Pronto! Estou a ver os meus colegas a fazer 80 anos e também eu me atrevo a passar mais este portal!
É verdade, faço hoje 80 anos! Por um lado, feliz por a vida ter sido para mim uma bênção e por me encontrar ainda com alguma força física e energia espiritual/mental... Tenho muito de que me alegrar, desde a minha família até aos meus amigos e mesmo aos projetos a que meti mãos...
Por outro lado, verifico que a idade que me falta já não é muita. Estamos todos a caminhar para os últimos dias, a andar mais trôpegos, a sentir falta de forças e de "vontade de fazer"! Sobretudo, tenho de me adaptar às minhas deficiências, cada vez maiores, mesmo que as recauchutagens da medicina tentem consertar os tecidos rotos...
Anima-me caminhar com amigos da minha idade e outros ainda mais velhos, que eu vejo serenos, felizes, alegres, em paz com a vida, que nos deu já tantas benesses.
Dou graças a Deus e a todos aqueles que me ajudaram e ajudam neste longo caminhar.
Por isso, apresento-me sobretudo como alguém muito grato com os meus familiares, com os meus amigos e com todos aqueles com quem me cruzei e vou cruzando neste longo caminhar.
Que Deus me dê sobretudo saúde mental...Deixo um abraço a quem me lê!
António Henriques
(Natural do Ripanso, freguesia de Sobreira Formosa, concelho de Proença-a-Nova, professor aposentado da função pública há 19 anos, a viver na Amora - Margem-Sul, responsável deste blogue "ANIMUS SEMPER" e professor da Unisseixal, em que também alimenta com os alunos o blogue da disciplina "OFICINA DE PORTUGUÊS").
Contacto: te. 917831904
Desculpem lá eu trazer para aqui a minha cara-metade, mas tem sido ela que mais me anima, me apoia e me "educa".
Meu caro, aqui vão duas fotos da Estátua de Nuno Álvares Pereira (S. Nuno de Santa Maria), sita na av. do Restelo, no relvado ao cimo da Av. da Torre de Belém e por baixo da Ermida de S. Jerónimo (antigos frades Jerónimos que viviam na enorme cerca que incluía o Mosteiro dos Jerónimos).
Foram tiradas do carro, com uma certa distância, por isso a qualidade não está grande coisa. Mas como pediste uma foto, ela aqui vai para não se perder o fio à meada, depois do artigo que o nosso ilustre professor de história Tó Manel, dos Vales, publicou no Facebook a propósito do dia 14 de Agosto, data da batalha de Aljubarrota.
Esta estátua - a única que passa a existir em Lisboa, em homenagem ao nosso herói e santo - deve-se aos esforços de uma Comissão constituída para tal, em que se destacou um ilustre beirão, de Ninho de Açor, Dr. António Gonçalves Lourenço, que faleceu recentemente, oito dias antes de completar 105 anos, e a quem tive o privilégio de conhecer. Não chegou, no entanto, para assistir ao momento por que tanto ansiava. Aos 103 anos lançou um pequeno livro, com prefácio do sr. Cardeal Patriarca, D. Manuel Clemente, descrevendo a história sobre a desejada estátua de Nuno Álvares Pereira para a cidade de Lisboa, desde 1925! Quando passares por aqui, vais tu fotografar ao pé a Estátua de Nuno Álvares Pereira, o herói que Lisboa há longo tempo queria distinguir. Um abraço.
Manel Pires Antunes
Do António Manuel M. Silva são as palavras seguintes e uma foto:
14 de AGOSTO
Faz hoje 634 anos que portugueses e castelhanos se enfrentaram na denominada Batalha de Aljubarrota.
Foi na tarde de 1385 e ali se decidiu a manutenção da independência de Portugal por mais uns anos. O nosso vizinho de Cernache do Bonjardim, agora Santo Nuno Álvares Pereira, surgiu como herói nacional.
NOTA: Assim nos encontramos uns com os outros. Mandem mais colaborações (um textozinho e uma ou duas fotos das vossas incursões pelas belezas de Portugal). AH
Celebra hoje o seu 80.º aniversário o Mário Clemente Delgado, colega de muitos anos no Seminário, que quis olhar a luz do dia dois dias antes de mim.
Aqui está ele em conversa com outro amigo, o José Marques Rosa, no convívio de Novembro de 2016 na Senhora da Rocha. Foi lá o nosso último encontro, um encontro que eu gostaria se repetisse um dia destes.
Sabemos que o Mário continua ligado aos grupos corais. Ainda este ano estava ele a cantar no Cristo-Rei no mesmo sábado em que nós estivemos na Sertã.
Caro amigo, aqui deixo os PARABÉNS dos teus colegas do seminário, com votos de boa saúde e ainda longa vida no gozo de todas as faculdades. E que sejas feliz! Quando nos vemos?
