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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

PARABÉNS!

13.04.17 | asal

 

Hoje, 13/04, é a vez de fazer festa o Armindo de Jesus Dias!Armindo J Dias.jpg

  

Desde 1952, o que representa já uma boa idade, temos o nosso homem a lutar pela vida, a sofrer e alegrar-se, como em dias de paixão e de ressurreição...

E nós alegramo-nos contigo, Armindo! Parabéns e votos de longa e feliz existência.

Vemo-nos, decerto em Marvão...

Contacto: tel. 917 237 023

MAIS POEMAS DE MARVÃO

12.04.17 | asal

Neste poema, o Castelo de Marvão surge colossal, como um grito forte contra Espanha e também contra a Ambição. Pelo castelo, vamos convocar a glória do passado, reviver a história e torná-la bela como a flor do aloés. AH

 

Como visão estranha, singular,

de algo extraordinário, original,

Castelo, assim nos surges, colossal,

castelo marvão.JPG

no teu segredo heróico, secular!

 

 

És grito erguido, forte, em frente à Espanha,

para dizer um grosso e pétreo "não!"

àquilo que demande a Ambição:

roubos e saque, afronta a terra estranha!

 

 

Em ti convoco a glória do Passado! 

E colocado, em frente a nós, agora,

a tua História aqui nos rememora! 

Que solte, em ti, excepcional teu brado!

 

 

Elevação no azul - a revelar

a força, o ardor, a raiva da Coragem,

que aqui se afirma, diante da paisagem:

"Aqui eu vivo  - e o longe vou fitar!' '

 

 

Ah! A tua luz, a tua treva, tudo

aquilo que tu foste e já não és,

- como do lodo, a flor de aloés,

ela nos brote do teu fundo mudo!

 

NOTAS: AUTOR DOS VERSOS PUBLICADOS JÁ POR TRÊS VEZES?

 

1 - No Facebook, referindo pela segunda vez o Dias da Costa, diz o Manuel Pires Antunes: " A.Henriques, não quero dizer que os versos pertencem ao livro sobre o Menino Jesus. O vocabulário que apresenta é que me parece ser dele. Os termos "errabundos", "plinto", "rastros", "cólquico", "estame", etc. são mesmo ao estilo dele. Alguma vez leste um livro dele de poesia, não sei o título, ficou nos livros de meu primo Pe. Jaime, em que ele fala de caveiras, ossos, cemitérios.... o vocabulário que lá se encontra é desse estilo, não são termos correntes.". 

- Pois, Manuel, acertaste. Todas estas evocações do castelo de Marvão pertencem a um livro deste nosso conhecido ex-seminarista Dias da Costa, que nestas páginas já viu publicada também um longo texto de elogio ao nosso professor Dr. Geraldes Freire, falecido recentemente.

2 - Numa revista de Marvão de 1998, dirigida pelo professor doutor Jorge Oliveira, marvanense de Santo António das Areias, Professor de Arqueologia da Universidade de Évora, director das escavações na cidade da Ammaia, fundador e director da revista Ibn-Marwan, a anteceder estes e outros poemas, surge o seguinte texto:

«Entretanto, chegou-nos às mãos um mimoso livrinho de versos intitulado "Uma noite no Castelo de Marvão", da autoria de Dias da Costa, também ele antigo aluno do Seminário.

Como os olhos dos poetas conseguem ver coisas que outros não vêem, ou pelo menos, vê-las de maneira diferente, pareceu-nos interessante dar a conhecer alguns poemas deste enamorado de Marvão, mormente do seu Castelo. A escolha foi nossa. Como todas as escolhas, é passível de crítica e discordância. No entanto, conhecendo o local e o autor, e dada a inviabilidade da sua publicação na íntegra, achámos que estes se enquadram maravilhosamente num testemunho diferente duma idêntica vivência.»

3 - Pois, amigos, esta foi a primeira grande revelação. A segunda sairá amanhã, se por aqui passarem. AH

À FAMÍLIA PIRES MARQUES

11.04.17 | asal

Este comentário trouxe ao presente um facto passado.

