O que andamos por aí a fazer? Realmente, reforma é uma coisa, inactividade é outra...
Desta vez, apresenta-se o António Manuel M. Silva, reitor da Universidade Sénior de Proença-a-Nova, num projecto muito interessante. AH
«A UNIVERSIDADE DE LISBOA, através do seu INSTITUTO DE EDUCAÇÃO- IEUL, e a CÂMARA MUNICIPAL DE PROENÇA A NOVA, através da sua UNIVERSIDADE SÉNIOR, estão a desenvolver uma parceria que implica actividades diversas e áreas temáticas ligadas à educação e ao ensino, especialmente ao 1.º Ciclo. Nestes primeiros meses de 2017, o trabalho de campo desenvolvido pela Universidade Sénior de Proença a Nova, com o pólo da Sobreira Formosa, consistiu na recolha de memórias, orais, escritas, documentais e iconográficas, de antigos alunos e professores. A recolha continua. Dois dos objectivos são a preparação de uma Monografia e a organização de um Banco de Memórias Escolares. No próximo dia 07 de ABRIL, sexta-feira, realizar-se-á um ENCONTRO “MEMÓRIAS DA ESCOLA” com Professores da Universidade de Lisboa (IEUL), especialistas em História da Educação, e historiadores locais que falarão sobre o tema e desenvolverão os conteúdos das parcerias. O Encontro, que terá a presença do Eng. João LOBO, Presidente da Câmara Municipal, será no Auditório Municipal e as entradas são livres, gratuitas e abertas a todos os interessados. O encerramento estará a cargo do Prof. João MANSO, Vice-Presidente da Câmara Municipal. Para mais pormenores, segue CARTAZ.»
Do João Lopes, conterrâneo do P. Luís - os dois de Alcains, recebemos este testemunho. AH
Meu caro António
SE te parecer, podes publicar no blogue a notícia triste da morte do Luís Moreira. Acabo de telefonar para o Lar dos Cebolais. Disseram-me que sua morte apanhou toda a gente de surpresa. No sábado, ainda se encontrava bem; a doença de alzheimer parecia estabilizada e, na manhã, de sábado, dia 25, morreu de morte súbita, supondo-se que tenha sido vítima de um enfarte de miocárdio fulminante.
A senhora diretora que conheci na visita que no ano passado lhe fizemos, com grande alegria sua e nossa, acrescentou que era uma pessoa supercalma e muito dada à oração na capela que várias vezes visitava.
E é assim a vida, amigo! Devo muito ao Luís - um homem muito discreto que escondia uma forte espiritualidade. Parecia viver em permanente união com Deus. Disse-lhe claramente que o tinha como um santo. Respondeu-me, no seu modo tímido, que as aparências iludem e que os grandes santos são os que se consideram pecadores! Calei-me. Há silêncios que valem mais do que mil discursos.
Temos mais um santo a rezar por nós junto do coração de Deus. Não será isso a comunhão dos santos? O Monsenhor Freire que, no tempo, o acompanhou assim como na morte, falava-me do seu pároco com muita admiração. Isto é para mim o seu melhor elogio, feito por uma pessoa muito ponderada e cautelosa.
Que o Padre Luís descanse em paz com Deus e Nossa Senhora, é o que muito lhe desejamos. O Luís teve sempre uma saúde débil, creio. No final do "Caminho do Céu" de Guerra Junqueiro (que pouca gente conhece) Jesus convida a entrar no paraíso aqueles que souberam aceitar as dores da vida com paciência, aproximando-se cada vez mais de Deus. Diz o poeta que republicano e anticlerical fora:" Entram no Céu todas as almas que se libertam dos desejos egoístas, as almas que vivem unicamente para o Bem, para amar os outros. E, chegando ao paraíso, não esquecem o mundo."
J. Lopes
Da pág. do Facebook também coligimos estes testemunhos:
Joaquim Mendeiros PedroNão o conheci, mas vejo pelos seus amigos, meus amigos também, que foi um santo homem. Que descanse em paz.
Manel Pires AntunesPaz à sua alma! Também soube hoje o Jornal Reconquista. Era natural de Alcains e foi pároco em várias paróquias do concelho de Idanha-a-Nova.
