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Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

MAIS UM COLABORADOR

14.05.17 | asal

NEM SÓ MARVÃO NOS UNE!

MAS FOI MARVÃO QUE PROVOCOU...pires da costa.jpg

 

A mensagem a seguir explica tudo. Da minha parte, só tenho de elogiar o gesto do Pires da Costa. É bom que haja muitos destes "atrevidos". Ficamos todos mais ricos e mais ligados uns aos outros. 

Em Marvão, meu caro Pires da Costa, fica já combinado um grande abraço pelos teus poemas. Um sai já hoje e o outro animará o blogue amanhã.

 

«Caro Joaquim Mendeiros

 

 Segue em anexo o que poderás ler. Vê lá para o que me havia de dar! São coisas que nos acontecem e não sabemos explicar. Dá-se o caso de eu gostar muito de poesia, mas sem ser poeta. Daí que me entretenha muitas vezes a escrevinhar uns versos, procurando dar-lhes alguma rima entre si. Sei que em termos poéticos é muito pouco, mas quem dá o que tem…lá diz o povo. Tudo resultou de um rebuscar no meus canhenhos de literatice, onde encontrei e reli o « Cruzamentos 1 » ,datado de 2005. Num repente, veio-me à ideia que poderia, a partir dali, escrevinhar qualquer coisa relacionada com o encontro dos « Antigos» a realizar, no dia 20, em Marvão. Como que num gesto de brincadeira saiu o que saiu, isto é, apareceu o « Cruzamento 2 ».

  Como agora já somos amigos, não te peço desculpa pelo atrevimento deste envio, pois sou dos que alinham no diapasão: « aos amigos tudo se perdoa e nada se desculpa.»

        Lê, o documento é teu e, como tal, faz dele o que quiseres, inclusive a publicação no blogue da Associação, se vires que há algum interesse nisso. Para mim, seja qual for a opção tomada,  está tudo bem. Decidirás como entenderes, com toda a lógica.  ANIMUS SEMPER…

                          Um abraço amigo do Pires da Costa»

 

Apenas para me cruzar contigo ... longos atalhos percorri...

 

 CRUZAMENTOS   -  1

 

Cruzam-se peixes nos mares,

Cruzam-se terrestres no chão,

Cruzam-se pássaros nos ares,

Cruzam-se amores na paixão.

 

Afastam-se de nós as venturas,

Desviam-se sem linha ou rumo.

Aproximam-se de nós as torturas,

Tudo se dissipa como o fumo.

 

Cruzam-se veredas, caminhos,

Cruzam-se também as estradas,

Cruzam-se insectos daninhos,

Cruzam-se as almas penadas.

 

Crescem em nós as distâncias,

Nascem em nós as ambições,

Flutuamos em dores e ânsias,

Inebriados com as ilusões.

 

Cruzam-se dores em mim,

Cruzam-se males no além,

Cruzam-se tempos sem fim,

Cruzam-se ódios no desdém.

 

Cruzam-se rezas nas devoções,

Cruzam-se hinos nas romarias,

Cruzam-se ainda as tentações,

Cruzam-se dores com alegrias.

 

Apenas para me cruzar contigo,

Agrestes, longos atalhos percorri,

Oh! mas não sei se por castigo,

Nunca te encontrei nem te vi.

 

Cruzam-se nos teares os fios,

Cruzam-se pernas no andar.

Cruzam-se os leitos dos rios,

Cruzam-se ventos a soprar.

 

Cruzam-se os anjos no Céu,

Cruzam-se nos campos as flores,

Oh! Mas, grande martírio meu,

Só não se cruzam meus amores!

 

   Pires da Costa - 2005

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