O Sr. Bispo também jogou à barra-bandeira e até teve uma bicicleta. Belo texto!... AH
O DESPORTO NA PEDALADA DE SANTA MARTA
Quando os animais falavam e as galinhas tinham dentes, há muito muito tempo, também andei por lá, por essa Betânia do Lima que se dá pelo nome de Santa Marta de Portuzelo, em Viana do Castelo. A vida, porém, vai-se mudando, vai exigindo novas respostas e novas formas de estar e de participar no bem comum. Obriga-nos a mudar de rumo e a entrar por ele adentro, renunciando a isto e àquilo para se poder assumir outros afazeres e por outros lugares. O gosto pelo desporto, porém, é sempre uma constante para crianças, adolescentes e jovens. Não só para esses, claro, mas sobretudo para esses. Em Seminários por onde passei, ia pertencendo, de quando em vez e à falta de melhor, como defesa central, à equipa selecionada para enfrentar outras. O voleibol, os jogos da bandeira e do beto, também os íamos saboreando, fosse com o gosto de participar fosse sob a obrigação de ter de girar. Porque não havia Asa delta, Balonismo, Parapente, Para-quedismo, Slide, Kitesurf, Alpinismo, Rapel ou outros desportos mais radicais, no tempo de canícula e de dores de barriga em época de exames, tínhamos o raquetebol, assim lhe chamávamos. Uns campitos cheios de obstáculos, mais ou menos aprimorados, construídos no chão debaixo das árvores do recreio, segundo o gosto e a habilidade de cada equipa. Jogava-se com uma pequena bola e uma espécie de raquete. Havia craques na matéria, podem crer. O ping-pong, as damas e o xadrez eram sobretudo para os tempos de chuva ou nos recreios da noite. Cartas para sueca e afins, acho que não existiam. Quando fui Pároco em Santa Marta de Portuzelo, Viana do Castelo, com a vontade de que agora é que vai ser, a realidade local, em estruturas desportivas, e até noutras de serviço à pastoral, não estava muito famosa e sentia-se a falta. Então, surgiu uma oportunidade a que a Paróquia, com o entusiasmo e a colaboração de tantos e tantas de boa vontade, deitou a mão. Conseguiu adquirir um espaço, desde já com condições para muita coisa, mas com a possibilidade de ir criando outras. E lá se foi sonhando, construindo e dando resposta, na medida do possível e das patacas disponíveis. Perante o que muito se ia fazendo com perseverança, entusiasmo e ajuda de todos, tudo, sobretudo para os mais novos, era sempre pouco e muito devagar. A rapaziada, e talvez seja essa uma das suas grandes virtudes, tem sempre pressa, quase nunca tem tempo nem paciência para avaliar as dificuldades de momento e as forças adversas, tudo lhe parece fácil e linear: às vezes têm razão! Nessa idade, não raro, pensa-se dominado por duas ilusões subjacentes: a de que os mais velhos nunca foram jovens, nunca foram capazes de sonhar como eles, e a de que eles, os mais novos, nunca chegarão a velhos. Mesmo que seja o sonho a comandar a vida, o tempo, e as vergastadas que o tempo sabe dar, a todos vai convertendo à realidade e às parcimónias do próprio tempo... Pior será se os jovens se deixarem morrer aos 18, 19 ou 20 anos, para serem enterrados apenas aos 80 ou 90 anos, isto é, se deixarem de sonhar e de fazer barulho, não tendo coragem para saltar do sofá e porem a render os seus talentos, competências e criatividade, como verdadeiros protagonistas na construção de uma sociedade mais justa, mais humana e fraterna, mesmo quando feridos por incompreensões, discriminações e injustiças. Desistir, afogar-se no mundo digital ou amuar frente às dificuldades, não resulta, empobrece, isola no egoísmo, traz maleitas sem conta... Uma das coisas que constatei, de imediato, quando cheguei àquela terra e por lá deambulava, foi o entusiasmo de um avô, o Sr. Barros, o do seu filho, o Sr. Eduardo Churchill, e o dos seus netos, Ana e António Barros. Eram uns apaixonados pelo ciclismo, sabiam e manifestavam isso, mesmo quando abordavam o assunto, com amigos, lá no célebre buraco de sua casa à volta de uns copitos sociáveis de suprema qualidade. Treinavam, participavam em provas e corridas, chamavam a atenção, era bonito e eu admirava! À medida que nos fomos conhecendo e conversando, achamos por bem dar um pouco mais de estrutura àquela paixão familiar que, trepando cada vez mais com mais entusiasmo, já ia contagiando outros e outros e mais outros. E assim, com tempo e em tempo, resolveu-se, de comum acordo, integrar a Equipa no Centro Paroquial agora adquirido, onde também se construiu um campo de futebol e outras coisas se foram e se tem construído ao longo dos tempos, e bem! Graças a esta família, a outros que se foram ajuntando na pedalada, e a muitos outros que, sem pedalar, deram as mãos neste projeto, a modalidade foi singrando. Era e é um desporto caro que exigia patrocínios, estímulo e muita dedicação. As bicicletas, quanto mais leves, mais caras eram e eram precisas. Quando