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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

O CORRIMÃO

22.12.19 | asal

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No Seminário do Gavião, à noite depois do jantar, tínhamos um longo recreio numa sala do primeiro andar.

Se ainda há quem se lembre, essa sala situava-se na parte nova do edifício do lado poente. Em frente à porta dessa sala, atravessando-se o corredor, começava uma escadaria com patamar ao meio que dava acesso ao rés-do-chão. Embora a escada tivesse um patamar, o corrimão não esquinado  dava a volta, de modo a podermos escorregar nele com os pés levantados até ao fim sem parar.
Eu e o Zé Dinis e por vezes o Carriço Goulão ausentávamo-nos, sorrateiramente, da sala e íamos escorregar vezes sem conta no referido corrimão, sempre às escuras e sem fazer barulho.
Acontece que, tal como nas corridas clandestinas de automóveis, a polícia acaba sempre por descobrir e prender aquela malta; também nós fomos descobertos, e num dia em que eu participava com o Zé Dinis aconteceu o inesperado.
O Zé Dinis foi o primeiro a escorregar e eu, a seguir, ao chegar ao fim, senti uma mão (desculpem a cacofonia) a interromper a minha chegada. Julgando ser a mão do Zé Dinis, disse: - ó Zé, tira a mão que eu ainda não cheguei ao fim. Sem tempo para pensar, levei uma tremenda bofetada do Reitor, Padre Falcão, que só disse: - eu já sabia desta brincadeira e vim vê-la e amanhã falamos.
No dia seguinte, fomos chamados ao quarto do Padre Falcão, que se situava na parte velha do edifício, e o castigo a ambos foi a semana de joelhos nas horas de estudo e recreio, excepto à quinta-feira, que tivemos ordem para ir ao passeio.
Muito tempo depois de sair do Seminário, quando o Padre Falcão já era Cónego, encontrei-o em Castelo Branco e recordamos este episódio com animação.
 
José Maria Lopes
 

Transformar ou transformar-se

22.12.19 | asal

Li há dias uma palavra do D. Tolentino Mendonça, no Expresso, que me ficou a matutar na cabeça.

Dizia ele que a nossa ânsia de tudo transformar para melhor se resume sobretudo a uma palavra mais forte e pessoal - "transformar-se".

Eu realmente reparo que são as pessoas que se transformaram por dentro e vivem com fortes convicções que são aquelas que mais me atraem, me chamam e se dedicam a causas sem esperar que outros os acompanhem. Não vivem apenas segundo as conveniências dos outros...

No emaranhado dos dias, dei comigo a ver este vídeo que amigos me enviaram, em que já não é do espírito  que se fala, é do próprio corpo. Naturalmente, salta-se do corpo para estádios mais elevados. Vejam bem: talvez tenhamos muito a fazer por nós próprios, sem queixumes.

Guardem 10 minutos para parar. Ou será muito?

AH

Um mendigo ao nosso encontro

22.12.19 | asal
Meu caro Henriques
Aí te envio um lembrete para, se possível, publicares no nosso querido ANIMUS, acerca da publicação do prometido livro do seminário de S. José. Penso ser já a altura de recordarmos a todos os nossos amigos que vai sendo já tempo de pegar na caneta ou no teclado e elaborarmos o nosso testemunho-vida nesta casa -  em forma de escrita ou de fotografia.
Até sempre.
Na Paz do Menino que nos sorri, os meus votos de uma quadra de Feliz Natal, para toda a tua família.
f. beirão

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Livro sobre o seminário de S. José de Alcains

Embora saiba que, nesta fase do campeonato, é, para muitos egoístas, mais um momento de se pensar em receber do que dar, eu, como mendigo, venho ao vosso encontro, para vos solicitar também uma pequena, mas generosa prendinha. Trata-se, como já devem todos saber, de uma colaboração da parte dos que, generosamente, estejam dispostos a colaborar no livro que estou a coordenar, relativo ao nosso estimado e saudoso seminário de S. José de Alcains. Um simples testemunho de algo que ainda recordam, relativo às peripécias, tristes ou alegres, em que se encontraram envolvidos nesta enorme casa, bela e fria. Uma foto que guardam numa gaveta, talvez já esquecida. Tudo é importantes. Podem enviar para o ANIMUS SEMPER ou para florentinobeirao@hotmail.com

O Mendeiros também é um bom e generoso menino, para fazer a ponte. Não pode é haver desculpas. O mês de maio vai-se aproximando, para fazermos festa em Alcains. Já estamos a trabalhar para que nada falte neste nosso encontro anual.

