Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Faleceu mãe do José Centeio

31.07.19 | asal

Acabo de receber um telefonema do António Colaço com notícia triste:

José Centeio1.jpg

encontrando-se ele com o Sr. P. Castanheira, este comunicou-lhe que a vida difícil da mãe do nosso amigo José Centeio tinha chegado ao fim. Deixou o filho sozinho na terra.

Nós sabíamos que o Zé Centeio há algum tempo se tinha disposto a tratar da mãe, que precisava de contínuos cuidados... Acabaram estas suas tarefas!

O funeral da mãe do nosso amigo será na próxima sexta-feira, dia 2 de Agosto, na Lousa, pelas 9 horas. 

Não haverá ninguém que possa estar presente nesta hora difícil a acompanhar esta família? A amizade empurra-nos para atos solidários. Colegas da região de Castelo Branco, atenção a este triste evento.

Que Deus a receba na sua Paz eterna.

Vai faltar a Parreirinha...

31.07.19 | asal

Um tipo anda cada vez mais velho... e não é que me esqueci mesmo de enviar a foto do último almoço na Parreirinha?! Foi no passado dia 19 de Julho.

19-07-2019.JPG

Ainda vai a tempo de publicação?!
É que vamos voltar na próxima sexta-feira, dia 2 de Agosto, e ainda me podem “bater” pelo esquecimento. 
O restaurante Parreirinha vai fechar para férias a 12 de Agosto até dia 28.
Nesse período, os almoços não se realizarão. 
Um abraço, Tonho Henriques, e.... tem lá paciência. Podes é acrescentar mais qualquer coisinha, sobre os nossos convívios semanais.

Manel Pires Antunes

NOTA: Pronto, tenho de aproveitar o dia 2 de Agosto ou o dia 9 para matar saudades destes amigos, que a Parreirinha fecha para férias...

E, depois de um mês e meio a faltar por causa das canadianas(!!!), já estou mesmo com saudades... Vou ver se a minha esposa, enfermeira, cuidadora, cozinheira e motorista me pode levar lá, ao menos no dia 2, a próxima sexta-feira. No dia 9, já ca temos filhos e seus amigos e familiares, o que ainda nos alegra mais. AH

Curiosidades

31.07.19 | asal

Cangalhas, cangalheiros e agências funerárias

Mário Pissarra.jpeg

1. Aprendi o significado de cangalhas como sinal de óculos. Usar cangalhas, pelo contexto, remetia para um velho de óculos. «Usa cangalhas» ou «com aquelas cangalhas» tinha sempre um sentido depreciativo. Remetia sempre para a figura de uma pessoa idosa e com os óculos na ponta do nariz ou, então, para algum pitosga com óculos tipo fundo de garrafa. Numa sociedade em que o acesso a óculos tinha mais a ver com o estatuto económico-social do que com a necessidade, era natural que este sentido pejorativo se enraizasse na linguagem do povo. Os óculos eram sempre um acréscimo pouco estético à figura humana. No século XVI, quando o uso de óculos se tornou moda, nos Países Baixos, surgiram caricaturas em que até os porcos e e cães usavam cangalhas.

2. Mais tarde aprendi que também se usa o termo como sinónimo do que aprendi a chamar «angarelas», usadas pelos burros para transportar água ou outro tipo de cargas. Das mais rudimentares de madeira com espaço para quatro cântaras ou dois molhos ou sacos até à sua reformatação em ferro há grandes ganhos em simplicidade, leveza e e facilidade de utilização. Também conheci este tipo de instrumento em seirões mais parecidos com os alforges. Estas cangalhas eram também um acrescento à albarda do burro.

Cangalhas.jpg

3. Só tardiamente associei e aprendi que a palavra cangalheiro deriva de cangalha. A proibição dos enterros nas igrejas e o aumento da distância para os cemitérios fez nascer o uso de uma padiola, um carro puxado por um só boi para transportar o cadáver ao cemitério. Do transporte de cangalho ao feito por populares evolui-se para a carreta e desta para o carro funerário. A burocratização do processo criou a necessidade de serviços especializados para tratar de tanta papelada. Assim nasceu a sofisticada indústria funerária. Não consta que os que já fizeram esta viagem se tenham queixado de falta de comodidade do cangalho ou elogiado o caro conforto das agências.

