A IGREJA E OS FOGOS
Mensagem do Sr. Bispo:
INCÊNDIOS DENUNCIAM ERROS - DESAFIAM A SOLIDARIEDADE
25-07-2017
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25-07-2017
IN MEMORIAM
Faleceu ontem, dia 30/07, e foi a enterrar hoje o Rev. Padre António que foi pároco de Cardigos por volta de 2008.
Extremamente pragmático e naturalmente simpático, deixou saudades quando se ausentou para passar a última etapa da sua vida no seu concelho natal: Sabugal.
Até sempre, Padre António!
(Seguem imagens da sua presença num convívio de S. Jacinto, nos Vales, em 2008.)
António Manuel M. Silva
(nesta foto com o P. António)
Somos nós que nos apresentamos ao ilustre cernachense, nascido em 1935 (que bela idade!), para te saudarmos com PARABÉNS ESPECIAIS (porque é a malta toda que te canta...) e te desejar muitas e felizes primaveras.
Vivendo agora com esposa, filhos e netos para os lados de Aveiro (não és o «senhor» de Esgueira nos meios autárquicos, escolares e religiosos?!), estás longe para nós darmos um salto até à princesa do Vouga, mas daqui, deste sul quente e queimado, te mandamos um grande abraço, rezamos por ti e te desejando o melhor. Alguns ainda vão beber um copo, outros usam água, que faz o mesmo efeito...
Contacto: tel. 919 783 001
NOTA: Agora é que acertamos! Deixas de estar de perfil, talvez zangado com a malta, e apareces de fronte, sorridente, a exibir todo o charme. Como vês, mudaste de cara... Daqui a um ano, não haverá parabéns antecipados.
Bem, com tudo isto, vamos fazendo a festa com os nossos erros e falando uns com os outros...
O renascer das cinzas
Como quase sempre, para se tentar resolver os problemas que vão surgindo no país, muitas vezes, por incúria do Estado, lançam-se leis e mais leis em cima dos acontecimentos, para se tentar debelar ou abafar a sua brutal agressividade.
Assim, logo após os dramáticos incêndios - só na área de Pedrógão desapareceram 45 mil hectares - tocaram as campainhas no Parlamento para se produzirem novas leis para procurar minimizar as tragédias de vidas humanas e a destruição de muitas zonas verdes do território. Em termos absolutos recorde-se, o nosso país na área da UE, é o espaço com mais floresta ardida. Uma vergonha para um país pobre, com apenas uma área pública de floresta de 1%, nas mãos do Estado. A restante encontra-se ao cuidado das mãos de particulares. Sobretudo de donos absentistas e das gulosas celuloses que têm apostado na plantação de eucaliptais, a perder de vista, onde, geralmente, não há muitos incêndios, porque zonas mais cuidadas e protegidas pelas empresas.
Face a esta problemática, o Parlamento, para evitar semelhantes dramas, ocorridos nas nossas florestas, sobretudo do interior, acaba de aprovar um conjunto de leis tendentes a tentar resolver ou minimizar os tristes acontecimentos deste ano - pelo menos 64 mortos - e cerca de duas centenas de feridos. Treze dos quais, ainda se encontram internados em vários hospitais.
Para já, sabe-se que, em termos de Orçamento do Estado para o próximo ano, este deverá disponibilizar algumas dezenas de milhões de euros para reforçar o Fundo Florestal Permanente. Estas robustas verbas irão ser gastas numa nova política de ordenamento e gestão florestal, incluída na reforma deste sector. Parte das leis do Governo que irão desenhar esta nova política já foram aprovadas pelo Parlamento na passada semana. As restantes, relativas ao banco de terras sem dono e às entidades de gestão florestal, vão ter de esperar mais uns meses, devido ao desentendimento com o PCP. A opinião deste partido baseia-se no facto de Portugal, sendo um dos países com menor área de floresta pública da Europa, a solução não será a alienação do património florestal do Estado, mas a do seu alargamento e gestão eficaz, a favor do país.
