Trago para o blogue a mensagem de agradecimento que o José Centeio escreveu no Facebook, para todos saberem que amizades nos envolvem e como vale a pena sermos amigos. AH
Queridos amigos, um grande bem-haja pelo vosso carinho e solidariedade neste momento da minha vida. O Florentino lá esteve em nome de todos vós e o Manuel Domingues esteve comigo a tarde de quinta e parte da noite. Foram muitas as mensagens. Tentarei escrever individualmente, mas aqui fica o meu bem-haja coletivo. Foram cinco meses de muita angústia e sofrimento da nossa parte, mas com momentos muito bonitos em que ao longo deste período fomos fazendo as despedidas. Todos nós sabíamos o desfecho, só não sabíamos quando. E ela sempre se mostrou muito serena e lúcida (às vezes mais do que nós). Quando em maio, já bastante mal, insistiu que a levássemos à festa da padroeira (na altura do nosso encontro) nós ficámos assustados, pois sabíamos que corríamos um enorme risco. Mas ela insistia porque queria despedir-se de Nossa Senhora dos Altos Céus e das vizinhas. E mais, queria reunir a família num almoço na festa, para ajudar os festeiros, dizia ela. E nós, após conversarmos com os médicos, acabámos por corresponder ao seu desejo. Preparámos cuidadosamente a viagem e lá fomos nós com o coração nas mãos. Veio de lá muito cansada, mas irradiando felicidade. A partir daí foi perdendo as forças a cada dia e só o aumento sucessivo das doses de morfina a mantinha serena e muitas vezes sorridente. A última coisa que nos disse, quando ainda conseguia falar, foi: "Não quero que chorem, porque eu estou preparada e vou feliz com tanto mimo". E isso mostra-nos que, apesar de doloroso, esta caminhada, contraditoriamente tão curta quanto longa, foi das experiências mais belas que me foi dado viver. Saibamos nós agora encarar o que nos resta viver com a mesma serenidade que ela encarou os seus últimos dias. Grande lição. A todos um abraço bem forte.
O desporto revela a verdade e o sentido da liberdade da pessoa, mesmo quando se chuta com o pé que se tem mais à mão! A liberdade, porém, tem os seus caprichos, está ligada à responsabilidade. Uma chatice, dirão alguns! Usufruímos da liberdade, sim, não para fazer o que queremos, mas o que devemos. As livres escolhas acabam por influenciar as relações interpessoais, a vivência e a convivência social. Se a vida é um jogo, o jogo tem regras. As regras estimulam a criatividade, tornam o atleta mais livre e mais criativo, fazem com que se divirta a jogar e enfrente com alegria o desafio que o jogo oferece. Aceitando as regras, as estratégias e as táticas de jogo, cada atleta movimenta-se na sua própria liberdade e criatividade para alcançar o objetivo em causa. Claro está que é competindo juntos e em colaboração, embora cada um no seu lugar e a fazer o que lhe compete fazer. Uma equipa é um corpo, no qual nenhum membro pode auto dispensar-se ou dispensar o outro. A harmonia do corpo reclama a boa funcionalidade de todos os seus membros, cada um no seu lugar e a exercer bem a sua função (cf. 1Cor12,21-27). Assim, livre e criativo, o atleta, tendo os outros em conta, consegue surpreender o adversário com as suas técnicas e estratégias inovadoras, tornando-se mais apreciado. Pena é que, muitas vezes, esta apreciação faça reduzir o atleta a mera mercadoria lucrativa e o faça levantar voo em busca de novas paragens. Para aguçar o apetite à leitura, continuo a realçar alguns pensamentos do documento “Dar o melhor de si”, do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, um documento sobre a perspetiva cristã do desporto e da pessoa humana. Desta vez realço o capítulo III. Uma competição desportiva pode ser considerada uma espécie de narração de uma história entre duas ou mais partes concorrentes que competem entre si. As partes concorrentes encenam uma representação estética e artística que tem, inclusive para os espectadores, vários níveis de leitura e interpretação. Tal como “no caso das obras artísticas, a narração desportiva também não tem um conteúdo claro, distinto e unívoco e, por isso, esta aberta a diversas e opostas atribuições de significado ou interpretações”. Deve ser por isso que o desporto enche páginas e páginas de jornais e alimenta debates e mais debates, longos e apaixonados, sobre capacidades, opções, resultados, momentos e dinâmicas desportivas. O desporto, porém, não é guerra, serve e educa para a paz. A guerra surge “quando as pessoas pensam que a cooperação já não é possível e quando não se chega a acordo sobre as regras fundamentais. No desporto, o adversário