Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

E voltámos à Parreirinha...

31.08.18 | asal

Parr 31-8.jpg

Em convívio...

Depois do interregno de Agosto nas semanas em que o restaurante esteve fechado, voltámos hoje ao nosso cantinho de azulejos e ao rebuliço de uma sala cheia de convivas e comensais...

Foram 10 os que resolveram aparecer para comer o bacalhau à moda da casa.

Conversa animada, sem nada de especial, pois ainda não se sabia que o Arsenal ia complicar a vida ao Sporting e que o Benfica ia fechar o estádio aos seus adeptos e pseudo-claques durante um jogo... Também ninguém se lembrou de falar do Rui Rio, que ameaçou os seus por gastarem mais que o combinado!

Mas lembrámos alguns faltosos, a imaginar como eles estariam a degustar as férias nalgum recanto apetitoso de Portugal ou do estrangeiro. Esperamos que apareçam brevemente. Ver caras amigas faz tão bem...

AH

Saudade

30.08.18 | asal

Pissarra.jpg

 A filosofia de Mário Pissarra!

 

Certa ocasião quando jovem, na Alemanha (RDF), vendo-me acabrunhado e triste, a simpática Sr.ª Rosa Hilgert perguntou-me se tinha saudades (Heimveh nach) de Portugal e da família. Respondi-lhe cortesmente, mas não lhe pude explicar. A minha simpatia e curiosidade nunca se alimentaram com as preocupações e discursos autofágicos da portugalidade e o seu oscilar entre um pólo saudosista e nostálgico de um sebastianismo enevoado e um esperançoso V.º Império de um sapateiro de Trancoso ou do mestre da língua portuguesa, o Pe. António Vieira.

Velhos do Restelo e outros tipos de saudosistas, carpidores do presente e desesperados com o futuro não entram na minha mala de viagem. Também dispenso os visionários utópicos de todas as espécies. Picou-me uma bicha chamada Simone Beauvoir que na Sabedoria das Nações apresentou uma ideia que me seduziu: os europeus passam o tempo a equacionar problemas; os americanos resolvem-nos. Sempre tive a sensação que muitos portugueses se comprazem com questões e teorias perfeitamente improdutivas. Alimentando-se com o sonho de um passado glorioso (que nunca ou pouco o foi) e uma esperança de um futuro risonho (de cumprir uma missão), perdem parte das energias necessárias para a construção de um presente que valha a pena.

Este irrealismo lírico torna-nos os eternos insatisfeitos, os eternos críticos do que quer que se faça, sempre prontos a fugir da tarefa de todos – construir Portugal - , perdendo-nos entre o omnipresente saudosismo e a promessa e esperança que nunca chegam.

Deixo-lhes dois poemas que muito aprecio sobre o tema: Saudade. O primeiro, é da Florbela Espanca; o segundo, de uma canção popular açoriana da ilha Terceira.

 

Há uma palavra na terra

Que tem encantos de céu;

Não é amor, nem esperança,

Nem sequer o nome teu.

Essa palavra tão doce,

De tanta suavidade,

Que me faz chorar de dor

Quando a murmuro: é saudade.

 

A saudade é um luto

Uma dor, uma paixão;

É um cortinado roxo

Que me cobre o coração.

 

Espero que a coberta do vosso coração seja de cores fortes e quentes e que, se chorar, que o façam por alegria ou graça.

Mário Pissarra

A Igreja de hoje

30.08.18 | asal

E continuo a "roubar", sempre por uma boa causa: tirar temas actuais do Facebook para os iletrados desta rede mas aderentes de outra, o blogue ANIMUS SEMPER.

Desta vez, uma reflexão do Tó Manel Silva sobre o estado da nossa Igreja, como é reflectida na imprensa e outros meios de comunicação... Pessoalmente, também já me deu vontade de escrever sobre a vergonha pessoal que sinto quando vejo que há centenas e milhares de padres envolvidos na violência contra crianças e jovens, e até bispos e cardeais, uns que ocultam e outros que praticam... Dizia alguém há dias que ia fazer greve por uns tempos, deixando de frequentar a igreja... Mas depois pergunto-me: vamos aderir a uma Igreja dos puros? Vamos praticar uma religião individualista, mais ao modo protestante, relacionando-nos apenas com Deus? Mas o que é a fé pessoal se não conta com a comunidade que ta inspirou? AH

Tó Manel.jpg

 