Mário Pissarra

Aniversário

31.07.19 | asal

É O TEU DIA, FERNANDO!

Leitão Sertã.jpg

 

Graças a Deus, continuamos vivos, com saúde bastante para desfrutar a vida, com família e amigos que nos confortam. Estou a falar contigo e comigo, meu caro amigo, porque sinto já a brevidade dos dias, o que faz que eles sejam cada vez mais importantes...

Conhecem o Fernando? Nasceu em Sernache do Bonjardim no dia 31 do ano da graça de 1935, pastoreou algumas freguesias, mas profissionalmente foi sobretudo um professor empenhado, algumas vezes na direcção da própria escola, como em Esgueira - Aveiro, onde vive há muitos anos.

Mas, mesmo vivendo longe dos locais dos nossos encontros, ele vem por aí abaixo, está presente e ainda é capaz de arrastar consigo outros amigos, como aconteceu na Sertã, aqui entre o António Valentim Pires da Costa e o Júlio Cardoso Alves.

Aqui deixamos, pois, os MAIS SINCEROS PARABÉNS ao Fernando Cardoso Leitão Miranda no seu aniversário e desejamos longa e feliz existência a este nosso amigo, na companhia de sua esposa e restante família e juntamente com os muitos amigos que comungam com ele a alegria da vida.

Contacto: tel. 919 783 001

Direito à memória

29.07.19 | asal

Gavia10.jpg

 

Todos temos direito à memória, um património indispensável para a nossa estruturação, dizia o Alves Jana no Gavião. Nós aqui também assumimos o dever de avivar essa memória, para o passado consolar o nosso presente.

 

Por isso, trago para aqui dois testemunhos: 

 

1 - do António Colaço:

GAVIÃO, MEMÓRIAS E CHÃO

Colaço4.jpg

A casa onde nasci é, desde há alguns anos, um parque de estacionamento.

O Seminário onde iniciei, com mais quarenta e um colegas, os meus estudos, é, desde há alguns dias, um montão de ruínas, em planeada demolição.

Alves Jana, com a edição do seu livro "O Meu Seminário", fez com revisitasse a minha terra natal.

De que terra somos, quando já sem qualquer chão, apenas as memórias parecem serem o único lugar habitável?!

Foi isso que quis dizer na apresentação, mas que o atropelo da emoção tornou inviável.

 

2 - Do António Manuel Silva:

O RESGATE DE MEMÓRIAS DO SEMINÁRIO

Tó Manel2.jpg

Foi no GAVIÃO, como não podia deixar de ser, que José Alves JANA quis apresentar o seu livro “ O meu Seminário (1963-1974)” tendo convidado o amigo e companheiro antigo de muitas e animadas aventuras de juventude por terras do Alto Alentejo e outras, António COLAÇO, para presidir à sessão, no dia 27/07, na Biblioteca Municipal do Gavião.
Com a sala composta, onde o Presidente da Câmara do Gavião, José PIO, fez questão de estar presente, decorreu uma conversa simples, esclarecedora e bem-humorada onde, mais que falar do livro, se resgataram memórias que o A. COLAÇO, qual mágico improvisado, fez saltar do seu baú de recordações e que outros “artistas” convidados escavaram no mais fundo das suas recordações como foi o caso do próprio JANA, do ZÉ PEDRO, do MANUEL DOMINGUES e do ANTÓNIO MANUEL, quatro dos muitos jovens que passaram pelo Seminário do Gavião e ali quiseram também vir dar o seu testemunho garantindo estarem agradecidos e em PAZ com as suas memórias do seminário.
Foi assim…

Aniversário

29.07.19 | asal

João Alves Mendonça P..jpg

 

Estamos hoje a dar PARABÉNS ao nosso colega P. João Alves Mendonça, nos seus 76 anos. Presentemente é Pároco de Santo André das Tojeiras e Sarzedas.

Desejamos-lhe saúde, energia e as bênçãos de Deus para cumprir suas tarefas com alegria e felicidade.

Contacto: tel.  966 297 655

Mais um

28.07.19 | asal

Amável André.jpg

Pois é, estamos sempre a acrescentar a nossa lista...