é um participante no contexto codificado das regras, e não um inimigo a aniquilar”. É a presença de um adversário “que faz emergir o melhor de um atleta, e, por isso, essa experiência pode ser agradável e fascinante”. E é assim que o desportista cresce, se torna capaz de construir um ambiente no qual convivem e interagem a liberdade e a responsabilidade, a criatividade e o respeito pelas regras, o divertimento e a seriedade, o espírito de colaboração e a ajuda mútua, tudo a fazer crescer o talento e o caráter da pessoa. Se o desporto permite à pessoa fazer a experiência da beleza, também lhe permite fazer a experiência da tensão entre a força e a fragilidade, a liberdade e a criatividade, a individualidade e a comunidade, o corpo e a alma, as verdades fundamentais sobre si própria e o significado último da própria existência. De facto, o ser humano foi criado para uma felicidade muito maior, a qual se torna possível pela graça de Deus que não vem destruir aquilo que é humano, mas aperfeiçoar a sua natureza. É por isso que ninguém se pode contentar com “um empate medíocre” no jogo da vida, na busca do bem, na Igreja e na sociedade. O fair play permite que o desporto se torne uma oportunidade de educação para toda a sociedade. Não existe apenas quando se respeitam formalmente as regras. Existe também quando se observa a própria justiça em relação aos próprios adversários, de tal modo que cada concorrente se possa desempenhar bem no jogo. Isto implica que não haja estratégias escondidas nem aproveitamento incorreto dos adversários, mas que o jogo seja, na verdade, uma “ocasião inevitável de praticar as virtudes humanas e cristãs da solidariedade, da lealdade, do comportamento correto e do respeito pelos outros, apontando para mais alto, superando o objetivo da vitória e procurando o desenvolvimento da pessoa no interior de uma comunidade formada por companheiros de equipa e adversários”. São também virtudes e valores presentes no desporto, tal como no jogo da vida, a perseverança no meio dos desafios da dureza, da abnegação e da humildade que o projeto desportivo envolve; o sacrifício exigido para adquirir as competências e as capacidades necessárias em treinos contínuos e estruturados; o regramento no trabalho, na alimentação, no divertimento e no descanso; a harmonia que reclama equilíbrio e bem-estar entre a mente e o corpo e leva a pessoa a procurar o seu próprio desenvolvimento integral; a coragem que se manifesta sobretudo quando já não há possibilidade de vitória mas se tenta fazer a coisa justa do ponto de vista ético ou físico e se procura manter a equipa unida e lutadora até ao fim; o sentido da igualdade e do respeito pela diferença e pela diversidade da condição humana; a solidariedade em favor de um objetivo comum, com respeito e inclusão; as boas maneiras, a lealdade e a amizade que geram empatia e bom ambiente; a alegria que tantas vezes convive e emerge das dificuldades e dos desafios mais duros e que se estende aos apaixonados por esse mundo fora; a superação do egoísmo e do individualismo para, cada um na sua própria singularidade, com os seus dons e talentos, possa contribuir de modo peculiar para o grupo, com espírito de equipa, reconhecendo que tem uma importância única e específica para a tornar mais forte e eficaz. Se o atleta der rosto a essas atitudes e convicções, se as incarnar não só na atividade desportiva, mas também no seu ambiente familiar, cívico, cultural e religioso, estará a prestar um enorme contributo à educação dos jovens, onde tantas vezes reina a perda de valores e a desorientação crescente. Os atletas, sobretudo os mais famosos, têm uma inevitável responsabilidade social. Representam uma atividade desportiva que reúne constantemente uma multidão imensa e à qual os meios de comunicação social dedicam muito espaço e tempo. O que eles fazem, a maneira como se apresentam e reagem, o que dizem e não dizem, até a sua própria vida familiar influencia terceiros, sobretudo a juventude. Que bom seria se influenciassem sempre para seguir os melhores caminhos!
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 02-08-2019.
Em plenas férias, o que se quer mais?! Na foto, falta o distinto casal Dias Henriques. Que pena, Tonho Henriques, já não poderes estar com a Antonieta neste momento. Mas a vida é assim.... às obrigações a prioridade. Ainda deu tempo para o nosso artista João Lucas mostrar os seus créditos. Com um bocadinho de papel, guardanapo ou toalha, com a ajuda do que sobra do café ou do vinho, apresentou-nos a sua veia criativa.