ENCRUZILHADA


A Igreja Católica Apostólica Romana encontra-se nos dias de hoje numa verdadeira encruzilhada da qual vai ser muito difícil sair. Verdade seja dita que ao longo da sua história bilenar, aqui refiro a Igreja no sentido mais amplo, não é qualquer novidade. 
Contudo, a situação actual é mais grave que a generalidade das crises que a têm assolado. Julgo não estar muito longe da verdade se ousar comparar a grandiosidade da crise actual com a que resultou, no século XVI, do movimento protestante vulgarmente conhecido por Reforma e a que a Igreja respondeu com o concílio de Trento e com a Reforma Católica/Contra-Reforma.
Hoje, para a Igreja Católica, o perigo não reside na criação de novas igrejas “protestantes”. O perigo actual é muito maior e reside no laicismo oficial das sociedades contemporâneas e no agnosticismo e ateísmo de um número crescente de indivíduos. O que só por si já seria um mal enorme, torna-se mais grave porque consegue argumentação eficaz nos desmandos cínicos e hipócritas de algum clero com responsabilidades hierárquicas. Tal como nos séculos anteriores à Reforma os abusos do clero eram evidentes e pouco combatidos. E deu no que deu!
A Igreja tem uma dimensão humana que a torna vulnerável aos defeitos, imperfeições e abusos próprios da natureza dos homens, às lutas politicas pelo poder e aos mais variados interesses. O actual Papa, que goza de uma simpatia extraordinária dentro e fora da hierarquia eclesiástica pela simplicidade que evidencia e pela vontade de mudança que quer introduzir, não foge aos problemas mas parece estar a ser vítima de um ataque do grupo mais conservador da hierarquia da igreja católica.
Face a esta encruzilhada e à necessidade de mudança, parece-me que o caminho mais seguro a seguir seria a convocação de um novo Concílio que, após os debates convenientes, apontasse o caminho do futuro, fundamentasse e reforçasse a legitimidade das mudanças que parecem urgentes. 
Quanto a mim que retomasse, actualizasse e impusesse a pureza do VATICANO II muito mais que a ortodoxia de TRENTO…
Vales, 29/08/2018

António Manuel M. Silva

Encontros de verão

30.08.18 | asal

REABILITAR É PRECISO

Quase a terminar a série de reabilitação pela clínica Abranfir, em Abrantes. 
Um imenso agradecimento a todos os fisioterapeutas que ali trabalham em especial à Vera e ao Nuno.

Quem é que tinha de reencontrar, senão o meu querido amigo e ilustre filósofo Mário Pissarra, que foi minha visita, quase diária, no inesperado mês e tal que estive por Abrantes?!
Mais uma vez, obrigado,Mário.

Quase a regressar ao Montijo/Lisboa, com a cabeça a transbordar de projectos.
Sinal de que os tantos "exercícios" fazem adivinhar uma assinalável recuperação e uma insaciável vontade de FAZER.
Fazer pela ARTE.
Fazer pela COMUNICAÇÃO.

Fazer...estou FEITO.
Assim se VÊ a força deste.... "AHVÊCÊ"!!

António Colaço

 

A imagem pode conter: Mário Pissarra e António Colaço, pessoas sentadas e interiores

Parabéns, colega!

29.08.18 | asal

Herculano L.jpg

 Nestas coisas da idade, não temos mais que ir andando e cumprir o preceito do calendário. Com nove dias de diferença, o meu condiscípulo todos os anos repete o que eu faço em 20 de Agosto. Olha lá, quando é que tu me passas à frente e me dizes como é que se pode fazer anos sem envelhecer?

Hoje, 29 de Agosto, celebra o seu 79.º aniversário o Herculano Lourenço, nasciso em S. André das Tojeiras, ali perto das Sarzedas e da Sobreira Formosa (a minha terra). Depois dos seminários, licenciou-se em Direito, tratou dos assuntos da Petrogal e agora goza a sua jubilação em Loures, sempre muito dedicado à família e à sua agricultura, continuando ligado às suas terras da Beira.

Habituado aos nossos encontros, gostamos de o ver feliz, como nesta foto... 

Aqui te deixamos os PARABÉNS DO GRUPO, desejando-te muitos anos com saúde e alegria, junto da tua família e dos teus amigos.

