CRUZAMENTOS
MARVÃO EM POESIA
Graças ao Pires da Costa, o nosso Encontro de Marvão ganhou foros de poesia. Obrigado, amigo!
E continua a desenvolver esses dons que imprimem às palavras novos sentidos. AH
CRUZAMENTOS
Cruzam-se aldeias, vilas e cidades,
Cruzam-se planuras e fortalezas,
Cruzam-se novos e velhos sem idades
Cruzam-se as dúvidas e as certezas.
E lá nas muralhas que no alto estão
Ruelas estreitas, casario reluzente,
Vive a nobre e leal vila de Marvão,
Pronta para acolher toda a gente.
Cruzam-se dentro de nós as saudades,
Cruzam-se fortes emoções sem fim,
Cruzam-se os calores das amizades
Cruzam-se odores de rosas e jasmim.
Maio florido, com louvores a Maria,
Evocam-se euforias da mocidade.
Seremos caminheiros em romaria,
Transportando alforges da amizade.
Cruzam-se caminhos no pedrado
Cruzam-se planuras sem findar,
Cruzam-se graças por todo o lado
Cruzam-se canoras aves a voar.
Vinte de maio, Marvão altaneiro,
Cruzamentos múltiplos haverá.
Abraços serão gestos primeiros,
E o mais que à frente se verá.
Inebriados pela emoção incontida,
Olhares cruzados, sorrisos abertos.
Impulsos sem conta peso ou medida,
Sem lugar para gestos discretos.
Seja muita ou pouca a confusão,
Chegará o momento da verdade:
Forte abraço trocarei com o Leitão,
Cruzando setenta anos de amizade.
Caminheiros da saudade, em frente!
Aceitemos a vida como um presente,
Prestando todos singela homenagem
Aos que já convivem na outra margem.
Pires da Costa - MAIO 2017