Vamos lá pensar e enviar essa prendinha, um retalho da vida da nossa juventude neste seminário, generosamente oferecido à nossa diocese. Contamos com todos. E, desde já, vos agradecemos.

Boas Festas natalícias, na Paz e na Alegria,

Florentino Beirão

Aniversário

22.12.19 | asal

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PARABÉNS, CARLOS!

Faz hoje 66 anos o Carlos Simões, da Sertã, que agora vive em Amorosa, Viana do Castelo.

Aqui registo os PARABÉNS DO GRUPO, desejando-lhe longa vida e muita saúde.

E lembro o nosso Encontro de Alcains em 16 de Maio. Depende de ti ir...

Não temos registo telefónico.

Boas Festas da UASP

21.12.19 | asal

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Nascendo no Presépio, o próprio Deus dá início à única verdadeira revolução... a revolução do amor, a revolução da ternura.

Papa Francisco

 

A UASP a todos deseja um Santo Natal e Feliz Ano Novo!

Aniversário

21.12.19 | asal

PARABÉNS, CARLOS!

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Em 21-12-57, nasceu na Fundada o Carlos Marçal Crisóstomo, que também frequentou os seminários, como nós.

Aqui lhe deixamos os PARABÉNS deste grupo, com votos de muita saúde e felicidade.

Carlos, convidamos-te para os próximos encontros: em Alfragide a 1/02/2020 e em Alcains a 16/05/2020. Só depende de ti. 

Contacto: tel. 919 210 227

Aniversário

20.12.19 | asal

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Hoje faz anos o António Manuel Lopes Alves Martins, nascido em 20-12-1954. É do Concelho da Sertã, da aldeia de Felgaria, da antiga freguesia de Nesperal, e com residência em Braga.

Nos seus 65 anos, damos os PARABÉNS a este assíduo frequentador dos nossos encontros anuais, não obstante a distância a que se encontra. Que a vida continue a sorrir-lhe com saúde e felicidade.

N.º telemóvel: 968 196 473.

A CASA

19.12.19 | asal

COMO PREPARAR O GRANDE ENCONTRO EM MAIO DE 2020 EM ALCAINS

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Na Reunião Geral da nossa Associação, na Sertã, decidimos voltar a Alcains para o nosso ENCONTRO, com a razão acrescida de comemorar um aniversário especial da vida do Seminário de 1929-2019, noventa anos precisamente. Ou seja, das suas “Bodas de Álamo”, expressão vulgarmente utilizada para designar o tempo de existência de uma pessoa ou instituição. E de álamo, porquê?  Procurei nos Dicionários, e nada! O DR Google, para explicar a origem da expressão, refere-se ao facto de a madeira desta árvore ser muito resistente!  J. Pedro Machado identifica “álamo” com o choupo branco, (populus alba).

 Bom, temos já aqui um princípio de semântico entendimento: uma formidável resiliência contra a erosão do tempo dá a qualquer pessoa ou instituição o aspeto venerando de um ramalhete de barbas floridas e alvinitentes. Assim, a robustez branca e elegante do nosso Seminário, perfilando-se no horizonte, em cima do “Cabeço do Joaninho”, domina, com justa altivez, o casario e campos adjacentes, que, enrolando-se na ondulação dos cabeços, chegam a beijar os pés da Gardunha, aquífera e fecunda serra do nosso distrito.

