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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

Homenagem ao Joaquim Alves Filipe 1

16.07.18 | asal

Eu estava à espera de testemunhos como este. E outros amigos vão continuar a aparecer a dizer do seu contacto com este homem especial. Obrigado, Joaquim NogueiraJoaquim Nogueira1.jpg

 

J O A Q U I M  A L V E S   F I L I P E

 

 

Posso orgulhar-me de ter sido o amigo do Filipe que, com ele, mais conviveu, nos seus últimos anos de vida.

Quando ele foi escrivão no Tribunal da Sertã raro era o Sábado – então dia de mercado na vila – em que o Filipe não tomasse café comigo e com o meu pai no café CENTRAL da  Sertã.  Ele – o Filipe – fazia o favor de ser um grande Amigo nosso.

Nessa época, a firma de produtos resinosos de meu pai era uma das maiores, senão a maior, empresa do concelho e, como tal, o Filipe conversava muito com o “gigante”, como ele dizia, pois na qualidade de industrial da resina iam parar ao Tribunal muitos processos relacionados com as sangrias que os resineiros faziam nos pinheiros, que obedeciam a critérios de medida e profundidade muito rigorosos e limitados e os fiscais não perdoavam.

A empresa de meu Pai era solidariamente responsável e era esse o motivo dos processos, em que a firma que transformava a resina em aguarrás e pez louro, fosse chamada, sem ter qualquer culpa. Teoricamente, tinha que controlar os resineiros que se ocupavam da extração da resina. Responsável solidário era, também, o dono dos pinheiros que figurava no mesmo processo judicial.

Este um pormenor que descrevi, no sentido de dar a conhecer à juventude o rigor das leis desse tempo.

Independentemente disso, o Filipe tornou-se um grande AMIGO meu e convivemos muito.

 Assino por baixo, como se costuma dizer, tudo o que o Alves Dias escreveu relativo à personalidade e generosidade do Filipe. Nós os três almoçávamos juntos no S. Remo, muitas vezes, durante a semana. Além dos almoços das sextas-feiras, abertos a todos os antigos alunos, em que o Filipe raramente faltava. Para quem não o saiba, o Alves Dias era meu colega de escritório, na Avenida Defensores de Chaves e continuamos muito próximos e bons amigos.

Mas, o meu relacionamento mais profundo com o Filipe está relacionado com a nossa ”parceria” na Administração do património imobiliário urbano de um grande Amigo do Filipe, Ilustre Médico no IPO de Lisboa e “latifundiário” na Alentejo. O Filipe convidou-me para exercermos essa função, em conjunto. Dividimos as tarefas e a confiança do dono da propriedade era tal que as receitas das rendas eram depositadas numa conta em nosso nome, sem que ele interferisse na administração. Mensalmente dávamos contas e transferíamos o remanescente para o nosso Amigo.

Esta “parceria” durou vários (muitos anos), até ao infeliz e inesperado acontecimento que nos privou do convívio de um grande e generoso Companheiro de jornada e amigo que eu choro, sabendo que o Senhor o tem junto de Si, esperando por mim, que, como Ele, vou terminando esta vida, tentando imitá-lo nos ensinamentos morais e religiosos que me deu e deu à sociedade.

PAZ À SUA ALMA!  16 de  Julho 2 018

J.NOGUEIRA 

NESTA FOTO, três Joaquins, todos dignos de encómios. À esquerda, o J. Alves Filipe, ao fundo o J. Nogueira e aqui, mais perto, de costas, o J. Silvério, sobrinho do homenageado. Por isso, acho que esta foto fica bem com este testemunho. AH

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