havia provas, quase sempre longe, era preciso quem emprestasse os carros, transportasse e acompanhasse os corredores e o staff necessário, o que sempre acontecia com invasão aos bolsos dos mais carolas, sempre generosos e prestáveis. Estou a lembrar-me de tantos nomes que só não cito porque posso falhar algum e não seria bonito da minha parte. A primeira bicicleta que este Grupo Desportivo do Centro Paroquial de Santa Marta de Portuzelo comprou acho que, por conveniência, tenho disso uma vaga ideia, ficou registada em meu nome, mas era do grupo. Uma vez ou outra, acompanhei os responsáveis ao Palácio dos Desportos, ao Porto. De resto, tudo era com eles, eu apenas estimulava, manifestava proximidade e permanecia unido nos momentos bons e menos bons. Hoje, pelo jornal da Paróquia, vou acompanhando, talvez que já sejam os filhos daqueles netos, mas vou constatando que os fãs e a garra continuam, alegrando-me com isso, torcendo por todos. O Grupo era constituído por uma equipa masculina e outra feminina, inscrito e acarinhado pela Federação Portuguesa de Ciclismo. E tal foi a dedicação que, para além da diversidade das provas em que participavam, a Equipa masculina chegou a correr na Volta a Portugal em bicicleta, sendo mais conhecida pelos patrocinadores da altura. Corria com o nome de Tensai/Santa Marta/ Mundial Confiança. Algum dos leitores com certeza que ainda se devem lembrar. Marco Chagas, grande ciclista no seu tempo e um dos melhores de sempre no panorama nacional, hoje comentador televiso nessa área, foi seu técnico. Na parte feminina, um pouco novidade, destacava-se a Anita, a Ana Barros, que sempre dava o melhor de si nas diversas provas, fora e dentro da terra. Em 1992, Ana Barros foi chamada a participar nos jogos Olímpicos de Verão, em Barcelona, mas acabou por sofrer um acidente, na véspera, em treino naquela cidade, o que não lhe permitiu participar. Foi grande pena para todos nós com muita maior pena para ela. Na diversidade dos desportos dessas Olimpíadas, havia representantes de 169 países. E vem tudo isto a propósito de se considerar o desporto, “não só para jovens mas também para idosos”, como uma realidade humana, pessoal e social que deve fazer parte integrante da pastoral ordinária de cada comunidade. Isso, se houver gente, claro está, coisa que por estas bandas onde agora me encontro já não é riqueza que se constate muito, infelizmente! O desporto promove dinâmicas de amizade e convívio, aproxima, integra, supera fronteiras, educa, ajuda a dar o melhor de si e a crescer na estima recíproca e fraterna. Temos vindo a salientar o Documento do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida sobre a perspetiva cristã do desporto e da pessoa humana. O Documento tem como título “Dar o melhor de si” e foi publicado pela Paulinas Editora, em junho de 2018. Termino estes quatro artigos salientando, com o Documento, a necessidade de uma pastoral do desporto integrada num processo educativo voltado para a formação integral da pessoa e apta para fomentar a cultura do encontro e da paz, da alegria e da festa.
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 16-08-2019.
Este texto e esta foto chegaram pelo José Ventura. Já estava prometida há algum tempo. E a promessa cumpriu-se. Vejam as novidades:
«Boa tarde, António! Conforme prometido, envio a foto que obtive, ontem, nos Montes da Senhora, do nosso colega, Diamantino Ribeiro, residente na Austrália. Mas agora ali em gozo de férias.
Valeu-me o José Bernardino para localizar o nosso australiano. Como somos um grupo de residentes/visitantes, daqui, vamos combinar um almoço convívio para recordar velhos tempos.
José Ventura»
NOTA: Ora aqui está o Diamantino de corpo inteiro, ainda por cima todo sorridente ao lado de outros dois colegas e amigos, o Zé Ventura e outro Zé, o José Bernardino Dias, que eu tive a alegria de abraçar na Sertã em Maio. E fica-me logo o coração a saltar para saber se também poderei ir a esse almoço de visitantes (de residente só me ficou a memória e essa morrerá comigo!). Até pode ser que mais alguém queira ir de Lisboa a Proença, aproveitando o ensejo para trazer de lá uns maranhos e ...
Diamantino, manda notícias da tua terra. Não podes conversar com esses bichos de bolsa marsupial e perguntar-lhes o que é que eles sabem de Portugal? Essa bolsa era um bom jerrican para transportar gasolina nos dias que correm!
Um grande abraço para os três, do António Henriques
Neste dia 16 de Agosto, celebram o seu aniversário os amigos:
- Álvaro Conceição Martins, de Cardigos e a viver na Sertã, a quem, nos seus 70 anos, desejamos longa vida, muita saúde e muitos amigos.
Aqui está ele em alegre convívio com o António Luís, no nosso encontro da Sertã. É também na Sertã que o Álvaro trabalha (ou trabalhava), ligado à Escola Secundária. Possivelmente, estará já reformado!...
