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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

EU PEQUENO ME CONFESSO

31.03.20 | asal

Sem mais palavras, vamos já ler esta preciosidade. Na Sertã, o António Gil Martins Dias ainda caminhava assim com a esposa, cheio de genica... AH

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Ontem sonhei com o passado. Estava à conversa com determinada figura feminina, na companhia de três antigos companheiros, dois do seminário, o Zé Ventura e o P. Fernando Farinha e um outro, já falecido, o saudoso companheiro de profissão, P. Zé Luís, do Preciosíssimo Sangue.

 Ora, com tais comparsas, e pese embora a presença feminina, que, obviamente, não vou identificar, a conversa só poderia ser sobre futebol. Na verdade, estávamos, em presença, um famoso tridente atacante que teve relevância futebolística no seminário de Portalegre, nos finais de sessenta, e que, com prejuízo por vezes das canónicas pós-almoço, disputava com correrias de má consciência a primazia de jogar de baixo para cima no campo de futebol, escapando assim às cansativas reposições das bolas transviadas barreira-a-baixo. E claro que veio à baila, com evidente necessidade de afirmação da minha parte, elemento mais frágil daquele grupo, a grande jogatana que o Fernando Farinha organizou contra a equipa representativa de Proença-a-Nova, a partir de um misto que compôs com amigos das Cimadas e arredores, nos quais nos incluímos os quatro, o Zé na direita, eu na esquerda, o Farinha no meio, a mandá-las lá para dentro e o Zé Luís atrás, autêntico varredor de área, e tão boa conta demos do recado que a vitória nos sorriu por 6 a 2. Desta jornada tão épica para mim, antecedida de uma caminhada de cerca de 8 km, distância entre a Isna de S. Carlos e Proença, só tenho pena de ter deixado partir o Zé Luís, sem ter ficado com uma cópia da foto de conjunto que ele possuía.

E foi com este entusiasmo que, depois, a “malta do pinho”, como em Portalegre os distinguiam, em bom futebolês, dos do “calhau”, se organizou, nas férias do Verão, para irem ganhar também à Sertã, com a ajuda preciosa desse predador de avançados que dava pelo nome de Miguel Farinha, outro “doidinho da bola”, e também à Idanha, graças à velha carrinha do pai do Fernando, “calhau” e “pinho” unidos em torno do mesmo objetivo, e com o apoio, entre outros, do Zé Rolo, limpámos tudo por números expressivos. Mas como não há bela sem senão, esfumaram-se os nossos sonhos de verão no exíguo e irregular campo da devesa, na Sobreira Formosa, vergados com copiosa derrota pelos vizinhos do António Henriques, comandados pelo velho Lino, e vergastados pelos gritinhos sibilantes lançados com algumas inoportunas pedrinhas da barreira circundante pelas esganiçadas conterrâneas do Andrade.

E eu, que sempre tive a pretensão de saber interpretar os sonhos, acho que devo este ao meu netinho Manuel, de oito anos, que só pensa em jogar à bola pelas salas da casa e só muito contrariado se senta para os deveres da escola nesta ausência forçada da mestra, fazendo-me lembrar do meu próprio percurso escolar, muito mais virado para a brincadeira do que para o estudo, abrindo sensível lacuna na minha preparação científica, a ponto de me poder quase autorretratar como Álvaro de Campos, em algumas das passagens do poema Tabacaria.

Ah! Como aprecio as capacidades interpretativas e sobretudo narrativas da História, de um Tó Manel ou do Florentino; a bagagem filosófica e discursiva do Pissarra e do Jana; os vastos conhecimentos humanísticos do João Lopes; a veia artística e consistentemente progressista do Colaço; a crença e dedicação inamovível de toda a direção, com o Mendeiros à cabeça; o talento, ânimo e resiliência do AH.

Não, não dou por perdido o meu tempo de seminário. De lá trouxe uma boa capacidade interpretativa da realidade, levando a vida com a consciência do dever cumprido, sabendo marcar as distâncias entre a exuberância e a mediocridade. Vivo o tempo marcando-o impressivamente de sensibilidade e bom senso. Para mim, o seminário foi sempre a minha segunda família e o companheirismo, que sempre privilegiei, isentou-me de alguns possíveis traumas, por que por vezes passam os mais suscetíveis com a disciplina monástica a que éramos sujeitos. Não, o seminário não teve culpa das minhas limitações científicas, eu sou pequeno por culpa própria e o meu complexo de inferioridade, que por vezes vem ao de cima nos meus sonhos, agora mais frequentes neste tempo de clausura sem horários, não me chega a traumatizar. Sim, o sonho aconteceu mesmo e a vigília que se lhe seguiu serviu de pretexto para esquematizar a possibilidade de comunicar com alguns dos que nos são familiares, que são muitos mais, evidentemente, para que nos predispõe este tempo de clausura forçada. Evidentemente que não poderia referir todos os protagonistas dos acontecimentos a que faço alusão, até na esperança de que alguns deles se permitam sair da sombra para me aviventar as recordações, isso é que seria bom!