Dou-lhe este destaque para não se perder na voragem do tempo: ficaria perdido em mensagem já lida há muito. Obrigado, A. Rito, pelo teu testemunho. AH

 

«Só hoje, dia 11 de Abril de 2017, tive conhecimento da partida do nosso querido, estimado e muito admirado Cónego Henrique Pires Marques. O testemunho que quero, aqui, deixar tem três dimensões: a primeira perde-se, no mundo da introspecção e da inteligência superior, em que, o Cónego Pires Marques pairava, a cada momento; a segunda alonga-se na saudosa memória que ainda guardo da sua Mãe, Senhora duma extrema bondade, duma paciência quase infinita. Uma conselheira nata.Falo assim porque passei muito tempo das minhas férias em casa do Pires Marques e a Mãe, sempre a exercer sobre nós uma custódia meiga e sábia; a terceira dimensão consolidou-se, no nosso Pires Marques que não vejo, há tanto tempo. Martinchel foi palco de bons e saudáveis momentos. A minha saudade alonga-se por um passado, em que foram protagonistas principais, o Cónego Pires Marques e Senhora sua Mãe.

Um abraço para o Pires Marques do

António da Silva Rito»

O Seminário Maior em Marvão

11.04.17 | asal

 COM LAIVOS PICARESCOS E TUDO!

19-05-2012 PORTALEGRE 134.jpg

 

Mais uma rica colaboração do Fernando Cardoso Leitão, a aguçar-nos o apetite para o encontro de 20 de Maio em Marvão. As inscrições decorrem em bom ritmo, sim, senhor! AH

 

“Dar respostas do passado a perguntas do presente”

 igreja espírito Santo.jpg

D. António Ferreira Gomes adquirira, em Portalegre, o terreno (Tapada de D. Fernando), onde projectava construir o Seminário. Até lá, era urgente a instalação provisória dos Cursos de Filosofia e Teologia. Foi o presidente da Câmara de Marvão, Manuel Berenguel Vivas, que, na altura, disponibilizou imóveis para esse efeito, cedendo o prédio anexo à Igreja do Espírito Santo para duas salas de aula/estudo, sala de convívio, refeitório, cozinha e quartos dos professores. A camarata dos filósofos foi preparada na capela de Santa Maria, de estrutura gótica modificada, hoje Museu Municipal e a dos teólogos num salão, no piso superior dos CTT.

Se a memória me não falha, o Corpo Docente era constituído por: Cónego José Brás Jorge, Vice-Reitor; Cónego Manuel Sousa Ferreira, diretor espiritual; Dr. Manuel Rodrigues Martins, prefeito dos teólogos; Pe. Augusto Dias Lopes, prefeito dos filósofos; Dr. António Pires e Pe. Manuel Martins Pinheiro.

A camarata dos filósofos estava disposta em duas alas de camas na nave central e algumas na capela-mor e ao fundo, junto à porta principal, uma vez que o acesso se fazia pela lateral. Recordo que o António Rito tinha a sua cama ao fundo e o Duarte Luís na capela-mor.  Uma noite, daquelas em que vem à mente fazer partidas, deu-me na cabeça de pregar um susto ao Duarte Luís, de saudosa memória, que, entretanto, havia ido à casa de banho que funcionava numa divisão anexa, sendo a oposta o quarto do Prefeito, Pe. Augusto Lopes. Escondendo-me na sua cama, pensava eu que o amedrontava, quando afinal fui eu que tive de gritar por socorro porque, ao descobrir-me como intruso nos seus domínios, não parou de me apertar o pescoço. O Prefeito apareceu querendo saber do autor de todo aquele alarido. E, acendendo a luz, deu de caras com o

infractor que, cabisbaixo, assumiu a responsabilidade, vindo de imediato a recriminação: ”É assim que o Leitão se prepara para receber as ordens menores?” Não sei se me tinha candidatado à tonsura ou às restantes: ostiário, leitor, exorcista, acólito, mas o que retenho é que o Conselho decisório me concedeu voto favorável. Antes de nos deitarmos, tínhamos sessões de ginástica orientadas por este Prefeito que muitas vezes facultava o seu quarto para ouvirmos os relatos de futebol pela voz de Artur Agostinho. Foi ainda pioneiro na organização, nas férias grandes, de acampamentos, recordando as peripécias neles vividas no Tramagal, Martinchel e Castelo Novo (Alpedrinha). 

