Há pessoas assim, com interesse e com nível, não envelhecem. Sempre humildes, sempre jovens apesar da idade, sempre sonhadoras e sempre de mangas arregaçadas a desafiar a construção dum mundo mais justo, mais humano e mais fraterno, independentemente da crença, raça ou cultura.
Ainda a contas com o Encontro “A Economia de Francisco” a acontecer no próximo mês, o Papa, num encontro com os membros do Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, anunciou a sua intenção de fomentar, em maio próximo, um outro acontecimento mundial que terá como objetivo ajudar a “unir esforços numa ampla aliança educativa para formar pessoas maduras, capazes de superar fragmentações e contrastes e reconstruir o tecido das relações em ordem a uma humanidade mais fraterna”. E voltou a falar de tal assunto aos académicos de algumas das mais conceituadas universidades do mundo, reunidos em Roma, neste mês de fevereiro, num encontro cujo tema foi “Educação: o Pacto Global”. É necessário, diz ele, “construir uma «aldeia da educação», onde, na diversidade, se partilhe o compromisso de gerar uma rede de relações humanas e abertas”. A caminhada conjunta desta «aldeia da educação» deve ter a coragem de colocar no centro a pessoa, de investir as melhores energias com criatividade e responsabilidade, de formar pessoas disponíveis para se colocarem ao serviço da comunidade. Mas deixemos, por ora, este novo encontro e voltemos a referir-nos àquele que foi há mais tempo anunciado. Como sabemos, o Papa Francisco, em maio do ano passado, escreveu aos jovens economistas, estudantes e académicos em Economia, estudantes de Mestrado, Doutorado, jovens pesquisadores, empresários e empresárias, empreendedores e protagonistas de mudanças, do mundo inteiro, a convidá-los para um encontro a decorrer de 26 a 28 de março próximo para tentar descobrir uma economia que faça viver e não mate, que inclua e não exclua, que humanize e não desumanize, que cuide da criação e não a devaste. Pretende estabelecer um pacto comum, “um processo de mudança global que veja em comunhão de intenções não apenas quantos têm o dom da fé, mas todos os homens de boa vontade, para além das diferenças de credo e de nacionalidade, unidos por um ideal de fraternidade atento sobretudo aos pobres e aos excluídos”. Alguém já definiu esta iniciativa como o Davos de Francisco. Os convidados não são os grandes financeiros e empresários do mundo das finanças já afirmados, mas economistas e empreendedores com menos de 35 anos. Já são mais de 3.300 os pedidos de participação, com 2.000 jovens credenciados, provenientes de 115 países, entre os quais de Portugal. É evidente que a complexidade dos sistemas económicos não se resolve com um toque de varinha mágica. Mas tudo ajuda a pensar e a repensar que algo tem de mudar para construir “uma nova economia à medida do homem e para o homem”. Com os jovens e através deles, o Papa, apelará “a alguns dos melhores estudiosos e estudiosas da ciência da economia, assim como a empresários e empresárias que hoje já se encontram comprometidos a nível mundial, por uma economia coerente com este cenário ideal”. Mas não serão os especialistas a criar a agenda aos jovens. Será o Papa que os convoca. Francisco confia nos jovens e sabe que as suas universidades, empresas e organizações “são canteiros de esperança para construir outras modalidades de entender a economia e o progresso, para combater a cultura do descarte, para dar voz a quantos não a têm, para propor novos estilos de vida”. Ele sabe que enquanto “o nosso sistema económico-social ainda produzir uma só vítima, e enquanto houver uma só pessoa descartada, não poderá haver a festa da fraternidade universal”. O Encontro terá lugar na inspiradora cidade de Assis, o lugar onde São Francisco se despojou “de toda a mundanidade para escolher Deus como Estrela polar da sua vida, fazendo-se pobre com os pobres, irmão universal. Da sua escolha de pobreza brotou também uma visão da economia que permanece extremamente atual. Ela pode dar esperança ao nosso amanhã, não apenas em benefício dos mais pobres, mas da humanidade inteira”. A cidade será dividia em 12 "aldeias", doze áreas da vida económica onde se refletirá sobre grandes temas e questões apresentadas pela economia de hoje e de amanhã. A iniciativa tem, pois, o nome de “Economia de Francisco”, em referência a São Francisco de Assis e ao Evangelho que “ele viveu em total coerência, inclusive nos planos económico e social”. Na sua Carta Encíclica Laudato Si, o Papa sublinhou que “é preciso corrigir os modelos de crescimento incapazes de garantir o respeito pelo meio ambiente, o acolhimento da vida, o cuidado da família, e equidade social, a dignidade dos trabalhadores e os direitos das gerações vindouras”. Ele vê nos jovens “a profecia de uma economia atenta à pessoa e ao meio ambiente”. Eles são portadores de “uma cultura corajosa e não têm medo de arriscar, são “capazes de ouvir com o coração os brados cada vez mais angustiantes da terra e dos seus pobres em busca de ajuda e de responsabilidade, ou seja, de alguém que “responda” e não olhe para o outro lado”.