 E com a catarse resultante desta penitente confissão, fico-me só pela primeira estrofe do Tabacaria: ”Não sou nada./Nunca serei nada./Não posso querer ser nada./À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”

                                                                                                                                              Gil 31/03/20

Mais novidades

31.03.20 | asal

Enquanto o Tó Manel anda para aí a explicar o dito "Tudo como antes - Quartel General em Abrantes", que eu já reproduzi no nosso blogue, eu vou tentando arranjar novidade. Nada como ele, que diariamente nos informa do "estado do sítio" e redondezas de Mação e Proença.

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Não saio de casa, mas este cantinho e estas cadeiras suportam-me durante horas e aqui trabalho...

E ao investigar os intestinos deste blogue - aparelho complicado, que às vezes me deixa aflito, sem saber como sair da situação (aquelas fotos que aparecem lá no alto à esquerda às vezes só mostram os pés ou algumas cabeças! Um dia ainda vos mostro!...), eis que descubro mais algumas novidades que vão enriquecer este ANIMUS SEMPER, um instrumento de comunicação ao serviço de muitos interessados.

Desta vez, consegui introduzir duas novidades na coluna da esquerda:

1 - Aparece agora o espaço para Mensagens, em que devem incluir o nome ou email e enviar. Talvez seja mais fácil do que escrever comentários no local certo.

2 - Mas para mim, a maior novidade é o aparecimento dos comentários recentes visíveis a todos, eles que ficavam escondidos por debaixo do título de cada post. Para lhes dar visibilidade, às vezes trazia-os "à superfície" publicando-os como posts (textos). E o João Lopes agora vai ficar favorecido! Digo isto porque ele é o maior comentarista do ANIMUS SEMPER (em frequência e qualidade!), não tirando valor aos restantes, que todos são bem-vindos.

Assim, o blogue é, neste momento, um rico e variado mostruário dos textos dos últimos dias e semanas. 

NOTA: Resta-me ainda sugerir que utilizem o PESQUISAR para entrarem por dentro de todo o blogue, desde o mês de julho de 2016. Escrevam um nome e verão as novidades que aparecem.

Termino agora. Hoje, foi uma lição de metalinguagem, à volta das redes sociais. Não saiam de casa!

AH 

Aniversário

31.03.20 | asal

Hoje faz 64 anos o P. Carlos Manuel Farinha Gabriel, que a imprensa revela como um grande lutador. Por exemplo, no CM, entre outras informações, vi estas:

P. Carlos Gabriel.jpg« PERFIL Carlos Manuel Farinha Gabriel nasceu há 50 anos em Vilar do Ruivo, Fundada, no concelho de Vila de Rei. Tem uma irmã. O pai era pedreiro e a mãe doméstica. Inspirado por um sacerdote missionário que vivia na aldeia, entrou para o seminário de Tomar aos dez anos. Foi ordenado padre em 1981 e faz parte dos Missionários da Boa Nova. Trabalhou na Zâmbia 12 anos e está desde 1996 na África do Sul, onde lidera o Fórum Português Contra o Crime. É capelão da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Benoni, Joanesburgo.» Desse tempo, também podemos ver a entrevista que deu à RTP1 em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/entrevista-ao-padre-carlos-gabriel/ e é desse tempo a foto que apresentamos.  O Anuário Católico dá-o presentemente como «Capelão de Emigrantes, em Londres», incluído no clero da diocese de Portalegre e Castelo Branco. 

A este missionário damos os PARABÉNS, desejando-lhe saúde e energia ao serviço do reino de Deus.

Contacto: tel. 91723344 / 961040415

INFORMAÇÃO

30.03.20 | asal

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS DA DIOCESE DE PORTALEGRE E CASTELO BRANCO

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COMISSÃO ANTIGOS ALUNOS SPCB

                                                          (comasalpcb@gmail.com)

                                                               (asal.mail@sapo.pt)

 

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Bons Amigos, chegados ao fim de março, carregados com o peso do isolamento social a que todos nos sentimos obrigados, vimos dar-vos uma palavra em nome da Comissão, conscientes de que somos um grupo em interação e com algo de comum que nos afeta.