Quanto às chorudas verbas a disponibilizar no próximo Orçamento do Estado irão direitinhas para a criação de equipas de Sapadores Florestais. Se este plano for concretizado, o país irá dispor de 500 equipas, cada uma com cinco elementos. Até ao final de 2019, serão criadas cerca de 200, a um ritmo de 100 por ano. Serão estas forças de choque as primeiras responsáveis para se tentar debelar os primeiros sinais dos focos de incêndio. Por outro lado, vai caber-lhes a responsabilidade da prevenção, ocupando-se da limpeza dos terrenos, cada vez mais abandonados, sobretudo no interior do país.
O Governo, com a legislação já aprovada, assumiu no Parlamento que esta sua aposta legislativa se destina, prioritariamente, a dotar o território nacional de uma eficaz prevenção dos incêndios. Uma das medidas será aproveitar os fogos que vão acontecendo ou implementados, sob controlo, para se fazer a limpeza da floresta. O uso desta técnica será da exclusiva competência dos Sapadores Florestais, os máximos vigilantes das matas.
Quanto aos eucaliptos, irão manter a sua quota, com limitações na sua expansão que tem sido muito liberal e arbitrária. Por outro lado, as Câmaras Municipais também vão a ser chamadas à responsabilidade em defesa dos seus territórios, relativamente aos incêndios.
Porém, ficaram ainda adiadas a aprovação pelo Parlamento das apostas do Governo, relativas às entidades de gestão florestal, bem como a inclusão das terras sem dono, a incluir no banco de terras. A título experimental, nos sete concelhos da Beira Interior, atingidos pelos incêndios recentes, o cadastro dos terrenos será já efetuado ao longo do ano.
Lá diz o povo na sua milenar sabedoria: “casa roubada, trancas na porta”. Leis adequadas e eficazes, para melhorar a solução dos cíclicos problemas dos fogos, serão sempre bem - vindas. Mas será a passagem da letra à ação a medida da estatura dos políticos. O que temos visto pouco. Que os 64 mortos ou mais, acordem de vez o país dos seus pecados de incúria, será o caminho a seguir. Já basta. Urge renascer das cinzas.
florentinobeirao@hotmail.com
MAIS UMA SEXTA-FEIRA na Parreirinha de Carnide.
Mais uns momentos de convívio em que falamos de tudo e resolvemos todos os problemas. Mas ninguém aposta em nós!... Os fogos também vieram à baila e o Zé Ventura foi um dos que foram chamuscados no pinhal. Soluções? Difíceis... Mas ai se o Governo não fizer nada... Deixamos de votar.
Hoje, predominou a malta dos 80 e mais. A alegria é geral. Na próxima sexta-feira ainda há almoço. Depois o restaurante Parreirinha de Carnide entra de férias. E só na última sexta de Agosto voltará o convívio. Não fiquem em casa. Vão até lá.
AH
Como se vê, há gente a trabalhar para o ANIMUS SEMPER! AH
Meu bom amigo
No meio destas nuvens negras que escurecem os céus deste distrito de Castelo Branco, sobretudo Proença, Mação e Sertã - um imenso inferno na terra - tentei escrevinhar uns apontamentos para o nosso já indispensável Animus. Como dei um saltinho a Marrocos que desconhecia completamente, aí vai um aperitivo do que me foi dado observar. Para uma próxima ocasião tentarei desvendar outras cidades do reino de Marrocos. Todas muito belas e históricas.
Um grande abraço.
f. beirão
Marrocos aqui tão perto
Como vou sempre acompanhando o ANIMUS SEMPER, picou-me a advertência do Henriques e a saborosa colaboração do nosso Bispo, ao relatar as suas visitas mediterrânicas, berço da nossa Civilização greco-romana e judaico-cristã.
Como o que é enriquecedor para nós, deverá ser partilhado, peço também licença para entrar no grupo daqueles que aproveitam estes tempos tórridos de verão para descobrirem novas realidades.