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 28-02-2020.
É sexta-feira! E cá está a Parreirinha a dar notícias.
Eu hoje também lá fui e que grande surpresa me havia de calhar! O João Pires Antunes levou um vizinho e colega de cavaquinho na Universidade Sénior em Sacavém... E quem era? - O António dos Santos Lopes Xavier, engenheiro de profissão, com quem convivi no seminário por vários anos. Éramos 40 no longínquo ano letivo de 1950/51. Nos momentos que ali passámos, ainda lembrámos vários colegas e alguns momentos especiais. Um dia, no recreio do Gavião, a jogar à barra-bandeira, não é que aos nossos pés começa a abater o chão que pisávamos? Estava a ruir a cobertura da fossa dos esgotos! Felizmente todos conseguimos escapar do pior...
Hoje, ao almoço, o número cresceu para 12, o que naturalmente alegra a malta, a começar pelo Manel Pires Antunes, como no vídeo se ouve. Sim, que hoje o almoço até mereceu um vídeo... Isto é a continuação dos últimos dias, em que andei a passear por Aveiro e Portimão, de onde sairam os respetivos vídeos.
Atenção, mais uma vez se provou o que há de especial nestes simples almoços. Dizia o João Pires Antunes que estes momentos é que são o melhor da vida. Pois é, quem é que não gosta de voltar aos anos da juventude? Acrescento que Penha Garcia esteve em peso e até o Castiço nos trouxe de lá uns bons figos secos.
Mais notícias? O Nogueira já enviou para o Florentino mais um texto para o livro que se está a organizar para o dia 16 de Maio. O Abílio Martins já enviou outro. E mais um anda a caminho.
Também posso adiantar que já só faltam 160 € para a viagem do Colaço e do seu trabalho artístico a Estrasburgo. Grão a grão ou mão cheia a mão cheia, lá havemos de chegar. Espero que mais alguns fiquem com a alegria de ter ajudado a juntar 2.200 € para o Zeca levar ao Centro Cultural Português de Estrasburgo um pouco do Portugal de hoje. E ele quer levar lá outros colegas...
Agora olhem para estas caras. O resto são cantigas. Bom fim de semana a todos. AH
Na véspera do Carnaval, recebo um telefonema que não constava da minha lista. Quem será? Quando contactamos, era o José de Jesus André do outro lado. Estava em Albufeira e o Facebook dizia-lhe que eu estava em Portimão. Ele quer estar comigo, quer falar-me... Nós nunca tínhamos falado, para além dos cumprimentos normais no Encontro da Sertã.
É verdade que eu me empenhei pessoalmente na proposta que o Zeca apresentou ao grupo dos Antigos Alunos, sugerindo um apoio significativo para poder levar a obra artística do Colaço a Estrasburgo. Mas encontrarmos razões para quatro horas de conversa com gosto, com alegria, não é fácil. Vejam o que o Seminário fez a cada um de nós!...
Por detrás deste encontro extraordinário, existem muitas razões. Pudemos falar das vivências em comum, experiências ótimas, ou simplesmente boas e algumas desagradáveis. Pudemos ainda falar do presente de cada um, que a vida vai-nos obrigando a fazer mudanças. E ainda olhámos para o futuro, para os projetos de cada um. Sim, descobri no Zeca um homem de sonhos, pois «sem eles não se poderá entender a vida, a força da vida», escreveu neste sábado o nosso Cardeal Tolentino no Expresso. Homens de sonhos e homens de ação, digamos assim.
Curiosamente, as nossas esposas entenderam-se também perfeitamente, o que fez com que o carnaval se passasse com gosto portas adentro.
O vídeo que aqui fica, com os altos e baixos de uma conversa, fala de tudo isto. E convida os colegas a escreverem para o livro sobre o Seminário de Alcains e a não faltarem no dia 16 de maio. A decisão é de cada um. Ninguém deve andar a reboque dos outros.
Obrigado, Zeca e Fernanda, por virem estar connosco.
NOTA: Mudaste de nome neste carnaval, mas eu conheço-te, meu caro Pires da Costa. Retenho da última estrofe «sou prisioneiro da utopia», pois isso dá-me gosto de viver, mesmo no deserto! AH
Depois de vos ter mostrado a visita à Catedral e ao Museu de Santa Joana, atrevo-me a apresentar um vídeo (6 m) com as impressões gerais sobre a cidade: as casas, os canais, as ruas, os produtos, as outras igrejas...