1 – Esta seria a ocasião para começarmos a falar insistentemente no Encontro de Alcains marcado para 16 de maio. Todos nos calámos há um mês, dada a situação para onde esta pandemia nos atirou.

Partilhamos convosco os sentimentos de dor, cansaço e aborrecimento em que decorrem agora os nossos dias, convencidos de que a união de todos no mesmo pensar e viver também nos conforta. Estamos no mesmo barco e apontamos todos para uma libertação ainda longínqua, que traga a normalidade nas relações sociais entre todos.

2 - Assim, dado que os técnicos da saúde apontam para o fim de maio como o pico da pandemia, é inteiramente impossível realizar o Encontro de Alcains.

Vamos adiar para 15 de maio de 2021 o Encontro de comemoração dos 90 anos do Seminário.

Pendente fica também a impressão do livro sobre o nosso Seminário, que estava em preparação sob a orientação do Florentino Beirão e com a colaboração de todos os que nele querem exarar o seu testemunho. Já chegaram alguns, mas pedimos que não se eximam de deixar lá um caso ou um agradecimento do que o Seminário foi para cada um.

A todos deixamos um abraço de amizade, com votos de muita saúde.

Saudações Associativas

30 de março de 2020

A Comissão Administrativa

Aniversário

30.03.20 | asal

Hoje temos o Paulo Alves!

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Nasceu em 30-03-1973 e hoje vive no Carregado. Casado e com dois rebentos muito felizes.

Assim, aqui deixo ao Paulo os PARABÉNS deste grupo com raízes nos seminários de Portalegre e Castelo Branco, desejando-lhe as maiores felicidades por uma longa vida. E não esqueças, Paulo, que melhor que as relações virtuais são os encontros reais com os outros que viveram as mesmas experiências. Mas sem o Covid-19, naturalmente!

Contacto: tel. 966 080 422

Concerto "Fica em Casa"

29.03.20 | asal

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Os artistas têm animado as nossas clausuras com toda a boa vontade. Às nossas casas chegam, graças a Deus, muitas propostas a quebrar o gelo do nosso isolamento. Uma destas é a do MedioTejo ( mediotejo.net - Ontem às 23:27Concerto #FicaEmCasa (parte 3).

 
Estou a publicitar a participação do nosso amigo António Colaço no concerto de ontem através da plataforma Médio Tejo. O António Colaço a falar e a tocar a partir do minuto 11,15.
 
Convém dizer aos amigos que o Colaço também se interroga sobre a realidade da Igreja hoje, com um Papa sozinho a arrostar o peso do mundo subindo à chuva para o altar da Praça de S. Pedro.
E neste momento ganha importância a igreja doméstica, sendo a multidão das igrejas domésticas a força atual da Igreja na sua catolicidade.
 

https://www.facebook.com/mediotejo.net/videos/513727132606797/?t=11 

Motivos para termos esperança!

29.03.20 | asal

CORAÇÕES AO ALTO!

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Tive hoje uma longa conversa com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor que me encheu de esperança nestes tempos particularmente sombrios. Sobretudo por ver que, no meio do caos, há quem consiga ter visão e esteja a tirar partido daquilo que Portugal tem de melhor nos campos da Ciência e Tecnologia. Manuel Heitor está a envolver activamente a comunidade científica e tecnológica portuguesa – que tem enormes capacidades, como ontem descrevi – para a mobilização geral nesta guerra.

Vou tentar descrever algumas das frentes nesta batalha muito menos visível, mas talvez não menos importante, do que a frente estritamente médica. São notícias desta frente de batalha que trago hoje.

Manuel Heitor, em estreita colaboração com outros membros do Governo e líderes de instituições científicas, está a proceder à identificação e valorização de um conjunto de iniciativas e projectos de base científica e tecnológica com implementação imediata e eficaz para entrarem em acção nesta guerra. Serão as nossas “armas secretas” para esta guerra. Eis os exemplos mais impressionantes.

1. O teste de diagnóstico por PCR implementado pelo Instituto de Medicina Molecular (IMM) (que ontem descrevi no post “Testes: a solução está em Portugal”) está certificado e validado pelo Instituto Ricardo Jorge e está pronto para entrar em acção. Usa reagentes produzidos em Portugal pela empresa de biotecnologia NZYTech. O teste do IMM permitirá ainda estimar a carga viral, que poderá ser relevante na avaliação do prognóstico clínico.