  Feito o “intróito”, vamos ao essencial! Foi decidido, então, publicarmos um livro sobre a história do Seminário, desta feita de uma forma muito especial: com os testemunhos dos antigos alunos, pequenos relatos, em 1ª, 2ª ou 3ª pessoas, monólogo ou diálogo, à escolha de cada um. Qual de nós não tem um facto, uma aventura, uma peripécia, aninhadas no nicho da memória, e que não queira resgatar e partilhar através de um escrito?  Basta um pouco de boa vontade, pois qualidades literárias não são para aqui chamadas!

  O nosso Florentino assumiria a coordenação da obra, que terá o tamanho do número de colaboradores, oferecendo-se também o António Henriques e o Joaquim Mendeiros  para receberem os textos, dando-lhes o devido encaminhamento.

  Ora, parece-me chegado o momento de começar a dar corpo a este nobre e generoso projeto.  Seria até uma forma de oferecermos esta rica prenda ao nosso querido Seminário na festa de homenagem dos seus ricos e fecundos noventa anos, sendo que uma pequena fração foi recortada das nossas juvenis e loucas vidas, durante os 3 ou 4 anos ali passados.

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  Para um devido enquadramento dessas micro-narrativas, proponho-me aqui recorrer ao que já foi escrito sobre a história do Seminário de Alcains, recorrendo ao Mons. Félix, o erudito e sábio escritor, que, interessado por esta temática, deu à estampa duas obras fundamentais: Os Nossos Seminários, Famalicão, 1970, 528pp; O Seminário de S. José em Alcains, nas ”Bodas de Ouro” da sua fundação, Alcains, 1979, 239 pp. O Senhor Dr. Félix, que tinha a consciência de ter deixado a sua obra ferida de algumas lacunas, mau grado a cópia exaustiva de pormenores, desejou que outros cronistas a completassem.  Pois bem! Deve-se a Florentino Vicente Beirão a atualização de novos dados, em boa hora introduzidos nas suas obras: Restauração da Diocese de Castelo Branco, Castelo Branco, Tip. Semedo, 2006, 211 pp, e o mais recente Canteiros e Pedreiros de Alcains, Castelo Branco. RVJ, Editores,2019, pp189.  E já, no 2º volume da sua História de Alcains, dedica ao Seminário algumas páginas muito elucidativas. Nesta ordem de ideias, é justo mencionar o livro de Memórias de José Alves Jana, O meu Seminário, (1963-1974) Abrantes, 2019, 159pp.

( Continua)

Com votos de um Santo Natal, João Lopes

Boas Festas

18.12.19 | asal

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A uma semana do Natal, dirigimo-nos a todos os amigos que por aqui passam à procura de notícias marcadas pela nossa experiência de vida nos seminários da diocese de Portalegre e Castelo Branco.

É desta casa da Amora, concelho do Seixal, que saem as novidades que eu ou outros amigos desejamos comunicar aos colegas e amigos. E nesta casa, para o bem e para o mal, as tarefas afetam a todos, pois não posso dizer que a Antonieta vive à margem deste meu trabalho técnico e comunicacional. 

Ainda há pouco, foi com ela que me dirigi a Portalegre para gravar os vídeos sobre as obras da Catedral de Portalegre e acerca do livro sobre o Seminário de Portalegre que brevemente vai sair.

Assim, é com ela ao meu lado que hoje aqui deixo os melhores votos de Boas-Festas. Que o Deus-Menino nos abençoe a todos.

António Henriques

O atacador assassino

16.12.19 | asal

Mais uma deliciosa história do nosso cronista de Cascais! AH

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Se os meus muito estimados colegas do Seminário de Alcains se lembram, o campo do recreio situava-se na parte poente do edifício. Do lado mais a norte, junto ao muro da rua, era o espaço para os alunos do 4º, e 5º e, parece-me também, para os do 6.º ano. Ao lado, pegado, a sul, era o espaço para os restantes anos. Nunca nos misturávamos.