Desta vez, optei em ir com a minha esposa à descoberta de uma parte significativa do Reino de Marrocos, um país de que tanto falei como historiador aos meus alunos, mas que nunca tinha pisado.
Na verdade, este espaço africano, para mim, caracterizava-se por ser um território para onde fomos impelidos, quase só, para convertermos mouros e ser bafejados com as suas numerosas riquezas materiais. Até à desgraçada guerra de Alcácer Quibir, com a morte do nosso jovem Rei, D. Sebastião, Marrocos sempre foi para nós uma terra de muita cobiça. Ali construímos castelos e dominamos espaços para enriquecermos o nosso país. Muitos destes monumentos ali se encontram ainda a testemunhar a nossa passagem e presença por aquelas terras. Portanto, para o bem e para o mal, o território de Marrocos faz parte importante da nossa história pátria. Muitos portugueses ali viveram e morreram.
Não me querendo alongar, apenas uma pitada das cidades imperiais que visitei, embora de um modo aligeirado, para não ocupar muito espaço.
Iniciei a minha visita pela famosa cidade de Casablanca (casa branca – nome com marca portuguesa). Foi em 1515 que os portugueses atacaram este porto, depois da conquista de Ceuta, em 1415. Mais tarde, em 1575, aqui se instalaram, por largos anos, construindo potentes baluartes defensivos. Os corsários não perdoavam. Mas seria só em 1755 que as tribos vizinhas se organizaram e ocuparam esta cidade, mandando os portugueses para casa.
Casablanca, capital industrial e comercial de Marrocos, devido à sua importância portuária, é a cidade mais populosa do reino. O dedo da ocupação francesa, na primeira metade do séc. XX, encontra-se por toda a parte, nomeadamente, no característico estilo da Arte Nova e no desenho das suas modernas e espaçosas avenidas.
Atualmente, a sua situação geográfica, o seu clima e as suas praias têm atraído um volumoso número de turistas da Europa.
De destacar a majestosa grã Mesquita do rei alauita Hassan II, construída junto ao Atlântico, com nove hectares, uma pérola da arquitetura muçulmana hispano - árabe. Segundo o Corão, o Rei quis, com esta obra - dois terços no meio da água – concretizar um dos versículos que refere: “o trono de Alá estava sobre as águas”. O seu altivo minarete, com 200 metros de altura, impressiona o visitante.
Pudemos ainda visitar as medievais cidades de Fez, Marraqueche, Rabat e Mequinez. Estas, para não ocupar muito espaço, deixarei para uma próxima ocasião. Qualquer delas são monumentais e assombrosas. Não admira que a UNESCO as classificasse como cidades Património da Humanidade.
Florentino Beirão
POIS, CHEGOU O TEU DIA, JOAQUIM MENDEIROS PEDRO...
E é indisfarçável a alegria que nos envolve por sabermos que fazes 70 anos («és um gaiato», diria o Chamiço, outro alentejano!) em pleno gozo de todas as faculdades físicas, mentais, espirituais e afectivas, o que quer dizer que vamos ter homem por muitos anos, cheio da alegria e do entusiasmo com que abraças as tarefas a que te comprometes.
Todos sabem o quanto tens feito por esta associação dos antigos alunos, que não sei o que seria sem ti.
Quer nos dias de Encontro, quer no antes e no depois desses encontros, vemos-te sempre atento, vigilante, bem intencionado, cheio de energia para acometer novos desafios. E por isso, a primeira palavra que aqui deixo ao Joaquim Mendeiros é um OBRIGADO SINCERO E AMIGO pelo muito que fazes por todos nós...
Depois, vêm os habituais PARABÉNS POR MAIS UM ANIVERSÁRIO, com o desejo profundo de que sejas feliz por muitos anos, na companhia da tua Adelina, filhos e netas, e de todos nós, teus amigos e admiradores.
Ad multos annos!