2. Um dos materiais em falta para a implementação dos testes tem sido a falta de zaragatoas. A Iberomoldes, da Marinha Grande, sob a liderança de Joaquim Meneses, reconverteu a sua linha de montagem no espaço de um dia de forma a produzir zaragatoas. Na próxima segunda-feira deverá dispôr de 40.000 para entrega imediata.

3. O teste do IMM vai ser produzido em grande quantidade e o objectivo é que seja aplicado em unidades próprias por todo o País. A aplicação dos testes aos lares de idosos é muito importante e particularmente critica e urgente. Está a ser implementada em coordenação directa com a Ministra do Trabalho e Segurança Social (MTSS), Ana Mendes Godinho, e com a Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) em articulação com a Segurança Social. Exige uma operação muito sensível de logística, para recolher amostras e aplicar as medidas necessárias de isolamento dos idosos contagiados. Estão a ser recolhidos apoios de mecenas e voluntários pelo MTSS.

4. A tradição portuguesa nas Biociências está mais ligada à área da Imunologia, não da Virologia. No entanto, outras unidades de investigação de excelência (IGC, ITQB, CEDOC) estão a reorientar a sua investigação com efeitos imediatos para poder ajudar nesta luta.

5. A Biosurfit, empresa portuguesa de Biotecnologia sediada na Azambuja, em particular dispositivos médicos e testes PCR, reorientou a sua actividade para o desenvolvimento de novo processo de triagem “SMART”, que está já em implementação Hospital de campanha instalado na Cruz Vermelha Portuguesa e arrancará na segunda-feira. Este sistema permite antecipar a detecção dos processos de maior risco ainda antes de o paciente ter marcados problemas respiratórios, facilitando a prevenção da propagação do COVID: um dos grandes problemas deste vírus são os pacientes “invisíveis”, que estão espalhados pela população sem noção de que estão infectados e contagiosos.

6. O CEIIA, centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produtos sediado em Matosinhos e virado para a indústria aeronáutica, onde trabalha mais de uma centena de engenheiros aeroespaciais, foi reconvertido para realizar o desenvolvimento de ventiladores invasivos, em estreita colaboração com a Escola de Medicina da Universidade do Minho e a indústria. A capacidade de produção é de 100 ventiladores até ao final de Abril, 400 até ao final de Maio e, caso seja necessário, 10.000 até ao final do ano. (Da próxima vez que me vierem dizer “mas para que é que Portugal precisa de engenheiros aeroespaciais?”, já sei o que responder). Para o transporte dos materiais necessários está a ser mobilizada a linha logística da SONAE.

7. Embora a indústria têxtil e de vestuário seja forte em Portugal, ela está virada para a moda. Em particular, em regime normal Portugal não produz material para utilização médica (luvas, batas, máscaras, fatos isolantes) tendo de o importar. O CITEVE (Centro de Centro Tecnológico Indústrias Têxtil Vestuário de Portugal) reorientou a sua actividade para o desenvolvimento e produção destes Equipamentos de Protecção Individual, estando em estrita colaboração com a indústria, estando toda a operação a ser conduzida em estreita articulação com o Ministro da Economia

8. Finalmente, é muito bom saber que a FCT está a apoiar a DGS na preparação de uma plataforma de dados de acesso aberto. A DGS não tem neste momento os dados organizados e codificados de uma forma que permita o seu tratamento com as ferramentas da Ciência de Dados, permitindo extrair toda a informação relevante. E sem informação sobre o inimigo dificilmente poderemos ganhar a guerra.

É este o caminho. Temos competências em Portugal, temos inteligência em Portugal, temos Ciência e Tecnologia em Portugal, temos indústria em Portugal. Temos tudo! Falta apenas colocar as rodas em movimento.

Foi muito repetido que este é um estado de guerra; mas ainda não construímos uma economia de guerra. Mobilizemos tudo o que o País tem de melhor, recrutemos cientistas, inventemos tecnologias, reorientemos indústrias. Este é uma guerra que o Estado sozinho não pode ganhar. Temos de mobilizar a sociedade civil e saber aproveitar tudo o que ela tem para dar.

No meio do caos, há algumas razões para esperança. O tempo urge.

Corações ao alto!

Jorge Buescu, 28/3/2020

Nome completo: Jorge Sebastião de Lemos Carvalhão Buescu 
Data de nascimento: 20 Junho, 1964 
Local: Lisboa

Habilitações Literárias:
 Doutoramento em  Matemática 
Profissão: Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática 

Aniversário

29.03.20 | asal

VIVA O CIPRIANO!