Também hoje faz anos o Amável André, de Escalos de Baixo, nascido no longínquo 1935, colega de viagem no seminário dos António Valentim, Rito, Manuel Pereira, Júlio, Fernando Leitão, Curado...

Cursou Direito na Universidade de Lisboa, trabalhou no Banco de Portugal e vive em Almada. Um dia destes ainda o vemos nos nossos encontros.

PARABÉNS, Amável, e votos de muita saúde e longa vida, fruída com felicidade.

Já temos contacto telefónico: 933 760 582

NOTA: Afinal o Amável é de Freixial do Campo, vizinho do António Valentim Pires da Costa. Foi graças aos esforços do Manel Pires Antunes que conseguimos os dados certos. Obrigado, Manel. E foi graças a um comentário anónimo (não esqueçam de assinar no fim!...) enviado pelo Fernando Leitão Miranda que tudo isto começou. Fernando, és um grande colaborador. Abraço.

Deixo este acrescento para todos saberem como são estas tarefas. AH

Aniversário

28.07.19 | asal

José Cruz.jpg

Dia de aniversário para o José Cruz, nascido em 1957. Mas dele pouco sabemos, pois não temos mais informações nos nossos ficheiros e ele frequenta pouco estas redes sociais e ainda não nos respondeu.

Na sua pág. do Facebook diz que é mecânico e vive em Alcains.

Assim, os PARABÉNS deste grupo para o nosso amigo, a quem desejamos as maiores felicidades.

Também não temos contacto telefónico.

Aniversário

27.07.19 | asal

Manuel da Conceição Mendes. jpg.jpeg

Mais um em Julho...

Hoje celebra o seu 61.º aniversário o Manuel da Conceição Mendes, diácono permanente adstrito ao serviço das Paróquias de Abrantes e Alferrarede e a morar na Chaínça.

Damos-lhe os PARABÉNS e desejamos a este amigo muita saúde e sucesso no trabalho a que se dedica ao serviço do povo de Deus.

Contacto: tel. 241 361 396 

Palavra do Sr. Bispo

26.07.19 | asal

DESPORTO: UM SINAL DOS TEMPOS COM VALOR DE FESTA

IMG_0590.jpg

 