Contacto: tel. 969 015 114
NOTA: Esta segunda foto é para dizer a todos que as coisas acontecem porque alguém trabalha em prol do grupo, antecipando os acontecimentos e sacrificando-se alegremente, como foi aquele momento especial de Marvão, lá ao fundo...
MAIS UM LIVRO EM ANÁLISE
Isto está cada vez melhor! As colaborações aumentam e a nossa obra comum melhora. Aqui se apresenta mais um livro digno de leitura. E o registo escrito pelo Mário Pissarra é mesmo agradável. Pessoalmente, fiquei mais rico e com vontade de ler este livro. AH
Quando tropecei com os olhos neste livro ficou decidido que o iria ler. O José Milhazes é considerado por muitos meu sósia desde que começou a aparecer na televisão. Ele é meu sósia, mas eu nada fiz para isso. As incertezas da partida são partilhadas por ambos, mas a certeza da chegada está garantida e documentada: cheguei 10 anos antes. Muitos me disseram que havia um correspondente na URSS que era muito parecido comigo. Fui ver e confirmei o facto. Há tempos, a minha filha andava com os meus netos a visitar a Batalha e os meus netos chamaram os pais para verem um sr. parecido com o avô. Além disso, abri o livro na primeira página e encontro a descrição da sua partida em 1977 para a URSS: «Eu carregava, não, deixemo-nos de exageros, transportava na mão uma mala de cartão acastanhada com um par de botas de couro, algumas peças de roupa e dois livros. (…) A mala era leve porque, além de não haver dinheiro para mais, eu estava convencido de que não se ia para o «Paraíso Terrestre» com a casa às costas, porque nesse lugar não costuma faltar nada, à excepção do pecado. Sim, eu ia viver na sociedade quase perfeita, na transição do socialismo desenvolvido para o comunismo.» Se o mote político para o que se ia seguir estava dito, o remate da página garantia um leitor certo: «Acreditava tanto nisso como, dois anos antes, não tivera dúvidas quanto à existência de Deus, quando frequentava o Seminário da Ordem dos Combonianos, na Maia». De Deus não se fala mais ao longo do livro, mas de um ponto de vista político, o livro pode ser lido como o desfazer de uma ilusão e a hecatombe de um regime com final trágico.
Reconheço que esta referência aos combonianos também teve algum peso. Quando estudei teologia no Porto, tinha dois colegas desta ordem e tive conhecimento dos problemas políticos que alguns dos seus missionários viveram por causa da Guerra Colonial. A sua referência a estes factos confirma as informações que já tinha. No capitulo 2, conta a sua ida para o seminário (importância de um Pe. Jovem que apareceu nas Caxinas e a passagem pelos escuteiros). O seu testemunho sobre a importância do seminário na sua formação é rico e elogioso. A título de exemplo: «Enganam-se os que consideram que no seminário tínhamos uma vida monótona; bem pelo contrário, havia tempo para tudo. A maior parte do tempo era ocupada pelos estudos e orações, mas também havia lugar para o desporto, especialmente para o futebol», ou «seria injusto não sublinhar o alto nível de ensino na Ordem dos Combonianos, não só académico, mas também cívico». Não faltam histórias sobre peripécias e partidas que só quem passou pelo seminário sabe apreciar devidamente. As referências aos padres quer do seminário quer depois no liceu revelam estima e consideração. Foi também o seminário e o «contacto com membros de círculos católicos antifascistas do Porto [que] contribuíram para despertar em mim o interesse pela política.»
Ao longo do livro, o autor, numa escrita simples e despretensiosa, partilha as suas experiências vividas num mundo fechado como era a URSS e, estas histórias e vivências devidamente contextualizadas historicamente, mostrando a corrupção, a hipocrisia, os jogos de poder, a vida dos estudantes estrangeiros, mas também a solidariedade entre as pessoas e o seu sentido de humor. Aliás, ao longo do livro, são contadas várias anedotas dos russos acerca do regime. Um exemplo:
Um militante comunista é chamado à direcção regional do Partido por ter sido acusado de «desvio de direita».