Todos somos maiores.... Não levem a mal! Sobre isto, o Zé Pedro vai escrever para o blogue. Agora, só vamos ter almoços no dia 30. A Parreirinha vai encerrar para férias de 5 a 28. Até lá, pode ser que se invente um ou outro almoço noutro lugar. Grande abraço.
Manel Pires Antunes
NOTA: Sim senhor, estive lá com a Antonieta a matar saudades. O lugar já está vazio, mas prova que foi reservado. Matei saudades de alguns, que outros já deram à sola para férias! Até levei calções para mostrar aos amigos o meu joelho novo, uma obra digna de se ver! Ainda ando na fisoterapia a apurar os movimentos, sobretudo o que posso chamar flexões, não "genuflexões" (embora estas também tenham a ver com o joelho!...). Deus me perdoe, já fiz tantas que agora estou dispensado...
Ah! também já posso subir alternadamente as escadas, ora com um pé ora com outro, coisa que há alguns anos era impossível. Graças a Deus...
O João Lucas aproveitou a ausência da Antonieta para entrar na malandrice, como malandras foram as conversas. Até disse que o sal não faz mal a ninguém e apura os olhos (basta olhar para os peixes, que nunca precisam de óculos...). Ou eu ouço mal? Se calhar, a culpa é do recetor (sem p). Ah! Esquecia-me de dizer que gostei também da massada de peixe, que degustei sem maçada nenhuma...
Zé Pedro, venha daí esse texto. O blogue fica mais atraente.
Entretanto, vejam mais esta exposição do João Lucas (em quadrítico!), que está a concorrer com a do António Colaço em Mação.
Preparando os caminhos para a “Cidade e a Serra” …
Ainda sob a emoção de mais uma jornada de bem-fazer que a UASP organizou por terras de Angola, é agora tempo de olhar para as Jornadas Culturais que a mesma entidade levará a cabo nos próximos dias 13, 14 e 15 de Setembro, por sítios de Gondomar, Porto, Vila Nova de Gaia e Arouca.
Serão uns dias de são convívio entre antigos alunos dos seminários portugueses, mas também de enriquecimento cultural, conforme o programa elaborado indicia.
Contactaremos a arte joalheira, revisitaremos a história de luta entre liberais e absolutistas, no século XVIII, mergulharemos no passado do Douro Vinhateiro saboreando alguns báquicos néctares, vogaremos Douro abaixo e Douro acima sob as pontes que ligam a cidade Invicta a Vila Nova de Gaia, inalaremos ares da Serra Encantada onde admiraremos pedras paridas, fenómeno único no mundo, e recuaremos por ali uns largos milhões de anos no museu das Trilobites. Mas também apreciaremos a beleza do Mosteiro de Santa Maria de Arouca e a arte sacra ali depositada e faremos ainda uma visita aos magníficos claustros da Sé do Porto.
Inicialmente esteve prevista ainda uma incursão pelos passadiços do rio Paiva, um ex-libris da área metropolitana do Porto, que ano após ano vêm conquistando prémios internacionais e que nos três últimos conquistaram os prémios de melhor projeto turístico da Europa e de melhor experiência de aventura, nos World Travel Awards, uma espécie de Óscares do Turismo, mas abandonamos a ideia pelas dificuldades de ordem física que certamente colocariam a muitos dos participantes. Contudo a região apresenta uma qualidade paisagística notável, que ajudou àquela qualificação, e que não deixaremos de desfrutar.
Porque poderá ter passado desapercebido, realça-se que o Porto, mais uma vez, conseguiu excelentes distinções no plano turístico, sendo classificado como o melhor destino turístico europeu, ano após ano, desde 2015 e, este ano também considerado o segundo melhor ponto turístico a nível mundial!
Para usufruir de tudo isto e da companhia das amizades já feitas e daquelas que estas jornadas proporcionarão, o melhor será fazer desde já a reserva nos moldes definidos previamente conforme ficha de inscrição divulgada, que amanhã poderá ser tarde.
Ainda publicamos a FICHA DE INSCRIÇÃO, embora com dúvidas sobre o alcance técnico desta operação. (possivelmente, há que ir diretamente ao site da UASP).