E era no recreio dos mais novos, onde jogávamos principalmente ao voleibol, que havia uma parede, género cômoro, a todo o comprimento, onde nos sentávamos aqueles que não jogavam.
Num dia em que não me apeteceu jogar e digo não me apeteceu porque, sem vaidade, eu até dava uns bons toques naquele jogo do volei. Por sinal, fiz parte do "team" do ISA de Castelo Branco para o torneio regional inter-escolas.
Dizia eu que sentado, nesse dia, na referida parede, tive necessidade de acertar o atacador de um dos meus sapatos, mas não sei porquê, antes de proceder ao trabalho, coloquei o atacador no meu pescoço.
Distraído a ver jogar, fui mexendo no atacador e ao apertá-lo ao pescoço, sem intenção, verifiquei que a vista ficava turva. Apertava, desapertava e assentei o meu olhar num poste de electricidade que se situava dentro do terreno do vizinho, junto à parede divisória, e ao apertar, novamente, começava a ver dois postes.
Estava ao meu lado um colega do meu ano, o Vasco Santos, que me parece ser natural de Alcafozes, moço muito franzino com pouca actividade física, e disse-lhe: - ó Vasco, diz-me lá se também vês dois postes se eu te apertar este atacador no teu pescoço?
Dada a sua anuência, passei-lhe o atacador pelo pescoço, fui apertando, apertando, à espera que ele me confirmasse a visão dupla do poste, mas não teve tempo, caindo, redondo, para a frente, desmaiado.
Gerou-se pânico em todos nós, sem saber o que fazer. Estava por perto o Padre José Ribeiro que chamámos e correu de imediato.
O Vasco foi reagindo e levado em "cadeirinha" para dentro do Seminário e passado algum tempo estava restabelecido.
E foi nesse dia que recebemos uma lição, não programada, de anatomia, dada pelo Padre Ribeiro, elucidando-nos que a brincadeira provocava o aperto das carótidas, deixando de alimentar de sangue e oxigénio o cérebro e isso provocava a morte.
Foi um dos maiores sustos que tive na minha juventude e que ainda hoje me vem por vezes à memória.
 
José Maria Lopes

Aniversários - 4

15.12.19 | asal

HOJE SÃO QUATRO OS ANIVERSARIANTES...

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- PARABÉNS, SR. D. ANTONINO DIAS!

- É ja o primeiro a receber palmas. Natural de Longos Vales, Monção (15/12/1948), diocese de Viana do Castelo, foi nomeado Bispo Auxiliar de Braga em 2000 e em 8 de Setembro de 2008, o Papa Bento XVI nomeia-o Bispo de Portalegre e Castelo Branco. Tomou posse em 7 de Outubro e em 12 de Outubro de 2008 fez a sua entrada solene na nossa diocese. 

Desejamos ao Sr. D. Antonino muita saúde, muita ousadia e muita graça de Deus para concretizar a sua missão com sucesso e felicidade pessoal.

Temos a alegria de contar com o Sr. Bispo nos nossos encontros quando lhe é possível. E desde já dizemos que contamos com a sua presença em Alcains em 16 de Maio próximo.

 

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- Em segundo lugar, temos o P. António Martins Castanheira, nascido em 1963, com a família ligada a Oleiros. Atualmente é Membro do Colégio dos Consultores e do Conselho Presbiteral, Diretor do Seminário de Alcains, Ecónomo Diocesano, Ecónomo do Seminário Diocesano; Administrador Paroquial das Paróquias de São Vicente e São João, Concelho e Arciprestado de Abrantes.

Os nossos PARABÉNS, amigo! Não esquecemos o muito que já fez pelos nossos Encontros. Obrigado!

Contacto: tel. 964 253 070

 

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- Em terceiro lugar, lembramos o Alfredo Gamanho Martins, que nasceu em 1943, a quem damos os PARABÉNS DO GRUPO. Profissionalmente é Chefe aposentado da P.S.P. e, como Diácono Permanente, está adstrito ao serviço das Paróquias de Castelo de Vide, Marvão, Santo António das Areias, São Julião, Beirã e São Salvador da Aramenha.