António LuísNão privei muito com o P. Luís.Mas deu-me a impressão de ser uma pessoa serena, dedicada ao seu trabalho pastoral e sobretudo de uma bondade natural.
Acabo de ler na "Reconquista". O meu amigo, Luís Moreira Bernardo, que ainda visitei no Lar de Cebolais, faleceu. Por mais de uma vez aqui falámos dele. Esta foto, tirei-a junto da barragem de Santa Luzia, quando pude encontrar-me com os condiscípulos P. Luís, P. Álvaro e P. Joaquim Pereira. É a vida... Vamos todos escorregando para o eterno, indizível e, esperamos, estado de felicidade maior. Que o Pai o tenha recebido em paz. AH
O sacerdote encontrava-se no lar de Cebolais de Cima, em Castelo Branco.
O corpo esteve em câmara ardente no Seminário de São José em Alcains de onde seguiu para São Miguel D´Acha, uma das últimas paróquias que teve a seu cargo.
É nesta localidade do concelho de Idanha-a-Nova que fica sepultado.
Luís Moreira Bernardo nasceu a 6 de março de 1939 e foi ordenado em julho de 1964.»
Perante a falta de textos disponíveis para alimentar diariamente o nosso blogue, fui dar uma volta pelas chamadas redes sociais, concretamente o Facebook, para dele recolher algo de interessante. Topei com a citação de Albert Jacquard e seguinte comentário do Mário Pissarra, que agora ofereço especialmente aos que não usam o Facebook. Ainda há dias um senhor muito importante desculpava os seus dislates referindo o calvinismo como explicação.
Obrigado, Mário Pissarra!
AH
Felicidade e cristianismo
"Com a noção de pecado, o cristianismo procurou desqualificar a felicidade. Como interpreta o facto?
"Foi o catolicismo, não o cristianismo, que condenou a felicidade. O cristianismo original era mais uma religião do amor do próximo, da partilha, do pôr em comum, da procura, pois, de uma harmonia nas relações entre humanos que tornasse possível a felicidade. As Igrejas, como qualquer estrutura humana, tiveram em mente, não a difusão de uma «boa nova», mas a extensão dos seus poderes. Basearam, muitas vezes, esse poder sobre o medo que insuflaram nos espíritos, servindo-se nomeadamente das noções de pecado e de danação eterna. Não só não há que ter vergonha de ser feliz, como deveria ser motivo de brio. Temos o dever de manifestar a felicidade que sentimos; ser feliz, e mostrá-lo abertamente, dá aos outros a prova de que a felicidade é possível."
Albert Jacquard (1997) Pequeno Manual de Filosofia para Uso dos Não-Filósofos, p. 57.
Celebra hoje o seu aniversário o CIPRIANO PIRES. Diz ele no Facebook que trabalhou nos "Horários do Funchal" (e eu não o vi lá!...) e agora vive em Castelo Branco. É tudo bem pertinho, amigo!
Aqui estamos nós a dar-te os mais sinceros PARABÉNS e a desejar-te muita saúde e felicidade.
É bom fazeres parte deste grupo, daqueles para quem o Gavião foi marcante nas nossas vidas, como também tu reconheces.
Estava eu parado, a preparar o carro para a esposa o experimentar pela primeira vez, depois de o termos ido buscar ao ACP, eis que, sentado já no lugar do pendura, à espera que a condutora iniciasse a marcha, vejo ao longe um caminhante, barbudo, com seu cigarrito nas mãos, que se aproxima de nós...
- "Antonieta, espera! Parece que eu conheço este gajo..."
E conhecia mesmo. Comecei a gesticular, mas nada. Tive de abrir a porta, sair e chamar por ele para o encontro ser possível... Era o Arménio Silva Duque na sua caminhada higiénica entre Vila Nogueira e Vila Fresca, onde ele mora (e eu a imaginá-lo em Setúbal...). Há muito já imaginara este encontro. Foi rápido, mas eu prometo prolongá-lo um dia destes.
Conversa dele: então quando começam as inscrições para Marvão? Eu quero estar lá... E autocarro? Sempre vai haver autocarro? Olha que alguns parece que desistiram de ir. Quem? pergunto... Os mais novos, os de 60 e tal...