Contacto: tel. 916 789 182

 

Festas de verão

27.08.18 | asal

Um olhar sobre o dinamismo de uma aldeia de Mação, que se engalana de flores, para a festa da sua padroeira. Que riqueza para os nossos olhares. AH

COLAÇO.jpg

 

PEREIRO 2018


À VOSSA SAÚDE, GENTES DA SENHORA DA SAÚDE!

 

Após várias dificuldades de edição - será que também anda mal de saúde o WIFI no "enterior desesquecido" deste Portugal desequilibrado entre litoral rico e interior pobre? - apresentamos um olhar sobre as mais bairristas Festas do concelho de Mação.

Está de boa saúde o querer e a garra das gentes da aldeia do Pereiro que retomaram a tradição, depois do acidente de percurso com um dos seus dinâmicos colaboradores, acidente ocorrido quando o António Maia Antonio João procedia, encavalitado, à decoração de uma das muitas ruas.

Aqui fica esta homenagem sem grandes preocupações cronológicas dadas as relatadas dificuldades.

Parabéns gentes do Pereiro!
À vossa saúde, para que nos continuem a tratar da saúde TODOS OS ANOS!

António Colaço

 

NOTA: clicar à direita e esquerda para ver as sete fotos.

 

Leituras de verão

27.08.18 | asal

Esta linguagem é imperdível na sua autenticidade histórica. O Pissarra lê Vitorino Nemésio. AH

Pissarra.jpg

 

Mau Tempo no Canal

Enquanto recebo fotos dos netos em férias nos Açores, lembrei de revisitar o inesquecível comunicador açoriano que conheci pela TV – Vitorino Nemésio. As fotos eram um ótimo pretexto para lhes falar dele e, por isso, embrenhei-me na releitura do "Mau Tempo no Canal". Talvez a coincidência geográfica e a sua travessia do canal fossem um bom pretexto para uma conversa interessante.

Deliciei-me com o encontro de palavras e expressões da minha infância em Idanha e, há muito, caídas em desuso. A escolarização ditou a perda duma riqueza vocabular a que a normalização do português pôs termo. Apenas a título de exemplo: rilhar (comer, trincar), (a)levantada da cabeça (com pouco juízo), palitos (fósferos), derriço (namoro, gracejo), enrefegadas (cheias de refegos), piadade (piedade), munto (muito), questumados /aquestumados (habituados), talisga /talisca (pequena fenda, pedacinho muito delgado), fusco (escuro), assanhar-se (zangar-se) e tantos outros. Nem todos tinham, naturalmente, correspondência no meu vocabulário da infância. Tudo o que se referia ao mar e às especificidades dos falares ilhéus era uma verdadeira redescoberta e agora com novos sabores.

Quem passou pelos seminários, como eu, não pode ficar indiferente a nacos de prosa como a que se segue:

«Apesar de haver esperanças de cura (era uma doença de espinha), e o morgado José Urbano ter o filho segundo de reserva para lhe suceder na casa, meu avô Constantino, que tinha aprendido Português Final e latinidade com um frade das Velas, teimou em entrar para o seminário … »

-- Desculpe o aparte, Barreto: mas já reparei que cá nas ilhas há muito aprendiz de padre – disse Roberto, de repente chamado ao seu forro inglês da City.

-- Houve … corrigiu Diogo Dulmo. – Contam-se os rapazes do meu tempo que embarcaram para Angra e vieram de lá de coroa aberta. O Pires, que foi cura do Salão; o Chico Goulart e pouco mais. Os despadrados, pelo contrário, são às dúzias. E todos boas rolhas …-- não há dúvida! Olha o Reis … esse maroto do Leal, que ainda agora nos dá que fazer … Sem falar no malandro do Januário, o bola de unto!

-- Pai …!

No Pico, sim; no Pico é que há vocações. Até deu bispos! O nosso D. João Paulino. Basta citar o caso do irmão, do Pe. Xavier, que se ordenou viúvo e cheio de filhos. Uma vez, que o bispo veio às ilhas de baixo, diz-lhe o Pe. Xavier, em casa do ouvidor: «Agora dê-me V. Ex.ª Rvd.íssima licença que lhe apresente os meus filhos!» E avançaram ali rapazes já de bigode .. e mulheres feitas, casadas … E o bispo, apesar de conhecer o caso, um pouco arrepiado, brincando com a cruz ao peito … Foi uma coisa bonita! …

-- Lá isso … Creio que meu avô Constantino não tinha vocação nenhuma – disse André, um pouco impaciente com semelhante digressão. – Era talvez uma maneira de sair de S. Jorge … ver outras terras … Naquele tempo não havia grandes pretextos para isso.