PARABÉNS a este servidor do povo de Deus em terras alentejanas.

Contacto telefónico:   914 678 471

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- Por fim, quem também celebra mais uma primavera é o António Pires Oliveira, natural da Amêndoa (1958), hoje advogado em Abrantes.

PARABÉNS, AMIGO! Que faças ainda muitos anos com saúde e felicidade. 

Contacto telefónico: n.º 966 026 783

 

David contra Golias

14.12.19 | asal
Meu caro Henriques
Mais um simples contributo para reflectirmos nestes dias em que tudo se conjuga para golpearmos a nossa Mãe Natureza e nós próprios.
Desta vez, a solução parece que não virá tanto de quem tem a maior responsabilidade no problema, os governos e o capital, mas de uma franzina adolescente que parece clamar no deserto. Não nos façamos de surdos, mas, de antenas bem levantadas, ouçamos e façamos o que o coração e a razão nos ditam. Salvemos o nosso doente planeta azul.
Na Paz do Deus Menino, um Feliz Natal para o Henriques e para todos os fiéis amantes do nosso ponto de encontro...o indispensável ANIMUS....SEMPER
Florentino Beirão

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Greta defronta o monstro

Desde ser considerada a figura do ano, a um ícone mundial, a simples propagandista, sem propor medidas concretas, de tudo Greta Thunberg, uma estudante sueca, tímida e franzina, já foi carimbada. E ainda a procissão vai no adro. Na verdade, a mensagem desta adolescente, com apenas 16 anos, relacionada com as alterações climáticas, tem dividido opiniões. De oportunista a messias, os extremos têm-se tocado.

Certo é que esta rapariga transporta consigo uma urgente e grandiosa mensagem, muito maior do que ela. Nada menos do que pugnar pela salvação do nosso planeta. Segundo esta adolescente, se as medidas já propostas por muitos cientistas, para salvar o planeta, não forem urgentemente concretizadas, poderá vir a estar condenada a vida na terra, como hoje a conhecemos. É que as contínuas secas, as dramáticas inundações, as subidas constantes da temperatura, a destruição causada pelos devoradores incêndios, os alvos e volumosos gelos dos polos a derreterem-se, o galopar das águas do mar, alimentando-se das areias das praias e a engolir as habitações derramadas sobre o mar, não deixam margem para dúvida, sobre o gigante Golias que nos está a devorar aos poucos. É por tudo isto que a mensagem, transmitida por esta jovem que esteve entre nós, na passada semana, tem toda a atualidade. Depois de ter estado dois dias em Portugal, Greta deslocou-se a Madrid, onde decorre uma cimeira climática, promovida pela ONU. Aqui chegada, a jovem logo se deparou com uma multidão, de todas as idades - foram mais 500 mil manifestantes - a darem os seus braços a esta militante que rejeita ser tratada como um ícone messiânico de salvação do planeta, mas antes uma gota de água a juntar-se a todas as outras que lutam pela mesma causa. Ajudar a salvar o nosso planeta que se encontra já muito doente.

Esta luta não começou agora. Muitos movimentos e partidos ecologistas têm lutado por esta causa, sobretudo a partir da revolução industrial do séc. XVIII que tem sido conspurcado a vida no nosso planeta azul. Se esta revolução foi um fator extraordinário de progresso e bem–estar para muitos, não deixou de se ir tornando uma pegada mortífera, para uma boa parte do planeta. Face a esta situação, desde há muito que movimentos ecológicos como o Green-Peace, as ONG, o influente partido dos Verdes da Alemanha e, entre nós, a Quercus e os Verdes, têm vindo a lutar, a favor da mãe natureza. O que agora aparece como novidade é o facto de tantos jovens e não só, impulsionados pela luta desta adolescente, sem qualquer partido político a uni-los, lançarem agora um estrondoso grito global, a favor da salvação do planeta. Uma luta que se foi globalizando, para se tentar influenciar as políticas ecológicas dos governantes mais distraídos. Foi esta a mensagem deixada aos delegados dos países que se encontraram na cimeira do clima em Madrid. Mais de 500 mil manifestantes de todas as idades, ao longo de 5.Km, foram desfilando ao lado da jovem Greta, tentando influenciar os responsáveis políticos que ali se encontravam, para que eles promovam as medidas urgentes, a favor do clima do planeta. Todos sabemos que alguns líderes políticos, de países ricos e poluentes, continuam a fechar os olhos e a trancar os ouvidos a esta urgente mensagem. São os “Golias” de hoje, para quem só o capital importa. No futuro, as futuras gerações irão certamente pagar bem caro os seus desmandos ecológicos.