-- Alguma vez se desviou da linha política do Partido? – perguntou um dos chefes.
-- Não, desviei-me sempre juntamente com a linha do Partido.
Quem não se vê bem na fotografia ao longo do livro é o PCP e os seus militantes. Mas, dramático é assistir ao desmoronamento das estruturas de suporte do grande império soviético. Os nacionalismos a renascer e o seu desejo de independência, a violência étnica que a deslocação de populações provocou, o não pagamento de salários, os oportunismos mais diversos, etc. O caos atinge níveis tais que as crianças na escola primária, quando questionadas sobre o que queriam ser quando fossem grandes, respondiam em grande número: as meninas desejavam a profissão em que as mulheres têm pernas até ao pescoço e os meninos desejavam ser bandidos. Foi esta desordem associada à perestroica, tão apreciada pelos ocidentais e não menos detestada pelos cidadãos soviéticos, em que o Estado deixou de funcionar e ser minimamente eficiente, que explica o surgimento e a aceitação de Putin. Este, num registo autoritário, é certo, colocou o Estado a responder às suas funções e permitiu a recuperação do orgulho Russo.
É também interessante e elucidativo o capítulo que o autor dedica à Alexandra, a criança que o tribunal de Braga entregou à mãe e que depois os «pais adoptivos» tentaram trazer para Portugal. Uma leitura ligeira, interessante e enriquecedora. Se for lido à lareira acompanhado com um copo de vodka, as inúmeras referências à gastronomia soviética ganham novos sabores.
Boa leitura!
Mário Pissarra
ANIVERSARIANTE
Soubemos agora, pelo Zé Ventura, que o Ilídio Pinto Cardoso faz anos. Ele vive e trabalha em Portalegre.
Aqui deixamos os nossos PARABÉNS e votos de longa vida e muita felicidade.
Quando nos vemos, Ilídio?
Outra curta viagem...
Esta é a serra de São Macário, na faixa sul de Cernache do Bonjardim.
A capela tem uma lenda. Além desta haveria no sopé uma outra, no lugar de Casal Madalena, dedicada a Santa Maria Madalena. Quando as duas se degradaram o povo começou por edificar uma única no sopé da serra, mas de noite as ferramentas apareciam no cimo da serra.
O povo, intrigado com o sucedido, decidiu-se pela sua edificação no cimo do monte, afirmando que o São Macário queria ver todos os dias os 6 irmãos (outras tantas capelas erguidas em serras nas cercanias).
E porque trago esta informação hoje? Porque pela 1ª vez, é celebrado o dia da apóstola dos apóstolos, Santa Maria Madalena, instituído pelo Papa Francisco, no ano passado.
Fernando Leitão Miranda
TAMBÉM DO ALGARVE NOS CHEGAM NOTÍCIAS:
Em Manta Rota. Isto é o máximo! Um bom robalo do mar. Mas não foi oferecido pelo Vara.... na próxima sexta-feira não estou no almoço.... Vou chamar o Nogueira para fazer a convocatória. Grande abraço amigo.
Manuel Pires Antunes
Já andávamos com fome de Lisboa...
1 - Um filme
Hoje ficámos saciados. Depois de almoço, saímos os dois para o Monumental, para a sessão das 2,30h, e apanhámos um daqueles filmes que não nos deixa dormir, tão estranha e patética é a história. Saímos de lá absortos com tanta rudeza e frialdade de vida, que dá para pensar...
Parece que quando as coisas começam mal, tudo se vai agravando com os tempos e as pessoas vão cometendo crimes cada vez mais ignominiosos, numa ânsia de felicidade ou de liberdade (!?).
E quando se sai a pensar na história, dizemos logo que valeu a pena, mesmo que a lição seja trágica.