-- Hem? … Uma viagenzinha à Itália, como a que você fez o ano passado … Que diria o velho a isso? … Guardado está o bocado – disse Diogo.”

Vitorino Nemésio (2018). Mau tempo no Canal, Lisboa, Livros RTP: 286 – 287.

Mas, não posso deixar passar a oportunidade de lhes servir um pequeno, mas gostoso prato do linguarejar dos pescadores de baleia. Uma óptima sobremesa. Faça favor de degustar:

“isto é ua pérola d’ua menina! Tamém vem oivir o velho? … Pois era … ‘Tava aqui a dezer ò sê tio e ò papai que comecei a balear munto antes das sortes … ainda botava o mê pião lá ua vez por oitra. Só qu’ria uma pataca por cada vez que mê pai me puxou pola ponta da fieira qu’ê deixava caiir aqui im riba da fralda, na pressa de m’iscunder … Ficava mai’rico qu’ò Sr. Altre Bensaúde! Aquilo é qu’era tempo! E um rospeito …! Quem pertindia a uma campanha pidia a bença ò mestre, como hoij’im dia só se pede a pai e a mãe … q’ando é!”

Vitorino Nemésio (2018). Mau tempo no Canal, Lisboa, Livros RTP: 297.

Aguardo o reencontro com os meus netos para fazer desta leitura tema de conversa e aprendizagem.

Mário Pissarra

Poema de verão

27.08.18 | asal

Nesta "silly season", pensar leve também diverte. O Pires da Costa, sem plagiar, diverte-se com os plagiadores. Obrigado! AH

 

OS  PLAGIADORES

IMG_20180519_160001-COLLAGE3.jpg

 

Sou um ajuntador de letras,

Palavras não sei escrever.

Meus conceitos são piruetas

Que dão para ensandecer.

São consoantes e são vogais

Para expressar os meus ais.

 

Numa noite quis ser poeta,

Levantei-me p’ra começar,

Logo me senti um pateta,

Sempre disposto a delirar.

Fiz oitavas rimando a esmo,

E fiz nos tercetos o mesmo.

 

Depois, quis ser prosador,

Mas depressa fiquei aflito:

Não ponho vírgulas a rigor,

Palavras erradas que repito.

Apenas profiro banalidades

Como os rufias das cidades.

 

Se tento escrita condigna,

Cruzam-se letras em hiato,

Hoje já nada é paradigma,

Só copiamos ao desbarato.

Gente há que quer escrever,

Mesmo antes de saber ler.

 

Se apelamos à inteligência,

Logo se perdem as ilusões:

Escrever será uma ciência,

Excepto para os aldrabões.

Quem quiser ser escritor,

Terá de jubilar com a dor.

 

Tantos milénios passaram,

Tantos escritos se fizeram,

Tantos juízos expressaram,

Tantos agora desesperam!

Tantos erros se cometeram,

Tantos ecos adormeceram!

 

Ideias novas já ninguém tem,

Juízos novos não tem ninguém.

E, os que se julgam escritores,

Vagueiam em grande ilusão:

Não são mais que plagiadores

Dos pensadores que já lá vão…          

 

Pires da Costa 

Palavra do Sr. Bispo

25.08.18 | asal

1.jpg

FAMÍLIA SAUDÁVEL SOCIEDADE FELIZ

 