Como sabemos, os cientistas e o papa Francisco têm-nos alertado para que sejam concretizadas as medidas adequadas ao problema climático, para não chegarmos a um ponto de não retorno, daqui a dez anos. Assim o recomendava já o “Acordo do Clima de Paris de 2015”, relativo ao aquecimento global, realizado no âmbito da ONU e agora atualizado pelas recomendações da (COP25), Cimeira do Clima de Madrid.

Importa pois que cada cidadão sinta os problemas climáticos como seus, porque todos somos responsáveis pelas feridas do nosso planeta. Se elas não forem tratadas a tempo, poderão tornar-se cancerosas e mortíferas. Não só para os humanos, mas para todos os seres vivos. Urge pois sermos fortes e genuínos nesta luta, como esta jovem sueca. Esta deve ser a substância da sua bela mensagem. Quanto ao mais, embora importante, torna-se secundário o estilo, o modo e os meios, como esta é transmitida.

florentinobeirao@hotmail.com

Aniversário

14.12.19 | asal

Aníbal R. Henriques.jpgOUTRO ANIVERSARIANTE DE NOME ANÍBAL HENRIQUES. 

Aníbal Ribeiro Henriques pertence à leva dos que entraram no Seminário do Gavião no ano de 1965/66. Todos o conhecem como vindo da Sertã, mas há muitos anos que vive em Santarém. Formou-se no Instituto Superior Técnico e o seu único emprego foi na RTP, pela qual se encontra em pré-reforma. E, já agora, digo que é meu primo direito. Mas ainda não consegui puxá-lo para o grupo.

Parabéns, Aníbal! Deus queira que faças muitos anos com saúde e felicidade.

Contacto: 962887682

Palavra do Sr. Bispo

13.12.19 | asal

DO PRESÉPIO À RESPONSABILIDADE SOCIAL

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A democracia é simpática, é um valor, favorece o exercício da cidadania, “assegura a participação dos cidadãos nas opções políticas e garante aos governados a possibilidade quer de escolher e controlar os próprios governantes, quer de os substituir pacificamente, quando tal se torna oportuno” (Encíclica Centesimus Annus,46). No entanto, embora não seja de louvar, hoje existe um certo desencanto e desinteresse dos cidadãos pela política. São muitas as causas que podem levar alguém a deixar cair os braços e optar pelo absentismo e abandono, negando o próprio contributo para uma sociedade sempre necessitada de renovação e crescimento. De facto, há desvios que “geram, com o tempo, desconfiança e apatia e consequentemente diminuição da participação política e do espírito cívico no seio da população que se sente prejudicada e desiludida” (id. 47).