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É bom fazeres parte deste grupo, daqueles para quem o Gavião foi marcante nas nossas vidas, como também tu reconheces na tua página do Facebook!

Reformado de motorista nos "Horários do Funchal", o Cipriano Pires vive agora em Castelo Branco. Da idade não falo, pois não sei quuantos anos tem, mas pela foto está bem conservado.

Meu amigo, PARABÉNS por mais um, com votos de longa vida cheia de felicidade. Vê lá quando te juntas ao grupo. Conviver sem Covid-19 é bom!

Contacto: tel. 966 273 574

Palavra do Papa

28.03.20 | asal

Ontem, naquela praça inusitadamente vazia e chuvosa, o Santo Padre falou ao mundo, apelando à nossa fé e confiança: não vamos ter medo, não estamos sozinhos! AH

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«Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.

Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).

Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.

A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.

Com a tempestade, caiu a maquilhagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.

O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.

Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.

«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Ped 5, 7).

Palavra do Sr. Bispo

28.03.20 | asal

CARLO ACUTIS MARCOU A DIFERENÇA

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Em outubro de 2006, falecia Carlo Acutis, um jovenzito que soube marcar a diferença. Embora tivesse nascido, em 1991, em Londres, foi Milão que o viu crescer. Cheio de vida e alegre como todos os jovens, a todos cativava pela sua serenidade e entusiasmo contagiante. Tornou-se popular e muito apreciado. A sua história despertou profunda admiração e comoveu muitíssima gente. Dotado de uma inteligência acima da média e apaixonado pela vida, entendera bem o chamamento à santidade e quanto bem podia fazer pelos outros. Educado cristãmente e exercitado nas virtudes cristãs, a Eucaristia era para ele um bem precioso, indispensável, a autoestrada para o céu. São Francisco era o seu grande santo de devoção. Gostava de Assis, esteve em Fátima, tinha devoção ao Anjo da Guarda e à oração do terço diário, frequentava os sacramentos. Na escola onde iniciou os estudos, desenvolveu a sua paixão pelos computadores. Criou um site dedicado aos milagres eucarísticos e à vida dos santos, procurando ajudar aqueles que desejavam marcar a diferença. Das Filipinas a Cabo Verde, do Brasil à China, em todo o mundo está presente esta sua herança espiritual.
Tal como Chiara Luce Badano, da qual falei na semana passada, Carlo Acutis é outro para além dos doze jovens que o Papa Francisco, no documento conclusivo do Sínodo sobre os Jovens, apresenta como um dos santos que, não conhecendo a idade adulta, deixou o testemunho de uma “outra forma de viver a juventude”. Fez “brilhar os traços da idade juvenil em toda a sua beleza”. Tornou-se profeta da mudança. O Papa Francisco ao falar aos jovens do mundo inteiro, aos jovens que tanto apreciam a web e as redes sociais e vivem mergulhados numa cultura cada vez mais digitalizada, nunca deixa de alertar. Ao mesmo tempo que realça, com esperança, a enorme capacidade dos jovens para colocarem em marcha uma Igreja em saída, uma Igreja em busca da renovação e da sua eterna juventude, ele escreve assim: “é verdade que o mundo digital pode expor-te ao risco de te fechares em ti mesmo, de isolamento ou do prazer vazio. Mas não esqueças a existência de jovens que, também nestas áreas, são criativos e às vezes geniais. É o caso do jovem Venerável Carlo Acutis. Ele sabia muito bem que estes mecanismos da comunicação, da publicidade e das redes sociais podem ser utilizados para nos tornar sujeitos adormecidos, dependentes do consumo e das novidades que podemos comprar, obcecados pelo tempo livre, fechados na negatividade. Mas ele soube usar as novas técnicas de comunicação para transmitir o Evangelho, para comunicar valores e beleza. Não caiu na armadilha. Via que muitos jovens, embora parecendo diferentes, na verdade acabam por ser iguais aos outros, correndo atrás do que os poderosos lhes impõem através dos mecanismos de consumo e aturdimento. Assim, não deixam brotar os dons que o Senhor lhes deu, não colocam à disposição deste mundo as capacidades tão pessoais e únicas que Deus semeou em cada um. Na verdade, «todos nascem – dizia Carlos – como originais, mas muitos morrem como fotocópias». Não deixes que isto te aconteça! Não deixes que te roubem a esperança e a alegria, que te narcotizem para te usar como escravo dos seus interesses. Ousa ser mais, porque o teu ser é mais importante do que qualquer outra coisa; não precisas de ter nem de parecer. Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado. Invoca o Espírito Santo e caminha, confiante, para a grande meta: a santidade. Assim, não serás uma fotocópia; serás plenamente tu mesmo (CV104-107).
Com apenas 15 anos, uma grave doença, uma leucemia fulminante de tipo m3, bateu à porta de Carlo Acutis. Entrou enraivecida em sua casa e não houve medicina que a esconjurasse. Em apenas um mês, Carlo Acutis partia para junto do Senhor, a quem amava e anunciava. Se seus pais viviam com dor estes momentos, ele manifestava-se preocupado com isso, agradecia ao pessoal de saúde, vivia o dia a dia com intensidade, fixado no essencial: "Estar sempre junto com Jesus: este é o meu plano de vida". Esperando a partida para junto de Deus, ofereceu todos os seus sofrimentos ao Senhor pela Igreja e pelo Papa.
Pela sua grande devoção a São Francisco, foi sepultado em Assis. No enterro, havia migrantes, alguns muçulmanos e hinduístas que o conheciam pelos seus passeios pelo bairro. Alguém conta que ele levava comida a um sem abrigo, deu um saco de dormir a um idoso que dormia sobre papelão, doava as suas mesadas para os frades capuchinhos. Era austero com ele próprio, como conta a sua mãe: “Uma vez, ele não gostou nem um pouco quando eu comprei um par de sapatos que ele achou supérfluos. Ele treinava a força de vontade. E dizia que ‘o problema é motivar a vontade. A única coisa que nós temos que pedir a Deus na oração é a vontade de ser santos’”.
Um amigo confessou a sua aproximação à fé devido ao testemunho de Carlo. A postuladora para a causa dos Santos da Arquidiocese de Milão, afirmou que a fé de Carlo Acutis era "singular": "levava-o a ser sempre sincero consigo mesmo e com os outros (...) era sensível aos problemas e às situações dos seus amigos, dos companheiros, das pessoas que viviam perto dele e de quem o encontrava dia a dia". Declarada a sua venerabilidade, está em curso a causa da sua beatificação.
A Sagrada Escritura refere que “até os jovens se cansam e afadigam; até os rapazes tropeçam e caem, mas os que põem a sua esperança em Deus renovam as suas forças, abrem asas como as águias, correm e não se fatigam, caminham e não se cansam” (Is 40, 30-31).