 A limpeza dos quartos dos professores era feita pelos seminaristas mediante uma escala estabelecida. Essa tarefa coube-me, por altura dos exames. Procedia à limpeza do escritório do Pe. Augusto, quando descubro na sua secretária o enunciado da prova escrita de Grego. Deu para fixar a fábula de Esopo e o questionário gramatical. Apliquei-me no estudo e tirei a maior nota, 15 valores na altura, dispensando da prova oral. Este episódio fez despertar em mim uma preferência por esta disciplina, em detrimento do latim que, mais tarde, se evidenciou Igreja S. Maria.jpgao fazer o estágio de Clássicas no Liceu de Abrantes.

  Com a entrada do D. Agostinho de Moura na Diocese, de imediato visitou Marvão e aí nasceu toda uma campanha mobilizadora para a construção do novo Seminário, tendo reunido as verbas necessárias à sua conclusão, urgência que este Prelado sentira, considerando indesejáveis as instalações em que funcionava o Seminário. Três anos depois, em Outubro de 1955, era a sua inauguração, iniciando-se o ano letivo com 62 alunos de filosofia (7º e 8º anos) e teologia(9º a 12º).

 

Fernando Cardoso Leitão Miranda                                                                                                                                                                                                                  Igreja de Santa Maria

VAMOS A MARVÃO (3)

11.04.17 | asal

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS DA DIOCESE DE

PORTALEGRE E CASTELO BRANCO

COMISSÃO ANTIGOS ALUNOS SPC

 (comasalpcb@gmail.com)

(asal.mail@sapo.pt)

 

MARVÃO 2017 – SEGUNDO COMUNICADO

 

A Comissão vai começar a difundir informações mais pormenorizadas sobre o ENCONTRO DE MARVÃO 2017 – SÁBADO, 20 DE MAIO – pelo que será conveniente que todos os interessados estejam atentos e se inscrevam com a maior antecedência possível.

 

PROGRAMA será divulgado por e-mail, blogue, facebook e circular, via CTT, oportunamente, mas hoje vamos já adiantar que a RECEÇÃO e as INSCRIÇÕES (25,00 €/pessoa) terão lugar a partir das 10H00, no restaurante “VARANDA DO ALENTEJO”, localizado no Largo do Pelourinho, onde poderemos saborear os aperitivos pós-viagem e onde, posteriormente, será servido o almoço pelas 13H30.

 

Depois das inscrições, faremos um passeio pela vila, durante o qual será prestada homenagem aos antigos alunos que estudaram no seminário de Marvão e estejam presentes, visitaremos a Casa da Cultura de Marvão, onde vão ser apresentados cumprimentos de boas-vindas aos participantes, a capela do antigo seminário, o local das camaratas (atual Museu) e subiremos ao Castelo, lembrando todos os que passaram por Marvão.

 

A missa será celebrada pelas 12H30, na igreja de Santiago/igreja matriz de Marvão, seguindo-se o almoço no restaurante VARANDA DO ALENTEJO.

 

Após o almoço, não haverá sessão formal, e dirigimo-nos todos para a cidade romana da AMMAIA, em S. Salvador da Aramenha, que visitaremos, e onde será prestada homenagem a 12 dos nossos professores, ainda, felizmente, vivos, com a distribuição da brochura “ Olá, Professores – II ”, seguindo-se o habitual chá com Workshop sobre as Tisanas – Aromas de Guidintesta – e a proposta da Comissão para o encontro de 2018.