De 21 a 26 deste mês de agosto, está a decorrer, em Dublin, o IX Encontro Mundial das Famílias com a presença do Papa Francisco. O tema geral reitera que o Evangelho da família é alegria para o mundo. Como preparação para este Encontro Mundial foi proposto um itinerário de sete catequeses à luz da Exortação Apostólica “A Alegria do Amor”. Este percurso catequético vai descodificando a passagem do Evangelho de São Lucas que narra a perda e o encontro de Jesus no Templo (Lc 2, 41-52). Partindo de um olhar concreto sobre a família de hoje, as catequeses acentuam a importância da Palavra de Deus para iluminar o quotidiano familiar e alcançar o grande sonho que Deus tem para cada família apesar das fraquezas humanas e dificuldades do percurso. Realçam a família como promotora da cultura da vida, da esperança e da alegria e como escola de vida tanto para os esposos como para os filhos e a comunidade. Por isso, o Papa não deixa de apelar: “avancemos, famílias; continuemos a caminhar! Aquilo que se nos promete é sempre mais. Não percamos a esperança por causa dos nossos limites, mas também não renunciemos a procurar a plenitude de amor e comunhão que nos foi prometida” (AL325). O Congresso pastoral, que precede o grande Encontro com a presença do Papa no fim de semana, está a ser participado por 37 mil participantes oriundos de 116 países: conferências, mesas redondas, painéis, testemunhos, convíviio e momentos de oração comuns fazem pare da programação do Congresso. 
Sempre com os olhos postos na meta, os esposos cristãos sabem que a Palavra de Deus é uma verdadeira companheira de viagem. Não há situação crítica, conjugal ou familiar, a que ela não possa manifestar a sua proximidade e eficácia e iluminar os verdadeiros objetivos da vida humana. E não se trata de uma mera transmissão de verdades religiosas ou de uma catequese ou de um ensinamento de normas morais para pôr em prática. Trata-se da Palavra, da Palavra de Deus, da relação viva e profunda com Deus, que se torna história na vida de cada família (cf. AL 16). Por isso, como afirma Francisco, a Palavra de Deus “não se apresenta como uma sequência de teses abstratas, mas como uma companheira de viagem, mesmo para as famílias que estão em crise, ou imersas nalguma tribulação” (AL22). Ela conduz os esposos, a família, à certeza de que nunca se devem sentir sozinhos, contando apenas com as suas próprias forças. Apoiados na Palavra, os desafios que a vida lhes vai apresentando serão encarados com outro espírito. Sentirão de uma forma mais forte e encorajadora “a graça do sacramento que decorre do mistério da Encarnação e da Páscoa, em que Deus exprimiu todo o seu amor pela humanidade e se uniu com ela”. Com alegria e confiança, e dentro deste entendimento e sabedoria, melhor entenderão como “responder ao dom de Deus com o seu esforço, a sua criatividade, a sua perseverança e a sua luta diária”, podendo sempre “invocar o Espírito Santo que consagrou a sua união, para que a graça recebida se manifeste sempre em cada nova situação (AL74). 
Dentro daquela “combinação necessária de alegrias e fadigas, de tensões e repouso, de sofrimentos e libertações, de satisfações e buscas, de aborrecimentos e prazeres” (AL126), o matrimónio é “um processo dinâmico que avança gradualmente com a progressiva integração dos dons de Deus” (AL122). Não é “uma convenção social, um rito vazio, ou o mero sinal externo de um compromisso”. É um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja” (AL72). Esta graça sacramental “não é uma coisa nem uma força, mas o próprio Cristo”. É Ele que “vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do matrimónio. Fica com eles, dá-lhes a coragem de O seguirem tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levaram o fardo um do outro” (AL73). Com amor!
É verdade que hoje, conforme afirmava Bento XVI, existe um “vasto campo semântico da palavra ‘amor’: fala-se de amor da pátria, amor à profissão amor entre amigos, amor ao trabalho, amor entre pais e filhos, entre irmãos e familiares, amor ao próximo e amor a Deus. Em toda esta gama de significados, porém, o amor entre homem e mulher, no qual concorrem indivisivelmente corpo e alma e se abre ao ser humano uma promessa de felicidade que parece irresistível, sobressai como arquétipo de amor por excelência, de tal modo que, comparados com ele, à primeira vista todos os demais tipos de amor se ofuscam” (Deus Caritas est,2). 
Como sempre, um dos grandes desafios dum casal é a educação dos filhos. Mais do que dominar espaços, a missão educativa tem de gerar processos. Sim, a grande questão não é saber onde está fisicamente o filho, que lugares frequenta, com quem está neste momento. O mais importante é saber onde se encontra o seu sentido existencial, onde é que ele está posicionado do ponto de vista das suas convicções, dos seus objetivos, dos seus desejos, dos seus projetos de vida (cf. AL261). A formação ética e afetiva, a educação da vontade, o desenvolvimento de bons hábitos, a formação moral e o amadurecimento da liberdade pessoal, são sempre um verdadeiro desafio. E, de facto, não é fácil já que a verdadeira educação implica promover autonomia, liberdades responsáveis que, nas encruzilhadas e necessárias opções da vida, cada um saiba optar com sensatez e inteligência pelo mais útil e melhor bem, não só para si, também para o bem comum, respeitando-se a si e aos outros (cf. AL262).
Que este Congresso e Encontro Mundial das Famílias seja mais uma oportunidade para, de novo, centralizar o valor da família e dela se falar com alegria e esperança. Como afirma o Papa Francisco no seu twitter, "A família é o berço da vida e a escola de acolhimento e de amor; é uma janela aberta sobre o mistério de Deus ".

