparece para celebrarmos a amizade!

Aqui deixamos os PARABÉNS deste grupo que te quer bem. E desejamos-te saúde e muita felicidade. Publicamos o teu n.º de telefone quando o enviares...

 

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Também hoje é o aniversário do Ilídio Pinto Cardoso, de Castelo Branco e a viver em Ponte de Sor, trabalhando na Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano, segundo diz a sua pág. do Facebook.

A este nosso colega damos os PARABÉNS e desejamos longa vida com saúde e realização dos seus anseios.

Ilídio, há gente a pensar em ti. Mas não temos contacto telefónico.

Manuel Nunes em destaque

23.07.20 | asal

Alegra-nos ver um dos nossos em lugares de destaque na sociedade. Copio de "Reconquista" este texto do José Júlio Cruz, em que se reporta que o nosso amigo Manuel Nunes assume lugar no Conselho Diretivo da Ordem dos Dentistas. Com os nossos parabéns, vai um voto de bom trabalho na defesa da saúde oral dos portugueses, que bem precisa de atenção. Ainda neste dia 15/07, nós lhe demos parabéns de aniversário... AH

Dentistas: Manuel Nunes integra conselho diretivo da Ordem

José Júlio Cruz - 23/07/2020 - 9:30 in "Reconquista"

"Defesa rígida dos valores da profissão e valorização do papel dos representantes regionais estão entre os compromissos".

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O médico dentista albicastrense Manuel Lourenço Nunes (à esquerda na foto) passou a integrar o Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) desde o passado sábado, dia 18, altura em que com os seus pares tomou posse. As respetivas eleições reportam a 27 de junho, tendo a vitória da lista A de que fazia parte com 75% dos votos eleito Miguel Pavão como novo Bastonário da classe.

Em termos genéricos, a nova equipa preconiza a “defesa intransigente da relação médico dentista – doente”, bem como o “associar da medicina dentária aos pilares da medicina”, sem perder de vista a “defesa rígida dos valores éticos e do Código Deontológico na prática quotidiana da profissão”, como Manuel Nunes faz questão de frisar ao Reconquista.

Reforçar a capacidade de intervenção da OMD com uma postura de compromisso, de elevação e sem conflitos de interesse é outro dos pilares que fazem parte dos compromissos agora assumidos, bem como a tentativa de “tornar a OMD uma instituição próxima e com envolvimento real por parte dos seus membros, reforçando o papel dos representantes regionais para esse fim”.

“Valorizar o ato médico dentário, lutando para impedir atos médicos gratuitos em convenções/seguros/planos de saúde, na defesa do interesse dos doentes e da saúde pública oral”, está ainda entre os objetivos da equipa liderada a partir de agora por Miguel Pavão.

Fundamentalmente, desde este momento, como Manuel Nunes confidenciou ao Reconquista, passam a existir seis eixos de atuação prioritária na OMD, a saber: “Minimizar os efeitos da pandemia entre os médicos dentistas; Defender a Saúde Oral dos portugueses; Adequar os numerus clausus às necessidades existentes em Portugal; Defender a Medicina Dentária da mercantilização das grandes empresas; Rever as políticas de saúde oral, nomeadamente no SNS; e reformular o cheque dentista”.

Para além disso, como o mesmo responsável realça, esta ordem profissional e os seus órgãos sociais pretendem “representar toda a classe, a nível nacional, tratando todos com equidade”. “Tentando perceber quais os problemas existentes e a melhor forma de procurar uma solução e, logicamente, que havendo em Castelo Branco alguém que integra o Conselho Diretivo, mais facilmente os colegas têm o desejado acesso para se fazerem ouvir para exporem os problemas que os atormentam e que a OMD poderá, dentro das suas funções plasmadas na lei, ajudar a resolver”, acrescenta.

A cerimónia de tomada de posse teve lugar no sábado em Braga no Altice Forum, tendo marcado presença na mesma representantes de sociedades científicas, o secretário de Estado da presidência do conselho de ministros (também ele médico dentista, André Moz Caldas) o presidente da ARS do Norte, Carlos Nunes, o Bastonário da Ordem dos Médicos, entre outros bastonários e o presidente do Infarmed, o também albicastrense Rui Santos Ivo, entre outras personalidades nacionais e de cariz mais regional.

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