Ah! Querem saber o nome do filme? - Lady Macbeth
«Inglaterra, 1865. Katherine (Florence Pugh), uma jovem que foi forçada a casar-se com um homem de meia-idade, herdeiro de uma grande fortuna industrial, sente-se confinada à casa rural que ambos partilham, sem grande satisfação na vida, nem sequer atenção do marido».
O resto, vejam lá...
Depois fomos para o Colombo, outro centro comercial, e, sem fazer compras (como eu gosto!...), fomos a correr para as litografias de Paula Rego, num largo onde lhe construíram uma galeria de arte provisória com paredes de esferovite. Como sempre, a arte de Paula Rego deixa-me um ar de espanto, quer pelos temas dos quadros (as cenas mais abstrusas...), quer pela técnica usada (tão próxima da banda desenhada como dos quadros naïf ou dos figurativos mais exigentes). São aquelas cenas familiares onde as caras ganham uma rudeza disforme e onde as posturas das pessoas chocam na sua naturalidade bruta.
É “o mundo fantástico de Paula Rego”, com quadros distintos, muitos a ilustrar contos populares tradicionais de escritores, mas em que ela se sente sempre à vontade para fugir à história e derivar para a sua imaginação delirante.
Impressionaram-me uns mais que outros: os quadros do “Príncipe Porco e suas três noivas”, a “Sala de aula”, em que o azorrague e os puxões de orelhas não põem tudo em ordem, e ainda o “Quarto de Shakespeare” em que, perante a incapacidade de os macacos escreverem obra teatral aceitável, a velha saca da pistola para os matar.
De destacar o único quadro também em destaque na Galeria: “A fada e Pinóquio”, com este bem hirto e de mãos cerradas a escutar a fada, bem desconfiado do que está a ouvir.
António Henriques
Clicar para ver os sete quadros
MAIS UM ANIVERSÁRIO
Soubemos que hoje faz anos a Adelina Pedro, esposa e digna companheira do nosso amigo, Joaquim Mendeiros Pedro.
Porque não trazer para aqui este acontecimento, que marca os dias desta família a quem a nossa associação tanto deve?
Pois então, PARABÉNS, Adelina! E que Deus a proteja, lhe dê muita saúde e felicidade por muitos anos, na companhia do marido, filhos, netos e amigos.
Arrisco a trazer para esta rubrica o relato do Sr. Bispo (sem lhe tirar um alcance maior...), que, "macacos me mordam" (!), vai distrair positivamente muitos de vós, pela sua frescura, pela sua sujeição a uma verdadeira crónica de viagem... Mais uma vez, muito obrigado. AH
LUGARES QUE EM SILÊNCIO NOS FALAM
Por lá andámos, vimos e escutámos, por entre a algazarra das cigarras e a boa disposição do grupo sempre renovada e alimentada. Sei que enganei os leitores, mas macacos me mordam se, neste momento, não me sinto também intrigado com o caso. Apoiado num texto da Agência de Viagens, escrevi, no passado escrito, que a Grécia tinha duas mil ilhas e só cento e setenta é que eram habitadas. Pois parece que é mentira. Não vou, porém, massacrá-los em dizer-lhes quantas, na verdade, são, pois também não sei, nem tampouco sei se os gregos sabem ou já tiveram tempo de as contar, não será fácil, ver-se-ão gregos. No desejo de ouvir os guias turísticos de cada local, ficamos esclarecidos sobre tal assunto. O número dado era de tal ordem que só era tão válido e certo enquanto não vinha o seguinte e dizia o contrário. Tudo dependia da generosidade bairrista ou da mais ou menos convicção de quem falava. O número oscilava entre as duas mil e as mais de quatro mil. O número das habitadas era dado com a mesma certeza, oscilando entre as cento e setenta e as trezentas. Mas tudo se ia desculpando, logo percebendo que, quase sempre, a conversa lhes fugia, não para a verdade - (e o que é a verdade?) - mas para os mitos e as tradições. Se tivermos em conta que até, durante a gigantomaquia - na guerra entre os deuses do Olímpio e os gigantes -, Poseidão, deus do mar, ao perseguir um feroz gigante lhe arremessou um pedaço da ilha de Kos que o matou e esse pedaço de terra é hoje a ilha vulcânica de Nísiros, que mais haveríamos nós de esperar!...