 

Está assegurado o aluguer de um AUTOCARRO com a lotação de 49 lugares, a partir do Campo Grande, em Lisboa, pelas 08H00, ao preço de 12,00 €/pessoa (+ ou -, em função dos utentes) para o qual já temos 37 inscritos, a divulgar depois da Páscoa para a informação ser mais espaçada.

 

As INSCRIÇÕES para o Encontro, são, até agora, as seguintes 66:

 

Abílio Cruz Martins (2)

Alberto Duque (2)

Marvão.jpg

Alexandre Nunes (2)

Alexandre Pires (2)

António Antunes Dias (1)                    

António Eduardo (2)

António Henriques (2)

António Manuel M. Silva (1)

António Martins da Silva (2)

António Pequito Cravo (2)

António dos Reis (2)

António Rodrigues Lopes (2)

Arménio Silva Duque (1)

Armindo Luís (2)

Assis Cardoso (2)

Augusto Rei (2)

Eduardo Pires Calção (2)

Eusébio Silva (1)

Fernando Leitão Miranda (2)

Florentino Beirão (1)

Francisco Cristóvão (2)

João Chambel Isidro (1)

João Correia Neves (1)

João Heitor (2)

João Oliveira Lopes (2)

João Pires Antunes (1)

Joaquim Mendeiros (2)

Joaquim Nogueira (2)

José Figueira (1)

José Manteigas Martins (2)

José Maria Lopes (1)   

José Rodrigues Lourenço (2)

José Ribeiro Andrade (2)

José Ventura (1)

Manuel Bugalho (2)

Manuel Inácio (2)        

Manuel Pereira (1)

Manuel Pires Antunes (2)

Manuel Pires Marques (2)

As inscrições podem ser feitas pelos e-mails da Comissão (comasalpcb@gmail.com e asal.mail@sapo.pt), por telefone  - João Heitor (967 421 096); Joaquim Nogueira (919 482 371); António Henriques (917 831 904); Pires Antunes (919 414 179) Florentino Beirão (964 819 423); Joaquim Mendeiros (969 015 114) -, e pela página do Facebook da Comissão (animus sempre antigos alunos)

Saudações Associativas

 

A Comissão Administrativa da Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, em 8 de abril de 2017

CASTELO DE MARVÃO

09.04.17 | asal

Castelo de Marvão, só esqueleto? Ou vivo?  

 

Nós queremos que ele «possa reassumir a Vida». Nele, nós "vamos procurar o Passado", vamos avançar para essa porta, «com a Ressurreição bem certa, ao fim». O Passado feito presente, mas já sabendo que este Presente também será Olvido, pois caminhamos para um futuro mais real que imaginário.

Não sei se consegui beber o sumo deste poema, mas ele eleva-me a alma. 20 de Maio - hora de celebrar a vida vivida neste castelo, hora de encontro de amigos que gostam de se ver.

Ainda ninguém me falou do autor deste e do anterior poema... Mas ele também gostaria de lá estar connosco.

Pode ser que desta vez alguém avance com o nome. Viva Marvão... AH

 

O que é, pelo Presente, este Castelo?

marvao_2.jpg

Naquilo que se vê é esqueleto.

Eu quero-o vivo, antigo e ainda completo,

em carne e alma.  Assim, eu irei tê-lo!

 

 

Que este Castelo, esfingico avatar,

 possa, em momentos, reassumir a Vida! 

E, ao ser assim - ardência ressurgida,

que o seio da Noite -- eu vá a devassar!

 

 

O que é Passado eu vou a procurá-lo,

eu tenho as chaves para reavê-lo!

ó pedra adusta, velha, do Castelo,

à tua porta eu bato: um teu vassalo!

 

 

E eu me avanço, nesta hora, assim,

para essa porta, sobre o Tempo, aberta,

obscuro túnel, terra que é deserta,

mas com Ressurreição bem certa, ao fim!