A vida é um jogo! Um jogo muito mal jogado logo por Adão e Eva. Se vivessem hoje, não sabemos se eles usariam o sistema tático 4-4-2 ou o 3-5-2 ou qualquer outro dos reconhecidos pela FIFA. Não sabemos de que club é que eles seriam; se iriam sentir-se pressionados por alguma claque ou injustiçados por algum árbitro; se contestariam o vídeo-árbitro e se gostariam de tanta fartura de futebol em debates tão inflamados nas televisões. O que sabemos é que não cumpriram as regras do jogo e nenhum quis assumir as responsabilidades. Por isso, embora com a promessa de novos tempos e sem assaltos à academia, foram expulsos do relvado – um relvado belo como um jardim! -, que passou a ser guardado por querubins e espada flamejante (cf. Gn 3). 
Se a vida é um jogo, o jogo é desporto e desporto “é uma atividade física em movimento, individual ou em grupo, de caráter lúdico e competitivo, codificada mediante um sistema de regras, que gera uma prestação confortável com outras em condições de iguais oportunidades”. Existe desde o alvorecer da história. É um fenómeno civilizacional, permeia os estilos e as opções de vida de muita gente. Faz parte da sociedade e participa nas suas dinâmicas. Ultrapassa as fronteiras nacionais e a diversidade das culturas. É global, tem alcance planetário, está no coração de toda a humanidade e também no coração de toda a Igreja. 
O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, publicou um documento interessante sobre a perspetiva cristã do desporto e da pessoa humana. Tem por título “Dar o melhor de si”. Pretende falar “a todos aqueles que amam e promovem o desporto, quer sejam atletas, professores, treinadores, pais ou pessoas para quem o desporto é uma profissão ou uma vocação”. Aborda “quer as grandes oportunidades e possibilidades que o desporto oferece, quer os riscos, as ameaças e os desafios que ele nos apresenta”. O Papa Francisco, a propósito do Documento, enviou uma mensagem em que realça o desporto como lugar de encontro, veículo de formação e meio de missão e santificação: “Numa cultura dominada pelo individualismo e pelo descarte das gerações mais jovens e dos mais idosos, o desporto é um âmbito privilegiado em torno do qual as pessoas se encontram sem distinção de raça, sexo, religião ou ideologia e onde podemos experimentar a alegria de competir para juntos alcançar uma meta”.
A Igreja, com a sua presença organizada e institucional no sistema desportivo, segue o desporto e procura ajudar a promovê-lo do ponto de vista institucional, pastoral e cultural. Em vários países, existem, há mais de um século, associações e sociedades desportivas eclesiais, plenamente envolvidas nos eventos desportivos de caráter local e nacional. Várias Conferências Episcopais colaboram de perto com associações desportivas nacionais e internacionais. A par da ação de muitos leigos neste campo, há numerosos sacerdotes que estão empenhados em grupos desportivos paroquiais e associações desportivas amadoras ou que prestam serviço como capelães em sociedades desportivas profissionais ou nos Jogos Olímpicos. São belos sinais de uma Igreja em saída!...
São Paulo usava metáforas desportivas para explicar a vida dos cristãos aos gentios. Pensadores cristãos dos primeiros tempos, também pensaram na vida cristã como um desafio competitivo e opunham-se, com determinação, a certas ideologias que desvalorizavam o corpo em nome de uma mal-entendida exaltação do espírito. São Tomás de Aquino escreveu sobre o valor dos jogos e a importância de as pessoas dedicarem tempo ao recreio e aos jogos. Os humanistas do Renascimento e os primeiros jesuítas, no seguimento de São Tomás, acentuaram a importância de haver tempo para o jogo e o recreio no percurso escolar, e assim se foi incluindo nas instituições escolares do ocidente. A revolução industrial, as suas mudanças sociais, políticas e económicas ofereceram condições para favorecer a origem, difusão e afirmação do desporto moderno a nível global. Os meios de comunicação social sempre foram incansáveis na sua difusão. A luta constante pela sua autonomia com a redescoberta das ideias pedagógicas da antiga Grécia, fizeram com que as atividades físicas fossem ganhando cada vez mais estatuto nos percursos da educação, também para promover o reconhecimento da igualdade entre as pessoas e formar para a democracia. Fazer um programa pedagógico global para educar os jovens de todo o mundo, educando para a paz, a democracia, a cultura do encontro e a busca da perfeição humana foi o sonho de Pierre de Coubertin, no fim do século XIX. Foi ele que, sob o lema “citius, altius, fortius” (mais veloz, mais alto, mais forte), levou a cabo a primeira edição das Olimpíadas, a primeira com êxito e reconhecimento internacional, não só com intuito desportivo e competitivo, mas também para celebrar a nobreza e a beleza da humanidade. 
Em 1904, São Pio X, fazendo abrir a boca ao mundo mais puritano, acolheu um espetáculo juvenil de ginástica no Vaticano. Tal iniciativa parece que foi areia demais para a cabeça de alguns membros da Cúria romana que, mostrando-se escandalizados, logo um casquinou: “Onde é que nós vamos parar?”. Ao que o Papa terá respondido: “Ao paraíso, meu caro, ao paraíso!”.
Pio XII abriu fortemente o diálogo entre a Igreja e o mundo desportivo. Paulo VI, na mesma linha, reconhecendo a universalidade da experiência do desporto, a sua força comunicativa e simbólica e as suas grandes potencialidades educativas e formativas, interrogava: “Como poderia a Igreja desinteressar-se dele?”
São João Paulo II via o desporto como “um dos fenómenos típicos da modernidade, quase um ‘sinal dos tempos’ capaz de interpretar novas exigências e novas expectativas da humanidade”. Apoiou sempre o desporto e abriu, na Santa Sé, um departamento dedicado ao desporto. Ele acreditava que a Igreja “deve estar na linha da frente para elaborar uma pastoral do desporto adequada às necessidades dos desportistas e, sobretudo, para promover um desporto que crie as condições necessárias a uma vida rica de esperança”. Bento XVI olhou para o desporto como um moderno pátio dos gentios e um areópago onde anunciar o Evangelho, um ginásio de vida em que as virtudes podem ser interiorizadas e feitas próprias, em que é possível encontrar-se com o que é belo, bom e verdadeiro, em que é possível testemunhar a alegria de viver e conferir plenitude à experiência desportiva. 
Porque vai começar uma nova época desportiva, e atendendo à importância deste Documento do Dicastério, voltarei a ele, desejando que todo o desporto fomente a sua dimensão de festa e descubra os valores e a moral que o possam ajudar a enfrentar as problemáticas que o afligem, nomeadamente “o doping, a corrupção, a violência dos adeptos e a comercialização desenfreada que avilta a alma do desporto”.