Antonino Dias
Afife, 24-08-2018.

Aniversário

25.08.18 | asal

Luciano.png

PARABÉNS!

Celebra hoje, dia 25, o seu 68.º aniversário o Luciano Farinha da Silva, da Várzea dos Cavaleiros, concelho da Sertã, um nome que começa a andar no nosso pensamento por ser nessa linda terra que vamos realizar o nosso Encontro do terceiro sábado de Maio/2019.
É lá que nós contamos abraçar este conterrâneo!
Hoje, aqui deixamos os PARABÉNS DO GRUPO DOS ANTIGOS ALUNOS, com votos de boa saúde e longa vida na companhia de muitos familiares e amigos. 
Contacto: tel.  219 163 278

Reflexão de verão

24.08.18 | asal

Pissarra.jpg«Quem sou eu»? -- pergunte ao dr. Google

 

Ao iniciar os estudos de filosofia aprendi que com Sócrates a Filosofia tinha entrado no sua idade antropológica e que uma das perguntas centrais era, a partir daí, «quem sou eu?

Ao entrar na universidade fui alertado para as dificuldades do conhecimento do outro. O outro é um sujeito, uma pessoa com liberdade, sentimentos, única e o que vemos dele não é o que realmente é, ou parece ser. Ao contrário das coisas, não o podemos manipular a nosso bel-prazer nem repetir as experiências quantas vezes quisermos. O outro é imprevisível e único. Também me desiludiram logo em relação ao conhecimento de mim mesmo. Só me mostraram, argumentativamente, o que eu já sabia. A auto-evidência da transparente consciência não resistia às objecções da introspecção e à omnipresença do inconsciente.

Há dias, ao responder a um convite, fui confrontado com um currículo e uma fotografia que não tinha enviado - nem me tinha sido pedida – e continha informações que não acho relevantes. Ao atentar na minha testa, desenhando a tão detestada pele de fruta passada que as mulheres abominam, o meu interlocutor apressou-se a esclarecer: fui ao Google.

Eu, que nunca lá postei nada de pessoal, dei comigo a pensar:

A minha Filosofia está passada. Hoje para muitas e muitos [só para estar de acordo com um disparate de um feminismo equivocado …] e, sobretudo, algumas e alguns, a pergunta - « Quem sou eu?» --tem uma resposta. Está no Google. Ele até me vai informando sobre o que me convém e devo comprar e consumir … Como o poderia fazer se não soubesse responder à pergunta: «quem sou eu?»

Mário Pissarra

Rica reportagem

23.08.18 | asal

Mação.jpg

 MAÇÃO EM FOCO

O nosso amigo António Colaço, no seu afã de reportar, colaborar na solução de problemas e facilitar as novidades nas redes sociais, foi desta vez apanhado pela TVI, que se deslocou a Mação para dar visibilidade a uma sua exposição feita com os materiais ligados ao incêndio do ano passado, que martirizou o concelho... Ainda por cima, pela voz do seu Presidente e pelo sentir dos seus habitantes, eles todos sentem revolta pelo deficiente tratamento oficial que tiveram, em comparação com outros concelhos.
 
Cliquem no link abaixo. São 1,55 minutos muito ricos, cheios de vivacidade. Parabéns, António! Mais um êxito!
 
 

Mais um aniversariante

23.08.18 | asal

Tomás Luís Pinheiro.jpg

O Facebook ajuda a actualizar as listas. Nós já lhe tínhamos pedido os dados...

Nasceu em 23 de Agosto de 1959 nas Sarzedas o Tomás Luís Pinheiro, que hoje vive na Póvoa de Santa Iria. E não temos mais informações.

Mas aqui estamos a dar-lhe os PARABÉNS deste grupo, desejando-lhe muita saúde e longa vida. Gostamos muito que apareça nos nossos encontros. E também pode escrever nas nossas redes sociais...

 

 

Parabéns, Zé Pedro!

22.08.18 | asal

MAIS UM ANIVERSARIANTE!

Zé Pedro1.jpg

 

Nasceu em 22/08/1952 nos Montes da Senhora, quando eu já estudava latim no 2.º ano; andou no seminário, onde bebeu da mesma água e comeu das sardinhas com feijão-frade como nós...