 

 

Este o caminho que hei já percorrido

densa Floresta de me eu ir perder...

Floresta-Treva de o Passado haver,

fazendo do Presente já Olvido ...

VAMOS A MARVÃO (2)

07.04.17 | asal

Por enquanto, vamo-nos regalando com imagens. E esta é bem espectacular. AH

marvão.jpg

 Tenho uma bomba nas mãos! Uma preciosidade que só pouco a pouco vou revelando... Graças ao meu grande amigo João Porfírio, apresento hoje uma centelha do que está para vir daqui a alguns dias.

Estes versos foram alguns dos que apareceram na revista cultural de Marvão, Ibn Marúan, de 1998. AH 

 

Quem descobre o seu autor?

 

Castelo de Marvão! ó solitário

dos ermos que são chaves de outros mundos,

aonde vamos, passos errabundos,

a que nos leve um estro perdulário!

 

Ah, um Castelo, assim, é escabelo

de certo assombro a se elevar no ar! 

Em frente à Pátria, é um profano altar! 

Ah, venham todos para poder vê-lo!

 

Castelo de Marvão! ó montanhês! 

Pedestre estátua, em plinto volumoso,

e projecção, no céu azul, formoso,

do nosso solo pátrio português!

 

 Como nos restam dispersados rastros

do que se foi, nas Pedras que nos ficam,

Contra o Tempo voraz, ah, se barricam

- testemunhas, à luz dos claros astros!

 

 Castelo de Marvão, ó tão solene,

augusto ascenso!  Além, toda a planura

é cólquico florido e a tua ventura

- é ser estame, odor, pólen perene!

 

No concerto da Vida, silenciou

dos séculos a Voz estrangulada? 

Levantam-se estas Pedras - e do nada,

a alma do Passado grita: "Sou"

Centenário das Aparições (2)

06.04.17 | asal

Outro belo texto do Florentino sobre os pastorinhos, a ilustrar "os contornos do seu ambiente geográfico, económico, familiar e sócio - religioso". Vale a pena ler... AH

 

Os pastorinhos e o seu meio ambiente

florent.jpg

 

Na última abordagem ao fenómeno das aparições de Fátima, tentámos contextualizar os primeiros traumáticos e complexos anos da implantação da República, após 1910.

Hoje, propomos uma abordagem sintética do tema das aparições, tentando caracterizar os três pastorinhos, indagando os contornos do seu ambiente geográfico, económico, familiar e sócio - religioso.

Os protagonistas dos acontecimentos das ditas visões sobrenaturais, ocorridas na Cova da Iria, entre maio e outubro de 1917, foram três primos, com idades muito próximas. Lúcia, de 10 anos (28.03.1907 - 13.02.2005), Francisco Marto (20.06.1908 - 04.04.1919), com nove anos e Jacinta Marto, a mais novinha, com apenas sete aninhos (19.03.1910 – 20. 02. 1920).

Ainda em tenra idade, em vez de frequentarem a escola primária, ocupavam-se do pastoreio de um pequeno rebanho de ovelhas de seus pais. A aldeia onde residiam situava-se num lugar chamado Aljustrel – na freguesia de Fátima, com 20 aldeolas à sua volta, no concelho de Ourém, diocese de Lisboa. Distava da Cova da Iria, lugar onde terá ocorrido o fenómeno das aparições, cerca de dois quilómetros. Em 1917, Aljustrel era um lugarejo perdido na Serra d´Aire, no centro do país, uma região serrana, com clima mediterrânico, com algumas pastagens, pinheiros e azinheiras, situado num planalto a 478 metros acima das águas do mar. Os seus habitantes reduziam-se a cerca de 25 famílias.

A subsistência dos agregados familiares das três crianças dependia, sobretudo, da agricultura e da pastorícia. Por esta razão, os pastorinhos, desde tenra idade, foram inseridos nas lides do campo, em apoio da subsistência familiar. Assim sendo, não admira que os três primos, em 1917, data das ditas aparições, ainda não tivessem frequentado a escola primária, situada em Fátima, a dois quilómetros das suas habitações, em Aljustrel. Refira-se que, das 36 crianças deste lugarejo, apenas oito frequentavam o ensino primário. O analfabetismo atingia então 88% da população portuguesa, onde se incluía Lúcia, Francisco e Jacinta.