Arménio, disse eu, em Abril, a Comissão vai avançar definitivamente com os pormenores do encontro de Marvão em 20 de Maio. Já se falou com os principais da terra e a seu tempo começam as inscrições. Ainda vejo muito problemático o contrato com um autocarro (o Arménio ficou triste, era o melhor para ele e outros. Logo ali me disse que então ia comigo!). Quanto aos que não vão, sinceramente não ouvi nada sobre isso. As redes sociais que frequento nunca se manifestaram contra.
Mas não há dúvida que todos temos a liberdade de ir ou ficar em casa. Este grupo de antigos alunos dos seminários de Portalegre e Castelo Branco pauta-se sobretudo pela recordação alegre dos anos que na juventude convivemos e crescemos em personalidade, o que faz com que hoje só de ver um antigo aluno o dia fica mais rico e cheio de boas memórias.
Foi o que me aconteceu hoje com o Arménio. Não me lembrei de registar o momento em foto, mas aí vai uma de Castelo Branco. E é mesmo bom ter outros encontros fortuitos ou combinados...
Para Marvão em força! E o autocarro? É possível enchê-lo? Não se calem. Digam da vossa justiça!
Hoje, está de parabéns o Felismino Prata dos Santos que terá entrado no Gavião em 1954. É do ano do Alcino Ramos Alves, do Alfredo Lourenço Roque, do Pe João Avelino, do João Farinha Alves, do Joaquim Matias, do Zé Ramalhoso, do Manel Carrilho, entre outros. Anda por aqui no Facebook, como nosso amigo sempre ativo. Parabéns,Felismino Prata. Muitos e bons anos... e aparece a 20 de maio em Marvão Abraço.
NOTA: O Felismino não constava da nossa lista. Mas o Joaquim Mendeiros remediou a falta. Boa colaboração...
Nem sempre a vida nos corre bem. E o nosso ANIMUS SEMPER - ponto de encontro das nossas vidas - também se assume nas boas e más horas a levar as notícias que nos chegam.
Desta vez, pelo Joaquim Nogueira, soubemos que o Francisco Manso, ainda familiar distante dele, se encontra a sofrer muito no Hospital de S. José, com tumor cerebral.
Fica a notícia e os votos sinceros de todos para uma boa recuperação. AH
O César não constava da nossa lista de aniversariantes, mas o Facebook dá-nos uma ajuda preciosa. Só não nos fornece o n.º de telefone e o email, importantes para podermos comunicar rapidamente.
De qualquer modo, aqui se registam os PARABÉNS ao César, que nasceu em 1944 e actualmente vive em Paris, reformado dos bancos, onde trabalhou. Se houver falha, por favor, César, corrige-nos.
E desejamos ao amigo e família uma longa vida, cheia de saúde e felicidade.
A cerca de dois meses das solenes comemorações do fenómeno das aparições de Fátima, tudo se prepara para que nada falte nesse dia festivo. Com a presença do popular Papa Francisco - o 4.º papa em Fátima - peregrino entre os peregrinos, de vários chefes de Estado convidados pelo sempre irrequieto Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, tudo se conjuga para ser um acontecimento político-religioso de alto-relevo nacional e internacional.
Artigos de revista, jornais, livros, para quem tenha estado atento, não têm faltado para, antecipadamente, se ir preparando o dia 12 e 13 de maio na Cova da Iria.
A nível da movimentação de massas - o turismo religioso - encontra-se em alta. As espectativas não podiam ser melhores. Oito mil milhões de visitantes assegurados. Hotéis há muito esgotados. Autocarros já todos alugados. Mais quatro modernos hotéis construídos. Controlo de fronteiras. Segurança reforçada com milhares de agentes. Milhões já gastos para melhorar as infraestruturas de Fátima. Um sem número de câmaras de vigilância.
Mas, com um Papa tão afetivo e amigo do povo fiel, todos os cuidados são poucos. O protocolo poderá certamente ser alterado pelo Sumo Pontífice.