E como Diácono permanente, continua Adstrito ao serviço das Paróquias de Cabeçudo, Cumeada, Marmeleiro, Mosteiro, Sertã e Troviscal.
Contacto: tel. 933 424 447
- E ainda outro aniversariante: o Américo Nunes Peres, do Estreito, a quem desejamos também muitos anos de felicidade, com saúde e muitos amigos.
Descobrimos no Facebook este pormenor, à data da sua aposentação em Outubro de 2013: «Américo Nunes Peres, o último diretor da antiga Escola do Magistério Primário e depois responsável pelo Pólo da UTAD em Chaves, doutorado em Ciências da Educação, académico e pedagogo reconhecido aquém e além-fronteiras, com uma obra científica das mais notáveis no seu ramo do saber, conferencista, organizador de congressos, animador e agente cultural… acaba de depor as armas no seu combate audaz, enérgico, perseverante, que preencheu toda a sua longa carreira profissional....»
De facto, para quem o sabe fazer, o cinema é mesmo uma arte muito simples: basta uma câmara, um ponto de partida e pessoas que se vão cruzando e dialogando. E temos um filme, quase sempre um magnífico filme.
Vem isto a propósito do último trabalho do iraniano Jafar Panahi: Três Rostos. Como é do conhecimento de muitos, Jafar Panahi está proibido de filmar e de sair do Irão (em 2010 foi preso e acusado de fazer propaganda contra o Governo do Irão e a República islâmica). Mas ele não acatou a proibição, arranjando maneira de filmar e fazer com que os seus filmes saiam do país e possam ser vistos. E são sempre uma revelação. Depois de Táxi, aqui vai o convite para não perderem esta pérola. Para quem gosta realmente de cinema, de um cinema artesanal, simples, humano, cheio de pessoas e das suas vidas, ora mais dramáticas, ora mais felizes, cheio das cores e das marcas de um país com tradições que, afinal, não são assim tão diferentes de todas as outras.
O filme começa com a gravação de um vídeo, num telemóvel, por Marziyeh que está disposta a tudo para conseguir ser atriz, até a simular um suicídio. O seu objectivo é fazer ir à sua aldeia a mais famosa atriz do Irão, Benhnaz Jafari, para convencer a sua família a deixá-la ir para o Conservatório, em Teerão. O vídeo é enviado para o telemóvel de Panahi que o faz chegar a Jafari.
Muito intrigada e preocupada, ela faz a viagem no jipe de Panahi, com ele ao volante, como em Táxi. Não vai ser fácil a tarefa. É de uma grande viagem que se trata até uma remota aldeia junto da fronteira com o Azerbaijão para tentar desvendar o mistério daquele vídeo. Pelo caminho vão conhecer – e, portanto, dar-nos a ver – a hospitalidade, a generosidade, a desconfiança, as tradições, os costumes e preconceitos de um Irão rural, muito afastado da capital. Como lhe é habitual, Panahi vai mostrando os problemas e males da sociedade iraniana muito fechada e tradicionalista: todos reconhecem e aplaudem a actriz, Behnaz Jafari, mas à filha da terra, Marziyeh, que quer seguir o mesmo caminho, chamam-lhe pejorativamente “saltimbanca” e não aceitam essa sua vontade.
Uma das singularidades do filme é que cada um faz dele próprio. É como se não houvesse personagens: a actriz é mesmo ela, o realizador é mesmo ele, como que esbatendo a linha entre a realidade e a ficção. Com este artifício, Panahi consegue um filme virtuoso e belo, marcado pela denúncia da realidade e pela coragem e bondade do seu olhar.
Sobressai neste filme, uma vez mais, a condição da Mulher num Irão ainda muito pouco capaz de reconhecer a sua dignidade. Os três rostos do filme são, de facto, Marziyeh, Jafari e Shahrzad, uma actriz do tempo pré-revolução, que vive naquela aldeia, completamente à margem, e da qual nunca veremos o rosto. Passado, presente e futuro. É por aqui que se move o realizador, deixando-nos, no final, apesar do pára-brisas estilhaçado, um caminho em aberto. Não se pode desistir da liberdade.
Se alguém viu o magnífico O Sabor da Cereja, de Kiarostami, encontrará neste Três Rostos muitas rimas e evocações. E a viagem não é menos importante, a par da inteligência e do humanismo.
3 Faces – 3 Rostos, de Jafar Panahi
Drama, M/14, Irão, 2018.
Prémio de melhor argumento no Festival de Cinema de Cannes
Manuel Mendes é padre católico e pároco de Matosinhos; o texto foi inicialmente publicado na revista Mensageiro de Santo António, de Julho-Agosto de 2019.
Está em andamento a preparação de mais um encontro de pessoal que agora anda na casa dos 60.
Uma referência dessa época são os prefeitos: muito jovens, próximos nas idades e mentalidades, eram já o reflexo (em minha análise), dos ventos de mudança.