É o José António Cardoso Pedro, que há muito frequenta os mesmos espaços que nós, também agradecido pela educação que recebeu.

Ainda há dias (6/08/2018) ele apareceu no ANIMUS SEMPER a gritar aos quatro ventos (com as últimas ventanias, é melhor dizer "a todos os ventos") que finalmente ia deixar de cumprir horários por conta das obrigações profissionais, pois se tinha jubilado do seu trabalho de professor e outros a nível do ensino...

Esta foto certifica a sua presença no Encontro de Linda-a-Pastora, ao lado de outro amigo bem conhecido. Agora prometeu estar ainda mais presente ao grupo.

A ele saudamos, damos os nossos PARABÉNS E DESEJAMOS LONGA, SAUDÁVEL E FELIZ VIDA...

 Contacto: tel. 965 019 564

O trabalho - história e direito (1)

21.08.18 | asal

Joaquim Nogueira2.jpg

 E o nosso Joaquim Nogueira não para! Já voltou ao ANIMUS SEMPER... Obrigado! AH

 

O TRABALHO - INÍCIO E ENQUADRAMENTO SOCIAL-

PRIMEIRA PARTE

 

Nota  prévia: Há quase um ano que deixei de ser colaborador ativo do nosso blogue. O facto deveu-se aos altos e baixos da minha saúde, consequência da pneumonia grave que me afetou. Vou tentar recomeçar. Que Deus me ajude! Joaquim Nogueira

 

O TRABALHO - SEU INÍCIO  E  EVOLUÇÃO

 

Desde o aparecimento do homem na terra que este, dada a necessidade premente de satisfazer as suas necessidades primárias – como saciar a fome, defender-se, abrigar-se das intempéries, etc. – o homem, como escrevia, foi obrigado a desenvolver atividades que o protegessem na obtenção do que necessitava para sobreviver.

Podemos, assim, dizer que o TRABALHO se iniciou com o surgimento da humanidade, tendo-se o homem servido das mãos e da força muscular para não soçobrar.

Mais tarde, com o crescer da população, surgiram grupos sociais - tribos -, que, devido ao seu espírito e ganância, começaram a guerrear-se entre si, de forma a ver quem era mais poderoso e este era quem tinha conseguido dominar o adversário.

Os derrotados eram feitos prisioneiros e, em consequência, obrigados a executar as tarefas que os vitoriosos lhes destinavam.

Assim surgiu uma classe social deprimida e sem direitos básicos - a ESCRAVATURA.

 

OS ESCRAVOS

Foram os derrotados os primeiros trabalhadores por conta de outrem, na qualidade de escravos, ou seja a relação do escravo com o seu senhor era de propriedade e o escravo não tinha direitos: era como uma mercadoria que os “donos” negociavam, a seu bel prazer.

Esta situação de escravatura, em que, de um lado estavam os senhores dominadores, e do outro lado, os escravos, trabalhadores forçados, considerados “coisas” à disposição dos “senhores”, durou séculos e só ultimamente foi, legalmente, extinta – em Portugal foi proibida pelo Marquês de Pombal, em 12-02-1761-, embora se sabendo que essa classe, infelizmente e para vergonha da sociedade, continua a existir.

No feudalismo, os escravos estavam sujeitos às mesmas condições, ou seja estavam privados da liberdade, mas os seus senhores (proprietários) davam-lhe proteção politica, em troca dos seus serviços.

Esta situação de os escravos serem considerados como mercadorias - coisas - foi-se atenuando e nos finais da idade média ( 1.500), em que os artesãos começaram a trabalhar com independência e a vender as  mercadorias do seu trabalho, começaram, ENTÃO, a ser caracterizados como PESSOAS, embora com direitos muito limitados, designadamente sem limite de horário e com exploração do trabalho das mulheres e dos menores.

Acrescendo que as condições do trabalho eram, na maior parte dos casos, perigosas e insalubres.

Os artesãos, “ancorados” na sua posição, não permitiam que os seus aprendizes se autonomizassem. Os aprendizes, que tinham aprendido e se consideravam iguais aos seus mestres, uniram-se para alcançar os seus objetivos, com oficinas próprias e com independência.

Pode dizer-se que foi esta a génese do SINDICALISMO.

Até esse tempo, o Estado tinha intervenção direta nas relações de trabalho. Com a extinção das chamadas CORPORAÇÕES de ofício, o Estado passou a ter uma minima intervenção, deixando que as classes laborais se entendessem nos seus diferendos.