O fenómeno das aparições - de mil e uma faces - e o seu posterior desenvolvimento, em contínua construção, continuará a ser polémico e multifacetado. Há quem nele acredite. Quem não lhe dê crédito. Quem tenha dúvidas. Mesmo para os católicos, não sendo dogma de fé, há total liberdade de se aceitar ou não. Seja como for, ao longo destes cem anos, Fátima tornou-se tão marcante na nossa história recente, com tantas implicações religiosas, políticas, sociais e de mentalidades, que ninguém poderá ficar indiferente.
Será dentro desta perspetiva que tentaremos contribuir, em próximas abordagens, com algumas breves reflexões, a nível histórico, político-social e religioso, sobre o nascimento e construção do incontornável fenómeno. Numa primeira incursão ao tema, tentaremos contextualizar o fenómeno de Fátima nos seus antecedentes, a partir da revolução da República, ocorrida em 05.10.1910.
Saídos de uma monarquia sem soluções políticas, com um enorme défice financeiro, campeando nela a corrupção, existindo um poderoso e tentacular poder da Igreja na sociedade, com escândalos atrás de escândalos financeiros na sociedade, aparecia agora um regime republicano com idealistas promessas de transformar Portugal numa Pátria moderna, iluminada, laicizada, jacobina, impondo ideologicamente os princípios da Revolução e da República Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade – bebidos no Iluminismo do séc. XVIII.
Para conseguir tais propósitos, logo que foi instaurado o novo regime, uma das primeiras medidas a serem adotadas em Abril de 1911, foi a célebre lei da Separação da Igreja do Estado assinada pelo maçónico Afonso Costa, ministro da Justiça. Estavam criadas todas as condições para estalar uma violenta “guerra religiosa”.
O confronto com a Igreja estava lançado. Deste modo, o clero tornava-se o alvo estratégico preferencial, o bode expiatório, para se lhe serem imputados todos os males da Pátria. Com cerca de 90% de católicos no país, o desafio, perante a opinião pública, era muito desproporcionado nesta guerrilha, pela conquista e manutenção do poder.
O grande objetivo republicano consistia agora em retirar ao clero as redes políticas regionais, onde imperava o seu poder, e colocar no seu lugar administradores políticos anticlericais maçónicos, com total fidelidade aos novos senhores. A secularização do casamento e a legalização do divórcio foram outras tantas machadadas nas práticas religiosas do país. Na mesma linha, legislou-se contra os ancestrais costumes, secularizando-se os cemitérios, abolindo-se os feriados religiosos e as procissões fora da igreja. Os próprios bispos seriam afastados das suas dioceses, se criticassem o novo poder. Não esquecendo ainda a expulsão desastrosa dos jesuítas, os grandes obreiros e promotores da educação no país.
Um pequeno grupo de “iluminados“ revolucionários urbanos queriam com estas medidas impor a uma população rural católica e analfabeta, rapidamente e em força, a sua ideologia, contrária os seus ancestrais costumes sociais e religiosos. Perante este vendaval, até alguns republicanos mais moderados, como Manuel de Arriaga, levantaram a sua voz para acalmar os seus correligionários mais radicais, mas sem grandes resultados. É que a “formiga branca”, grupos extremistas, continuavam a desenvolver a sua forte oposição aos católicos.
No final da primeira parte deste texto, escrevi que me propunha, numa segunda parte, “desenvolver as caraterísticas da juventude e da idade adulta ”, o que vou fazer, acrescentando velhice e quarta idade.
C1 – FASE ADULTA – JUVENTUDE
Como já escrevi na 1ª parte, a juventude ocorre, normalmente, entre os 16 e os 30 anos. É nesta fase que cresce a expetativa de vida e a possibilidade de alcançar melhores condições de existência, resultantes do avanço da economia e da medicina.
É, também, nesta fase, que são tomadas as decisões mais importantes, como seja o caminho de vida a seguir. Para tomar as decisões, o indivíduo socorre-se de meios adequados, como sejam os testes psicotécnicos e, principalmente, o conselho avisado dos pais e educadores. Antes de mais, os pais e educadores não devem admirar-se do período de desencanto que os jovens têm com as gerações anteriores.
Costuma associar-se este período da vida à rebeldia e a movimentos detratores do passado, sobretudo quando, como agora, a organização política está em crise, designadamente, com o desemprego principalmente dos jovens, com a melhor preparação de sempre, que são obrigados a procurar um modo de vida noutras paragens. O que nem é mau, porquanto está a dar-se um intercâmbio de culturas e de ideias, que são saudáveis e aproveitam a todos. Dou como exemplo o programa ERASMUS, de que os jovens tanto gostam e que tantos benefícios traz aos países.
Entendo que os estados, no sentido de orientar e proteger os jovens, devem garantir a criação de planos e programas para facilitar o desenvolvimento da juventude, de forma a equilibrar a rebeldia própria da idade e a orientá-la, contrabalançando-a e sublimando-a com políticas sociais adequadas. A sociologia e a psicologia são ciências que devem ter um papel determinante no acompanhamento individual e coletivo.
C - FASE ADULTA - CONTINUAÇÃO
Na 1ª parte deste texto, seguindo os ensinamentos de Mosquera, escrevi que “a fase da vida adulta se subdivide em jovem, média e final. “Tratei, naquela parte, da fase adulta jovem”. Vou, agora, “tratar” da fase adulta média, começando pela
Fase adulta média INICIAL – faixa etária dos 40 aos 50 anos – em que o adulto já alcançou os seus objetivos particulares, nomeadamente constituiu família, tem casa própria ou arrendada, nasceram os filhos, enfim o adulto considera-se realizado. E, até por isso, preocupa-se mais com os outros, esquecendo-se, por vezes, dos seus desejos e perspetivas. É nesta fase da vida que o indivíduo se mostra mais solidário e se dedica a obras sociais ou outras atividades para bem da comunidade.
Infelizmente, é, também nesta fase que surgem fracassos afetivos, sexuais, medos, ansiedade e angústia. Com as consequências inerentes, sendo o divórcio muito vulgar, o que provoca danos psicológicos, quer nos cônjuges, quer, principalmente, nos filhos que são quem mais sofre.
Fase adulta média PLENA – faixa etária dos 50 aos 60 anos – em que o adulto começa a pensar que a vida não é eterna e passa a uma fase mais calma no seu “modus vivendi”, tornando-se, ainda, mais disponível para com os outros.
Fase adulta média FINAL – faixa etária dos 60 aos 65 anos – em que se acentuam os factos vividos nas fases anteriores. O indivíduo preocupa-se com a REFORMA ou APOSENTAÇÃO, fazendo planos para o tempo pós-reforma, de forma a compensar-se do que de útil realizou e das agruras e sacrifícios passados na vida de trabalho que está a chegar ao fim.
D - VELHICE
Passada a fase da vida adulta, entra-se no processo de envelhecimento, ou seja no processo de desgaste das células ou do corpo. A VELHICE caracteriza-se: BIOLOGICAMENTE pela diminuição progressiva da eficiência das funções orgânicas; SOCIAL E CULTURALMENTE pela criação de novo papel social – positivo ou negativo – de acordo com os valores sociais e culturais do grupo ao qual o idoso pertence; e PSICOLOGICAMENTE pelos aspetos psíquicos do individuo, observados pela sociedade.
O processo de envelhecimento é irreversível e inexorável, refletindo as mudanças biológicas e as convenções sociais e culturais. Apesar disso, gastam-se energias e muito tempo e dinheiro para esconder os seus efeitos, como seja pintando os cabelos, fazendo cirurgias plásticas, etc. Neste capítulo, as mulheres “levam a palma”, cuidando do seu aspeto físico, de uma forma especial do rosto e dos seios que tentam que se mantenham firmes, contrariando a natureza, muitas vezes, infelizmente, com efeitos nefastos. Diga-se de passagem que o sexo masculino começa a utilizar métodos semelhantes para esconder a idade. Sendo certo que, quando se é adolescente, os jovens tentam parecer mais velhos para agradar às ou aos jovens e para poderem, por exemplo, ir a espetáculos para adultos, comprar bebidas alcoólicas, tirar a carta de condução, etc.
Além de refletir mudanças biológicas, como antes escrito, também o estresse das doenças, principalmente quando crónicas, os maus hábitos de vida, como o tabagismo, o alcoolismo, o sedentarismo, a obesidade e outros contribuem para afetar a saúde do idoso. Acresce que os processos biológicos da modificação da vida humana são lentos e progressivos, sendo certo que as idades referidas para as várias fases da vida são apenas indicativas, podendo variar de acordo com os genes de cada um. Ainda, agora, se debatem as causas do envelhecimento humano, dando para acreditar que o mesmo pode ser manipulado. A dieta mediterrânica, com a consequente redução das calorias, é fundamental para aumentar a longevidade. Assim como o são o exercício físico e mental. Aliás,
Com o envelhecimento verifica-se um declínio progressivo, em diferentes tipos de memória, sendo frequente o idoso, num determinado momento, não se recordar de um nome ou facto, mas, momentos depois, recordar-se. Diz-se que o cérebro tem os factos catalogados e que, assim, o “computador” leva tempo a coordená-los.
D1 - VELHICE NATURAL
Para mim, considero como natural o envelhecimento que acontece, naturalmente, com o decurso do tempo, a partir dos 65 anos, em que o indivíduo nada faz para tornar essa etapa menos dolorosa e menos aborrecida.
Não é nada simpático passar o tempo sentado num café ou num banco de jardim, aguardando a “sua hora”. Melhor é o idoso ocupar-se, com exercícios físicos ou atividades intelectuais, transformando a velhica de natural em ACTIVA.
D2 - VELHICE ACTIVA
Estamos em plena TERCEIRA IDADE. Os cabelos embranqueceram, as rugas apareceram e outras funções declinaram. Em contrapartida, o idoso apresenta mais experiência de vida, podendo ensinar o que aprendeu ao longo da vida.
Como ensina a OMS afirmando que “os velhos de hoje continuam ativos no mercado de trabalho e com boa qualidade e expetativa de vida. Basta querer, mexer-se e procurar atividades físicas e intelectuais. A sociedade tem que perceber que os idosos ainda têm muito para dar e, em vez de os entregar à sua solidão, deviam aproveitar a sua experiência, como, finalmente, está a começar a acontecer. Contratando-os e não esquecendo que, como diz o outro, amanhã é a vez dos jovens se tornarem velhos. Não esquecer, porque é inelutável.
E - QUARTA IDADE
Começa, hoje, a falar-se de QUARTA IDADE, que, posso afirmar, se inicia aos OITENTA ANOS. É bom que não se fale deste período de vida depreciativamente, pois se a terceira idade ativa tem muito para dar, também a quarta idade o tem. Desde que os jovens, velhos ou menos velhos, não se esqueçam, como antes escrevi, que amanhã (não muito distante, acreditem) também os mais novos se tornarão velhos. Acreditem e meditem nisso! Não se vão arrepender! Um abraço e a amizade do
J. NOGUEIRA
(23-03-2017)
NOTA: Esta é uma brilhante prova de que a "quarta idade" aqui está a dizer que vale a pena, que tem qualidade e continua a ser presença activa no meio de nós. Obrigado, Joaquim Nogueira! Nós também queremos lá chegar... AH
Faz hoje 73 anos o grande amigo P. Agostinho Gonçalves Dias, que tem consumido as suas energias ao serviço da Diocese ali para as bandas de Castelo Branco. A maior notoriedade está ligada ao jornal "Reconquista", de que é Director há muitos anos. Ao mesmo tempo, paroquiou os cristãos da Igreja do Cansado, fazendo hoje serviço religioso nas paróquias de Freixial do Campo, Juncal do Campo e Salgueiro do Campo.
Para ti, meu caro Agostinho, colega amigo dos bons tempos do Colégio de S. António em Portalegre, aqui deixo os PARABÉNS deste grupo, influenciado pelas vivências dos seminários, com votos de longa vida com saúde e missão cumprida em alegria. AH
Há dias assim. Custa ouvir e custa mais a dizer. Depois de termos acompanhado este amigo nos últimos combates, anunciando o vai e vem das amarguras e da dor, temos de dizer hoje que o António Trolho deixou o nosso convívio e mudou de estado, entregando o seu espírito a Deus.
Para quem puder, e era bom que muitos estivessem presentes, dizemos que o seu corpo vai para a Igreja de MASSAMÁ hoje, às 20,00 horas, e amanhã, pelas 10,00 horas, sai para PROENÇA-A-VELHA.
A morte
Santo Agostinho
A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.
Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo. Sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho...
Você que aí ficou, siga em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.