Antonino Dias
Portalegre-castelo Branco, 27-03-2020.

Tudo como antes...

28.03.20 | asal

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“TUDO COMO ANTES, QUARTEL-GENERAL EM ABRANTES” será a melhor forma de reportar “o estado do sítio” nesta sexta-feira, dia 27/03, dada a ausência que novidades relativamente ao dia de ontem.

De onde vem aquela expressão bastante conhecida e muito citada? Não existe uma garantia da sua origem.
O comum das pessoas e a maior parte dos estudiosos locais remete-a para o tempo da primeira invasão francesa (Novembro de 1807) quando Junot, a mando de Napoleão, invadiu Portugal, chegou a Abrantes e esperou um pouco pela reunificação do exército invasor cujas divisões tinham seguido dois percursos diferentes (um pela serra das Talhadas, Sobreira, Proença, Cardigos e outro mais a sul pelo Perdigão, Envendos e Mação) antes de avançar para Lisboa. Como os mensageiros reais que chegavam a Lisboa estivessem sempre a repetir que em Abrantes o Junot estava parado a aguardar e que ainda não tinha marchado para Lisboa, daí: “Tudo como antes, quartel-general em Abrantes…”
Apresento outra hipótese que me parece mais razoável. Um pouco antes, em 1762, estava em Portugal o Conde de Lippe, a mando do Marquês de Pombal, a reorganizar o nosso exército, quando aconteceu uma invasão franco-espanhola que chegou a ter a sua frente de combate na região da Serra das Talhadas que havia sido fortificada com uma linha defensiva. Trata-se de um prolongamento da famosa Guerra dos Sete Anos que, em Portugal, recebeu o nome de “Guerra Fantástica” porque teve pouca razão de ser e porque os contentores, no fundo, nunca chegaram a combater verdadeiramente em qualquer batalha parecendo mais interessados em marcar presença mostrando-se que propriamente se confrontarem. A verdade é que estando o exército invasor nas Sarzedas, a frente das forças anglo-portuguesas fixava-se nas Talhadas, perto da Sobreira Formosa, do Alvito e de Proença-a-Nova. O Conde de Lippe, comandante das forças nacionais, havia fixado o seu Quartel-General em Abrantes, chegando a deslocá-lo para Mação, e todos os dias enviava mensageiros à frente para conhecimento de novidades. Como a Guerra era mesmo “Fantástica”, as notícias eram sempre as mesmas, dia após dia, e em Abrantes começou a circular o dito: “Quartel-General em Abrantes, tudo com antes.”

