Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Animus Semper

Associação dos Antigos Alunos dos Seminários da Diocese de Portalegre e Castelo Branco

AS NOSSAS VIAGENS

26.07.17 | asal

Como se vê, há gente a trabalhar para o ANIMUS SEMPER! AH

Florentino.jpg

 

Meu bom amigo

No meio destas nuvens negras que escurecem os céus deste distrito de Castelo Branco, sobretudo Proença, Mação e Sertã - um imenso inferno na terra - tentei escrevinhar uns apontamentos para o nosso já indispensável Animus. Como dei um saltinho a Marrocos que desconhecia completamente, aí vai um aperitivo do que me foi dado observar. Para uma próxima ocasião tentarei desvendar outras cidades do reino de Marrocos. Todas muito belas e históricas.

Um grande abraço.

f. beirão

 

Marrocos aqui tão perto

 

Como vou sempre acompanhando o ANIMUS SEMPER, picou-me a advertência do Henriques e a saborosa colaboração do nosso Bispo, ao relatar as suas visitas mediterrânicas, berço da nossa Civilização greco-romana e judaico-cristã.

Como o que é enriquecedor para nós, deverá ser partilhado, peço também licença para entrar no grupo daqueles que aproveitam estes tempos tórridos de verão para descobrirem novas realidades.

Desta vez, optei em ir com a minha esposa à descoberta de uma parte significativa do Reino de Marrocos, um país de que tanto falei como historiador aos meus alunos, mas que nunca tinha pisado.

Na verdade, este espaço africano, para mim, caracterizava-se por ser um território para onde fomos impelidos, quase só, para convertermos mouros e ser bafejados com as suas numerosas riquezas materiais. Até à desgraçada guerra de Alcácer Quibir, com a morte do nosso jovem Rei, D. Sebastião, Marrocos sempre foi para nós uma terra de muita cobiça. Ali construímos castelos e dominamos espaços para enriquecermos o nosso país. Muitos destes monumentos ali se encontram ainda a testemunhar a nossa passagem e presença por aquelas terras. Portanto, para o bem e para o mal, o território de Marrocos faz parte importante da nossa história pátria. Muitos portugueses ali viveram e morreram.

Não me querendo alongar, apenas uma pitada das cidades imperiais que visitei, embora de um modo aligeirado, para não ocupar muito espaço.

casablanca-marruecos-ciudad.jpg

Iniciei a minha visita pela famosa cidade de Casablanca (casa branca – nome com marca portuguesa). Foi em 1515 que os portugueses atacaram este porto, depois da conquista de Ceuta, em 1415. Mais tarde, em 1575, aqui se instalaram, por largos anos, construindo potentes baluartes defensivos. Os corsários não perdoavam. Mas seria só em 1755 que as tribos vizinhas se organizaram e ocuparam esta cidade, mandando os portugueses para casa.

Casablanca, capital industrial e comercial de Marrocos, devido à sua importância portuária, é a cidade mais populosa do reino. O dedo da ocupação francesa, na primeira metade do séc. XX, encontra-se por toda a parte, nomeadamente, no característico estilo da Arte Nova e no desenho das suas modernas e espaçosas avenidas.

Atualmente, a sua situação geográfica, o seu clima e as suas praias têm atraído um volumoso número de turistas da Europa.mesquita-hassan-II-marrocos.jpg

De destacar a majestosa grã Mesquita do rei alauita Hassan II, construída junto ao Atlântico, com nove hectares, uma pérola da arquitetura muçulmana hispano - árabe. Segundo o Corão, o Rei quis, com esta obra - dois terços no meio da água – concretizar um dos versículos que refere: “o trono de Alá estava sobre as águas”. O seu altivo minarete, com 200 metros de altura, impressiona o visitante.

Pudemos ainda visitar as medievais cidades de Fez, Marraqueche, Rabat e Mequinez. Estas, para não ocupar muito espaço, deixarei para uma próxima ocasião. Qualquer delas são monumentais e assombrosas. Não admira que a UNESCO as classificasse como cidades Património da Humanidade.

Florentino Beirão

0_7db17_1806921e_XL.jpg

 mar_0184-web62.jpg