Sobre este aspeto, relativamente à família dos pastorinhos, somente a mãe de Lúcia, Maria Rosa, tinha aprendido algumas letras com uma sua parente, Maria Isabel. Por esta razão, as crianças aprenderam a catequese e várias histórias de aparições de Nossa Senhora –  La Salette a dois pastorinhos, na Nazaré e em Lourdes – juntamente com a Bíblia e o aterrador e polémico livro da “Missão Abreviada”, pela boca da mãe de Lúcia, casada com António dos Santos, um alcoólico esbanjador, com quem teve sete filhos, sendo Lúcia a mais nova. Esta criança, dotada de uma excelente memória, de feições um pouco rudes, com carisma de líder, catequizada pela sua mãe, já aos seis anos sabia a doutrina necessária para poder fazer a primeira comunhão. O que não era muito habitual.

618_001.jpg

 Note-se que Lúcia, em família, todos os dias, na sua casa, rezava o terço, dedicado aos familiares falecidos, a oração da manhã e às refeições. Uma prática quase geral nos lares mais religiosos. Lúcia conheceu também, através da sua mãe, uma velha história que remonta ao séc. XVII, relativa a uma aparição junto da sua aldeia, no lugar onde hoje se encontra a capela de Nossa Senhora da Ortiga, a uma pastora muda que, após a aparição, reza a tradição, começaria a falar. A devoção a Nossa Senhora do Rosário que Lúcia tinha, antes das aparições, foi-lhe também transmitida pelas sus irmãs mais velhas que se ocupavam de um altar dedicado a esta devoção à Virgem, na igreja paroquial de Fátima.

Francisco, por sua vez, caracterizava-se por ser uma criança submissa, afetuosa, passivo e obediente. Por sua vez, Jacinta, a mais novita, era dotada de uma grande sensibilidade, de lindas feições, com oscilações de humor e muito dependente da sua prima Lúcia. Os seus pais analfabetos eram pessoas também muito religiosas. A sua mãe, Olímpia, já com dois filhos de um primeiro casamento, após ter enviuvado, casaria com Pedro Manuel Marto. Deste segundo matrimónio, Olímpia teria ainda mais sete filhos, sendo Francisco e Jacinta os mais novos. Serão estas três crianças, criadas neste contexto geográfico, económico e sócio - religioso que se irão transformar em protagonistas do fenómeno da Cova da Iria, iniciado em 13 de maio de 1917, o qual abordaremos mais tarde.

florentinobeirao@hotmail.com

VAMOS A MARVÃO

05.04.17 | asal

PRIMEIRO COMUNICADO

Marvao.jpg

 

 

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DOS SEMINÁRIOS DA DIOCESE DE

PORTALEGRE E CASTELO BRANCO

COMISSÃO ANTIGOS ALUNOS SPCB

(comasalpcb@gmail.com)

(asal.mail@sapo.pt)

 

 

Caros Amigos,

 

Aproxima-se o ENCONTRO DE MARVÃO, em 20 de maio de 2017, uma grande jornada que a Comissão espera e deseja que fique gravado na nossa história, porque é com a história que durante aquele dia vamos dialogar.

 

Vamos conviver, lembrando um pouco das nossas histórias de juventude, vamos homenagear os antigos alunos que estudaram em Marvão, vamos percorrer a vila e conhecer um pouco da sua história e da história do seminário de Marvão e vamos homenagear alguns dos nossos professores ainda, felizmente, vivos, no ambiente cénico da AMMAIA, histórica cidade romana.