É uma tentativa de construção difícil para um principiante (juntar imagem, som ao vivo e gravado, música, etc.), mas que, em dias de férias, me deu muito gozo. Desculpem as imperfeições!
Gostava de partilhar com os nossos companheiros do Animus mais algumas reflexões, penso que oportunas. Nada mais nada menos, relacionadas com o badalado e preocupante caso do coronavírus que está a colocar a humanidade em sentido. Partindo deste fenómeno viral, desço ainda ao mundo da política, para reflectir também sobre os vírus das nossas democracias que, insidiosamente, se vão instalando, cada vez mais, numa Europa à deriva.
Neste nosso mundo agitado por tantos e tamanhos perigos, saibamos manter a lucidez possível nas nossas vidas e preservar os valores em que ainda acreditamos. Num forte abraço
Florentino Beirão
Resistir aos ataques
O coronavírus, nascido lá para o oriente, na imensa e populosa China, como um polvo gigante, lentamente, tem vindo a estender os seus numerosos tentáculos aos quatro cantos do globo, devorando já mais de um milhar e meio de vidas. Perante este surto epidémico, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não se tem cansado de emitir continuados alertas, para que se encare este surto viral com todos os cuidados preventivos, para não se estender mais ainda. Esta calamidade que surgiu de um modo sorrateiro, numa populosa cidade chinesa, estendeu-se depois, com mais ou menos intensidade, pelos cinco continentes. Aliás, tem sido assim, ao longo da história das epidemias conhecidas desde tempos remotos, que geralmente tem acontecido. Uma das mais mortíferas pestes, matando cerca de um terço da população, surgiu na idade-média, no séc. XIV, ficando conhecida como a “peste negra”. E já no séc. XX, após a 1.ª guerra-mundial, “a gripe espanhola” dizimou igualmente uma parte significativa da população europeia, incluindo a portuguesa. Outros surtos têm surgido, com mais ou menos gravidade, ao longo dos tempos, com uma cadência de cerca de 100 anos.
Ao pensar a Quaresma importa que olhemos para a Páscoa. É o horizonte da caminhada que agora iniciamos. As metas e os objetivos definem, muitas vezes, a atitude, os itinerários, os meios e instrumentos, enfim a bagagem, que preparamos como necessária no momento de iniciar uma caminhada. A Páscoa é o mistério central do Cristianismo e da vida da Igreja. Significa que, no âmago da fé cristã e da comunhão eclesial, está o mistério pascal, o mistério da morte e ressurreição de Cristo. E há razões muito fortes para isso. Esse é o momento que testemunha como Cristo levou à plenitude a revelação de Deus e a revelação do homem. O processo de Jesus, a sua autoentrega na Cruz e a sua morte por amor revelam o sentido de cada palavra e de cada gesto da sua vida pública e revelam o rosto da misericórdia de Deus para a humanidade. Presença divina e condição humana encontram-se, entrelaçam-se e a história ganha um sentido e um sabor diferentes.
Como penitência pelo esquecimento, divulga a nossa boa disposição carnavalesca, hoje, na Parreirinha! Um abraço a todos os amigos que nos vejam. Término.... está a chegar a conta! Abraço.
Manel Pires Antunes
NOTA: Não foi partida de Carnaval, mas razões de trabalho acumulado que era preciso despachar hoje. Um abraço aos que não faltaram como eu e a todos os amigos por esse mundo fora.
Hoje, lembramos o Joaquim Silvério Mateus, que, nos seus 71 anos, cada vez mais começa a querer descansar e olhar para os amigos. E andamos com saudade de o ver, sinceramente. Esperamos que seja em Alcains a 16 de Maio...
É pelo blogue ANIMUS SEMPER que estamos a lembrar-te e felicitar-te.
MUITOS PARABÉNS, amigo! Que sejas muito feliz, com saúde e amigos.
É assim a vida. Com o tempo, vamos arranjando novos amigos nos vários encontros que acontecem entre os antigos alunos dos nossos seminários. Há uns anos atrás, nós não conhecíamos o Manuel Inácio e a Fernanda. Eles em Almada e nós na Amora.
Mas com uma amizade a crescer dia a dia, chega-se o momento em que surgem gestos especiais, novas intimidades. E o Manuel Inácio, o nosso decano nos seus 90 anos feitos, exigiu que fôssemos almoçar com eles. E fomos com muita alegria!
PALESTRA: “PEDRO DA FONSECA, O SANTO LENHO E A MISERICÓRDIA de P.N.”