Antonino Dias
Portalegre-Castelo Branco, 26-07-2019.

Integrar ou excluir?

26.07.19 | asal
Meu caro António
Em maré de racismos perigosos, fui desafiado a tomar posição. Aqui fica o meu humilde testemunho. Sei que a nossa Associação me acompanha porque todos somos fruto de uma educação que nos orientou no sentido do respeito pelo outro. Como pregava S. Paulo. Não há homem nem mulher, nem escravo nem senhor...todos somos iguais em Cristo nosso irmão. Apenas há pessoas com a mesma dignidade de filhos de Deus.
Boas Férias para todos os que não conseguem declarar férias ao ANIMUS SEMPER.
António, fiquei contente ao saber que te vais libertando, embora moderadamente, da tua limitação. Continuação das tuas melhoras. Florentino
 
R. Obrigado amigo! Isto já está a 80%. Daqui a um mês, ofereço-me ao Sporting para defesa esquerdo na categoria de 3.º suplente... AH
 

Florentino2.jpg

O racismo estende os braços

A temperatura racista tem vindo a medrar ao longo deste tórrido verão. Tanto no nosso país, como por esse mundo fora. Quem julgava que este problema tinha os seus dias contados, enganou-se redondamente.

Iniciemos pelo boçal presidente da USA D. Trump, racista e xenófobo, o qual tem tratado o estrangeiro e o emigrante como inimigos do país. Na sua política racista, se incluem as vexantes medidas que tem implementado na fronteira com o México, as quais mereceram condenação geral, incluindo a do Papa Francisco. Ultimamente, decidiu eleger quatro congressistas do Partido Democrático na Câmara dos Representantes, por terem tido a ousadia de aprovar uma moção de censura contra os “comentários racistas do seu Presidente, dirigidos a membros do Congresso”. Recorde-se que o voto das democratas tinha sido uma resposta às declarações racistas emitidas por Trump, por haver opinado no sentido de que as congressistas emigrantes, da ala mais à esquerda do Partido Democrata, deviam “voltar para donde vieram”. Paradoxalmente, esqueceu-se de que a USA foi construída com sucessivas levas de emigrantes. Para este negociante vaidoso, pelos vistos, a história e o humanismo não passam de letra morta.

Só que, infelizmente, esta paranoia racista contra os emigrantes tem também produzido discípulos em alguns países da UE. Se a Polónia, a Hungria e a Inglaterra com o seu Brexit já faziam parte deste lote racista, agora juntou-se também M. Salvini, ministro do Interior de Itália, que decidiu aderir à mesma cruzada racista, contra os emigrantes. Se ele já lhes tinha fechado as portas, para entrarem na Europa pelos portos italianos, em barcos sem condições, agora este ministro acaba de ordenar um relatório, a ser concluído em duas semanas, sobre a população cigana (sinti e roma), Através dele, pretende verificar a presença de campos ilegais desta etnia, para posteriormente elaborar um plano para os expulsar de Itália.

É dentro deste contexto de comportamentos racistas que podemos enquadrar um recente e muito polémico artigo da historiadora Maria de Fátima Bonifácio, no jornal “Público”, onde considera que “nem ciganos nem africanos fazem parte de uma entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade”. Na sua crónica, avança ainda com algumas conclusões definitivas, nomeadamente, afirmar que os ciganos são “inassimiláveis e recusam terminantemente a integração”. Estas afirmações têm enfrentado uma grande resma de críticas, incluindo uma queixa-crime, apresentada pela Associação SOS Racismo.

Esta questão, como sabemos, é antiga e complexa. Por isso, criticar por criticar, pouco acrescentará a este tema. Se quisermos ser objetivos e sérios, temos de concordar que os sentimentos racistas se encontram disseminados no nosso quotidiano, fazendo mesmo parte da cultura ocidental. Embora não se afirmando de um modo categórico e em público, não deixa de existir, se bem que de um modo velado e larvar. Alguns sentimentos racistas, temos de o reconhecer, existem nas nossas mentalidades e atitudes. Será possivelmente, um racismo em contexto português, a impor-se de um modo sub-reptício na nossa mentalidade cultural.

Lançando um brevíssimo olhar pela nossa longa e gloriosa história, esta reprovável atitude quase sempre esteve patente no comportamento dos nossos antepassados. Desde o “cão” muçulmano, ao “ pérfido” judeu, ao excluído cigano, todos foram sendo perseguidos, expulsos e, por vezes, até queimados pela inquisição. Não esquecendo ainda os quatro milhões de africanos escravos, levados para as américas. Acresce ainda o nosso imperialismo colonial, explorador da mão - de - obra negra. Por todos estes pecados, temos de confessar que, em determinados contextos históricos, também praticámos um criminoso racismo.

Se toda esta realidade nos envergonha, também não olvidamos os grandes avanços que se foram dando no evoluir da nossa história. Nomeadamente, a abolição da pena de morte, o acolhimento de tantos retornados das colónias que foram recebidos e integrados no nosso país, incluindo ainda os miseráveis que procuram a Europa para viverem.

Se hoje existem resquícios de racismo, de um modo geral, o multiculturalismo, felizmente, vai fazendo parte do nosso modo de estar no mundo, como atestam os gestos e as boas relações entre as religiões ou as políticas positivas de integração de ciganos e negros nos programas e práticas de algumas autarquias.

Continuarmos estes caminhos será um dever de todos nós cidadãos se a nossa opção de vida for no sentido da integração e não da exclusão de cada ser humano.

florentinobeirao@hotmail.com

Aniversário

26.07.19 | asal

Escarameia.jpg

PROCLAMAÇÃO

26/07 - Ainda vou a tempo de comunicar aos quatro ventos que celebra hoje o seu 82.º aniversário o P. António Escarameia, Pároco de Vila Velha de Ródão, Fratel e Perais, grande músico, organista-mor do seminário de Portalegre nos tempos em que por lá andámos. E que grande homem! O P. Milheiro, sempre a organizar semanas culturais, encontrava sempre no António Escarameia uma boa-vontade para ele se encarregar de preparar um ou dois (ou três) temas para essas semanas. Eu encarregava-me de um temazinho literário, mas o António Escarameia arcava com tudo o que era música... Belos tempos!

Caro amigo, aqui ficam os PARABÉNS deste grupo que te admira e gosta de ti. E queremos abraçar-te nos nossos encontros, quer tu leves o teu órgão (como sucedeu, na foto em Marvão) ou vás sem o instrumento.

Que Deus te abençoe e que a saúde não te falte para continuares com alegria a servir os outros.

Contacto: tel. 966 365 188

Notícias da UASP

26.07.19 | asal

A felicidade está mais em dar do que em receber!

UAS.jpg

Ao concluir-se a Vª etapa do projeto “Por mares dantes navegados” que nos levou, em dois grupos de 12 participantes cada, à missão de São José do Gungo, na diocese do Sumbe, Angola, recordo, com emoção e gratidão, as palavras de São Paulo, quando se despedia dos anciãos de Éfeso: «Em tudo vos demonstrei que deveis trabalhar assim, para socorrerdes os fracos, recordando-vos das palavras que o próprio Senhor Jesus disse: ‘A felicidade está mais em dar do que em receber’» (Act 20,35).

No contexto dos Actos dos Apóstolos, ‘fracos’ são os pobres e os economicamente débeis, expressão adequada para caracterizar as populações das montanhas do Gungo, campo de trabalho pastoral e humanitária da missão Ondjoyetu, fruto de uma geminação entre as dioceses de Leiria-Fátima e do Sumbe.

A missão de São José do Gungo serve uma comunidade de aproximadamente 34 mil pessoas, dispersa pelas montanhas, em cerca de 80 aldeias, numa área de 2100 km2, maior que o território da diocese de Leiria-Fátima, com uma extensão máxima de 82 Km. Para fazer o caminho que vai do Sumbe à sede da missão, na Donga, uma distância de 130 km, são necessárias, pelo menos, 8 a 9 horas (seis e meia das quais para percorrer 50 km de picada)!

E dava por mim a contemplar a beleza daquelas paisagens e a simplicidade acolhedora daquele povo… e uma pergunta me trazia de volta ao seu quotidiano: quanto trabalho e dedicação, quantos obstáculos e resistências se tiveram de vencer para chegar aos limites da província do Cuanza Sul, entrar em relação com aquele povo para acolher e ser acolhido, e começar a fazer caminho com ele no meio das suas dificuldades e carências, mas também das suas alegrias e esperanças, fazendo-lhe sentir e acreditar que a boa e feliz notícia de Nosso Senhor Jesus Cristo é para eles e que eles mesmos são seus destinatários principais e protagonistas da sua Mensagem! É certo que a Missão é anterior à Independência e que, com a guerra, tudo se complicou…

Mas partir, nos anos noventa, com desejo de servir o Reino de Deus, ser conduzido àquelas paragens e aceitar as suas exigências, diz-nos da seriedade e radicalidade da entrega e da disponibilidade para servir em todas as circunstâncias… Ali, de pouco ou nada vale o gosto por actividades radicais, tão ao jeito da nossa cultura ocidental: os desafios daquele trabalho pastoral assumem outras proporções, pois não são a prazo nem têm horários, para depois se regressar à “zona de conforto”.

Para trabalhar em tais condições não chegam voluntarismos e entusiasmos de momento ou de curta duração, são necessárias razões mais profundas! Só homens e mulheres tocados pelo Evangelho de Jesus poderão fazer suas as fragilidades daquele povo e, na simplicidade e entrega à causa do Reino, criar empatia com as pessoas, suscitar e entrar em relação com aquela ‘juventude de diversas idades’ para os servir na multiplicidade das suas carências e potenciar o seu crescimento humano e cristão.

A missão tem cerca de 80 aldeias; em 65 delas há centro de culto e quase todos têm oração comunitária diária; destes, mais de metade tem celebração dominical sem padre. Os centros de culto estão, por sua vez, organizados em 11 zonas pastorais, com os respectivos catequistas gerais e adjuntos e mais 45 catequistas locais.

Pelo trabalho pastoral ali desenvolvido, primeiro pelo P. Vítor Mira e agora pelo P. David Nogueira, acompanhados por muitas e muitos missionários, dou graças a Deus e peço a Maria que os proteja e conduza nos caminhos da Missão.

P. Armindo Janeiro
Missão do Gungo, Sumbe, Angola 2019

Mensagem especial

25.07.19 | asal

A propósito do anúncio do seu aniversário, o Manuel Carrilho envia-me esta mensagem:

Manuel Carrilho.jpg

 

«Amigo António Henriques, o meu andar na internet é muito baixo, mesmo baixinho. Abro, leio alguns jornais, vejo o facebook e escrevo uma frase ou outra e mais nada, sou um autêntico zero. Já há uns anos que tenho tremores essenciais que não me deixam fazer muita coisa. No entanto, nunca me esqueci da Associação e tenho pena de não poder estar presente, também porque tenho de dar assistência à minha mulher. Um abraço do Manuel Carrilho»

Para além do sentimento natural de simpatia fraterna que eu tenho pelo Manuel, esta mensagem é uma explicação para certos silêncios e uma certeza: estamos unidos, embora por laços ténues dos meios de comunicação que não sabemos manusear com habilidade. 

Mas usamos e sabemos um pouco uns dos outros! Alegra-me que os da nossa idade (mais velhos?!) estejam a atualizar-se para não perderem o comboio da descoberta do mundo... E fazem-no mesmo com a ameaça contínua desta ou daquela doença... Olha, Manuel, cá por casa também sabemos bem o que é o tremor essencial, que perturba muito os movimentos, mas vamo-nos ajeitando às circunstâncias... E por vezes há que fazer o que o parceiro já não consegue fazer!

Não enviaste o teu n.º de telefone. Quem sabe se conversando arranjamos maneira de nos apoiar?

Rezo para que a tua vida decorra em tranquilidade, a tua esposa melhore e um dia nos possamos encontrar...

A. Henriques

Pág. 1/4