 

A partir de agora, a Comissão vai iniciar as INSCRIÇÕES, para o encontro e para o AUTOCARRO, ao mesmo tempo que irá anunciando, passo a passo, o programa mais pormenorizadamente, já conhecido, aliás, em traços gerais, por via de comunicações anteriores e das informações prestadas no Encontro de 28 de janeiro deste ano, em Linda-a-Pastora.

 

Porque o Encontro de Marvão vai ter uma dinâmica especial, um pouco diferente dos anteriores, a Comissão irá dar a conhecer, brevemente, através dos meios de comunicação habituais (e-mail, blogue, facebook e circulares), a Ata do Encontro do ano passado, em Castelo Branco, e o Relatório de Atividades e Contas de 2016, para serem apreciados antecipadamente pelos participantes e votados sem perda de tempo, em Marvão.

 

Toda a prioridade vai ser dada ao Encontro de Marvão, pelo que a Comissão convida todos os antigos alunos a participar na sua divulgação junto dos amigos mais próximos, de modo a que nada fique por dizer. Todos juntos teremos mais capacidade interventiva e cada uma de nós contribuirá tanto mais, quanto mais consiga mobilizar os outros.

 

A seu tempo, a Comissão dará a conhecer o programa já praticamente ultimado, como o local da receção, o preço, e outros, guardando, naturalmente, algumas surpresas para o próprio encontro.

 

Quanto às INSCRIÇÕES, já chegaram aos membros da Comissão várias dezenas de manifestações de intenção de presenças, e de transporte em AUTOCARRO, a utilizar este ano, a partir de Lisboa, mas só a partir de agora se irá proceder à sua “ABERTURA OFICIAL”, podendo ser feitas do seguinte modo:

 

  1. Através do e-mail da Comissão (comasalpcb@gmail.com e asal.mail@sapo.pt);
  2. Através do telefone dos seguintes membros da Comissão: João Heitor (967 421 096); Joaquim Nogueira (919 482 371); António Henriques (917 831 904); Pires Antunes (919 414 179) Florentino Beirão (964 819 423); Joaquim Mendeiros (969 015 114).

 

Saudações Associativas

A Comissão Administrativa da Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco, em 2 de abril de 2017

ENQUANTO NÃO CHEGA MARVÃO

03.04.17 | asal

Vamo-nos vendo por aí!

 

No sábado, dia 1 de Abril (mas não é mentira!), mais de trinta jovens foram até ao Falagueiro, ali para os lados de Tomar, degustar e apreciar devidamente a célebre lampreia, que ali tem um sabor muito especial. É um grupo que há alguns anos repete a cerimónia. E que mal há nisso? Nenhum...

Vamos lá pensar um pouco sobre o assunto: será que somos uns hedonistas profundos que correm atrás de todas as satisfações gastronómicas para sentir algum sabor na vida?

NÃO e NÃO! Num tempo em que deixou de ser costume visitarmos as casas de uns e outros, onde nos vamos encontrar? À falta de clubes e bares abertos a estes grupos de amigos, restam as mesas dos restaurantes para um pouco de cavaqueira, para saborear a comida, mas sobretudo saborear a amizade, lembrar amigos ausentes, contar uma piada, sentir que temos amigos que olham para nós e nos falam...

Para isso servem estas fugas à monotonia e rotina dos dias. E entre tantos amigos, os do seminário eram maioria.

Olhem bem para estas caras bem dispostas, na objectiva do nosso amigo José Ventura.

AH

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A PALAVRA DO SR. BISPO

02.04.17 | asal

NOVA ESCRAVIDÃO PARA AS MULHERES

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A feminista Lucetta Scaraffia escreveu um pequeno artigo intitulado “Útero alugado/Nova escravidão para as mulheres”. Veio publicado na edição semanal do jornal L’Osservatore Romano de 9/3/2017 e fala sobre as consequências da decisão de um juiz de Trento que aceitou considerar dois homens como pais de dois gémeos. O artigo torna-nos presente a complexa relação entre os valores humanos, a ética, a pluralidade social, a dignidade e os direitos da pessoa e esse outro mundo da manipulação genética que a ciência vai debulhando e disponibiliza. Convido a ler este pequeno artigo:

 

“ÚTERO ALUGADO - NOVA ESCRAVIDÃO PARA AS MULHERES
Houve um debate em Itália sobre o decreto do juiz de Trento que aceitou considerar dois homens como pais de dois gémeos, nascidos com o recurso ao útero alugado. Mas o debate foi pesadamente falsificado pelo prevalecer de um ponto de vista parcial: ou seja, considerar inevitável esta decisão, perfeitamente em sintonia com o progresso humano, e por conseguinte julgar qualquer atitude crítica como um sinal de absurda resistência à modernidade. Trata-se de uma modalidade que imprime a cada entrevista, inclusive a quantos são contrários a esta decisão, uma interpretação obrigatória. Com efeito, seria só questão de tempo para ver realizado também na Itália qualquer “sonho de genitorialidade” que envolve o aluguer do útero e a aceitação de duas pessoas do mesmo sexo como pais.
Surpreende uma mulher como eu, feminista, o facto de num momento como este, no qual tantas energias e vozes se dedicam à denúncia, justamente, da violência contra as mulheres, que haja tão poucas mulheres a denunciar o que está a acontecer contra elas no nível fundamental da maternidade. Ou seja, que a venda do corpo feminino – tradicionalmente limitada às prestações sexuais ou, outrora, à amamentação – se tenha alargado a todo o corpo da mulher, ao seu íntimo, ao útero, e por um tempo longo, os nove meses de uma gravidez.
Uma nova escravidão que não pode ser julgada diversamente só porque é paga e voluntária. As penosas condições legais impostas à mulher – por exemplo, aceitar o aborto se assim o pedir quem fez a encomenda, ou então já ter filhos para se afeiçoar menos à criança que leva no seio – revelam ulteriormente o caráter desumano da transação. Assim como a outra condição à qual sempre, por “prudência”, se recorre: nunca utilizar o ovócito da mãe que aluga, mas comprá-lo a outra mulher. Com o resultado que a figura materna é definitivamente destruída, feita em pedaços.
Foi o que fizeram os dois pais, para garantirem que os filhos fossem deveras só de sua propriedade, com o consentimento da lei canadense.
Como é possível que não se veja uma ação profundamente misógina nesta operação de tipo comercial, que pretende ser enobrecida por um desejo que não pode ser considerado um direito para ninguém?
Com efeito, trata-se de uma consciente e desejada destruição da figura materna, levada a termo com obstinação, de modo que aquelas crianças nunca tenham uma mãe. Todos sabem que dois pais não substituem uma mãe como duas mães não podem substituir um pai.
Se a vida, por vezes, impõe que seres humanos convivam desde a origem com esta grave falta, é preciso procurar remediar. Mas criar a falta voluntariamente – e além do mais protegidos pela lei – unicamente para satisfazer o desejo de dois adultos, é deveras uma ação cruel.
E a cultura que nos circunda, a qual insiste em interpretar esta situação anormal como o resultado do progresso que avança, quase como se estivesse animado por um espírito próprio, e por conseguinte não controlável, está a manchar-se de culpas graves. Ao contrário, o alarme deve ser lançado e em voz alta. E são sobretudo as mulheres, as mais danificadas por estas absurdas manipulações, que devem lutar para se defenderem a si mesmas e às crianças.”

Antonino Dias
31/03/2017

PARABÉNS!

02.04.17 | asal

MAIS UM ANIVERSARIANTEJana.jpg

 

 Neste dia 2 de Abril, está em festa o José Eduardo Alves Jana, que já vem dos idos de 1952.

Deixamos aqui os PARABÉNS e votos de longa vida, com muita felicidade, ao amigo Jana e que continue a gozar os seus dias com alegria. Ilustre figura de Abrantes, ali continua a sua missão de ajudar a comunidade.

É verdade: o que se reparte com os outros volta para nós em duplicado.

Contacto: tel. 919 245 952

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