Nesta caminhada para a celebração do Natal, construímos o Presépio que nos manifesta a ternura de Deus e nos envolve na história da salvação. Em escolas e universidades, estudam-se muitas pessoas ilustres, o que disseram e fizeram, e bem. Nenhuma, porém, tão ilustre e tão revolucionária como Jesus a influenciar as dinâmicas da história, a promover a dignidade e a convivência humana e o progresso dos povos em amor e paz. Foi o maior líder da história de todos os tempos. É incomparável, mesmo que ignorado por uns e arredado por outros! Empenhou-se como ninguém no bem estar e transformação das pessoas, das famílias e da sociedade. Irradiava simpatia e nunca se desviou da Sua missão e estilo. Ensinava com autoridade, clareza e humildade. Impunha-se pelo exemplo e pela caridade na verdade, sem medo nem demagogias, sem autoritarismos nem pretensões pessoais. Vivia comprometido pelo bem de todos, especialmente com os pobres e marginalizados cuja esperança jamais se frustrará. Passados dois mil anos, a Sua palavra, o Seu projeto e metodologia continuam atuais e atuantes a fascinar discípulos e a inspirar muitos daqueles que O não querem reconhecer. A tudo se sujeitou, tudo fez e suportou. Denunciou o erro e as injustiças sociais, anunciou a verdade e o caminho para que todas as pessoas encontrassem sentido para a vida e fossem respeitadas na sua dignidade, com direitos e deveres. Deixou-nos um desafio: “fazei como Eu fiz, amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. No Natal celebramos, pois, individualmente, em família e na sociedade, o nascimento deste Menino, o Filho de Deus, o Senhor do cosmos e da história, o princípio e o fim. Não é possível celebrar verdadeiramente o Natal esquecendo, negando ou minimizando a pessoa de Jesus para promover e idolatrar, sobretudo junto das crianças, o pai natal e o consumismo, fazendo crescer o egoísmo dos apaparicados e aumentando a tristeza dos pais e de outros que, materialmente, nada têm para dar nem as crianças algo para receber. Celebrar o Natal é pôr-se a caminho e deixar-se encontrar por Jesus, é converter-se, é renovar-se, é rasgar horizontes mais solidários e fraternos, é mudar a história da sua própria vida e, pensando sobretudo nos que não têm voz, é comprometer-se na construção do bem comum, com criatividade, inteligência e disponibilidade.
Se todo o cidadão está desafiado à participação e deve fazer-se protagonista na construção da causa pública, com muita mais razão um cristão deve sentir essa alegria e responsabilidade, esse direito e dever. São Paulo VI, na continuidade do Concílio Vaticano II, afirmava que o cristão tem como campo da sua ação evangelizadora “o mundo vasto e complicado da política, da realidade social e da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional, dos “mass media” e, ainda, outras realidades abertas para a evangelização, como sejam o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes, o trabalho profissional e o sofrimento” (Ex. Evangelii Nuntiandi, 70). E São João Paulo II acentuava que, para animar cristãmente a ordem temporal, os cristãos não podem “abdicar da participação na «política», ou seja, da múltipla e variada ação económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum (...) todos e cada um têm o direito e o dever de participar na política, embora em diversidade e complementaridade de formas, níveis, funções e responsabilidades. As acusações de arrivismo, idolatria de poder, egoísmo e corrupção que muitas vezes são dirigidas aos homens do governo, do parlamento, da classe dominante ou partido político, bem como a opinião muito difusa de que a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente nem o ceticismo nem o absentismo dos cristãos pela coisa pública” (Ex. Christifideles Laici, 42).
Os tempos mudam, é verdade. Deus, porém, não muda, nem Ele nem os Seus planos. Na fé encontraremos o essencial que nos faz entender e caminhar por caminhos que libertam e ajudam a libertar. Descobrir e ajudar a descobrir a dignidade de cada pessoa humana é tarefa essencial da Igreja, e a Igreja somos todos os batizados. Jesus veio ao nosso encontro e deu-nos o exemplo, anunciou e deu-nos o programa do Seu Reino, convidou-nos a ser verdadeiros cidadãos desse Reino, apontou-nos prioridades e pistas para o caminho, sugeriu-nos meios, prometeu estar sempre connosco.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 13-12-2019.

Falecimento

12.12.19 | asal

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Soube hoje que faleceu há poucos dias a mãe do Mário Pissarra, com a idade de 99 anos.

Mesmo com esta bonita idade, não deixa de ser traumático este despedimento, que o Mário viveu com alguma reserva.

Juntamo-nos ao amigo, a quem acabo de telefonar para apresentar os pêsames pela morte de quem lhe deu a vida. Deus a tenha recebido na sua paz eterna.