Atenas, Corinto, Éfeso, Patmos, Lindos, Rodes, Creta, Santorini... são lugares que, no silêncio da sua beleza, na recordação de pessoas que influenciaram os destinos do mundo, no olhar os seus recantos e história, nos falam sem nos dizerem nada, ou nos dizem muito sem nos falarem. Fazem-nos parar e "ler", refletir e admirar tempos e culturas, interesses e desinteresses, piratas e menos piratas, tempos áureos de potências e civilizações e o triste declínio das mesmas, a barbárie de quem surge julgando-se superior e destrói, as impiedosas fustigadas dos terramotos e erupções vulcânicas. São verdadeiros testemunhos da grandeza e da pequenez humana, daquilo que o engenho dos povos é capaz de sonhar e construir para logo a humana cobiça açambarcar ou arrasar como inútil e prejudicial. O que é certo é que, mesmo aqueles que se julgam grandes, donos e senhores, quer queiram ou não queiram, vão passando, deixam o rasto da sua presença, boa ou má, e, assim, vão amontoando a sua quota parte de colaboração na construção da História da Humanidade que sempre tem as suas ironias e solavancos, os seus avanços e retrocessos.
Dentre todos os lugares visitados, vou referir-me apenas a um. Como sabemos, a Sagrada Escritura fala poucas vezes de Maria. Uma das passagens que se lhe refere, é quando, no alto do Calvário, Jesus a entrega aos cuidados de São João Evangelista, o Seu discípulo muito amado: "Filho, eis aí a tua mãe". A partir daquele momento, João jamais abandonou a mãe de Jesus. Após a Ascensão de Cristo ao céu e da vinda do Espírito Santo, começam a formar-se as primeiras comunidades cristãs. Os cristãos da primeira hora, discípulos de Jesus e testemunhas da Ressurreição, não podem deixar de cumprir, com alegria e entusiasmo, o que ouviram e viram, a Boa Nova por excelência. E sentiam-se também no dever de cumprir o mandato de Cristo, de ir, viver, ensinar e batizar em Seu nome, com a promessa de que Ele, Jesus, estaria com eles até ao fim dos tempos. Não lhes foi fácil a tarefa como, aliás, continua a não ser. Tal como outrora, também hoje ninguém quer sair do seu sofá, poucos estão dispostos a servir e a amar tal como Jesus o fez. E mesmo aqueles que se decidem a fazê-lo, quantos fracassos, quantas infidelidades!
Os primeiros cristãos não foram pessoas acomodadas, o que a muitos lhes custou serem tremendamente perseguidos, presos, torturados e mortos. O seu comportamento e a mensagem que anunciavam incomodavam muita gente. Com o aumento da violência e da repressão, alguns deles abandonaram esses lugares. São João, neste ambiente de insegurança, provavelmente pelo ano 42, passou-se para Éfeso, uma das cidades mais importantes da época. Basta olhar para as megalómanas ossadas da cidade que por lá encontramos, para imaginar a grandeza da cidade. E diz-nos a tradição que ele trouxe Maria, a Mãe de Jesus, consigo, para esta cidade, hoje território da Turquia. Aqui construiu uma casa para Maria, no monte Bulbul, a cerca de 8 km da cidade antiga, onde ela teria tido uma vida simples e calma. Este lugar, devido às lutas e vicissitudes da História, esteve largo tempo esquecido, mas foi recuperado e é hoje um lugar de referência para quem vem a Éfeso. E foi recuperado graças a uma freira alemã, com deficiência física, Catherine Emmerich, que viveu de 1774 a 1824. Sem nunca ter visitado esta região, ela viu, em sonho, e descreveu a chegada de São João e de Maria a Éfeso, fala da localização da casa da Virgem Maria, perto de Éfeso, em cima de uma colina, e dá vários pormenores sobre a casa. O Diretor da Faculdade de Izmir, Eugène Poulin, em 1891, enviou um grupo de peritos para investigar o grau de veracidade da discrição feita por esta Senhora. Após longas pesquisas, encontraram o lugar sagrado chamado "Panaya Kapulu" sobre o qual fizeram pesquisas e estudos com exigência e resultados científicos. O interesse sobre o lugar intensificou-se, outros estudiosos puseram-se de acordo sobre a veracidade destes factos e o Arcebispo de Izmir autorizou o culto nestes lugares. O Papa João XXIII confirmou este lugar como lugar de peregrinação, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI visitaram-no. E foi nesta cidade de Éfeso, que também se construiu a primeira igreja dedicada à Virgem Maria e nela se realizou o III Concílio Ecuménico da Igreja.