Vai ser num sábado entre 19 de outubro a 16 de Novembro, a acertar da forma mais abrangente possivel à agenda dos interessados.
Só tenho contacto de uns 60. São muitos mais.
Os que não contactei e quiserem juntar-se a nós ligam-me para 960133163, sms e ou endereço de email.
De há seis anos para cá será o terceiro almoço do género. Estivemos pouco mais de vinte nos dois anteriores. Pelas sondagens, parece-me que vamos ser significativamente mais.
Poucos tiveram a oprtunidade de crescer com uma variedade humana como nós. Podemos ainda usufruir do que nos une e do que nos diferencia. Cuidamos do que temos, dos que temos.
- O P. Carlos José Cardoso de Almeida, nascido em 1970 e ordenado em 1997; presentemente é Pároco de Alferrarede, Rio de Moinhos, Sardoal e Valhascos.
Aprecia música e aproveita as redes sociais para espalhar a mensagem cristã e os seus pontos de vista.
Aqui estamos a apresentar os PARABÉNS DESTE GRUPO ao amigo e a desejar-lhe muita saúde e forças para conseguir atingir os seus objectivos.
Para falar com ele, contactem tel. 966 878 424
- Também hoje faz anos o Francisco Alves Lopes Ruivo, que nasceu em Alcains em 1942. Profissionalmente, desempenhou a função de professor quer em Portalegre e Proença-a-Nova (nos colégios diocesanos) quer depois em Lisboa, nomeadamente no Colégio Portugal, da Parede, de que ele assumiu a gestão e direcção durante muitos anos. Agora, goza a sua jubilação na Parede, onde vive.
A nossa associação não esquece os favores que o Francisco Ruivo nos concedeu, até no empréstimo das carrinhas do colégio para as nossas actividades.
Aqui lhe deixamos um abraço de muita amizade, com os PARABÉNS DO GRUPO e votos de saúde e felicidade por muitos anos. E olha, Francisco, gostávamos muito de te ver nos nossos encontros.
Como não temos foto recente e o Francisco não frequenta o Facebook, descobrimos uma foto dos tempos de Proença, quando ele era um jovem professor junto dos seus alunos e do Director, Sr. P. Sousa.
É o nosso grande amigo Joaquim Dias Nogueira, que nasceu em 1933 na Várzea dos Cavaleiros e presentemente vive em Lisboa. Com longas deambulações profissionais pelo Congo Belga, estudou e exerceu o ofício de licenciado em Direito.
Colaborador entre os principais da nossa associação quer no tempo (é do princípio, com o João Heitor...) quer na intensidade do trabalho (presentemente, é Vice-Presidente, encarrega-se de toda a contabilidade e é um activo colaborador do "ANIMUS SEMPER").
Por isso, temos muitas razões para estarmos presentes no seu dia de anos, dar-lhe os PARABÉNS e desejar-lhe muita saúde e muita alegria por tempos infindos.
As atividades e competições desportivas são sempre uma fonte fantástica de arte e beleza, de alegria e emoções. Os verdadeiros adeptos, porém, não atiram a toalha ao chão quando os resultados são menos bons. Sem cara de vinagre, sabem apoiar a sua equipa quando ganha e quando perde. É um gesto bonito e merece aplausos. Igual atitude têm para com os árbitros e sabem fazer festa com os jogadores e adeptos adversários, em qualquer circunstância. É o fair play e a própria educação que o reclamam. Quando alguns fãs se identificam exageradamente com um atleta ou com uma equipa ou não conseguem enquadrar a derrota, não raro geram tensão, agridem, insultam, denigrem, criam guerra entre as claques, provocam intervenção policial, ninguém lucra nem sai bem na fotografia. O desporto, ou aquilo que o envolve, pode, na verdade, ser usado contra a dignidade do ser humano e contra os direitos da pessoa. Na doutrina social da Igreja, não só a política, a economia, a cultura, os meios de comunicação social e a própria ciência devem estar ao serviço da pessoa e do bem comum. O desporto também deve estar. Ele não pode ser um instrumento ao serviço de caprichos, ideologias, orientações políticas, interesses mediáticos, demonstrações de poder ou busca cega de lucros. Tampouco deve alimentar peneiras e piruetas diretivas, nacionalismos ou bairrismos doentios. Embora deva estar liberto e acima de tudo isso, no entanto, vamos constatando que nem sempre está. E tais desvios prejudicam a beleza e a festa desportiva, põem em causa a dignidade e os direitos dos atletas, dos espectadores e dos adeptos. Porque vivemos numa sociedade em que a culpa morre sempre solteira e embrulhada, mui carpideira, nos xailes negros da desculpabilização, o desporto deveria ser exceção. Deveria “sentir-se responsável por aquilo que sucede no seu contexto”. Não só os atletas, “também muitas outras figuras como as famílias, os treinadores, os assistentes, os médicos, os dirigentes, os espectadores e as pessoas envolvidas nos outros âmbitos do desporto, incluindo os cientistas, os líderes políticos e económicos e os representantes dos meios de comunicação social”. Há responsabilidades partilhadas em comportamentos