Com organização da Real Associação da Beira Interior e o apoio da União de Freguesias de Proença a Nova e Peral, vai realizar-se, no próximo dia 27/02, pelas 18 h, no edifício da referida Junta, uma palestra subordinada ao tema: “PEDRO DA FONSECA, O SANTO LENHO e a MISERICÓRDIA DE PROENÇA-A-NOVA”. Será orador ANTÓNIO MANUEL MARTINS DA SILVA. Vamos conhecer melhor um dos cidadãos mais ilustres de Proença-a-Nova, com direito a estátua na Praça, mas ainda na bruma das memórias de muitos dos seus actuais conterrâneos. O CONVITE fica feito!
Se puderes, coloca no Animus este aviso, sugestão de leitura: no "Jornal I" de 20 de fevereiro, a entrevista de Theo Boer, crítico da despenalização na Holanda. Vale a pena ler! Um modelo de escrita da forma como se deve abordar um tema profundamente humanista. E que, em nome do dom da vida, cantemos até ao último suspiro, hinos de alegria. Mesmo com muito sofrimento. E eu sei do que falo. No sofrimento de uma operação ao coração, de peito aberto, a vida deu-me essa lição de humanidade e amor por todos.
João Lopes
Copiado do "Jornal I" trabalho de MARTA F. REIS20/02/2020 14:38
Investigador holandês é uma das vozes críticas da legalização da eutanásia no país e tem feito alertas sobre o efeito de rampa deslizante, usado como argumento contra a despenalização. Ao início estava a favor. Ao i, fala do que o fez mudar de opinião.
Theo Boer é professor de Ética dos Cuidados de Saúde na Universidade Teológica Protestante em Groningen. Durante quase dez anos pertenceu a um dos comités de revisão dos casos de eutanásia no país, onde participou na análise de mais de 4000 processos, e tem vindo a desenvolver estudos sobre o tema. Admite que a eutanásia pode ser uma solução em casos excecionais, mas defende que a legalização deixa as portas abertas para aceitar cada vez mais casos – e está convicto de que o mesmo acontecerá em Portugal.
Instalado no antigo convento das freiras dominicanas de clausura, para além do espólio que constitui o próprio património do convento, reúne uma vasta coleção de retábulos, colunas, imagens e pinturas provenientes de outros locais, o que valoriza sobremaneira os amplos espaços por onde se distribuem tantas obras de arte.
Em poucas palavras, tocou-nos logo à entrada o túmulo de Santa Joana, em mármores de várias cores, incrustados, o que torna a obra, vista em pormenor, de uma beleza fora de série.
Volto às 10 razões civis contra a EUTANÁSIA do nosso CARD. Tolentino Mendonça
Recordo o que me contou, emocionada, uma voluntária que trabalha há anos numa unidade oncológica: “ O que me faz impressão é o número de pessoas que morrem completamente sós.” Devia-nos impressionar a todos a desproteção familiar e social que tantos dos nossos contemporâneos experimentam precisamente na hora em que se deveriam sentir sustentados pela presença e pelo amor dos seus. A solução não é avançar para medidas extremas com a eutanásia, mas inspirar modelos de maior coesão, favorecendo práticas solidárias em vez de deixar correr a indiferença e o descarte.
Por trás da vontade de morrer subjaz sempre uma vontade ainda maior de viver, que não podemos não ouvir. Claro que a vida dá trabalho. Que o serviço à vida frágil, à vida na sua nudez, implica muitos sacrifícios e uma dedicação que parece maior do que as nossas forças. Mas coisa nenhuma é mais elevada do que essa. Talvez em vez dos heróis que sonambulamente festejamos,as nossas sociedades deveriam colocar os olhos no verdadeiro heroísmo: o heroísmo daqueles que enfrentam o caminho do sofrimento; o heroísmo daqueles que se dedicam ao cuidado dos outros como testemunhas de um amor incondicional.
As nossas sociedades têm de se perguntar se já fizeram tudo o que podiam fazer para promover e amparar a vida, sobretudo a daqueles que são mais frágeis.
Os paradigmas de felicidade da sociedade de consumo são paraísos artificiais talhados á medidos do indivíduo, que passa a preocupar-se apenas por si mesmo e que se apresenta como o seu começo e o seu fim. Em nome dessa felicidade assiste-se facilmente ao triunfo do egoísmo. Porém, a pergunta ancestral “ onde está o teu irmão?” será sempre um limiar inescusável na construção da felicidade autêntica.
Àqueles que, movidos pelos melhores sentimentos, veem na eutanásia um passo em frente da nossa civilização, recomendo a leitura do conto de James Salter intitulado “A Última Noite” ( Porto Editora,2016). Tem razão quem escreveu que a literatura é uma lente para olhar o humano.
Diga-se o que se disser, a vida é a coisa mais bela.