São João Evangelista, durante a perseguição de Domiciano contra os judeus e os cristãos, aí pelos anos 81 a 96 depois de Cristo, foi, com o seu discípulo Prócoro, deportado para a bela ilha de Patmos, onde, segundo a tradição, escreveu o livro do Apocalipse, numa gruta que hoje se visita. À morte de Domiciano, voltou a Éfeso, onde escreveu o Evangelho, vindo a falecer, provavelmente pelo ano 104. No século IV, sobre o seu túmulo, foi construída uma pequena Basílica e no século VI foi-lhe dedicada a atual catedral.
Aqui em Éfeso, outros cristãos e sobretudo São Paulo, também marcaram presença, e de que maneira!...
Antonino Dias
Frankfurt, 21-07-2017
Tantos papelinhos, tantas mensagens à Virgem...
HOJE SÃO DOIS!
Nascido em 21 de Julho de 1952, faz hoje 65 anos o Antero João Lopes Amaro...
Aqui registamos a nossa alegria a mais este aniversariante, a quem saudamos e damos os PARABÉNS, desejando-lhe as maiores felicidades.
E também lhe dizemos que gostamos de o ver por cá, como os seus colegas de Alcains que por aqui se passeiam.
Contacto: tel. 965872 431
OOOOOOO
PARABÉNS, JOSÉ ANDRADE!
Um sobreirense que faz anos até desperta mais a atenção, pois este mano nasceu na mesma aldeiazinha do responsável por este blogue, o RIPANSO, que existe no mapa, sim senhores, ainda por cima vizinho de outro ripansense na baila, o Abílio Martins. E os três estiveram em Marvão com todo o gosto, como a foto documenta (eu estou um pouco escondido, mas com vontade de aparecer também!...)
Pois aqui se registam com gosto os PARABÉNS da malta dos seminários ao José Andrade, juntamente com os votos de um futuro longo, tranquilo e feliz. O reverso de 17 já ninguém te tira...
Convém dizer que o José Andrade é um dos habitués das sextas na Parreirinha de Carnide, interventor frequente do Facebook, benfiquista ferrenho sem ir à Catedral (!) e o resto adivinhem...
Um grande abraço destes amigos.
Contacto: tel. 964 247 371
(hoje a cor "à Benfica" sobressai!)
1 - ENTÃO, ESSAS LEITURAS?
Todos os dias abro o correio à espera de encontrar um relatozinho de um livro que vocês leram...
E nada!
Mas vocês não lêem? Como é que alimentam o espírito?
Não é preciso ser crítico literário para escrever sobre livros... Se não tiverem a foto da capa (o Pissarra até me enviou a foto da capa...), pode ser que eu a descubra...
2 - E AS NOSSAS VIAGENS?
Então vocês não saem de casa? Têm medo dos ladrões?
Nem uma aldeiazinha visitam? Nem uma cidade? Nem um país?
Com 10 linhas e uma foto já se faz um relato. Se for com 20, melhor...
Mas se for com 100, já é demais...
E ENQUANTO ESPERO, VAI-SE TOCANDO O PÍFARO...