nada louváveis na área desportiva. Existe um conjunto de instituições e de costumes que tornam difícil a fidelidade aos valores internos do desporto. Mas são estes que devem ser fomentados em todo o sistema e a todo o custo: “A importância social das diversas organizações desportivas ao nível regional, nacional e internacional é enorme, e assim deve ser também a sua responsabilidade moral. Elas devem estar ao serviço dos valores internos do desporto e do bem da pessoa”. Além disso, os desportos que provocam danos ao corpo humano e à pessoa não deviam ser valorizados. A busca do mais alto desempenho e a vitória a todo o custo, pressiona imenso os desportistas. Por isso, tentam todas as formas possíveis de melhorar a prestação, não raro de modo moralmente duvidoso, sobretudo quando se reduz o corpo ao estado de objeto, o que não é, de facto, saudável. O Documento “Dar o melhor de si” do Dicastério para os Leigos, a família e a Vida sobre a perspetiva cristã do desporto e da pessoa humana, Documento que temos vindo a realçar nestes três últimos artigos, cita, a este respeito, o testemunho de um antigo jogador de futebol americano: “Percebi, paradoxalmente, que era como se tivesse afastado e eliminado a ideia de que eu era o meu corpo. Conhecia o meu corpo o mais a fundo possível, mas usei-o e pensava nele como uma máquina, uma coisa que devia ser bem oleada, alimentada e mantida para realizar um trabalho específico” (cf. Cap. IV). Este é, muitas vezes, um processo de “automatização” dos atletas que pais, treinadores e dirigentes, “interessados unicamente na especialização unidirecional de um talento singular”, promovem para garantir “o seu êxito e satisfazer as expectativas de medalhas, recordes, bolsas de estudo escolares, contratos de patrocínio e riqueza”. Tal maneira de encarar o desporto pode fazer com que os jovens corram “o risco de se alienarem dos seus próprios afetos, comprometendo a própria capacidade de intimidade, um importante elemento de desenvolvimento no crescimento de um jovem adulto. Tudo isto exerce um impacto negativo sobre a sua capacidade de gerir, quer física quer emocionalmente, a sua relação afetiva”. Além disso, o doping, físico e mecânico (ciclismo, motociclismo, Fórmula 1), se usado, afeta a compreensão fundamental do desporto. Embora não corresponda aos valores da saúde e do jogo leal, sabe-se que ainda é praticado por atletas individuais e por equipas. Corrompe o desporto, viola as suas regras, degrada o corpo dos desportistas, rasga o fair play. A cura, se está em apelar à moral individual dos atletas, está sobretudo em colocar o travão àquelas fontes de financiamento e de manipulação que tantas vezes estão por detrás do que acontece. A praga da corrupção pode levar muita coisa à ruína, incluindo o desporto. Na busca dos seus interesses, a corrupção tudo explora com burlas e enganos, charlatanices e meias verdades, num submundo a evitar. Os próprios sistemas e políticas desportivas não estão imunes a que muitas das suas decisões ou opções sejam ditadas por estas térmitas, uma espécie de formiga branca, alérgica à luz do dia mas que tudo devora e destrói às escuras. Apesar de haver muita coisa bela e fantástica, é pena, muita pena que isto possa acontecer também no desporto!
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 09-08-2019.
Gostei de saber que a tua salvação se encontra já ao virar da esquina. Oxalá que tudo vá correndo de feição.
Envio mais uma colaboração. Desta vez tentei abordar um dos maiores génios da Humanidade - Leonardo da Vinci. Uma ousadia de caloiro, mas conto com a benevolência de todos os nossos amigos do ANIMUS. Seria um pecado da minha parte passar ao lado deste génio do Renascimento e não lhe prestar a minha reverência. Depois de o contemplar no Louvre várias vezes, a minha rendição foi total a este monstro do Renascimento.
Caro Henriques, recompõe-te lá dessas maleitas porque ainda temos muito caminho para palmilhar de mãos dadas. Num abraço apertado
Florentino Beirão
Uma geração de génios
Ocorre este ano o 5.º centenário da morte do genial e multifacetado renascentista Leonardo Da Vinci, nascido em 15.04.1452 na região da Toscana em Itália, perto da florescente cidade-estado de Florença, governado pela opulenta família Médici que apoiou, como mecenas, a sua vida artística. Este artista viria a falecer na sua terra natal em 02.05.1519, com 67 anos de idade.
Fruto de um conturbado nascimento, era filho ilegítimo de um tabelião e de uma camponesa. Apesar desta condição, foi educado pelo pai e pela madrasta. Como muito cedo manifestasse forte inclinação para o desenho, o pai matriculou-o num estúdio em 1460, sendo seu mestre Andrea del Verrochio. Chegado aos vinte anos, em 1476, já dotado de consolidados conhecimentos de pintura, decidiu apostar na criação do seu próprio ateliê.