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Inclino-me para a razoabilidade desta segunda hipótese pela razão simples de que a permanência de Junot em Abrantes (1807) se limitou a dois dias antes de avançar para Lisboa. Dois dias dariam para criar a habituação do “Tudo como antes”? Pelo contrário, a permanência das tropas beligerantes na região das Talhadas durante vários dias talvez tivesse permitido criar alguma rotina nas informações que depois passou a ser ridicularizada…

Digo eu…
(NOTA: Para saber mais sobre as TALHADAS e o CONDE de LIPPE, clicar em: http://www.altotejo.org/acafa/acafa_n5.html )

Vales, aos 27 dias do mês de Março de 2020

 

Aniversários na quarentena

28.03.20 | asal

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MAIS DOIS ANIVERSARIANTES!

- Primeiro, é o José Duque, que celebra a festa com a sua família.

Vindo das calendas de 28-03-48, aqui está ele cheio de força e capaz de viver mais uns bons aninhos. O que são 72? Eu passei por lá e tudo correu bem!

Parabéns, amigo! Sê muito feliz e cheio de saúde por muitos anos, com esposa e restante família. E não esqueças: gostamos mesmo de te ver na Parreirinha ou em Alcains.

 Contacto: tel. 917 546 327

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Olha, José Duque, entrei na vossa intimidade e vi a vossa filha e netos a dar-te os parabéns à distância, com as prendas em sacos à vossa porta. Realmente, estamos a passar dias difíceis, nem um abraço nos aconchega. Esta surpresa é também para quem por aqui passar, à última hora.

Acabo de ver um filme que diz que os humanos só alteram hábitos em frente do precipício. Será para nós esse princípio do precipício?

 

 

 

 

 

- Depois vem o  EUGÉNIO BRANCO!

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Nascido em 28-03-49, sabemos que o Eugénio vive em Castelo Branco e dele não temos mais informações. Pode ser que com o tempo saibamos mais. Mas parece que a música é o seu primeiro entretenimento...

Amigo, queremos dar-te os PARABÉNS por mais uma primavera, a dos 71... E que tenhas saúde e felicidade por muitos anos. 

Contacto: tel. 966 433 955

A Justiça ficou vesga?

