Celebramos o Dia dos Namorados em dia de São Valentim. Saudações amigas para todos e votos de muitas felicidades. Os vários interesses da sociedade sempre falam mais alto do que a criatividade de quem sente a responsabilidade de motivar os jovens para o dever que lhes cabe de se irem preparando para, quando o tempo chegar e se for essa a opção, poderem constituir famílias saudáveis e felizes. Entendo que esta preocupação e tarefa deveria ser sentida por todos como causa própria: por famílias, comunidades cristãs e outras comunidades, instituições, pessoas de boa vontade e pelo próprio Estado. Aprofundar e educar para os valores e a riqueza da família vai sendo coisa rara. Não só por isso, mas também por isso, as falências familiares multiplicam-se. É verdade que, por razões várias e nem sempre prevenidas, pode ter-se chegado a situações em que a separação seja totalmente inevitável, como remédio extremo e até moralmente necessário. Sim, exceções sempre houve, é verdade, mas vai-se constatando que a exceção teima em se impor como regra. A sociedade, já tristemente eivada pelo fenómeno, surge apenas com grandes preocupações em remediar os seus efeitos, com tribunais, leis sem conta e minuciosas e, por vezes, em situações duvidosas, até deixa transparecer excesso de zelo que só faz sofrer. Gostaríamos que, mesmo remediando os efeitos, cuidasse mais do tratamento dessa doença social. Isso, porém, não acontece, antes pelo contrário. A sociedade mofa da estabilidade conjugal e das famílias numerosas, promove e divulga contravalores familiares, ensina coisas, coisas que, sem educação e valores, podem ser muito importantes e necessárias, mas vão gerar superioridades autorreferenciais e empresários do descarte, do usa e deita fora.
Apesar de tudo, apesar dos ventos contrários e das águas movediças, apesar de aparentarmos ser vozes solitárias a clamar no deserto, não podemos desistir de remar contra a maré. Vamos fazendo a nossa parte com pena de nem sempre ser da melhor forma ou da forma mais eficaz. É como sabemos e podemos, sempre com humildade e respeito pelas pessoas. Conhecedora da história e com uma história de dois mil anos, a Igreja não esquece que a destruição da família nunca conduziu as sociedades a bom porto. A Exortação Apostólica do Papa Francisco sobre a Alegria do Amor, sobretudo no seu capítulo VI, aponta-nos caminhos pastorais para um sério empenhamento na preparação para o matrimónio dos jovens cristãos e dos de boa vontade. O namoro é um direito e um dever para quem deseja constituir família. É um tempo necessário para individualizar convergências, incompatibilidades e riscos. Não deve esconder ou relativizar o que é importante avaliar, nem evitar as discordâncias ou adiar as dificuldades. No entanto, se tudo acontece de braço dado com o controlo, ameaças, agressões, chantagens, difamações, medos, manhosices: se isso acontece, melhor será ter a coragem de acabar, não há educação humana nem as mínimas condições exigidas para prosseguir. Cada um deve sentir-se no dever de expressar ao outro o que entende e espera dum eventual matrimónio, comunidade de vida e de amor aberta à vida. Deve expor o seu entendimento sobre o que é para si o amor e o mútuo compromisso. Deve partilhar o que deseja do outro e o tipo de vida em comum que sonha e gostaria de concretizar. Deve detetar, antes do matrimónio, os sinais de perigo que a relação pode vir a apresentar e se há meios que permitam enfrentá-los com êxito. Só a verdade liberta e constrói. O namoro ajuda a entender quais são os pontos de proximidade: se os há, se os não há, se são escassos, se são incompatíveis e sem solução, se são passíveis de uma caminhada conjunta. Ninguém ama o que não conhece e muitos decidem casar sem se conhecerem tanto quanto baste. Divertem-se, fazem experiências juntos, mas não enfrentam o desafio de se manifestar a si mesmos e apreender quem é realmente o outro. Aprender a amar alguém não é algo que se improvise ou se decida já e agora, sem demora, idealizando paraísos. A mera atração mútua, se é importante, não será suficiente para sustentar uma união estável e feliz. Há que aprofundar outras motivações que confiram ao possível matrimónio reais possibilidades de estabilidade e êxito, sem atitudes interesseiras ou jogos de tipo comercial. O matrimónio é uma questão de amor entre um homem e uma mulher que se escolhem livremente e se amam, passando de uma atração inicial, à necessidade do outro, do outro sentido como parte da própria vida. Se o amor se reduzir a uma mera atração ou a uma vaga afetividade, é de prever que o casal venha a sofrer grande fragilidade quando a afetividade entrar em crise ou a atração física diminuir. E muitas vezes o tempo de namoro e noivado é curto e leve, não é suficiente para uma verdadeira maturação. Por isso, depois de casarem, muitos continuam, e bem, a completar aquele percurso nos primeiros anos de vida matrimonial, enriquecendo e aprofundando a decisão consciente e livre de se pertencerem e amarem até ao fim. Os movimentos da pastoral familiar e as equipas de espiritualidade conjugal são um excelente meio para este crescimento. Como afirma Francisco, o amor é artesanal, o matrimónio é um caminho dinâmico de crescimento e realização, é um projeto sempre inacabado. Os jovens, aqueles que têm a sorte de ser contagiados na dinâmica do amor e na abertura à comunidade pelo testemunho familiar, são os primeiros a saber aproveitar as instâncias e iniciativas de formação que a comunidade cristã oferece: os grupos de jovens com as suas atividades e convívio, os grupos de noivos, a ação social, a integração na vida eclesial, a oferta de palestras sobre uma variedade de temas que realmente interessam aos jovens, incluindo a castidade, os cursos antes da celebração do matrimónio, a possibilidade de alguns momentos personalizados, dado que o principal objetivo é ajudar cada um a aprender a amar a pessoa concreta com quem pretende partilhar a vida inteira, etc. Como se lê no documento, não se trata de saber o Catecismo inteiro nem de ficar empanturrado com o excesso de temas. Não é o muito saber que enche e satisfaz, mas o sentir e saborear interiormente as coisas, amadurecendo o amor e ganhando resistências saudáveis para o que de menos bom poderá surgir. Por isso, a prioridade é dada àqueles conteúdos que ajudam a celebrar o matrimónio com as melhores disposições e a começar a vida familiar com alguma solidez, alegria e esperança. Estas ajudas não são apenas doutrinais ou recursos espirituais que a Igreja sempre oferece, como a Reconciliação sacramental, os momentos de oração a sós e juntos, a oração de um pelo outro e de ambos a Deus para que sejam fiéis e generosos ao que Deus espera deles, a consagração do seu amor diante duma imagem de Maria... Devem ser também percursos práticos, conselhos bem encarnados, estratégias tomadas da experiência, orientações psicológicas, indicação de lugares e pessoas, consultórios ou famílias prontas a ajudar, aonde poderão dirigir-se em busca de ajuda se surgirem dificuldades. Tudo isto cria uma pedagogia do amor que, tendo em vista a sensibilidade atual dos jovens, os leva a querer assumir o matrimónio como uma vocação que os lança para diante, com a decisão firme e realista de atravessarem juntos as provações e os momentos difíceis até que a morte os separe (cf. AL206-214).
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 15-02-2019.
Mais uma sexta-feira, sempre novidades da Parreirinha.
Conhecem algumas caras habituais, é verdade. Mas hoje, que éramos 11 (só faltava um apóstolo para 12...), vejam se descobrem o José Maria Martins (que repetiu), o José Maria Lopes (que também esteve, agora mais velho por ter feito anos há pouco) e aqui, bem visível, o Tó Manel dos Vales (eu diria melhor: dos Vales, de Proença, da Sertã, de Mação e nem sei que mais...).
Veio preparar uma visita de estudo para uma das suas três Universidades seniores, em que oferece o seu saber e o seu fazer, mesmo como organizador... Muito bem!
Conversas normais sobre temas quentes (ADSE, carros elétricos, regras de revisão de livros, assunto querido do J.Maria Lopes, o encontro da Sertã, que todos almejam com muita esperança para encontrar outras caras um pouco ausentes, sem bem sabermos porquê).
E a massinha de peixe reconfortou os estômagos, tendo-nos despedido com votos de bom fim de semana. O mesmo deseja este fazedor da Ata a todos os nossos leitores. AH
MAIS UM ACRESCENTO À NOTÍCIA COM ESTAS QUATRO FOTOS DO TÓ MANEL:
Trago para aqui uma comunicação de Frei Bento Domingues ao "7Margens" acerca de vários temas e acontecimentos que ilustraram a sua vida, já longa, marcada por uma vontade imensa de esclarecer, marcar o caminho por uma consciência teológica bem estruturada e por uma participação nos problemas sociais de Portugal e do mundo, sempre de modo clarificador e questionante. Desde S. Tomás de Aquino a Ives Congar, a prisão pela PIDE ou a reflexão sobre os recasados e a Igreja ou os problemas da América Latina e de África, tudo ele aborda ao modo de entrevista... Vale a pena gastar uns minutos com ele, agora que a Universidade do Minho, em Braga, vai atribuir, esta sexta- feira, às 10h30, o título de doutor honoris causa a frei Bento Domingues. AH
Em 14 de Fevereiro de 1946, nasceu no Tortosendo esta criança, a quem foi dado o nome de António Eduardo Santos Oliveira.
Aposentado do seu trabalho nos hospitais, vive agora em Odivelas, dedicando-se particularmente aos convívios dos Serviços Sociais da Administração Pública, de que é um grande animador na vertente musical.
Nos nossos encontros, o Eduardo não canta, mas marca contínua presença com a sua arte em fotografia, registando planos muito realistas, o que lhes dá um realce especial.
Os encómios podiam não ficar por aqui. Mas fica o resto para outra vez. Em Portimão, voltaremos a falar. Assim,
PARABÉNS, AMIGO EDUARDO! Desejamos-te muita saúde e alegria de viver. E continua a unir o grupo, pois só esse propósito vale a pena. Até à Sertã, se antes não nos virmos em Portimão... AH
Na história que vou narrar não há coincidências. Conta-se a verdade, só a verdade e toda a verdade.
Num daqueles dias confusos entre o final do verão e o começo do Outono, na procura de um pequeno repouso, sentei-me num dos bancos do jardim municipal da cidade.
Com uma temperatura amena e o astro-rei a aproximar-se do final da sua ilusória trajectória diária, era evidente o início da desertificação daquele privilegiado recanto citadino.
Dominado por um estado de espírito inclinado para a melancolia, sentei-me, propositadamente, num banco situado num recanto ermo que me poderia proporcionar alguns momentos de recolhimento e meditação.
Eram poucos os frequentadores do parque naquela hora. À excepção de dois passeantes que na relva conduziam dois cãezinhos pela trela, (mas sendo bem notório que estes é que puxavam por aqueles) em passeio habitualmente designado por higiénico ( para as suas habitações, que não para o parque), só lá ao longe se reuniam alguns mais idosos, por certo reformados, uns sentados e outros de pé em volta do banco, discorrendo sobre a vida, falando de tudo e de nada, mas de forma sadia e divertida, como era fácil deduzir pelas gargalhadas de alguns e a gesticulação de outros.
Porque do que diziam pouco ou nada era perceptível aos meus ouvidos, e na ausência de outros barulhos que pudessem perturbar a serenidade e a placitude do local, e ainda envolvido por ligeira brisa que refrescava o ambiente, apoderou-se de mim uma certa languidez que me transportou para uma lassidão que me terá atingido de forma morfética. Eis senão quando sou despertado por uma voz forte e seca, denunciadora de alguma angústia, acompanhada por um ligeiro abanão do banco em que repousava.
Despertei da letargia em que havia caído e, instintivamente, procurei ao meu redor uma explicação para aquela surpresa tão bruscamente sentida.
Direcionei o meu olhar em todos os sentidos e apurei o ouvido, mas nada vislumbrei que pudesse explicar o estranho fenómeno que me envolvera.
Admitindo, com sérias dúvidas, que tudo não passara de um sonho, procurei tranquilizar-me. Recostei-me de novo, cruzei as pernas e procurei refletir um pouco mas, passados alguns momentos, saiu-me naturalmente um desabafo perfeitamente audível : - Mas que raio terá acontecido? Senti e ouvi e não vislumbro nada nem ninguém que possa ter originado a minha estupefação. Não haja dúvida, tratou-se de um ligeiro sono.
Encontrava-me neste cogitar, quando ouço a mesma voz que profere estas palavras:
- Não foi sonho, não ! O que ouviste foi um desabafo como tenho tido já outros, já que motivos não me têm faltado. E o abanão do banco não foi ilusão, foi um tique nervoso mais intenso do que o costume. De vez em quando dá- me isto e ninguém costuma dar por tal, mas desta vez excedi-me um pouco, desculpa lá o susto…
- Coisa estranha! – exclamei. Mas quem é que falou? É que não vejo nada nem ninguém, o que me torna cada vez mais confuso.
- Não tens olhos na cara? Em volta de ti, o que vês ?
- Vejo plantas, flores, árvores, relva, bancos, candeeiros e pouco mais.
- Se assim é, tu que és homem e que, como todos os outros, te julgas inteligente e um ser superior dentro da natureza, acabas por fazer figura de estúpido. Sou eu mesmo, o jardim do parque onde te encontras. Ou pensas que eu não tenho alma e reacções como vós?
- Ah!.. – exclamei surpreendido.
- Estás admirado? Pois olha que eu, aqui onde estou, tenho muitos desabafos. Só que os homens (esses seres que se julgam muito espertos e que às vezes até metem dó) não me ouvem ou não me querem ouvir. Pois fica sabendo que , aqui onde vivo, sei mais da minha vida do que vocês e sei mais da vossa do que possas imaginar.
-Pronto, está bem. Mas, afinal, do que te lamentas e porque te irritas? Por mim, parece-me que até és bem tratado e que muitos te acarinham.
- Parece-te! Mas nem sempre o que parece é. Então achas que não tenho razões fortes para me revoltar depois da violência que ontem aí houve em cima de mim, deixando feridas a sangrar que não sei quanto tempo levarão a cicatrizar?
- Concretiza lá isso melhor, pois não percebo onde queres chegar.
-É o que eu digo… Vê-se logo que és de compreensão lenta. Ou então és insensível como esses assassinos da tua raça, a que chamam humana, que, de vez em quando, por aí andam a fazer um morticínio impiedoso, cortando e derrubando árvores, enraizadas no meu seio e que, sem nada receberem em troca, embelezavam, refrescavam e protegiam não só este local mas toda a parte central da cidade. Só ontem foram duas.
- Mas espera lá. Tem cuidado e não faças juízos precipitados. Aqueles a quem chamas assassinos foram mandados por outros, os que têm a responsabilidade de superintender nos interesses da cidade.
- Desculpa! Mas assassinos tanto o são uns como outros. Tu ainda não percebeste que a sociedade dos homens funciona na base do seguinte: os que usam mais artimanhas para ascenderem aos melhores lugares, os tais que têm direito a « Vossas Excelências», são os que mandam. Os outros, os que lá não estão e andam cá por baixo, ficam assim porque não tiveram arte e proteção para lá chegar. Mas uns e outros sois todos a mesma coisa. Uma democracia em que uns dominam outros, ainda que disfarçadamente e de forma sub-reptícia (vê que também conheço palavras difíceis!) não passa de uma ditadura disfarçada. Poderá haver diferenças remuneratórias, mas nunca com os valores que por aí se vêem e que numa sociedade justa não se justificam. Tu, porventura, já reparaste na palhaçada em que se vive todo o ano neste país que faz que anda mas não anda?
- Mas, afinal…
- Cala-te! Deixa-me acabar. Perguntava eu se tens reparado na tal palhaçada que se repete dia a dia e todo o ano. Como por certo não notas nada, eu explico-te. É apenas isto: Os que estão no poder – ou no poleiro, como vocês dizem – passam o tempo a gabar-se do que fazem e do que não fazem, e os que não estão no poder, ou na mó de baixo, como costuma dizer-se, passam a vida a dizer mal dos outros como se fossem os portadores de todo o saber e donos da verdade. E o pior de tudo isto é que não se enxergam e não se apercebem do ridículo que transmitem para quem os observa e analisa com objetividade. Trocam-se os lugares e a música fica sempre a mesma. Só que os intérpretes são agora outros. É o que vocês, em linguagem rasteira, chamam a alternância do poder. Todos sabem muito, mas pouco ou nada fazem. Lata no falar e no escrever é que não lhes falta, mas dizem sempre a mesma coisa. Todos querem mais justiça social, mas depois enganam-se sempre: os ricos estão a ficar cada vez mais ricos e os pobres cada vez são mais e mais pobres.
- Estou a ver que também percebes de política!...
-Com tudo o que daqui vejo e ouço, nem é para admirar. Sei muito mais do que vocês julgam e muito mais do que muitos de vós. O que também não é muito difícil com a ignorância que por aí vai. Mas adiante.
Aqui houve uma pequena paragem no diálogo que resolvi retomar pouco depois.
- Quer dizer que sofres muito com o abate das tuas árvores?...
- E não achas que tenho razão para isso?
- É possível. Mas, segundo penso, isso só acontece quando já estão muito envelhecidas e constituem perigo para as pessoas que por aqui circulam. O ano passado, ainda me lembro de duas que caíram com uma ventania muito forte, género vendaval, e uma delas até danificou um carro que estava estacionado perto dela. Fez dó ver o carro naquele estado.
- Coitadinhos dos carros! Está visto. Afinal, tu e os da tua raça apreciam mais os automóveis do que as árvores. Eu já desconfiava, mas agora tenho a certeza. Uns imbecis é o que vós todos sois. Esqueces-te de que há vida na terra há milhões de anos sem automóveis, pois estes só existem há pouco mais de cem. E sem árvores na terra alguém poderia viver? Sabes bem que não. No entanto, matam-nas sem esperar que elas morram. De pé, que é como devem morrer as árvores. Morrerem por velhice ou doença, é uma coisa; matarem-nas enquanto são úteis é outra. Mas que mais se poderia esperar de vós que vos matais uns aos outros em guerras contínua, onde o roubo é o principal objetivo dos que se julgam no direito de serem os donos do que é seu e dos outros, como se isso fosse a coisa mais natural deste mundo? Vê lá se as árvores se matam umas às outras ou se fazem guerras organizadas como vós… Se alguém nas vossas famílias - e quase todos os dias há casos desses em todo o mundo – é morto por outrem de forma violenta e inesperada, como reagis a uma situação dessas?
Então não dizes nada? Perdeste o pio?
- Tens alguma razão no que dizes, mas hás-de compreender que…
Nisto interrompeu-me e, exaltado, exclamou:- O que compreendo é que vivo nesta amargura de sofrimento pelas feridas que me atingem cada vez que abatem alguma árvore, neste recanto como por todo o planeta, sem sequer me avisarem, como quem se julga dono da natureza sem se aperceberem que sem ela não poderiam sobreviver. E eu que me sinto tão feliz pelo bem que proporciono a quem me visita ou apenas circunda por tantas árvores altas, frondosas, belas e até generosas! Vai-te embora que é quase noite e preciso de repousar para ver se adormeço e alivio a minha angústia. Deixa-me em paz .
- Tens razão, mas tens de compreender que o tratar da saúde provoca algum mal estar para que depois possamos ficar um pouco melhor.
- Olha lá. Tu pelo que já observei até sabes ler e escrever. Mal, mas saberás. Sendo assim, não poderias escrever num jornal o que te disse, para que os teus comparsas tomem juízo e passem a respeitar-se mais uns aos outros, principalmente os que enriqueceram à custa dos sacrifícios de muitos milhares que, para além de pessoas sérias e trabalhadoras são tão humanos como eles? Poderia ser que assim houvesse mais justiça e todos pudessem ser mais felizes. Conhecendo o mundo como julgo conhecer – muita gente vem para aqui ler jornais e ouvir os rádios e eu oiço tudo - e sabendo o muito que se escreve todos os dias sobre o dito assunto sem quaisquer resultados práticos, já que a ambição humana não tem limites e muitos não olham a meios para atingirem os seus fins, utilizando todos os meios e estratagemas, por mais incorretos e imorais que possam ser nos conceitos consuetudinariamente estabelecidos pelo senso comum.
Refletindo sobre tudo isto, achei melhor não continuar o interessante diálogo com o meu sensato interlocutor. Escrever bem ou mal já não interessava, já que sabia das inutilidades de tudo o que escrevesse. Confuso e acabrunhado, tive um gesto de defesa instintivo. Levantei-me, caminhei e recordei as palavras que ouvira. E, com alguma amargura, ia reconhecendo que o meu companheiro fora um crítico duro, mas que pusera a nu muitas das maleitas de que enferma a humanidade de que faço parte.
E será que algum dia nos libertaremos de vícios que se têm acumulado – para não dizer instalado – nos nossos comportamentos, na nossa conduta social, nas nossas relações com os nossos semelhantes, perdendo algum egoísmo e intolerância em que, por vezes, nos deixamos cair involuntariamente e até que inconscientemente? Jamais o ser humano será perfeito. Mas que é sempre possível, dia a dia, mês a mês, ano a ano, no decorrer do tempo da nossa peregrinação, sermos mais homens, mais mulheres, disso não tenhamos dúvidas. Será possível que um dia as sociedades do planeta poderão viver e conviver sem forças de segurança organizadas? Quem ousará responder sem sentir uns arrepios na consciência?... Conseguirá a humanidade alguma vez atingir a qualidade da vida - na paz, na serenidade, na tranquilidade, na convivência, na partilha de interesses – do jardim público da minha cidade? Cada um responda como entender. Por mim, para não parecer um moralista arquitetado na utopia, continuarei as conversas com os muitos jardins e tão lindos que embelezam aldeias, vilas e cidades de todo o mundo. E com as pessoas, claro. Entretanto, enquanto regressava a casa e recordava o diálogo interessante e real que mantivera com o meu interlocutor, fui-me preparando para, quando de novo nos encontrássemos, lhe fazer compreender que afinal talvez tenhamos sido demasiadamente rigorosos em relação aos nossos semelhantes – decidi já catapultá-lo para o meu grupo – e fazer-lhe compreender que, apesar dos muitos desvios existentes no comportamento humano em relação às sociedades em que vivemos, há também muitas condutas boas, dignas, solidárias, exemplares de que todos nos podemos orgulhar. E sem fazer estatísticas de qualquer tipo, é fácil afirmar, sem risco de errar que, apesar de tudo, os bons superam em muito os – ia a dizer maus, mas corrijo-me – menos bem comportados, já que só conseguiremos sentir a felicidade se contentes com a nossa consciência. Entretanto, para não desanimarmos com a aparente – ou real? – lentidão das muitas correções que desejaríamos mais rápidas, vamo-nos refugiando na velha frase conformista: «Que havemos de fazer, o mundo é assim?!…» Com alguma naturalidade e sem estupefação que bula com a nossas consciências e agarrados à esperança que, como muito se diz, é a última coisa a morrer. E se com esta recuperarmos a velhinha mas sempre atual trilogia: Fé, Esperança e Caridade, não duvidemos de que o nosso arcaboiço ficará reforçado para que as nossas vidas, bem como as dos nossos semelhantes, possam ser mais dignas e mais humanas.
Vindo dos idos de 1947, aqui está o nosso amigo António Martins Ribeiro, a viver em Roda, Cardigos, reformado das Alfândegas. Acima de tudo, hoje é agricultor por gosto pessoal e orgulha-se das suas produções.
Aqui estamos a dar-lhe os nossos PARABÉNS em nome deste grupo grande, tocado pela vivência dos seminários, e que ele frequenta animadamente. Que Deus te abençoe e te cumule de muita saúde e felicidade, na companhia de familiares e amigos.
E lá nos havemos de encontrar na Sertã, em 18 de Maio. Assim penso eu. E tu?
Na sexta-feira, dia 8 de Fevereiro, houve mesmo almoço na Parreirinha. E oito convivas estiveram presentes. Falou-se do Encontro de Alfragide, todos gostaram do espaço e para o ano vamos repetir...
Como se diz no Relatório e Contas, o programa foi cumprido a rigor e até houve espaço e tempo para o convívio alegre entre nós. E com graça o Joaquim Nogueira falou do dinheiro arrecadado com o pagamento de quotas por muitos (não é obrigatório, mas agradece-se...), o que faz que não seja o dinheiro que nos preocupa. Estamos ricos!
Ainda falámos de alguns colegas ausentes, que a idade começa a pesar. Boas melhoras para todos. E ainda nos alegrámos especialmente pela presença do José Maria Martins, uma novidade entre os convivas.
Vai começar mais uma semana, pelo que desejo a todos dias amenos de trabalho e de lazer. E, em vez de criticar apenas o que está mal (cautela, olhemos também para a nossa responsabilidade!), tentemos fazer o melhor para alegrar alguém. AH
Faz hoje 89 anos o P. Joaquim Caetano, que, depois de paroquiar Alpalhão por quase 40 anos, se recolheu agora ao Seminário de Portalegre, onde vive os seus dias.
Damos-lhe os PARABÉNS pela vida que certamente agradece a Deus. E desejamos que ele continue a sentir a alegria desta nossa passagem pela terra. Alegria, que era apanágio da sua cara, sempre serviçal e humilde. AH
Contacto: tel. 922 128 461
NOTA do Facebook:
Fernando Cardoso Leitão MirandaO Pe. Joaquim Caetano, mais velho 6 anos, é meu conterrâneo. Nasceu no lugar de Porto dos Fusos, freguesia de Cernache do Bonjardim e no seu percurso de Seminário vivia, nas férias, na casa do Dr. Gualdim Queirós e Melo, seu benfeitor. Este médico com sua esposa, já tinham custeado as despesas de formação do Cónego Freitas. Para o amigo aniversariante um abraço de parabéns.
A Comissão Administrativa da nossa Associação promoveu em Alfragide, no Seminário de N. Sr.ª de Fátima – Dehonianos - mais um Encontro dos seus membros e amigos, para o qual contava com 63 inscrições, tendo afinal registado a presença de 56 participantes. A todos o nosso obrigado e a promessa de que continuaremos a trabalhar pelo sucesso das iniciativas que os associados merecem e para que o próximo Grande Encontro da Sertã, a 18 de maio deste ano de 2019, possa ser uma boa jornada de convívio.
O programa foi cumprido integralmente e decorreu num ambiente de grande cordialidade e alegria, sendo de realçar:
As palavras carregadas de simbolismo do Pe Cardoso na eucaristia que concelebrou com o Senhor Pe Lúcio, (nossos companheiros de muitos anos), lembrando, na homilia, como são gratificantes os Encontros que de há muito vimos organizando e que nos fazem “rejuvenescer”, destacando a esse propósito as figuras do João Heitor e do Joaquim Nogueira, como os impulsionadores de todo este movimento ao longo dos anos, para depois se fixar no tema da evangelização (Jesus “seguiu o seu caminho “ ao sair da sinagoga – Evangelho, segundo São Lucas) e de que São Paulo também dá testemunho na carta aos Coríntios (2.ª leitura) ao fazer o elogio da caridade como a virtude por excelência, consubstanciando o amor cristão, base dessa mesma evangelização.
A sessão cultural pelas 15 horas aberta pelo presidente da Comissão, João Heitor, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
- Antevisão do Encontro de 18 de maio na Sertã, pelo Joaquim Mendeiros, com concentração e receção a partir das 11 horas, na igreja matriz onde será celebrada a missa pelas 12 horas, seguindo-se o almoço no Restaurante Ponte Velha (entradas de bucho e maranhos, e cabrito como prato principal), reunião na Casa da Cultura,palestra sobre a vida do Pe Manuel Antunes a cargo do António Manuel Silva, passagem pela Biblioteca e deposição de uma coroa de flores no Busto do Padre Manuel Antunes, terminando com a visita ao Santuário de N. Sr.ª dos Remédios e lanche num dos seus salões.
- Exposição do António Henriques sobre a União das Associações dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses (UASP) prestando Informações sobre o Encontro realizado em Fátima por esta organização, em 2018 (no qual esteve presente a título pessoal), ficando acordado que na Sertã seria debatida a possibilidade da nossa Associação integrar a UASP, como “Observador”.
-A brilhante palestra do João Oliveira Lopes que nos deu a conhecer alguns tópicos do pensamento do Pe Manuel Antunes extraídos do livro “ A Anatomia do Presente e a Política do Futuro”, e do ensaio “Repensar Portugal”, reconhecido pela capacidade de análise sobre a Identidade Nacional, onde traça um programa de regeneração do país, fazendo vários "avisos à navegação” nos capítulos da coesão nacional, combatendo o dualismo litoral – interior e as desigualdade salariais contrárias ao espírito de justiça e solidariedade, e ainda os interesses partidários e de grupos hegemónicos que se apropriam dos bens da maioria em proveito próprio.
O Pe Manuel Antunes, sacerdote jesuíta natural da Sertã, é, como já foi divulgado, o nosso homenageado deste ano, culminando as comemorações do centenário do seu nascimento que tiveram lugar ao longo do ano de 2018 e princípio de 2019 e o João Lopes bem o caracterizou como um europeísta de formação, grande defensor da integração de Portugal na Comunidade Europeia, homem da igreja em diálogo com o mundo, para concluir que, hoje, a geração Erasmus que ele não pode ver, continua a alimentar o espírito da cidadania europeia e, para os novos europeus, as fronteiras já não são lugar de tensão e conflito, mas lugar de passagem e enriquecimento cultural e humano, comprovando-se que a utopia acarinhada pelo P. Manuel Antunes se vai tornando realidade!
Como é habitual e de justiça, é tempo de deixar, aqui, algumas palavras de apreço e agradecimento: Uma para o nosso Presidente, João Heitor, que mais uma vez esteve presente; outra para o Pe Lúcio e para o Pe Cardoso pela presença e colaboração, vindo ambos para a concelebração da missa e participação ativa nos nossos trabalhos; uma terceira para o António Lopes que com tão boa vontade voltou a transportar o Pe Lúcio e o Pe Cardoso, entre a Sertã e Lisboa e regresso; uma quarta para o Joaquim Mendeiros, para o António Henriques e para o João Oliveira Lopes, pela colaboração que prestaram; uma quinta para o António Colaço, para o Manuel Pires Antunes e para os solistas que se encarregaram do órgão e dos cânticos; uma sexta para os nossos fotógrafos de serviço, José Ventura, António Eduardo e António Manuel Silva, uma sétima para o nosso Vice-presidente, Joaquim Nogueira, e para o José Andrade, ativos colaboradores na cobrança das quotas e dos débitos; uma oitava para o Senhor Pe Rosário, nosso anfitrião e uma nona para o nosso bloguer e facebookiano, António Henriques que nos divulga “urbi et orbi”.
Finalmente, uma palavra especial de reconhecimento associativo a todos os presentes, que envolvemos num grande abraço, onde incluímos aqueles que, por razões várias, não puderam estar connosco, embora querendo, e a quem especialmente é dirigido este apontamento de reportagem, bem como àqueles (muitos) que por e-mail, telefone, SMS e facebook, nos desejaram um bom convívio.
Bem hajam.
A título informativo, damos conhecimento das contas, pela forma seguinte:
R E C E I T A
Inscrições 820,00 €
Quotização/2019 352,00 €
Soma 1.172,00 €
D E S P E S A
Almoço e lanche 650,00 €
SALDO POSITIVO (FUNDO DE SOLIDARIEDADE) 522,00 €
Saudações Associativas
A Comissão Administrativa, em 08 de Fevereiro de 2019
Em dia litúrgico de Nossa Senhora de Lurdes, 11 de fevereiro, celebramos o XXVII Dia Mundial do Doente, sob o lema «Recebestes de graça, dai de graça» (Mt 10,8). Na sua Mensagem para este dia, o Papa vem-nos lembrar que o caminho mais credível da evangelização está nos “gestos de dom gratuito como os do Bom Samaritano” e que “o cuidado dos doentes precisa de profissionalismo e de ternura, de gestos gratuitos, imediatos e simples”. A saúde “é relacional, depende da interação com os outros e precisa de confiança, amizade e solidariedade”. Para que conheçamos e sintonizemos com a Mensagem de Francisco para este dia, vou rebuscar daí algumas passagens. Instituído em 1992 por São João Paulo II, o Dia Mundial do Doente celebra-se sempre neste dia e em toda a parte. Este ano, a celebração mais solene tem lugar em Calcutá, na Índia. Francisco refere que foi aqui que Santa Teresa de Calcutá tornou visível o amor de Deus pelos pobres e pelos doentes. Foi aqui que ela se fez “disponível a todos, através do acolhimento e da defesa da vida humana, dos nascituros e dos abandonados e descartados” Foi aqui que ela desceu “até às pessoas indefesas, deixadas moribundas à beira da estrada, reconhecendo a dignidade que Deus lhes dera”. Foi aqui que ela fez ouvir a sua voz aos poderosos da terra, para que reconhecessem a sua culpa diante dos crimes” da pobreza que eles próprios tinham criado. Foi aqui, “nas periferias das cidades e nas periferias existenciais” que ela deu ao mundo “um testemunho eloquente da proximidade de Deus junto dos mais pobres entre os pobres». Foi aqui que ela testemunhou ter como único critério de ação “o amor gratuito para com todos, sem distinção de língua, cultura, etnia ou religião. Foi aqui que ela rasgou “horizontes de alegria e esperança para a humanidade necessitada de compreensão e ternura, especialmente para as pessoas que sofrem”. A vida é um dom de Deus, de reconhecimento recíproco, todos tudo recebemos, gratuitamente. Sim, “em que és tu mais do que os outros? O que tens tu que não tenhas recebido?» (1 Cor 4,7). No entanto, porque o homem é sempre humano, continua pretensioso, a esticar-se e a chegar-se à frente para se fazer valer diante dos outros e se autorreferenciar. Nada de novo sobre a face da terra, já lá dizia Coélet no século III antes de Cristo: Vaidade das vaidades, tudo é vaidade! (cf. Ecles 1, 2). Contra a cultura desumana do descarte e da indiferença, o Papa afirma “que há de colocar-se o dom como paradigma capaz de desafiar o individualismo e a fragmentação social dos nossos dias”. Há que promover novos vínculos e várias formas de cooperação humana, tendo, como pressuposto do dom, o diálogo, que abre espaços relacionais de crescimento e progresso humano e rompe com esquemas de poder consolidados. E acrescenta: “Dar não se identifica com o ato de oferecer um presente, porque só pode dizer-se “dom” se nos dermos a nós mesmos: não pode reduzir-se à mera transferência de uma propriedade ou de algum objeto. Distingue-se de “oferecer um presente” precisamente porque inclui o dom de si mesmo e supõe o desejo de estabelecer um vínculo. O dom “é um reconhecimento recíproco, que constitui o caráter indispensável do vínculo social. No dom há o reflexo do amor de Deus que culmina na encarnação do Filho Jesus e na efusão do Espírito Santo”. Cada um de nós, sem exceção, “é pobre, necessitado e indigente. Quando nascemos, para viver tivemos necessidade dos cuidados dos nossos pais; de forma semelhante, em cada fase e etapa da vida, cada um de nós nunca conseguirá, de todo, ver-se livre da necessidade e da ajuda dos outros, nunca conseguirá arrancar de si mesmo o limite da impotência face a alguém ou a alguma coisa” Por isso, o reconhecimento leal desta verdade “convida-nos a permanecer humildes e a praticar com coragem a solidariedade, como virtude indispensável à existência”. Estando, por natureza, ligados uns aos outros e sentindo-nos como irmãos, somos impelidos “a uma práxis responsável e responsabilizadora”, socialmente solidária e orientada para o bem comum. “Não devemos ter medo de nos reconhecermos necessitados e incapazes de nos darmos tudo aquilo de que teríamos necessidade, porque não conseguimos, sozinhos e apenas com as nossas forças, vencer todos os limites. Não temamos este reconhecimento, porque o próprio Deus, em Jesus, desceu (cf. Flp 2,8), e desce até nós e até às nossas pobrezas para nos ajudar e nos dar aqueles bens que, sozinhos, nunca poderíamos ter”. O Papa refere ainda a gratuidade humana como sendo “o fermento da ação dos voluntários, que têm tanta importância, quer no sector social, quer no da saúde, e que vivem de modo eloquente a espiritualidade do Bom Samaritano”. Insiste na necessidade de promover a cultura da gratuidade e do dom, indispensável para superar a cultura do lucro e do descarte. Encoraja todas as associações de voluntariado, aquelas que se ocupam do transporte e assistência dos doentes, aquelas que possibilitam as doações de sangue, de tecidos e de órgãos, aqueles que, com a sua presença, expressam a solicitude da Igreja junto dos doentes, sobretudo de quantos se veem afetados por patologias que exigem cuidados especiais, aqueles que prestam os seus serviços de voluntariado nas estruturas de saúde e no domicílio, desde a assistência ao apoio espiritual. O voluntário, afirma Francisco, “é um amigo desinteressado, a quem se pode confidenciar pensamentos e emoções; através da escuta, ele cria as condições para que o doente deixe de ser objeto passivo de cuidados e se torne sujeito ativo e protagonista duma relação de reciprocidade, capaz de recuperar a esperança e mais capaz de aceitar os tratamentos. O voluntariado comunica valores, comportamentos e estilos de vida que, no centro, têm o fermento da doação. Deste modo realiza-se também a humanização dos cuidados”.
Antonino Dias Portalegre-Castelo Branco, 8-02-2019.
Pensei que seria útil, em véspera de eleições, falarmos de política. Segundo o papa, uma forma superior de Caridade. Cada um de nós, a seu modo, certamente terá a sua visão, sobre o futuro da nossa sociedade da UE. Não podemos nem devemos fechar os olhos a estas realidades, cada uma com os seus problemas específicos. São demasiado importantes para não nos envolvermos na reflexão destas duas realidades. Para o bem e para o mal, delas fazemos parte e não há que as ocultar. Aqui deixo o meu testemunho. Pelo vosso aguardo.
Com cordiais saudações, na Amizade que nos une na mesma caminhada solidária, um abraço
Florentino
Reabilitemos a política
Já anda pelos ares um forte cheiro a eleições. Europeias em maio e, logo a seguir, para a região da Madeira. Logo depois, virão as da Assembleia da República. Com um indisfarçado nervosismo e forte ambição, os maiores partidos já se encontram na estrada e nas televisões. Os recentes – Aliança, Basta e outros – não ficarão para trás. Inundado por uma avalanche de mensageiros, o povo vai ser submerso por altas ondas de confrontos verbais, mensagens empolgantes, recheadas de promessas messiânicas. Porém, definitivo, será a contagem dos votos. Durante este confronto desenfreado, oxalá que as fakenews, mentirosas e populistas, não consigam invadir e perturbar o nosso espaço informativo, como já acontece, infelizmente, em alguns países. O seu propósito tem sido envenenar o espaço público comunicacional, distorcendo os resultados do escrutínio eleitoral.
Nesta fase do campeonato, pensamos que será útil fazermos uma atempada reflexão em relação à nossa realidade política, a qual, tanto pode ser uma atividade nobre, como nefasta.
Relativamente às promessas eleitorais, muitos cidadãos já se encontram vacinados e fartos de serem desiludidos, em virtude de, após o ato eleitoral, os políticos se encerrarem nas suas torres de marfim, dando prioridade aos seus negócios. Deste modo, vão cortando os laços com aqueles que lhes deram o voto, promovendo o afastamento da política e do dever de votar. Para quê ir às urnas, interrogam-se muitos, se após as eleições, as promessas eleitorais proclamadas, se vão esvaziando? Acontece que os aparelhos partidários, envolvidos no centralismo lisboeta, ao escolherem os seus candidatos, muitas vezes, olham mais para os seus militantes paraquedistas, obedientes e subservientes, do que os políticos conhecedores da sua região. Os casos vêm-se repetido, de eleição para eleição. Fala-se muito da reforma do atual sistema eleitoral que não serve a relação direta entre eleitores e eleitos, porém, até hoje, não se tem ultrapassado este palavreado. Esta constatação leva-nos a pensar que seria uma boa ocasião para, com serenidade, ir-se lançando alguma reflexão no sentido de se tentar uma reabilitação da política. Só deste modo se poderá lutar contra os populismos, a medrarem, cada vez mais. Como sabemos, só se poderá alcançar este desígnio, se os políticos servirem desinteressadamente os cidadãos, pelos quais foram eleitos.
Perante a degradação geral da política e dos políticos, procuremos inspiração nas palavras do papa Francisco, uma voz escutada e respeitada pelos homens de boa vontade, pela sua lucidez, serenidade e profundidade de pensamento, em relação à vida política. Segundo ele “a política deve ser considerada como um elevado grau de caridade”, sendo bem executada, na justiça e na transparência democrática.
Para que o exercício político não continue a ser, como por vezes acontece, “uma vergonha da vida pública”, o papa Francisco propõe a urgência da reabilitação do mesmo, para que deixe de ser um contributo negativo para o enfraquecimento do “ideal duma vida democrática autêntica”. Para tal, há que arrepiar caminho e evitar os vários perigos que contribuem para a degradação da prática política. Entre estes, encontra-se, logo à cabeça, a peste negra da corrupção, praticada nas suas mais diversas formas. Esta apropriação indevida dos bens públicos, por supostos gatunos sem escrúpulos, tem sido uma das causas que mais tem favorecido a pobreza das pessoas no país, tendo de pagar os desfalques sempre o povão, chamado a acudir às crises financeiras da banca. O caso escandaloso da Caixa Geral de Depósitos, com cinco milhares de milhões a voarem dos seus cofres, é um dos exemplos a juntar a outros bancos falidos, onde se fartou a vilanagem. Com este e outros processos, a nossa Justiça, encontra-se hoje atafulhada de gigantes montanhas de papelada, aguardando-se uma justa sentença. Por sua vez, outros casos ou vão prescrevendo ou apodrecendo nas húmidas estantes dos tribunais. Restará agora, como sempre, a todos nós, repormos os montantes das verbas roubadas. Quem ganha são sempre os intocáveis corruptos e os populistas que acenam com alternativas messiânicas. Se entre os eleitos e eleitores, continuar a não existir uma ligação efetiva e a corrupção continuar a medrar, não nos poderemos admirar que o INE nos continue a mostrar que um, em cada dez trabalhadores, é pobre. E um, em cada cinco portugueses, tem rendimentos inferiores a 450 euros. Corrupção e pobreza de mãos dadas. Basta de tantas facadas na democracia. Reabilite-se a política.
O nosso grande amigo e comensal de muitas sextas-feiras faz hoje 87 anos. O José Maria Lopes, reformado das lides jornalísticas no "Diário de Notícias", grande sabedor da gramática que sabe de fio a pavio (pudera, era ferramenta do seu ofício...), escolheu estes dias de frio para celebrar mais uma primavera.
Deixemos de conversa: vamos dar os nossos sinceros PARABÉNS ao José Maria e desejar-lhe ainda muitos anos de saúde e boa disposição para continuar a acompanhar-nos. Um amigo é um tesouro. AH
Contacto: tel. 918 576 413
E temos também um jovem!
É muito bom fazer 43 anos!...
E quem é?
O Duarte Neves Pereira, nascido em 1976 em Oleiros, creio, onde ele vive hoje, trabalhando como embalador na empresa JAF, segundo a sua página do Facebook. Também é benfiquista!
Não temos mais referências, embora lhas tenha pedido pelo Messenger.
Damos muitos PARABÉNS A ESTE JOVEM, desejando-lhe um futuro risonho, cheio de saúde, felicidade e amigos.
Um dia vamos encontrar-nos? Não esqueças o dia 18 de Maio, na Sertã, para o nosso Grande Encontro Anual.
Chegou tarde a informação, mas ainda a tempo... Com foto, telefone e tudo!
Ontem, dia 6 de Fevereiro, também fez anos o António Batista Martins, do Estreito, que entrou no Gavião em 58, com outros colegas como os Martins da Silva, Zé Castilho, Lúcio Lobato, António Mateus, Domingos Eusébio, António Eduardo, Pe Ilídio, Pe Manuel Mendonça, Pe Bonifácio, Pe Manuel Pires...
Não constava dos nossos ficheiros, mas vai constar. O comentário de ontem ao Martins da Silva diz mais coisas sobre este jovem, desportista, nadador, engenheiro, etc...
PARABÉNS atrasados desta malta com espírito jovem e votos de muita saúde e felicidade.
Contacto: tel. 919 688 016
Olha lá, não queres juntar-te a nós na Sertã, em 18 de Maio? Marca lá na Agenda... AH
De seu primeiro nome António (só podia ser este!...), nasceu em 47 da centúria anterior, podia ter sido muitas coisas, dada a pluralidade de vocações para que tem jeito, mas a verdade é que se gastou a construir bairros, daqueles que hoje embelezam a minha terra. E ainda continua a brilhar noutras tarefas:
- gosta muito de conviver, estar no grupo...
- e canta! Pois, é verdade, nasceu com este dom, desenvolveu-o e ainda hoje nos delicia como elemento activo do Coral Stella Vitae, que muito enriqueceu o nosso Encontro de Portalegre.
Aqui deixamos os nossos parabéns e votos de longa vida com muita felicidade ao homenageado.
O fundo vaticano que recolhe os donativos dos fiéis católicos destinados a obras de caridade – o Óbolo de S. Pedro – está há cinco anos sem informar sobre os montantes recolhidos e em que é que são aplicados, não aplicando a transparência pedida pelo Papa Francisco.
Os donativos costumam ser recolhidos pelas dioceses no dia 29 de Junho, na festividade de S. Pedro e S. Paulo – ou no domingo mais próximo dessa data.
Notícia de "7Margens"
Por que aparece aqui esta notícia? Porque estamos com o Papa Francisco na defesa da transparência numa Igreja serva e humilde ao lado dos outros. AH