Nesta altura (séc. XV-XVI), desenvolvia-se então em Itália, a partir de Florença, um movimento artístico, denominado “ Renascimento”. Com ele, pretendia-se fazer renascer a cultura clássica greco-romana, embora renovada. Nomeadamente a nível da pintura, da técnica da perspetiva, o “sfumato”, a inovação da pintura a óleo e a introdução de elementos naturais.
Para compreendermos melhor o génio de Leonardo, é forçoso inseri-lo na sua época, em grandes mudanças, com um adeus à predominante civilização cristã que marcou o fecundo período da civilização da cristandade medieval. A partir do Renascimento, a inspiração artística começou a centrar-se então na descoberta e na valorização do Homem (humanismo), tornando-se este o centro - antropocentrismo.
Recordemos ainda que foi durante a vida de Da Vinci que ocorreram os descobrimentos portugueses e espanhóis, dando novos mundos ao mundo. Foi ainda inventada e difundida a imprensa de Gutenberg, com tipos móveis, a qual muito contribuiu para promover a reforma protestante no séc. XVI. Um outro feito importante foi a conquita da cidade de Constantinopla (Istambul) em 1453, pelos exércitos otomanos – muçulmanos. O resultado foi colocar-se um ponto final no império bizantino e na idade-média. Da então Bizâncio, fugiriam muitos artistas e sábios para Itália, para onde trouxeram preciosos conhecimentos que possuíam da cultura clássica.
Regressando à importância dos descobrimentos, como se sabe, inaugurou-se a primeira ligação, por via marítima, entre o Ocidente e o Oriente - permitindo assim a chegada à Europa de novos saberes e abundantes riquezas materiais. Esta façanha é considerada a primeira globalização do planeta, poi aproximou diversos povos, com antigas e opulentas civilizações.
A geração deste período histórico (séc. XV-XVI), quanto a nós, foi muito semelhante à que hoje nos é dado viver. Já então, o poeta renascentista Sá de Miranda (1481-1558) cantava num dos seus conhecidos poemas que “tudo é composto de mudança”.
Leonardo da Vinci, praticando multifacetados saberes, como a anatomia, a hidráulica e a engenharia, foi deixando nos seus escritos preciosas sementes para futuros avanços científicos e tecnológicos. A partir da sua obra, foi possível a revolução científica e industrial, alicerces da nossa vida moderna. Além de um pintor genial, esboçou ainda engenhosos planos de máquinas, alguns dos quais originaram futuras invenções.
Sempre insatisfeito com o seu saber, foi constante a sua inclinação pela experimentação de novas técnicas. Se a pintura da misteriosa Gioconda do Louvre (1503) pintado a óleo, é das obras mais fascinante do mundo, pelo seu enigmático, tímido e sedutor sorriso e olhar, não é menos famoso o seu quadro de pintura mural da “Última Ceia” (1495), pintado ao longo de três anos, para o refeitório dos franciscanos de Milão. Ao longo dos 67 anos da sua vida, foi também percorrendo a Europa culta, trabalhando para generosos mecenas de várias nações. Do papado aos mosteiros, dos príncipes aos reis.
Recorde-se ainda que Leonardo viveu acompanhado por grandes génios da sua época. Entre outros, pelo controverso Nicolau Maquiavel (1469-1527) autor do livro “O Príncipe” (1513) e Miguel Ângelo (1475-1564) pintor da obra -prima da capela Sistina do Vaticano (1508-13), pintada a fresco.
Nascido como filho ilegítimo, Da Vinci não teve descendência. A sua inclinação por homens, provavelmente, o teria marginalizado socialmente. Mas seria a sua genial obra que acabou por o imortalizar, juntamente como o elenco de grandes artistas da sua geração. A modernidade da Europa de hoje, certamente, só foi possível, graças aos inestimáveis contributos de uma geração de génios do seu tempo, da qual ele foi um dos maiores.
Na saga dos incêndios que todos os anos nos atingem, destaca-se a teia de negócios que andam à volta desta tragédia para o interior do país. Já não bastavam os negócios das aeronaves concorrentes a apagar fogos que todos os anos acaba em tribunal; agora descobrimos o negócio dos kits a acrescentar ao negócio dos fornecedores de fardas e material dos bombeiros, e as suspeitas de outros negócios que não são conhecidos. É muita gente a ganhar dinheiro à custa dos fogos e que por isso não estão nada interessados em que eles acabem. Quem sofre são as gentes do interior que veem arder as suas florestas e casas…
Não são, contudo, apenas os incêndios os inimigos de quem aqui sobrevive. Na semana passada, um grupo de agricultores da região centro manifestou-se junto ao Ministério da Agricultura por causa da praga dos javalis. Já destruíram o milho que tinham semeado e agora estão a destruir as uvas das videiras. Não vale a pena fazer vedações, pois eles furam por baixo delas. Há quem use perfume ou excrementos, há quem ponha rádios a tocar no meio do milho, mas nada os trava. Já não respeitam sequer os cães e dão-se ao luxo de comer a sua ração. São um atentado ao trânsito nas estradas provocando graves acidentes. Se juntarmos os texugos, os veados, os gamos, as raposas, os melros e estorninhos podemos dizer que é muita bicharada que os agricultores têm de governar, sem receber nada em troca. Com incêndios e tanta bicharada a alimentar, não tarda a que todos tenhamos de fugir do interior, onde já não se pode viver. agostinho.dias@reconquista.pt
- Mons. Paulo Henriques Dias, nascido em 1970, Vigário Geral da Diocese de Portalegre-Castelo Branco; Moderador da Cúria Diocesana; Juiz Diocesano; nomeado Monsenhor com o título de "Capelão de Sua Santidade" em Setembro de 2009. É ainda pároco de meio Alentejo (9 paróquias: Aldeia da Mata, Alter do Chão, Cabeço de Vide, Chancelaria, Crato-Mártires, Cunheira, Flor da Rosa, Monte da Pedra, Seda e Vale do Peso!).