26.03.20 | asal

Um rombo na confiança

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Ao longo das poucas décadas em que vivemos em democracia, nunca a nossa Justiça deu tantos motivos de suspeição, devido ao modo como, supostamente, três juízes lidaram nos tribunais com alguns processos. Quando o tema da Justiça, por motivos pouco recomendados, abre os noticiários das televisões e se encontra nas primeiras páginas dos jornais, é porque se encontra de pouca saúde. O que recentemente se terá passado no Tribunal da Relação de Lisboa deixou o país perplexo, em estado de choque.
 A forte suspeita de que, neste órgão da Justiça, se encontra infiltrada a promiscuidade e a corrupção, atingiu uma tão elevada gravidade, que poderá colocar em causa o nosso Estado de Direito, lançando a desconfiança nos cidadãos. Como sabemos, não há democracia sem uma Justiça isenta, acessível, célere e igual para todos. A imagem que a representa de olhos vendados e com uma balança na mão é bem o símbolo da sua retidão para com todos, ricos ou pobres. Os cidadãos, segundo este ideal, deveriam poder confiar na Justiça dos homens, caso tenham que recorrer aos seus serviços.
Como sabemos, ao longo da história, nas sociedades organizadas, dotadas de uma complexa vida em sociedade, desde a Suméria à Grécia, do povo judaico à civilização romana, da Idade - Média à Moderna, o órgão judicial sempre foi um dos pilares fundamentais destes povos. Se eles não conseguiram viver em comunidade sem uma instituição judicial, hoje, mais do que nunca, a confiança neste Órgão do Estado, jamais poderá ser abalada, sobretudo numa sociedade democrática que a tem como base. Porém, a realidade, por vezes, em alguns casos, terá sido bem diversa. Senão vejamos.
Como foi largamente noticiado, alguns juízes, em cargos de grande responsabilidade, poderão ter fugido à obrigação, segundo a qual, os processos judiciais devem ser atribuídos aleatoriamente, em sorteio, para evitar alguma possível corrupção. Em vez desta norma legal, três juízes terão fintado a lei, pois alguns processos foram atribuídos manualmente, sabe-se lá com que intenção, no Tribunal da Relação de Lisboa.
Devido a este rombo na Justiça, o qual envolve pelo menos três Procuradores, o Conselho Nacional da Magistratura, já fez sair um comunicado no qual admite fortes indícios de abuso de poder, na distribuição de alguns processos.
Perante estes factos, António Piçarra, um notável idanhense, Presidente do Supremo Tribunal da Justiça, veio logo a público comentar estas suspeitas afirmando que, com tais procedimentos, “a confiança na Justiça foi abalada e afetada de forma grave e, se confirmarem estas fundamentadas suspeitas, os juízos em causa devem ser, imediatamente expulsos”.
Aqui chegados, impõe-se s seguinte pergunta. Poderemos nós, daqui para a frente, esquecermos todos estas supostas ilegalidade e continuarmos a confiar, totalmente, na Justiça do nosso país?
Para a maioria dos cidadãos estas nódoas negras ficarão, durante muito tempo, a manchar a marca da nossa Justiça. Porém, apesar da sua enorme gravidade, não nos poderá levar a tomar uma atitude de uma desconfiança total, no nosso sistema judicial. O facto de haver diversas instituições de controlo pode oferecer-nos alguma segurança, face aos casos em que terá sido seriamente abalada. Neste caso, o Ministério Público assim que descobriu indícios de atuações incorretas e ilegais, logo as levou ao Conselho Nacional da Magistratura o qual, imediatamente ordenou uma investigação rápida e implacável a estes juízes desembargadores, os quais poderão incorrer em processos disciplinares e serem expulsos. E não seria caso inédito na nossa Justiça. Outros casos, já mereceram esta penalização. É que, não há uma democracia sã e adulta, sem uma Justiça que mereça total confiança dos cidadãos.
Mas se ouvirmos a população em geral, a viver muito à base de perceções e emoções, acumuladas ao longo da sua vida, a sua confiança na Justiça já se encontra bastante abalada. Depois desta machadada, certamente, mais difícil se tornará a confiar nela.
Num recente programa da rádio TSF, aberto aos ouvintes, num inquérito que lhes fez, chegou à conclusão que 97% dos inquiridos manifestaram a opinião de que o caso dos três juízes tinha posto em causa a credibilidade da nossa Justiça. A confirmarem-se tais dados, o impacto na população foi de tal monta que a reputação deste órgão de soberania não vai ser reabilitado tão cedo. Se queremos reconquistar a confiança na nossa abalada Justiça, é hora de arrepiar caminho.

florentinobeirao@hotmail.com

Aniversário

26.03.20 | asal

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Hoje, está de parabéns o Felismino Prata dos Santos, de Cafede, que terá entrado no Gavião em 1954. Trabalhou na Direcção Geral das Alfândegas e agora vive em Castelo Branco.

PARABÉNS, Felismino Prata. Muitos e bons anos, com saúde... 

Há muito que não nos encontramos. Possivelmente, nem em 16 de Maio em Alcains. Que vida esta!!!

Não temos contacto telefónico.

Comentários - regras

25.03.20 | asal

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O BLOGUE PEDE SEMPRE UMA FOTO...

O tema de hoje não me sugeria nenhuma.

Então, desculpem trazer para aqui a foto destes velhotes, que, mesmo em isolamento e confinamento nos metros quadrados da nossa casa, continuam a celebrar a vida, agora com 45 anos de casados.

(Por favor, não comentem! Alegrem-se somente!) AH

 

Agora segue o texto de hoje:

Ultimamente têm surgido vários comentários que surgem anónimos no post, embora as suas mensagens tenham as melhores intenções e, por isso, não os elimino.

O comentário no post é tão individual que eu, como editor, não lhe posso tocar, nem para acrescentar uma vírgula ou corrigir um erro.

Tenho escrito já várias vezes que no fim do comentário devem sempre escrever o vosso nome, sem o qual ele fica anónimo. É que eu nem sei quem o escreveu ou o enviou, pois nem tenho acesso ao email do emitente.

Um dos que já cumpre bem as regras é o João Lopes, que tem enriquecido o ANIMUS SEMPER com textos muito ricos. Obrigado, João.

Finalmente, alegro-me em nome do grupo ao ver como chegamos quase às 400 visualizações nos últimos dias. Meteram-nos na prisão e agora vingamo-nos com o computador mais tempo ocupado.

Assim vão os últimos 30 dias. E dado tal interesse de muita gente, mais uma vez peço a vossa colaboração para o nosso blogue continuar a trazer novidade. AH

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