 

DO LIBERALISMO AO CAPITALISMO

Surgiu uma doutrina nova, instigada, entre outros por A. Smith, sendo certo que o liberalismo económico (não vou mencionar o liberalismo politico e o liberalismo social) esteve relacionado com o CAPITALISMO,  tendo sido a base do desenvolvimento industrial do século XIX, com início na Inglaterra e que, depois, se estendeu a todo o mundo.

Esta REVOLUÇÃO INDUSTRIAL levou à substituição das ferramentas, utilizadas pelos artesãos, por máquinas, primeiro mecânicas e, depois, elétricas, com a consequente substituição da energia humana pela energia motriz e o aparecimento do DESEMPREGO. Esta revolução industrial levou ao desenvolvimento rápido de alguns países e à estagnação de outros.

A tal ponto que o mundo acabou dividido: de um lado, os países desenvolvidos – altamente industrializados – e do outro, os países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento – pobres – que passaram a ser fornecedores de matérias  primas aos países desenvolvidos, que transformavam essas matérias primas em produtos acabados que vendiam aos países pobres, com as mais valias que lhe tinham introduzido. Cavando, cada vez mais, o “fosso” entre eles existente.

 

REVOLUÇÃO  INDUSTRIAL  -  FASES

PRIMEIRA FASE

Esta fase começou na Inglaterra, como se escreveu, nos meados do século XVIII e século XIX e caracterizou-se pela mecanização da produção, tendo-se feito a separação entre o CAPITAL, representado pelos donos dos meios de produção e o TRABALHO, representado pelos assalariados, tendo-se acabado com os grémios, que era o modo de produção, anteriormente, utilizado pelos artesãos.

Isto levou ao aparecimento de fábricas, com grandes conjuntos de operários, com baixas remunerações e fracas condições de trabalho, muitas vezes em situações sub-humanas, o que os levou a que se unissem em organizações trabalhistas e sindicais. Deu-se o êxodo rural, o crescimento urbano e a formação da classe operária, acabando por se formar dois polos: A BURGUESIA INDUSTRIAL E FINANCEIRA e o PROLETARIADO.

Este início da chamada LUTA DE CLASSES levou a que o Estado fosse obrigado a participar mais na economia, contrariamente ao que vinha acontecendo.

 

SEGUNDA FASE

A partir do final do século XIX, terminou o período da livre concorrência da fase anterior, deixando o comércio de ser competitivo para ser mais MONOPOLISTA. Iniciara-se a fase do Capitalismo financeiro ou monopolista.

Com a Alemanha a capitanear as potências industriais, esta tornou-se num “poder” mundial, com base na sua poderosa indústria.

Estabeleceram-se as bases do progresso tecnológico e científico, com o fim de investigar e levar a um constante aperfeiçoamento dos produtos e técnicas, tornando a produção mais concorrencial.

 

TERCEIRA FASE

Esta fase iniciou-se pela segunda metade do século XX, por volta de 1950, com o incremento da eletrónica, o que levou ao desenvolvimento da informática e à automação das indústrias.

Maneira de as indústrias dispensarem mâo de obra e passarem a depender das máquinas e das novas tecnologias para fabricar os produtos. Com o DESEMPREGO “a galopar”.

 

CONCLUSÕES

Primeira: - Comecei este texto com a intenção de escrever sobre Direito do Trabalho, que é o que mais interessa aos bloguistas e no qual me especializei ao trabalhar para os Caminhos de Ferro Portugueses, em que intervim em 421 processos judiciais, nos Tribunais de quase todo o país, de todos os tipos, mas a maior parte relacionados com relações de trabalho. Quando entrei para a C.P. esta tinha mais de 27.000 trabalhadores e os litígios eram constantes.

Segunda: - Ao pesquisar no Google, deparei-me com textos relacionados  com o tema que coordenei, por entender que tem interesse, como introito ao direito do trabalho, que me proponho desenvolver em capítulo ou capítulos seguintes.

Terceira: - Está, assim, explicada a razão deste texto que alguns acharão “ fora do contexto “, mas que interessará a muitos outros.

        Desejo, a todos BOAS FÉRIAS e que Deus nos acompanhe, neste conturbado mundo.

Lisboa, 21 de Agosto de 2 018

Um abraço do J. NOGUEIRA

Pág. 1/3