Só com muita energia e saúde pode corresponder aos compromissos assumidos...
Bom amigo, os nossos PARABÉNS! E ainda votos de muita saúde e longa vida para servir a Igreja em alegria.
Contacto: tel. 967229564
- Ramiro Cristóvão Pereira, outro amigo deste grupo de antigos alunos, natural dos Envendos e a viver em Lisboa.
PARABÉNS, Ramiro, e que a Vida te sorria com muita saúde e felicidade por muitos anos, na companhia de quem mais gostas.
A importância estratégica do sector social e solidário foi assumida pelo Estado desde há várias décadas, tendo sido assinado em 1996 o Pacto de Cooperação para a Solidariedade Social, enquanto instrumento que visava “criar condições para o desenvolvimento da estratégia de cooperação entre as instituições do sector social, que prosseguem fins de solidariedade social, a Administração Central e as Administrações Regional e Local”. O Estado, que constitucionalmente já tinha assumido a função da protecção social dos seus cidadãos como sua obrigação, fez, então, o que devia ser feito: estrategicamente, decidiu apoiar-se em quem já estava presente muito antes dele em todo o território nacional, em quem já sabia e sabe fazer o que faz e em quem já fazia e faz com menores custos e com maior qualidade.
Com a celebração do Pacto, o Estado e os representantes das instituições sociais comprometeram-se a cooperar entre si com vista a alcançar determinados objetivos, designadamente o “desenvolvimento de uma rede de apoio social integrado, contribuindo para a cobertura equitativa do país em serviços e equipamentos sociais” e a “otimização dos recursos disponíveis, de modo a possibilitar melhores prestações sociais, assente na relação custo/benefício/qualidade dos serviços”, tendo sido assumido o compromisso de que a formalização do “modelo de relacionamento” entre o Estado e as instituições sociais se concretizaria através da celebração de acordos de cooperação.
Em particular, desde aquela década de 1990 verificou-se um alargamento significativo da rede de equipamentos sociais, assumindo o terceiro sector um papel fundamental na prossecução das respostas sociais, assumindo uma importância social e económica de elevado relevo junto das comunidades em que as instituições estão inseridas. E, tendo também por base os dados da Carta Social, conclui-se que as IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] têm equipamentos para crianças, jovens e idosos em 70,76% do número total de freguesias do continente e que em 27,16% do número total de freguesias do continente as IPSS são as únicas entidades que lá têm equipamentos de apoio social. São as associações, cooperativas e fundações de solidariedade social, as casas do povo, misericórdias e mutualidades, os centros sociais paroquiais e institutos de organização religiosa, que estão presentes por todo o território nacional e que são responsáveis por todo um importante serviço de protecção social nas comunidades.
Sucessivamente, através de protocolos de compromisso anuais e, mais recentemente, através de protocolos de compromisso bienais, tem vindo a ser regulado o modelo de relacionamento entre o Estado e essas mesmas instituições sociais.
O Compromisso de Cooperação para 2019-2020 foi firmado no dia 11 de Julho pelos três Ministérios (Trabalho Solidariedade e Segurança Social, Saúde e Educação) e pelas quatro Organizações representativas do Sector (União das Mutualidades, União das Misericórdias, Confecoop e CNIS). Para além de atualizar a comparticipação pública em 3,5%, consagra iniciativas em matéria de flexibilização na ocupação das vagas, calendariza avaliações e regulamentações e, entre outras medidas adequadas à realidade e que permitem às instituições uma melhor gestão, introduz um clausulado com incidência legal mais claro e respeitador na cooperação, estabelece um sistema de serviço partilhado de apoio às instituições e, finalmente, e não menos importante, introduz um cursor de estabilidade e previsibilidade que, sem recurso ao Orçamento do Estado, será certamente bem importante na manutenção e aprofundamento da necessária transparência no sector e na fundamental assunção da sua sustentabilidade.
Lino Maia é padre católico da diocese do Porto e presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS)